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História Tempestades e Calmaria - "Foda-se o Impossível"


Escrita por: MariaLuiza2902 e dannypereira_

Notas do Autor


Olá pessoas! Mais um capítulo pra vocês, espero que gostem!

Sem mais delongas

Boa Leitura

Capítulo 35 - "Foda-se o Impossível"


Fanfic / Fanfiction Tempestades e Calmaria - "Foda-se o Impossível"

Vi Lucas segurar na grade e pular para dentro da área da piscina, levantou o corpo de Pedro aos poucos, colocando o braço dele em seu pescoço, então ele foi até a Enfermaria carregando Pedro. Chegando lá, o espanto da enfermeira era nítido.
Enfermeira-O que aconteceu com esse garoto?!
Lucas-Os pontos se abriram.
-Pode colocá-los novamente?
Enfermeira-Acho que sim.

A enfermeira tirou o curativo improvisado e se espantou ao ver o ferimento, então explicamos que ele havia tomado um tiro e, para minha preocupação, ela murmurou para si mesma que era um milagre ele ainda estar vivo.

Ela não demorou muito a refazer os pontos, então o levamos até o carro de Lucas, me sentei no banco traseiro do Mustang e estiquei o corpo de Pedro pelo pequeno espaço, deixando sua cabeça em meu colo.

Não demorou muito para chegarmos ao hospital mais próximo, então descemos e Lucas novamente segurou Pedro, carregando-o até a entrada.
Lucas-Ajuda! Ele perdeu muito sangue!
Enfermeira-Um minuto. – Disse e continuou parada, mas para minha surpresa, logo uns 3 médicos chegaram na recepção com uma maca e o levaram até uma sala.
-O que vai acontecer com ele?!
Enfermeira-Nada. Vamos fazer alguns exames nele e assim poderemos determinar se será necessária uma doação de sangue ou não.
-Certo... – Disse juntando as mãos e separando-as, repetindo o gesto rapidamente.

Se passaram alguns minutos que mais pareceram horas e um médico voltou com uma prancheta em mãos, onde provavelmente estavam os exames de Pedro. Ele começou a ler enquanto a minha ansiedade só aumentava.
Médico-Bom... É um caso complicado. Ele perdeu bastante sangue e precisaremos de um doador extremamente resistente para a transfusão de tal quantia.
-De quanto ele precisa?
Médico-Cerca de 2 litros. Considerando que a cada transfusão só podem ser retirados 450ml, é necessário que tenhamos no mínimo 5 doadores com o mesmo tipo sanguíneo, o que seria um evento inédito desde as primeiras transfusões realizadas no Brasil.
-Qual é o tipo sanguíneo dele?
Médico-Então... Esse é o problema...
-O que foi?
Médico-O sangue dele é RH nulo, só pode receber de outro portador de RH nulo.
-Que alívio.
Médico-Por que está aliviada?
-Eu vou doar tudo.
Médico-Ficou maluca?! Nenhum ser humano na terra aguentaria uma perda de sangue tão grande, além de que, você precisa ser RH nulo, e ele é o 45º caso de RH nulo no mundo todo!
-Então eu sou o 46º.
Médico-Preciso fazer os testes primeiro.
-Eu estou dizendo que tenho RH nulo, então eu vou doar, ou vai deixar ele morrer?
Médico-Senhorita, é impossível alguém com o corpo frágil como o seu resistir a uma transfusão desse porte, serão 4,5 bolsas!
-Eu disse que vou doar. Não me importa se eu aguento ou não. Me levem até o local de doação.
Médico-Senhorita, como médico, não posso permitir que troque sua vida pela do rapaz. Meu dever é salvar todas as vidas, não as negociar.
Lucas-Sendo assim, terá que descumprir seu dever. – Disse se levantando junto com Leticia, pude ouvir o estalar de dedos tanto de Lucas como de Leticia.
Médico-Garotos, entendam que isso é para o bem dela. É impossível um ser humano doar 2 litros em apenas uma transfusão.
-Sabe o que era impossível? Impossível era alguém como ele, que cresceu tendo que passar por cima dos outros para se dar bem, estar no hospital pela 3ª vez em menos de um mês para me proteger. Então, com todo respeito, foda-se o impossível.
Médico-Ok, me acompanhe. – Disse e começou a caminhar, então o segui, supondo que estávamos indo para a sala de doação.

Quebra de Tempo (16:00)

Eles finalmente haviam terminado de coletar todos os 2 litros de sangue e agora eu estava deitada numa cama hospitalar com alguns aparelhos ligados ao meu corpo por precaução.

Segundo meus amigos, eu havia desmaiado logo após a última coleta, inclusive Leticia teorizou que eu só aguentei até a última pela vontade de salvar Pedro. Não duvido.

Ainda me sentia fraca, mas aos poucos podia perceber meu corpo fazendo a reposição do sangue perdido, processo que provavelmente estava sendo auxiliado pelos aparelhos.
Leticia-Você é louca, garota.
-Eu não discordo de você. – Começamos a rir, mas fomos cortadas pela tosse seca que eu soltei em seguida.
Leticia-Você tá bem?
-Argh... Tô. – Continuamos conversando até que vejo uma pequena movimentação em frente ao quarto e logo o médico entra.
Médico-Ah, Senhorita, têm 3 pessoas querendo te ver dizendo ser da família, eles devem entrar? – Troquei olhares com os outros dois presentes na sala e respirei fundo.
-Podem...
Médico-Certo.

Pouco tempo depois, ele voltou acompanhado do meu pai, da minha mãe e do meu irmão, e suas caras me fizeram repensar minha decisão, mas não tinha mais volta.
Médico-Ah, não quero ser inconveniente, mas só podem ficar 2 visitantes por vez no quarto...
Pai-Sem problemas, Rafael, espere lá fora. – Disse e meu irmão saiu junto de Lucas e Leticia, que me direcionaram um olhar de “boa sorte” antes de passarem pela porta.
-Pai, mãe... Com todo respeito, reclamar da minha decisão não vai recuperar meu sangue, eu fiz isso por alguém que eu amo e não me arrependo.
Pai-Alguém que você ama? Você quase morreu por um marginal! – Virou a tela do celular para mim, onde estava a ficha criminal de Pedro, onde continham roubo, furto, formação de quadrilha, espancamento e suspeita de homicídio.
-Entre roubar e morrer de fome eu tenho certeza de que o senhor escolheria o mesmo!
Pai-Formação de quadrilha e espancamento, como explica?
-Simples, seu irmão também passou fome e eles não aprenderam a roubar sozinhos, do contrário seriam pegos, alguém os acolheu e os ensinou.
Pai-Ainda não explicou o espancamento. – Suspirei fundo, me preparando psicologicamente para explicar os motivos de Pedro.
-Primeiro eu quero que me prometam que não vão contar pro Rafa nem fazer nada ao fim dessa conversa. – Meus pais acenaram positivamente com a cabeça e eu novamente respirei fundo. – Começando pela briga entre Pedro e João Victor... Como vocês sabem, eu e João Victor havíamos terminado no começo do ano e eu me aproximei mais ainda da Leticia e dos outros. Mas vocês não sabem o motivo disso. Dois anos antes do término, João Victor me abusou sexualmente, mas eu só tive coragem de contar para os meus amigos ano passado, então eles disseram para eu terminar, e eu terminei. O único problema é que quando eu criei coragem para terminar nosso namoro, eu estava caminhando com ele na rua, sozinha, mas como sabia que eu não teria coragem para terminar depois caso deixasse aquela oportunidade passar, eu falei mesmo assim, e ele tentou me bater.
Mãe-Ai, meu Deus... Minha pressão... – Disse enquanto procurava apoio na poltrona ao seu lado.
Pai-Querida! – Ajudou minha mãe a se sentar na poltrona e ela logo apagou. – Mas onde o garoto entra nessa história?
-Pedro apareceu e impediu João Victor, espantando-o. Desde então ele, Lucas, Leticia e os outros têm me protegido de João Victor, mas ele, inconformado, desafiou Pedro para uma luta pela minha mão, então no dia da luta eu acabei tendo um gatilho emocional e contei a Pedro o que João Victor havia feito comigo, por isso que ele o espancou daquela forma.
Pai-Espere aí, se o desafio era pela sua mão, então vocês estão namorando por causa disso?!
-Não. Nós realmente estamos namorando, mas não foi por causa disso, e sim por eu ter percebido o quanto ele se importava comigo e faria de tudo para me proteger.
Pai-Filha, aquele garoto é um demônio! Ele não vai mudar por sua causa, entenda que eu só quero te ver bem, e se ele fizer o mesmo que João Victor?
-Se ele é um demônio, então é um anjo caído que veio aqui para me proteger. Ele nunca faria o que João Victor fez, e eu tenho provas.
Pai-E quais seriam essas provas?
-No dia anterior a quando ele levou o tiro, eu decidi dormir por lá, então ele foi até a nossa casa e pegou roupas minhas sem que vocês percebessem. Enfim, quando fomos dormir, ele percebeu que só tinha uma cama e... – A garota corou um pouco ao lembrar da cena, mas logo se recompôs. – E quando fomos nos deitar, eu vesti aquele pijama rosa de tecido fino.
Pai-Meu Deus... Ele pegou uma roupa fina propositalmente para te ver sem roupa, minha filha, como você não percebe isso?!
-Não, ele não pegou de propósito. Enfim, ele acabou tendo uma ereção por me ver praticamente só de roupa íntima e, naquele momento, eu realmente pensei que ele iria fazer o mesmo que João Victor, mas ele me tranquilizou e prometeu que jamais me machucaria sem um pingo de malícia em sua voz, ele estava claramente envergonhado pelo seu corpo ceder ao instinto primitivo.
Pai-Se ele realmente fosse um bom garoto, ele teria batido à porta e pedido uma muda de roupas.
-Pra quê? Pra que o senhor desse um tiro no meio da testa dele?!
Pai-Olhe, filha, eu entendo que você gosta daquele rapaz e quer continuar com ele, mas por que arriscar sua vida por ele? Era só ligar para o irmão dele...
-Por que arriscar minha vida? – Soltou uma pequena risada. – Porque eu não gosto dele. Eu o amo.


Notas Finais


Então é isso, espero que tenham gostado do capítulo e até o próximo!


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