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História Sweet Boy - Garoto Sozinho


Escrita por: narie

Notas do Autor


Bom dia, boa tarde, boa noite!

Desculpem o mini atraso, sei que eu costumo postar nas sextas, mas nessa semana eu fiquei entupida de coisa da escola pra fazer. Mas tudo bem, né? A gnt segue em frente...

Não digo nada, apenas que esse capitulo foi um porre de escrever. Me digam oq vcs acharam, pq eu fiquei meio insegura em relação e esse aqui

Bom, e é nessa depressão pós Game of thrones (serio mano, episodio triste da PORRA) que eu apresento um novo cap para vcs. Até as notas finais! ;)

Capítulo 9 - Garoto Sozinho


Fanfic / Fanfiction Sweet Boy - Garoto Sozinho

           Abriu lentamente os olhos, as pálpebras pesadas como chumbo.

           Sua visão embaçada ia se focando lentamente, criando sentido para as imagens borradas. Primeiro, viu o teto de seu quarto, e soube que estava em casa.

          De forma devagar e dolorosa, ergueu as costas e foi lentamente se levantando. Assim que ficou sentado em sua cama, sentiu uma pontada absurda de dor em sua cabeça. Fechou os olhos com força e colocou a mão na testa, tentando acalmar a dor.

          Abriu os olhos novamente e olhou para o lado, ainda com a mão na testa. Viu que seu quarto estava todo destruído, suas coisas estavam jogadas no chão e o espelho estava completamente quebrado. Parecia que um furacão tinha passado por lá.

          Franziu o cenho. Mas o que aconteceu?

          Sua cabeça doía, mas mesmo assim, a colocou para funcionar. Tentou se lembrar do que havia acontecido no dia anterior que poderia ter causado aquilo. Foi se lembrando das coisas, uma de cada vez. Lembrou-se de ter saído correndo no colégio a noite, dos sussurros, de ter chegado desesperado em casa...

          Lembrou de tudo.

          Passou a língua entre os lábios secos, ainda sentindo as pontadas de dor em suas têmporas. Porém, seu coração começou a bater rápido ao se lembrar de que tinha algo importante naquele dia: a prova de literatura.

          Arregalou os olhos e agarrou o celular de forma desesperada, vendo o horário. Quase teve um ataque cardíaco ao ver que estava dez minutos atrasado.

          - Merda... – Resmungou, enquanto se levantava rapidamente da cama – Merda, merda, merda...

          Vestiu o seu uniforme da forma mais rápida possível, mas entrou em desespero ao não conseguir encontrar sua mochila. Foi como um furacão em direção a sala, nem sequer olhando para a sua mãe que estava sentada na mesa da cozinha.

          - Você viu minha mochila? – Perguntou, enquanto a procurava desesperadamente pela sala. Sua mãe não respondeu e permaneceu em silêncio, frustrando o garoto – Mãe, por favor, eu tenho prova e já estou atrasado.

          A mulher apenas o encarou, seu rosto denunciando que não estava nem um pouco feliz. Com um gesto silencioso, porém brusco, tirou a mochila do filho que estava escondida atrás dela no chão e a colocou de qualquer jeito na mesa.

          O barulho chamou a atenção de Joshua, que parou de procurar e olhou a mochila na mesa. Seus olhos subiram e foram de encontro com os da mãe, o que lhe causou um arrepio na espinha.

          Engoliu em seco e, com o medo estampado nos olhos, foi em sua direção. Esticou a mão para pegar sua mochila, mas foi surpreendido por sua mãe que pegou o objeto e o afastou dele.

          - Mãe... – Começou, mas foi logo interrompido.

          - Que merda aconteceu ontem? – Perguntou ela com nervosismo na voz.

          Suspirou. A grande verdade, é que nem ele sabia responder aquela pergunta. Não faz a menor ideia do que aconteceu com sua cabeça naquele dia, não encontrava justificativas para seu colapso mental.

          - Nós podemos falar sobre isso depois? – Perguntou baixinho e inseguro, já tentando pegar a mochila novamente.

          Porém, sua mãe foi rápida ao pegar a sua mão – que estava cortada pelo soco no espelho do dia anterior – e apertar com todas as suas forças a ferida.

          Joshua abriu a boca e soltou leves gritos de dor, e a mulher apenas apertava ainda mais o corte.

          - Eu não sei qual é o seu problema – Disse entre dentes e com os olhos cheios de sangue – Mas é bom que esteja valendo a pena! Eu juro por Deus, Joshua, se mesmo depois disso tudo você falhar nessa prova... – Fez uma pausa, olhando direto nos olhos do filho e deixando sua voz mais baixa, ressaltando o tom de ameaça – Sua pele vai virar carne viva.

          Concordou freneticamente, os olhos lacrimejando pela dor que sentia na sua mão que ainda era apertada. Sua mãe finalmente o soltou, jogando seu braço com violência, em seguida lhe dando a mochila de forma desleixada.

          - Agora sai! – Exclamou.

          Joshua saiu quase que correndo de casa. Pegou o metrô, por mais que não queria, e foi obrigado a ver o desconhecido sorrindo perverso para ele durante todo o trajeto.

          As vozes também começaram, mas ele fez o máximo para ignorar todas elas. Mesmo depois de chegar a sua estação e sair desesperado pelas ruas, ainda ouvia sussurros e jurava que alguém estava o seguindo.

          Quando chegou na escola, nunca correu tão rápido. Passou por todas as escadas e corredores como um furacão, esbarrando nas pessoas e não dando a mínima.

          Até que, finalmente, viu a porta de sua sala.

          Nem sequer bateu, abriu a porta com violência e já foi entrando com passos rápidos, interrompendo o silêncio da classe que estava prestes a começar a prova.

          Sentou-se em uma cadeira bem no meio da sala, já que seu lugar no fundo já havia sido ocupado por alguém. Começou a organizar suas coisas, e nem se deu ao trabalho de olhar para os alunos que o encaravam com estranheza.

          Seokmin estava bem de seu lado, e não conseguiu deixar de ficar chocado com a aparência do Hong. Seu uniforme foi colocado de qualquer jeito, a pele estava surpreendentemente mais pálida do que antes, as olheiras nunca marcaram tanto os seus olhos e ele não parecia se importar com o corte gigantesco em sua mão direita.

          O professor também franziu o cenho, estranhado tanto o comportamento do aluno quanto o fato de estar atrasado, o que nunca acontecia. Porém, ele apenas deixou aquilo de lado e começou a fazer o seu trabalho.

          - Ok, turma – Disse ele em alto e bom som – Podem passar as provas para trás.

          Os alunos que sentavam nas primeiras carteiras fizeram o pedido, passando as provas para os que estavam sentados atrás. As folhas foram passando de carteira em carteira, até chegar à sua.

          Pegou a caneta e respirou fundo, se concentrando mais do que nunca.

          Era múltipla escolha, o que, para ele, deixava as coisas mais fáceis. Foi lendo as perguntas, agradecendo a Deus de que sabia todas as respostas.

          Cada pergunta tinha três alternativas e ele tinha certeza em todas que havia assinalado, pelo menos até aquele momento.

          ‘’O livro ‘Flor Negra’ de Kim Young-ha, discutiu principalmente... ’’

            1-O catolicismo na Antiga Coréia;

           2-A eclosão da Guerra Russo-Japonesa, ocorrida em 1904;

           3-A situação caótica pela qual passaram os imigrantes coreanos.

           Hmph, fácil. Era obviamente a terceira alternativa. Assinalou o número três, mesmo quando ouviu um pequeno sussurro atrás de sua cabeça que ele tinha errado e era um burro.

         ‘’Para enfatizar a situação de suas personagens, Kim Young-ha faz uso de uma linguagem que... ’’

        1-Mistura misticismo com a realidade, confundindo o leitor diversas vezes para que ele se projete nas situações apresentadas;

          2-É crua e intensa, transparecendo todo o sofrimento e desilusão do povo sul-coreano da época;

          3-Faz uso de um vocabulário informal e regionalista, enaltecendo a situação econômica das personagens.

          Alternativa dois. Fácil. A voz dizendo que ele era burro nem o incomodava.

          Virou a página da prova com tranquilidade, sua mão pingando de sangue e sua dor de cabeça insuportável não o abalavam mais. Ele estava indo bem, era só isso que importava...

          Sem festejos, começou a ler a próxima questão.

          ‘’Joshua Hong é um... ‘’

          1-Louco;

          2-Monstro;

          3-Estúpido.

          Como?

          Franziu as sobrancelhas e leu de novo a questão, desejando que aquilo tivesse sido um truque de seus olhos. Porém, quando leu de novo, viu que nada mudou. Aquilo estava escrito de verdade.

          Esfregou a mão nos olhos e piscou diversas vezes, virando novamente a página e lendo uma questão qualquer.

          ‘’Quem envenenou Yoon Jeonghan?’’

            1-Joshua Hong;

           2-Joshua Hong;

           3-Joshua Hong.

            Não, aquilo não era possível...

            Virou mais uma página e leu mais uma questão...

            ‘’Quem é louco e odiado por todos?’’

             1-Joshua Hong;

             2-Joshua Hong;

            3-Joshua Hong.

             Mais uma...

            ‘’Quem só sabe decepcionar e magoar os outros?’’

             1-Joshua Hong;

              2-Joshua Hong;

              3-Joshua Hong.

              Não...

             ‘’Quem merece morrer?’’

              1-Joshua Hong;

              2-Joshua Hong;

             3-Joshua Hong.

            O que estava acontecendo...?

            Ficou ofegante e já sentiu seus olhos lacrimejando. Sua cabeça doía, suas mãos tremiam e ele sentia como se pudesse desmaiar. Queria sair dali, fugir para sempre...

            - Por que você não respondeu a pergunta? – Ouviu uma voz familiar.

            Olhou para cima e viu seu professor sentado em sua mesa, bem longe de si. O homem olhava diretamente em seus olhos sem nenhuma expressão, mas sua voz estava cheia de ódio.

            - O que...? – Murmurou Joshua, não entendo nada do que estava acontecendo.

            - Responda a pergunta – Pronunciou o professor, enquanto se levantava de sua mesa. Sua voz agora tinha adquirido um tom de ameaça que lhe causava arrepios.

             Joshua não estava tão longe assim do homem, mas estava com uma sensação esquisita. Sentia como se toda a sala estivesse se mexendo, que ele ia cada vez mais para trás enquanto o professor ia cada vez mais para frente. O lugar todo parecia maior e afastava tudo e todos dele, o deixando completamente sozinho no centro.

          - Responda a pergunta, Hong – O professor repetiu, aumentando a ameaça em sua voz – Quem merece morrer?

          Abriu a boca em choque e sentiu seus olhos alagarem. Olhou para os lados, sentindo um frio na espinha ao ver que todos na sala o encaravam com expressões julgadoras.

          - Eu... – Tentou, mas sua voz logo morreu – Eu...

          - Você o que?! – Ouviu a voz de Seungcheol e se virou para ele, vendo o ódio em seus olhos – Você se sente arrependido?! Me poupe, seu merda...

          - Você merece! – A voz de Soonyoung exclamou – Por tudo que você fez, você merece!

          - Não, eu... – Tentou novamente, sentindo as lágrimas escorrendo por seu rosto pálido.

          - Cala a boca – Essa voz soou mais fria e odiosa do que as outras.

          Olhou para sua direita, e viu Seokmin em pé do seu lado. Ele olhava para si com desprezo e nojo, mas seus olhos estavam tão frios... Aquele não parecia ser o garoto gentil que conhecia...

          - Seokmin... – Começou, mas foi interrompido.

          - Ninguém quer você aqui, só suma de uma vez. Eu achei que pudesse te ajudar... Mas eu sou um burro. Eu estava errado. Você não merece amor, nem carinho, nem compreensão... Você só merece morrer.

          A dor em seu coração nunca foi tão grande. Lá estava ele, a única que pessoa que parecia se importar, agora o dizendo para morrer.

          As lágrimas escorriam por suas bochechas, e seu coração doía tanto que sentiu como se fosse morrer. Apenas no momento em que ele perdeu Seokmin, que ele se tocou do quanto precisava dele...

          Estava sozinho.

          Começou a soluçar freneticamente, a dor o consumia de todas as formas. Tudo doía tanto...

          - Morre – A voz de Seokmin se pronunciou novamente.

          - Não, para... – Implorou, seu choro tão frenético até o impedia de respirar e falar normalmente.

          - Morre! – Ele exclamou.

          - Por favor... – Pediu mais uma vez, a voz mais sofrida do que nunca.

          - MORRE, SEU MERDA!

          - CALA A BOCA, CALA A BOCA, CALA A BOCA!

          Levantou-se bruscamente da cadeira, ofegante e com o corpo tremendo por inteiro.

          Olhou para os lados, sua visão embaçada por conta das lágrimas. Porém, mesmo com os olhos encharcados, ainda conseguiu ver...

          Conseguiu ver todos sentados, a sala com suas proporções normais novamente, os olhares chocados de todos...

          Tudo estava em um silêncio total, dava para ouvir apenas o barulho do relógio. Todos pareciam confusos e assustados, como se...

          Como se nada tivesse acontecido.

          Ainda ofegante, encarou todos ao seu redor. As pessoas pareciam surpresas demais para fazer algo, então elas apenas o encaravam como se ele fosse uma aberração.

          Seus olhos correram toda a sala, até chegar ao seu lado direito. Seokmin, que antes o xingava com tanto ódio e frieza na voz, o encarava com seus olhos preocupados de sempre.

          Não sabia o que fazer, nem como reagir. Não sabe por quanto tempo ficou parado, mas teve um momento em que ele simplesmente saiu correndo daquele lugar.

          Abriu a porta da sala e saiu nos corredores. Seu coração doía pelo sofrimento, mas batia a mil ao mesmo tempo. Tentava secar as lágrimas de seus olhos, mesmo que elas ainda insistissem em se multiplicar.

          Não sabia o que estava fazendo ao certo, apenas seguia seus instintos que o diziam para sair daquele lugar o mais rápido possível.

          Porém, sentiu uma mão agarrando seu braço.

          Olhou para trás em um impulso, e viu Seokmin logo atrás de si enquanto segurava fortemente seu braço.

          - Me solta! – Exclamou, já querendo se soltar.

          - Joshua, não! – DK o apertou ainda mais – O que diabos aconteceu?!

          - Me deixa! – Tentou novamente, mas o outro o empurrou em direção aos armários e o agarrou pelos ombros.

          - Para com isso! Se acalme!

          Porém, ele não deu ouvidos. Continuou tentando se soltar, por mais que fosse segurado. Enquanto lutava para ser libertado, algo estalou em sua mente, o fazendo parar de se mexer e encarar o nada com os olhos arregalados.

          - A prova – Murmurou – O que eu estou fazendo?! Tenho que terminar a prova!

          Fez mais força dessa vez e conseguiu se livrar do mais novo, indo em direção a sua sala. Porém, ele correu atrás dele e o pegou pelo braço novamente antes que pudesse fugir.

          - Foda-se a prova! – Exclamou, o pegando nos ombros novamente – Você precisa se acalmar!

          - Me solta... – Disse entre dentes, tentando se livrar do aperto.

          - Joshua, para com isso! – DK o segurou com mais força, começando uma verdadeira guerra entre os dois.

          - Me solta!

          - Joshua, chega!

          - Eu disse pra você me soltar!

          - Joshua...

          - ME SOLTA, CACETE!

          E, sem pensar, empurrou o outro com força.

          Empurrou com tanta força, que até ele mesmo caiu no chão. Tudo ficou em silêncio, com a exceção de um baque alto que parecia vir das escadas.

          Levantou-se lentamente, meio desnorteado, e agarrou-se no corrimão para olhar para baixo. Viu Seokmin deitado no chão, ao pé das escadas. Devia estar inconsciente, pois não mexia um musculo sequer.

          Aquilo poderia ser nada, mas o sangue escorrendo pela lateral de sua cabeça indicava o contrário.

          Sentiu seus músculos congelarem enquanto uma sensação que parecia uma mistura de choque e terror dominava o seu rosto. Tudo estava em um silêncio mórbido, até que alguns murmúrios de uns estudantes foram sendo ouvidos no andar de baixo.

          - Aquele é o Seokmin? – Perguntou um garoto surpreso.

          - Ah meu Deus... – Uma menina murmurou, enquanto corria em direção ao caído – Ele está sangrando!

          - Chamem ajuda! – Gritou outro garoto.

          A partir daí, um bando de estudantes começou a correr para lá e para cá. Muitos murmúrios assustados ecoavam pelos corredores, mas Joshua se sentia tão avulso a situação que mal ouvia eles claramente.

          Arregalou os seus olhos mais do que nunca e colocou lentamente a palma da mão na boca, sentindo seus olhos marejarem novamente.

          No meio da correria dos estudantes, uma menina olhou para Joshua com ódio nos olhos, exclamando:

          - Qual é o seu problema?!

          O garoto apenas continuou parado em choque, sentindo o terror a flor da pele.

          E, mais uma vez, saiu correndo e fugiu daquele lugar.

 

         

          Andava pelas ruas de Seul devagar, dando um passo a cada dez segundos. Estava completamente avulso ao que estava acontecendo, mal percebia as pessoas conversando entre si nas ruas, os carros passando no asfalto...

          Não ouvia vozes, não via desconhecidos. Apenas andava com o olhar completamente vazio, parecendo um fantasma. A única coisa que era capaz de sentir era o sofrimento se acumulando em seu coração.

          Havia machucado alguém, de novo.

          “Monstro’’, dizia para si mesmo.

          Depois de muito, muito tempo, chegou em casa. Não sentia medo de sua mãe, a dor era tão grande que havia o tornado insensível, deixando-o capaz de sentir uma única coisa.

          Abriu a porta de seu apartamento lentamente, e entrou com passos silenciosos. Porém, sua mãe já o esperava, como havia previsto.

          - O que aconteceu?! – Exclamou ela, vindo em sua direção com passos pesados – Você saiu no meio da bosta da prova?!

          Joshua normalmente tremeria de medo naquela situação, mas ele não sentia nada. Apenas encarava o vazio enquanto ouvia sua mãe gritando.

          - Você vai ficar com zero, Joshua! Zero! – Ela aumentava gradualmente o tom de voz – Como vai ficar em primeiro assim?! Você tem merda na cabeça?!

          O garoto nada disse, nem sequer prestava atenção no que ela falava. Até que, com a voz mais falha e sofrida do que nunca, disse:

          - Eu machuquei alguém...

          A mulher o encarou com um misto de ódio e confusão, obviamente frustrada pelo filho ter ignorado tudo o que ela disse.

          - O que?! – Perguntou ela sem gritar, mas com pura rispidez.

          - Eu machuquei alguém – Repetiu, a voz mais clara – Ele queria me ajudar, e eu machuquei ele! Não só ele, mas o outro garoto, o que me passou, eu envenenei ele! – Conforme falava, as lágrimas se acumulavam em seus olhos, mas não escorriam. Sua voz se tornava embargada e ele tinha que fazer esforço para falar direito – O que tem de errado comigo?

          A primeira lágrima escorreu ao terminar a frase. Olhou para sua mãe, mas seus olhos sofridos não pareceram causar nenhum impacto nela, que ainda olhava para o filho com raiva e os lábios serrados.

          Até que, subitamente, ela se aproximou ainda mais dele, lhe dando um tapa ardente no lado esquerdo de seu rosto.

          O tapa foi tão forte, mais tão forte, que Joshua perdeu o equilíbrio e caiu no chão, batendo o corpo contra a parede.

          - Pare de ser patético! – Exclamou sua mãe – Desde quando você se importa com os outros?!

          - Eu não aguento mais ser assim... – Disse soluçando, mas recebeu outro tapa em troca.

          - Cala a boca! – Gritou.

          Ela fez um pausa longa, esperando o filho se recuperar do tapa que havia cortado o seu lábio. Após um longo momento de silêncio, decidiu voltar a falar. Não gritou, mas usa voz ainda esboçava a mais pura raiva.

          - Você é ridículo, Joshua. De dar pena.

          O garoto fechou os olhos, deixando mais lágrimas escaparem em um choro silencioso. Ergueu a cabeça e olhou para a mãe, o rosto sofrido enquanto dizia baixinho:

          - Então tenha pena de mim... Pelo menos uma vez...

          A mulher serrou os lábios e soltou o ar devagar pelas narinas. Se fez um mórbido silêncio por alguns segundos, até ela sair com passos pesados da sua frente e ir em direção ao outro lado da sala.

          O sangue de Joshua gelou ao ver que ela abria o armário.

          Sua mãe pegou com certa violência um cinto, o maior de todos. Segurava o objeto de couro com tanta força que seus dedos ficaram brancos.

          - Tire a camisa – Disse a frase mais assustadora do mundo, pelo menos para ele.

          Engoliu em seco e sentiu mais uma lágrima escapar de seus olhos. Até que, de maneira apreensiva, disse:

          - Não.

          Sua mãe abriu a boca e seus olhos encheram de sangue, de um jeito que ele nunca tinha visto. Afinal, aquela era a primeira vez que a desobedecia.

          - Como é que é...? – Perguntou com a voz arrastada e ríspida.

          O Hong respirou fundo antes de responder novamente.

          - Não.

          Silêncio.

          A mão da mulher começou a tremer, e ela abria e fechava a boca como se nem soubesse o que dizer. Sua raiva transbordava em seu rosto, o que o deixava tão assustado ao ponto de molhar as próprias calças.

          - Eu disse... – Ela começou, a voz trêmula e cheia de ódio, enquanto se aproximava do filho lentamente – Tire. A. Camisa.

          - Não! – Exclamou, suas lagrimas encharcando o seu rosto.

          E foi naquele momento que ele se arrependeu.

          Ela veio em sua direção como se fosse um demônio, os olhos vermelhos de raiva. Joshua tentou fugir, mas ela o segurou com força no corte em sua mão, o fazendo berrar de dor.

          A mulher aproveitou a fraqueza do filho e o empurrou com força no chão, pressionando sua cabeça contra o piso de madeira escuro.

          O garoto tentava se debater, mas o ódio da mãe parecia ter a deixado mais forte. Ela tentou levantar sua camisa, mas ele segurou sua mão com força.

          Mas, de repente, ela fez algo que nunca tinha feito antes.

          Enrolou o cinto em volta de seu pescoço e o apertou com força.

          Na hora que sentiu o couro impedindo sua respiração, Joshua abriu a boca e tentou desesperadamente obter ar, mas sem sucesso. Se debatia, mas a mulher estava sentada em suas costas, pisando nas suas mãos.

          Começou a ficar com a visão turva conforme ela apertava o cinto, o estrangulando lentamente. Era horrível, a sensação mais sufocante que nenhum ser humano deveria sentir.

          - Você quer respirar? – Perguntou ela, a voz raivosa, porém baixa.

          Não pensou duas vezes e já começou a assentir freneticamente.

          A mulher retirou violentamente o cinto de seu pescoço, e ele imediatamente ficou ofegante por ar. Respirava com força, tanto pela boca quanto pelo nariz.

          Mas nem teve tempo de se recuperar de sua falta de ar, pois já sentiu sua mãe levantando sua camisa e dando a primeira açoitada.

          O cinto era grosso e tinha o couro mais duro e, como se não bastasse, ela ainda usava a fivela. A dor era tão grande e tão insuportável, que ele nem teve forças para gritar, apenas abriu a boca enquanto mais lágrimas escorriam por seus olhos.

          As chicotadas iam de encontro a sua pele com tanta força, que ele conseguia sentir o sangue espirrando em suas costas. Sua mãe mordia os lábios enquanto concentrava toda a sua força naqueles golpes.

          A dor era insuportavelmente aguda, mesmo depois de todas as surras que levou durante todos esses anos, nada se comparava a aquilo.

          Porque a dor não era apenas física, era emocional.

          Mesmo com toda a dor, Joshua ficou inexpressivo. Encarava o nada enquanto lágrimas silenciosas escorriam por seus olhos.

          Enquanto apanhava, ele percebeu que estava completamente sozinho. Sua mãe, seus colegas... Ninguém o amava, ninguém o queria. A única pessoa que se importava, ele afastou.

           Não tinha ninguém.

           Tudo doía... Absolutamente tudo... Qual era mesmo o motivo de aguentar toda aquela dor?

            Ah, sim... Não havia motivo. Não mais.

            E foi naquela noite em que ele passou levando a pior surra de sua vida, que ele percebeu.

            Não valia mais a pena ser um bom menino.

 

 


Notas Finais


*rindo de nervoso* haha... olá...

Booooom, oq vcs acharam? Ficou ruim? Ficou bom? Me digam pvfr oq vcs acharam desse, pq eu realmente to um pé atrás com ele...

Mas enfim, e agora? Oq vcs acham que vai acontecer? O Joshua percebeu que não vale a pena sofrer pra ser o melhor, no que isso vai dar? Ela vai parar de ser trouxa na vida e melhorar? Ou ele vai piorar? O negocio agr é esperar...

Enfim, já vou me despedindo pq esta tarde e eu preciso dormir (aaaahhh eu não quero ir pra escolaaaaa), mas me digam oq vcs pensam, ok? Amo quando vcs comentam! :)

Bjs e até o próximo cap! <3


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