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História TALES OF A LOST FUTURE - A Hora Mais Fria - The visitor


Escrita por: Minsk-

Capítulo 4 - The visitor


Gabriel estava dormindo na poltrona. O relógio marcava 4h37 da madrugada. Minha cabeça estava doendo, meu estômago fazendo meu corpo tremer de fome. Mas em compensação meu quarto estava limpo. Sem sangue, sem vômito, sem corpo com entranhas expostas.

Desci até o andar de baixo, depois de me certificar de que Henri estava dormindo no quarto dele. Achei que eu tinha me machucado, e que Gabriel me ajudara, mas que a coisa do sangue, do vômito e da garota morta eram só sonhos. Meu braço não estava mais machucado, embora minha cabeça ainda estivesse com uma ferida pequena. Minha idéia caiu por chão quando ouvi:

— Daniel? - alguém disse vindo da sala. Não era Henri e a voz grave não soava jovem como a de Gabriel. Eu estava cortando tomates para por num sanduíche, e a primeira coisa que fiz foi me virar com a faca em riste.

Mas que droga de dia era aquele?

— Está tudo bem, fique calmo - ele mandou. Era um homem de uns cinqüenta anos, com cabelos acinzentados e olhos claros como a lua. Ele apontou a faca e ergueu os braços como se estivesse rendido, pra que eu pudesse abaixá-la.

— Quem é você? - perguntei. Não abaixei a faca. Dei um passo à frente. Ele continuou parado. Ele era estranhamente parecido com um ator britânico que interpretara o décimo segundo doutor, naquele seriado antigo que eu gostava de assistir com Henri, “Doctor Who”. Não me lembrava seu nome, porque já estávamos acompanhando o décimo oitavo doutor agora, mas eles eram extremamente parecidos mesmo.

– Lucius Switch– ele disse, num tom tranqüilo. Uma mão permanecia alta, rendida; e a outra se estendia para um cumprimento.

Não apertei sua mão, mas fiz uma nota mental de que, se o plano dele fosse me ver morto, ele não teria começado uma “conversa” comigo. Simplesmente teria me atacado. Como Gabriel e as duas enviadas de Shepard.

— Seu nome não me diz nada – respondi. Ele abaixou as duas mãos.

– Estou com Gabe – ele explicou, dando de ombros e enfiando as mãos no bolso da calça de alfaiataria.

– Gabriel? – perguntei. Lucius ascentiu. Eu permaneci a observá–lo mais algum tempo. Tinha alguma coisa estranha no que ele estava me falando. – Desde quando você está aqui?

– Desde 2063 – ele disse. Continuei a olhá–lo, e então ele sorriu – Ah, sim, você quer dizer na sua casa. Bem, então desde as nove da noite mais ou menos.

– Por quê?

– Você tem freqüentado a cidade do Domo há seis anos. Você sabe que é proibido, mesmo assim vai lá quase todos os dias – ele disse –Quero saber por que você tem feito isso.

– Já respondi essa pergunta ao Gabriel antes. Eu não vejo motivo de responder a você também se vocês estão mesmo juntos – eu disse, pondo as coisas do sanduíche na mesa. Não queria ficar de costas para Lucius, mas estava com fome, e não ia deixar de comer por conta de uma conversa fiada dessas. O vi abrir a boca pra resmungar algo pra mim, e então se calar ao ouvir uma voz na sala dizer:

– Ele disse que se sente melhor lá dentro – a voz vinda das escadas respondeu. Gabriel estava parecendo cansado, as roupas amassadas e sujas, o cabelo bagunçado, um jeito de andar largado – Não é uma grande resposta no entanto, Daniel. Você tem que admitir.

– Não tenho outra – eu disse pra ele de cara amarrada. Eu deveria o agradecer por salvar minha vida, mas nenhum dos dois me inspirava muita confiança.

– Acha que ele freqüentar o Domo é motivo o suficiente pra que Simon o queira morto? – Gabriel questionou, ele se sentou à mesa como se a casa fosse dele e esperou Lucius responder, comendo uma fatia de queijo que eu tinha acabado de cortar.

– Não tenho certeza – Lucius disse. Ele começou a andar como se pensasse em algo. Eu tentei terminar de fazer o sanduíche, enquanto Gabriel se servia das minhas coisas, com um daqueles sorrisos dele. “Isso é por eu ter salvo sua vida” era o que a expressão dele me dizia.

Eu já tinha devorado metade do meu lanche quando Lucius, parou de olhar pela janela da sala, e me fez outra pergunta:

– Quais as chances de você ter um sangue impuro?

– O que isso quer dizer? – perguntei.

Gabriel riu, e engoliu um pedaço do seu lanche com ajuda do suco de acerola que ele tinha achado na geladeira.

– Daniel ainda não sabe nada, Lucius. Ele tem olhos tão humanos quanto qualquer outra pessoa que vive aqui fora.

– Porque então você vai ao Domo? – Lucius repetiu. Ele não parecia falar minha língua. Me recusei a repetir minha resposta. Eu não tinha outro motivo. Era só o fato de me sentir bem quando estava lá dentro.

– Eu acho que ele tem algum tipo de ligação com aquele lugar. Ninguém nunca achou nenhuma das nossas trilhas, mas ele achou. Quer dizer, você conseguiu ver as marcas de tinta nas árvores, não foi? – Gabriel perguntou. Eu anui. Isso fez Lucius me olhar mais de perto, como se eu fosse um caso a estudo. Se ele tivesse uma lupa, com certeza a usaria.

– Hum… – ele fez – aquelas marcas são magia. Magia pura! Humanos normais não podem ver. De que cor eram as marcas que você viu?

– Amarelas – respondi. Gabriel olhou Lucius “Viu só?” perguntava em silêncio. Lucius me olhou com certo receio.

– Nã… Se ele fosse como nós, já teria percebido.

– Ele pode ser meio vampiro – Gabriel deu de ombros. Eu o observei, e ele me olhou de volta com desdém – Se bem que se fosse isso, ele seria bem mais bonitinho – ele disse. Eu o olhei de cara feia. – Talvez seja parte elfo. Essas orelhas são suspeitas.

Eu o xinguei, e Lucius deu risada.

– Elfos não existem, sejamos sensatos, Gabe.

– Juro que conheci uma garota que disse que era filha de um elfo – Gabriel garantiu – Pode ser o mesmo com ele.

– Isso não vem ao caso. Eu apenas acho que é melhor mantermos Daniel próximo a nós. Simon sabe o que ele é, e se ele não for um Mago de Sangue impuro, então precisamos descobrir o que ele é, antes que alguém o mate. Além disso, com sorte ele pode ser útil para nós.

Eu estava prestes a reclamar, dizendo que não queria me unir a eles nem nada, quando Gabriel disparou:

– Se você estiver achando que ele é o Herdeiro…– e sorriu balançando a cabeça em negativa – Esqueça essa idéia, Lucius. Essa história é uma invenção! Você já perdeu gente demais protegendo três humanos inúteis por causa disso! Se Simon tivesse mesmo um filho, ou estaria com ele, ou o garoto estaria morto por ter sangue impuro. Além do quê, você acha mesmo que o filho de um Mago da magnitude de Simon seria tão fraco assim? – perguntou apontando na minha direção.

Lucius bufou.

– Eu não estava pensando nisso. Só achei que se Daniel pudesse se juntar a nós, isso já seria de grande ajuda. Temos poucos aliados, Gabe. Qualquer um seria de grande ajuda… Se é que ele tem algo além de sangue humano correndo no corpo…

– Eu não quero – falei. Os dois pararam de discutir pra me olhar – Mesmo que eu tenha alguma coisa mágica no sangue, não quero me juntar a vocês.

– Mas você não tem nem mesmo idéia do que fazemos – Gabriel protestou – É uma causa nobre!

– Você e sua causa nobre quase me mataram hoje cedo, e depois disso duas garotas invadiram meu quarto em missão de tirar minha vida. Então talvez seja melhor eu ficar longe do Domo e da sua "causa nobre".

Os dois permaneceram num silêncio irrespirável, me observando, até eu dizer:

– Eu também agradeceria muito se vocês pudessem ir embora da minha casa.

– Está bem – Lucius disse, se pondo de pé. Não pareceu ofendido nem nada, apenas se encaminhou para porta e esperou por Gabriel.

– Gemma disse que você ia voltar – Gabriel disse se levantando da mesa – E eu vou te dizer uma coisa: Gemma não erra. Então você vai voltar.

– Vamos ver – eu retruquei de mal grado.

“Dessa vez ela vai errar” pensei comigo mesmo, enquanto abria a porta pra que os dois fossem embora “Dessa vez ela vai errar feio”.

Notas Finais


Espero que estejam gostando, e queria só deixar claro que qualquer erro que vocês encontrem, podem me apontar. Qualquer dica pra melhorar a fanfic é bem vinda também, críticas, sugestões, comentários e etc.

Obrigado por ler :)


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