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História Terras selvagens - O som do lamento


Escrita por: JaneDi

Notas do Autor


Continuação do capítulo anterior.
Atenção a todos os avisos, advertências, etc...

Capítulo 19 - O som do lamento


Já tinham se afastado muito e apesar de ambos terem bom preparo físico, o terreno acidentado, cheios de depressões e declives fazia com que Mist tivesse dificuldade em vencer a distância até o lugar que Seth ter chamado de mina escondida de lagos.

Um certo momento ele tinha lhe estendido a mão para que ajudasse a subir mais rápido. Era estranho e ao mesmo confortável está naquela posição. A mesma coisa poderia ser dita da evolução do que sentia por ele antes e do que sentia por ele agora. Mist poderia dizer que essa proximidade tinha feito isso, sobretudo agora onde ela estava naquele ambiente estranho.

Apertando a mão um do outro, Mist conseguiu apreciar a paisagem selvagem ao redor. O ar era rarefeito, mas aos poucos seus pulmões iam se adaptando, expandindo e se contraindo, conscientemente administrando o ar frio da manhã gelada. Como a caminhada se prolongava, deixou de ouvir os sons do castelo e apenas o barulho das aves e alguns outros animais podiam ser ouvidos criando uma sensação de isolamento que ela estava adorando.

“Há algo que está a incomodando? ” Ele perguntou, pegando- a de surpresa.

Seu primeiro pensamento foi mentir, ela não queria ser a menininha insegura, ou que colocasse o filho contra os pais... mas então, ela tinha esses sentimentos conflitantes quanto a família dele.

“eu- eu acho que sua mãe não gosta de mim” e Mist odiou a forma vacilante que sua voz saiu ao expor seu ressentimento.

Seth continuou andando firmemente sem nem ao mesmo olhar para ela, “minha mãe odeia todo mundo,  não é apenas com você”.

Isso não era resposta.

“Ela não odeia você” argumentou de volta.

“Ela é obrigada a me tolerar, é diferente” sustentou ainda sem encará-la.

Então, era isso. Provavelmente ele estava achando que isso era coisa da cabeça dela. Imediatamente se arrependeu em ter contado isso. Tentou soltar sua mão da dele, mas Seth foi resistente segurando firme.

“Ouça Mist, talvez você esteja com a noção que minha família fosse algo parecido com a sua” ele começou, seu temperamento já desgastado, “sinto, mas não é” e então ele lambeu os lábios, “eles não vão ser gentis com você, muito pelo contrário, vão apontar todos os seus erros e vão ser exigentes” ele disse finalmente parando e a encarando seriamente, seus olhos azuis abertos para ela, “minha família... agora a sua também, não é fácil. Mas eu só peço que você tolere eles, por favor, não irá adiantar argumentar contra eles”.

Podia ser um ponto no qual ela iria reclamar, bater o pé. Defender sua postura e fazer com que ela a tratasse melhor. Mas então nos seus olhos havia tal magoa que ela só poderia imaginar a origem daquela tristeza daquela dor. Havia algo em seus olhos que ela sentiu como se quase podia dar um nome a, alguma tensão que franziu um triângulo entre as sobrancelhas e comprimiu os lábios em uma linha apertada. Seu peito apertou por dentro e ela soube que não era só ela que estava passando por um momento difícil.

Ela acenou fracamente para ele, concordando em “tolerar sua família”, rendendo a uma dor alheia, a dor de não ser amado pelos que o rodeiam e ainda achar isso completamente normal.

Sua expressão era nada a não ser aliviado e então voltaram a caminhar em silêncio.

 “Muito longe ainda? ” Ela perguntou depois de bastante tempo, achando que não iam chegar nunca.

“Mais um pouco” ele continuou a guiando. Passaram então por uma vegetação mais acirrada, onde frondosas árvores cresciam junto uma das outras, cujos galhos e folhagens imensas cobriam a totalidade do céu acima, torando o lugar escurecido e um tanto sombrio. Mist se perguntou internamente se ele sabia de fato para onde estariam indo e se não estavam a ponto de se perder. Mas a confiança com que ele andava por uma trilha que somente ele podia enxergar fazia com que ela o seguisse.

Mas quando finalmente pensou que nunca chegariam, de repente a vegetação tornou-se mais rala e em uma clareira Mist suspendeu o folego. Era uma maravilha da natureza. Um pequeno lago se formava no meio de uma depressão, cujas águas corriam em pequenas cascatas naturais dos declives do terreno. Cujas águas na superfície eram cobertas por uma neblina espessa, vapor d’água brotava do seu interior formando uma cortina quente que a fez lembrar de algo místico, mesmo sobrenatural.

Se aproximou e tocou a água, pode sentir a temperatura e de fato, quente ao toque, mas ainda notou que a água era extremamente transparente, em tons de verde e azul, podia-se ver o fundo e as pedras que faziam parte do seu solo.

“É lindo!” Ela reverenciou o espetáculo.

“É linda” Seth pronunciou por traz dela.  Ficaram ali presenciando aquele espetáculo da natureza por alguns instantes, antes de Seth envolve-la com seus braços e beijar seu ombro.

Ela enrijeceu com o contato repentino e se voltou para ele surpresa.

O que viu a deixou sem folego: desejo, fome.

“Você é linda” explicou e Mist sentiu um arrepio por todo o corpo, que ela tinha certeza que não era por causa do frio e então, quando ele capturou sua boca, Mist perdeu-se completamente. Sentiu- o no contorno dos lábios e ela os abriu, deixando sugar sua boca, suas mãos voaram para suas costas e sua cintura, exigindo uma maior proximidade, apesar de ser um gesto insistente, era delicado com um toque suave. Com seus sentidos despertos, Mist levantou seus braços para o prender pela nuca.

Ela poderia ter se perdido, a respiração compartilhada e o sabor de sua língua e a sensação de seus lábios contra os dela. Poderia ter sido o suficiente, exceto que não era e ela queria cair mais fundo na ligação, entregar-se a ele até que não houvesse diferença entre os dois.

Tiraram suas botas, as pesadas peles, as túnicas e quando ela finalmente entrou na água sentiu-se gloriosa. Cada terminação nervosa superaquecida. Estava quente e ela sentia sua pele pinicar, na ardência do contato, tornando-a sensível. Ela nadou em círculos até que ele a alcançou e era como sempre, um vínculo que a sacudiu que a fez desmoronar.

Braços e pernas entrelaçados. Mist o olhou por um momento e o achou lindo ao ver o cabelo liso se agarrando em arabescos molhados em torno de sua têmpora e a forma com que a água tornou seus cílios escuros.

"Enrole suas pernas em volta de mim", disse ele. Sua voz era baixa e rouca. Ele parecia inteiramente no controle, mas quando ela obedeceu, apertando as pernas ao redor de sua cintura e pressionando seus corpos mais juntos, ela viu os olhos dele e sentiu sua captura de respiração em sua garganta.

Suas mãos em concha sua parte inferior, e então ele foi beijá-la novamente, seus lábios apaixonados, a língua em sua boca, seus quadris empurrando contra aquele lugar quente, úmida entre as pernas que a fizeram revel no contato mesmo quando ela desejava mais.

No doce som da água e no cálido suspiro da brisa sobre as arvores ao redor, encontraram o clímax juntos e, posteriormente, Mist encostou sua testa no ombro dele. Ele segurou-a lá, de braços enrolado em torno de sua cintura, apenas descansando.

Tinha uma palavra, um mero pensamento que ela procurava achar mais não sabia definir, poderia dizer que era onde ela queria estar para sempre, nos braços fortes. Sentia-se segura, tranquila, serena e até mesmo feliz. Recusou-se a pensar em qualquer outra coisa. Pois ali eram uma só carne, a respiração passando de um para outro no meio daquele lugar isolado.

Foi com extremo pesar que atendeu quando ele disse que deveriam voltar, afinal já tinham passado muito tempo fora e os dias naquele lugar eram mais curtos, fazendo com que escurecesse mais rápido.

Depois que recolheram suas roupas e Seth a ajudou a vestir seu pesado manto, foi sem hesitar que ela deixou ser levada pela mão. O auxílio no terreno instável era apenas uma desculpa agora.

 “Eu acho que não vou conseguir descer até o castelo” ela disse perdendo o fôlego depois de uma hora de caminhada.

Seth riu e deu um aperto firme em sua mão, “cansada, sim?! Acho que eu tenho uma parte nisso então”.

Não passou despercebido sua provocação e a restauração de seu humor, e ela lhe deu um puxão a partir do braço, “você também está cansado... admita” argumentou divertida.

Seth lhe lançou um olhar brilhante, “não, eu sou bastante resistente” declarou.

Foi nesse clima divertido, ambos ostentando seus pequenos sorrisos que chegaram ao castelo e então, um segurando na mão do outro, os cabelos despenteados e as roupas sujas e amassadas que foram saudados de cara por eles.

Os pais de Seth.

 “Estávamos esperando vocês” foi a primeira coisa que Eleonor, mãe de Seth, disse após um olhar avaliador sobre o estado de ambos.

Mist engoliu a seco, procurando a saída mais próxima para poder se esconder daquele constrangimento.

“Algo aconteceu? ” Seth perguntou diretamente ao pai, ainda segurando a mão de Mist na sua.

Eoghan, o fair, que nunca a encarou diretamente expressava um vinco profundo no próprio rosto severo e austero ao avaliar os dois, “Uma embaixada real foi atacada no sul, pessoas morreram”

Mist levou ambas as mãos a boca.

“Mortes” a palavra reverberou em sua mente trazendo os piores presságios.

Não houve mais explicações enquanto Seth seguiu seu pai rumo a algum tipo de reunião de emergência.

“ E você vem comigo” Eleonor exigiu quando ficaram sozinhas. Sem dá chances para protestar, pôs-se em macha e sua única opção foi segui-la, mesmo sabendo que isso não terminaria bem.


Notas Finais


Mist e Seth tem um bom momento juntos, mas então...


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