1. Spirit Fanfics >
  2. Teach me... >
  3. The "L" Day

História Teach me... - The "L" Day


Escrita por: thatfun

Notas do Autor


Xenteeee! Voltei haha
e digo mais, tenho sofrido pressão pessoalmente também, por isso to postando
e já começando o próximo, aproveitando o pique. Hahaha. Agradeçam a @carollvso que ficou me enchendo o saco
em pleno sábado a noite e revisou a fic.
Esse cap. era pra ter todo um conteúdo, todas as providencias em cima do Finn,
mas aí né... Clexa!! Me empolguei no dialogo hahaha.

Capítulo 27 - The "L" Day


 

((POV CLARKE))

 

Eu estou a mais de uma hora encarando este volante. Não porque ainda estou chocada com a percepção que acabo de ter, oh, não!

Mas porque não me acho capaz de dirigir duas horas de estrada estando no efeito de ácido.

As coisas não se distorcem mais com tanta densidade, mas estou completamente agitada. Poderia ir correndo pra casa. Percebi que não parei de mexer minhas mãos e pernas desde a hora que entrei nesse carro.

- O que eu faço? O que eu faço? Inferno.

Não posso ligar pra Lindsey, ela vai encher meu saco, apesar que seria demais curtir essa festa com ela. Saudade dos velhos tempos.

- Não, Clarke. Foca!

Como você vai focar, sua anta, você não consegue nem mesmo parar de encarar o volante pois achou essas cores incriveis. Que marca é essa?

- Meu deus, esqueci a marca do meu carro!

- Meu deus, será que esse é mesmo meu carro?

- EU ENTREI NO CARRO ERRADO!

Não! Não! Foca. É minha chave e tem aqui uma garrafa de suco que tomei fazem duas semanas. Porra! Duas semanas, Clarke? Que sujeira.

Acho que vou arrumar o carro.

Uma hora passada, já tirei todo o lixo e coloquei em uma sacolinha, passei aspirador ( sim, eu mantenho um aspirador portátil no carro ), até mesmo limpei meu porta-luvas, que tava uma nojeira. Achei papel de doce que vencia em 2014. Eu nem tinha esse carro em 2014.

Esse ácido deve ser muito ruim, esse efeito não passa e além do mais fico tendo picos de sobriedade. Eu só queria ir pra casa.

Entrei no carro novamente e respirei, mas alguém me assustou, batendo no meu vidro:

- Deixou de estudar comigo pra vir a festa, moça?

Porra, cacete, era o Finn.

Abri o vidro do carro, nem sei porque. Me virei com um sorriso amarelo.

“Haja naturalmente, haja naturalmente.”

- Pode crer.

“Pode crer? Pronto, agora ele vai entrar aqui e abusar de mim, parabéns, Clarke.”

Ele me olhou com uma cara de desconfiado:

- Você está bem? Perguntou.

- Eu to linda.

“QUE? Isso é ácido, Clarke, não uma pílula de permissão pra ser imbecil. Recomponha-se”

Ele sorriu:

- Disso eu não tenho dúvidas. Eu to preocupado, Clarke, não acho que esteja bem pra dirigir. Quer uma carona?

- NÃO! Eu gritei completamente sem necessidade, assustando o garoto.

- Calma, você está preocupada com seu carro? Eu to com mais gente, alguém pode leva-lo.

- Não, Finn Collins. Não sei pra que disse o nome completo dele. – Eu estou ótima. Sou plenamente capaz de dirigir até em casa. Obrigada.

- Ok, Clarke. Mas saiba que não aguento mais isso. Disse parando de me encarar.

“Isso o que, meu filho?”

- Isso o que?

- Você! Esse seu joguinho. Saiba de uma coisa sobre mim. Não é desse tipo de joguinho que eu gosto. E agora, vamos jogar o meu jogo. Ele disse. Parecia vermelho de raiva. Deu um tapinha no meu carro e saiu andando.

Meu coração falhou várias batidas com essa ameaça. O que ele queria dizer sobre jogar meu jogo? Parecem falas tiradas de um filme muito muito ruim. Senti minhas mãos geladas. Eu não sabia nem mesmo o que fazer. Se não conseguia dirigir antes que dirá agora.

Bem que aquela pirada da Niylah podia aparecer aqui e me levar pra casa.  

Peguei meu telefone e coloquei a letra L na busca. Vou ligar pra Lindsey, fodam-se os sermões.

- Alô. Ela disse com uma voz de sono.

Mas ainda eram umas seis da tarde.

- Mas já ta dormindo essa hora, sua puritana!

- Hã?

- Olha, pode me dar o sermão que for, mas realmente preciso da sua ajuda. Eu to em Moss Beach, Linds. To com um problemão, de verdade. Tem como vim me buscar?

- Moss Beach?

O sono afetou a cabeça dessa menina?

- É, querida. MOSS BEACH. No luau que eu te disse. Aconteceu tanta merda, Lindsey. Vamos começar dizendo que estou sob total efeito de ácido e que estava em perigo eminente de um possível abuso sexual. Eu contei ansiosa.

- Você tomou ácido em moss beach? Você ta sozinha aí? Ela perguntou. A voz muito mais agitada agora, acho que acordei a fera.

- Estou. Encontrei uma amiga, mas me perdi dela. Pode vir me buscar, Lindsey, por favor. Se não quiser, vou dirigindo sozinha, acho que estou quase boa. Mas não queria bater o carro agora, com toda briga com meus pais, não tenho dinheiro pra arrumar.

- É com isso que você se preocupa? Com a falta de dinheiro?

- CARACA! Você ta insuportável, Lindsey. Isso porque deve ta trepando que nem um coelho.

Ouvi Lindsey se arrumando, e por algum motivo ela não desligou o telefone enquanto o fazia:

- Eu quero que você fique onde está. Não se mexa, não saia do carro, não fale com ninguém. Se quiser, tire um cochilo, sei la, só não saia daí, ta me ouvindo?

- Cochilo? Lindsey, eu tomei ácido, Á – C- I – D – O. Você sabe que não vou pregar os olhos até amanhã, esqueceu das inumeras vezes que tomou comigo?

Espera um pouco…

- Espera um pouco…Eu disse.

Ouvi uma respiração pesada, de suspiro. Como eu não distingui as vozes? Quando apertei L, ligue pro primeiro número que apareceu, sem nem mesmo ler.

Com os nervos a flor da pele disse, já sabendo a resposta:

- Você não é a Lindsey.

- Eu já to na estrada. Promete que não vai fazer besteira. Você é um perigo pra você mesma e pros outros.

- Não quero que me busque. Não é pra você que eu liguei.

- Mas foi meu número que você discou.

- Lexa, volta! Eu vou dirigindo sozinha, não preciso de você.

- A questão, Clarke, é que você precisa sim. Foi só a gente terminar que você voltou a ser essa criança mimada e inconsequente.

- Vai pro inferno, eu odeio você.

- Pode me odiar, mas me odeie parada e me esperando chegar.

- Eu esperar você? Não precisa nem perder seu tempo. Eu já liguei meu carro.

- Clarke, não se mova, por favor. Eu to te implorando, não saia daí.

Senti o panico na voz de Lexa. Mas queria que ela fosse pro inferno de verdade. Desliguei o telefone e o joguei no banco de trás.

Quem essa mulher pensa que é? Quanta prepôtencia. Ai que irritante. Odeio a Lexa, odeio, odeio, odeio… ODEIO. Gritei.

Meus cabelos ainda estavam molhados da água da praia. E o aquecedo do carro não me estava sendo suficiente.

Desci do carro e voltei pro quiosque, chamando por Sinclair.

- Quais as chances de você me preparar aquele chocolate quente maravilhoso?

- Alcoolico?

- Não, pelo amor de deus. E coloca muito açúcar.

- Sim senhora. Ele disse sorrindo. Tenho a impressão que esse cara era tipo um anjo da guarda, um anjo da guarda que não gostava de me ver bêbada.

Sinclair voltou com uma xícara quentinha de chocolate.

- Sua amiga esteve aqui agora, pediu uma tequila e saiu com alguns amigos mal encarados.

- Nem me fale dessa daí. Disse enquanto bebia meu chocolate.

- Você parece agitada, ta bem mesmo? Quer que eu chame alguém?

- Qual é a de todo mundo querer me cuidar agora, heim? A 9 meses atrás eu tomava isso todo final de semana e não via ninguém se importando tanto.

Sinclair fez um sinal de rendição, e eu me senti mal por isso.

Respirei fundo:

- As pessoas vão embora cedo né? Achei que durasse mais esse luau. Eu disse despretenciosamente meio decepcionada.

- Normalmente dura menos. Pessoal costuma liberar a praia uma da manhã, no máximo duas.

- Que? Meu coração acelerou de repente – Sinclair, que horas são agora?

- 5 pras quatro. Ele disse enquanto secava tranquilamente sua louça.

Eu quase cuspi meu chocolate quente. Até 5 minutos atrás eram seis da tarde, o que ta acontecendo com o tempo?

- Termina sua bebida e vamos pro meu carro. Disse a voz mais autoritária que já havia ouvido na minha vida.

- Mas já? A gente acabou de se falar no telefone. Olhei pra baixo confusa.

- Isso faz mais de uma hora, Clarke. Agora termina isso logo.

Bufei irritada e continuei tomando meu chocolate. Eu adorava contesta-la, mas quando ela usava esse tom de voz protetor, querendo cuidar de mim, eu não conseguia não obedece-la.

- Porque você tem que ser tão irritante. Eu disse entre um gole e outro.

- Eu? Você me liga quase às duas da manhã pra vir te buscar drogada na puta que pariu e eu sou irritante?

- Lexa usava uma calça jeans justa com um all star branco e uma baby look que a estava deixando incrivelmente, insuportavelmente, torturantemente sexy. Tinha os cabelos ondulados na ponta como quem havia dormido com eles molhados.

Como me odiava por não querer brigar, por não conseguir detesta-la. Mas eu não ia dar esse gostinho a ela.

- Olha, ninguém te obrigou a vir aqui, você podia ter desligado e eu ligava pra Lindsey realmente. Ou ia embora sozinha, de qualquer forma não seria da sua conta.

- Ah não? Uma aluna minha se acidentar e ainda ser constatado que estava sob efeito de entorpecentes e alcool não seria da minha conta?

- Você busca todos seus alunos então? Porque vou te dizer uma coisa, boa parte deles estavam aqui no mesmo estado se não, piores que eu.

- Óbvio que eu não busco todos meus alunos.

Levantei uma sobrancelha, deixei a xícara em cima do balcão e agradeci Sinclair com um aceno de cabeça:

- Então para de fingir que sou especial, quando não sou. Eu disse passando por Lexa e indo em direção ao meu carro.

- Clarke! Clarke! Ela disse andando apressadamente. Me alcançou e puxou meu braço. – Você não vai dirigir.

- Lexa, eu não vou deixar meu carro aqui.

- Amanhã eu busco ele pra você.

Fiquei em silencio encarando-a. Até quando ela ia agir assim comigo? Ela me encarava de volta, decidida.

Movimentei minha cabeça sutilmente num sinal de sim.

Fomos andando lado a lado até seu carro, estacionado mais próximo que o meu.

Ao chegar, tentei abrir a porta, mas pequenos objetos ainda estavam distorcidos na minha mente, eu o enxergava tão longe e tão minúsculo, achei aquilo engraçado, mas de repende no meio disso tudo, Lexa apareceu do meu lado.

- Qual seu problema? Ainda diz que consegue ir pra casa sozinha. Disse abrindo a porta com violencia.

Sorri achando graça enquanto ela voltava pro seu lado do carro. Eu tava completamente abobalhada com aquela maldita droga. Inferno de Finn. Se estivesse em mim, nem Jesus Cristo teria me feito ir embora com ela.

Após alguns minutos, Lexa quebrou o silêncio.

- Será que você pode parar de mexer essa perna? Está fazendo o carro todo tremer. Disse olhando pra frente, irritada.

- Você nunca tomou ácido, Lexa? Eu não consigo ficar parada.

- Você fala como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Mas é! Eu disse encarando a estrada deserta e pouco iluminada.

- Não pra mim. Não me envolvo com esse tipo de coisa… Ou pessoas. Ela disse com um respingo de mágoa na voz.

- Não haja superior, você nem sabe o que aconteceu, Lexa.

- Tão pouco quero.

- Ok. Então para de puxar assunto comigo. Eu disse e novamente nos instalamos em um silêncio que não estava me incomodando nem um pouco. Eu estava pensando em tantas coisas, variáveis e vertentes, todas contendo Lexa e eu, é claro, mas isso era suficiente pra mim.

Após mais alguns muitos minutos, senti um soco na minha coxa.

- Ai!

- Que inferno, Clarke, porque você foi usar essas merdas. Você tava sozinha, dirigindo, quantas coisas poderiam ter acontecido por causa de uma brincadeirinha.

- Meu deus, que dor. Reclamei esfregando o machucado.

- Eu não estou lá, Clarke, não estou lá pra te proteger, você não pode fazer essas coisas. Disse com a voz embargada.

- Não está porque não quer. Disse num impulso idiota.

Lexa parou de falar no momento em que eu disse isso. Talvez se sentisse culpada. Que se dane, ninguém mandou me machucar como fez. Mas é claro que contra toda minha racionalidade:

- Eu não tomei nada, Lex. Colocaram na minha bebida. Eu disse com sinceridade.

- Não subestime minha inteligência, espera mesmo que eu acredite nisso?

- Eu não estou mentindo. Vai duvidar da minha palavra de novo? Eu disse me referindo a meses atrás quando ela duvidou de mim a respeito de Octávia.

Lexa me olhou num reflexo e bufou sem me dar resposta. Acho que isso foi um não. Ela respirou fundo e ainda olhando pra estrada perguntou:

- Tudo bem. O que aconteceu? Quem fez isso?

- O Finn. Eu disse sem pensar nas consequencias.

- Quê? Ela disse e quase nos meteu em um acidente.

- Lexa, pensei que a intenção em me levar era pra me manter segura.

- Desculpa! Agora para de enrolar e me detalha essa história todinha aí.

- Não tem o que contar. Essa é a história, Lexa, fui beber um copo de cerveja e de repente quando vi estava sobre efeito da droga.

- Griffin, me poupe e me conte isso direito, não é possível que você ficou sozinha com essa droga que não te deixa ficar quieta, PARA DE MEXER ESSA PERNA. E que não tenha tido contato com ninguém ou que ninguém tenha visto.

- Olha, era uma festa, você realmente quer saber o que aconteceu? Eu disse completamente inquieta, ignorando a irritação dela diante dos meus tiques. Não queria ter que contar sobre as coisas que tinham acontecido.

- Mas é claro que eu quero, se estou perguntando.

- Foram buscar bebida pra mim e viram o Finn colocando algo la dentro, minutos depois eu já estava daquele jeito.

- Como foram buscar e viram? E simplesmente te entregaram?

- Quem viu não foi quem me entregou. Quem me entregou não sabia.

- Quem foi que viu e quem te entregou?

Respirei fundo:

- Um carinha que conheci me entregou e quem viu foi a Niylah.

- Você estava com a Niylah ? Disse que estava sozinha. E que carinha é esse?  Disse alternando a visão entre mim e a estrada.  Porque ela tinha que ser tão observadora com tudo que eu falava?

- Eu não estava com ninguém não, eu só encontrei com ela, foi coincidência, quanto ao cara o conheci lá também.

- Ok, com isso lido depois, agora preciso saber sobre Finn Collins. Me explica essa história. Ele se aproximou de você? Tentou algo com você drogada?

- Não, mas eu o vi me observando em alguns momentos, de longe, nada intimidador, mas me deixou levemente constrangida. Disse seguido de toda a explicação que Niylah havia me dado e a conclusão que cheguei.

- Quer dizer que... É isso mesmo que estou pensando, Clarke?  Perguntou com um tom preocupado.

- Acho que sim, Lexa. Disse angustiada. Não queria que aquilo fosse verdade.

- Sabia! Escuta aqui, eu não quero você a um passo desse moleque, ta me ouvindo? Guarda essas merdinhas de provocações que você vem tentando me fazer. Isso é assunto sério, Clarke. Hoje algo muito ruim podia ter te acontecido, você consegue entender isso, sua desmiolada? Ela disse apontando o dedo com viôlencia pra minha cabeça, tocando minha tempôra.

- Entendi, mamãe. Eu disse irritada

- Para. PARA! E então, ela freou com rapidez.

- Lexa... O que ta fazendo? Quase bati a cabeça no painel. Disse assustada.

Ela se virou pra mim com pânico nos olhos.

- Você não consegue levar absolutamente nada a sério, nunca. Finn já machucou a namorada da sua melhor amiga, e diversas outras meninas e ele não para. Nenhuma delas o denuncia, sabe porque? Medo! Ele deve ameaçar de alguma forma a todas elas. Disse me encarando.

- Lexa, calma. Eu disse estranhando seu tom de voz. Ela estava completamente alterada e a drogada era eu.

- Calma o cacete. Você não entende, parece uma criança, para de ser inocente.

- Eu não sou inocente.

- É, é sim! Inocente, irresponsável e inconsequente. Precisa de uma babá o tempo inteiro segurando tua mão.

- Para Lexa, você não tem esse direito.

- E quem é que tem? Eu tenho todo o direito, Clarke. Aliás, sou a única que tem esse direito.

- Acho que você ta um pouquinho confusa. Você é a última pessoa que pode dizer como sou ou o que devo fazer. Você não é mais ninguém pra mim. Lexa arregalou os olhos ao me ver dizendo aquelas palavras. Que inferno, simplesmente saiu.

Seus olhos avermelhados soltaram uma lágrima que se mantinha presa, ela não esperava que eu dissesse uma coisa daquelas, nem eu mesmo esperava... Ou queria ter dito.

- Pensar em você, nas mãos daquele doente, daquele sociopata, daquele anormal... No que ele poderia ter feito com você, drogada... Vulnerável. Clarke... Ela engasgou com a própria voz e começou a chorar descompensadamente, com a mão no rosto, tampando o som que saia de sua boca. Não soube tomar nenhuma atitude que não fosse tirar meu cinto e puxa-la num abraço apertado. Senti uma lágrima solitária descer do meu olho. Ela me abraçava tão apertado, era tão quente e me sentia protegida e resguardada, como se nada no mundo pudesse me ferir.

Lexa chorou no meu ombro por alguns minutos, nunca a vi tão entregue e tão transparente, ela sempre fora tão forte, como um muro. Senti tanto amor naquele abraço, tanto carinho, como é que não estavamos juntas?

Ela me apertava intensamente e de repente, me soltou, me empurrou sutilmente como quem quisesse dizer não, pro que quer que estivessemos fazendo.

- Lex... Eu disse ao senti-la me afastar de volta pro meu banco.

- Clarke não. Disse limpando suas lágrimas.

- Ok. Só me leva pra universidade. Voltamos a estrada em silêncio. Que palhaçada, ela quer brincar comigo assim até quando?

Fomos até Stanford sem dizer uma palavra, hora ou outra eu ouvia Lexa soluçar num tom sentido, mas não me atrevia a dizer nada ou tentar nenhuma aproximação.  A única pessoa que se ferrava com qualquer tentativa era sempre eu. Preferi não pensar nisso ou prestar atenção.

Pegamos um trânsito surreal até Palo Alto, não entendi nada, chegamos lá eram quase 6:30 da manhã. Pensei em faltar a aula pra descansar, mas estava completamente acordada, cheia de energia.

Mas só de pensar em encarar Finn com toda sua expressão cínica no rosto me embrulhou o estômago.

Lexa me deixou na porta de meu dormitório:

- Você vai dar aula hoje?

- Não. Ela se bastou a responder.

- Vai voltar pra casa e cochilar? Perguntei num tom calmo. Estava preocupada.

- Não. Disse decidida.

Aquela informação machucou. Mas não tive coragem de perguntar o que ela faria. Saí de seu carro e antes de fechar a porta lhe agradeci:

- Desculpa te tirar da cama, vou apagar seu contato do meu celular pra que esse tipo de engano não aconteça mais. Obrigada, Lexa.  Eu disse fechando a porta.

Lexa não disse nada... E isso foi o que mais machucou naquela noite.

******

Fui até meu quarto e com Lindsey ainda dormindo feito pedra, tomei um banho relaxante, arrancando toda essa noite de mim. Queria sentir sono logo, sair um pouco dessa realidade que só doía. Mas sem sucesso, saí do banho e me troquei, coloquei um moletom confortável e uma blusa com toca com bolsos, pra que pudesse esquentar minhas mãos. Coloquei meu ipod no bolso meu pacotinho de sempre. Fui até o café de sempre, enquanto não estava cheio de estudantes e pedi um café forte e puro. Tomei ali mesmo e segui pra pista de corrida que tinha ali perto para os atletas.

Deixei uma mensagem pra Lindsey, avisando que estava bem. Corri alguns kilometros, ouvindo minha querida Seafret e sem intenção, relembrando tudo o que havia acontecido.

Após uma hora e meia de corrida, com a esperança de ter algum sono, sentei em uma árvore ali perto, completamente escondida, onde já havia inclusive beijado Lexa por lá diversas vezes e me sentei. Acendi meu cigarrinho verde e o fumei.

- O que vou fazer agora, meu deus? Ele parecia ser tão doce e gentil, como pôde? Isso não faz sentido pra mim. Não faz e precisa fazer.

Apaguei o cigarro e o guardei de volta no meu saquinho.

Fui até a biblioteca que estava mais perto de mim do que meu dormitório e abri o computador da universidade. Li sobre violência em universidades, violencia sexual, segurança em campus, feminismo, comportamento sociopatas e mais uma porção de assuntos.  Passaram - se três horas e finalmente... Sono!

Desliguei a máquina e fui em direção ao meu quarto, fiquei chateada ao pensar que teria que voltar até moss beach pra buscar meu carro, estava morrendo de preguiça, mas preocupada com meu menino. Passei pelo estacionamento e olhei pra minha vaga e pra minha surpresa... Lá estava ele, paradinho.

Tentei me lembrar se em algum momento nada daquilo tinha acontecido, se eu tinha mesmo ligado pra Lexa e se tinhamos mesmo conversado. Mas chegando perto, tive minha resposta. Havia um bilhete no parabrisa:

'' Sei dar aulas complexas e sei fazer contas difíceis, sei negociar com empresários e sei administrar universidades ... Mas ainda não sei como não proteger você. Fique bem e só compre bebidas lacradas."

Sorri ao ver aquele bilhete, Lexa havia mandado trazer meu carro até Palo Alto, nessas horas em que fiquei na biblioteca. Guardei o bilhete no bolso e voltei ao dormitório, tentei não pensar muito no assunto, estava exausta, o sono do pós ácido era incrivelmente pesado, agora só queria dormir os sonhos dos justos. Ou, no rumo que minha vida seguia e tudo que acontecia... Dos injustos.


Notas Finais


E aiii, manas??????
Gente, só um recadinho: não usem maconha depois de usarem ácido... Aliás, n usem ácido... e nem maconha.
Não se droguem, por fvr. A Clarke é imbecil e isso ñ é recomendável, mas n preciso dizer isso
pq vcs sao espertas ne mores??

Me senti a tiazona que fala pras pessoas ficarem na escola hahaha.
Me chamem no tt gente, juro q n sou chata ... na maioria dos dias haha. @thatfun

Beeeeeeeijos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...