História That hurts, Mommy - You're crazy, girl

“PALAVRAS LANÇADAS AO VENTO
VERSOS EXPRESSANDO SENTIMENTOS
CARINHOS DEMONSTRANDO AFETO
NÃO SEI SE ISSO TUDO ESTÁ CERTO

TE TER É UMA PRETENSÃO MINHA
SENTIR OS TEUS LABIOS NOS MEUS
TUAS MÃOS QUE A MINHA ACARICIA
MEUS OLHOS FITANDO OS TEUS

CEDER A ESTE PLATÔNICO AMOR
NÃO É O QUE EU QUERIA AGORA
MAS SEI QUE NÃO SUPORTARIA A DOR
DE UM DIA VER VOCÊ INDO EMBORA

ENTÃO PORQUE RESISTIR
PRA QUE TENTAR ESQUECER
SE MEUS OLHOS NÃO ME DEIXAM MENTIR
QUE ESTOU AMANDO VOCÊ

SONHAR, QUERER, DESEJAR...
VIVER, AMAR, PERMITIR...
ACORDAR, TE BUSCAR E NÃO TE ACHAR...
ME FAZ QUERER VOLTAR A DORMIR...
 

NÃO SABER NISSO TUDO SUA VONTADE
ME TRAZ DUVIDAS SE INVISTO OU NÃO
MAS SE VOCÊ QUER SABER A VERDADE
VOU SEGUIR O MEU CORAÇÃO.”

  Algumas horas após a saída de Taeyeon, Hyoyeon resolveu deitar-se e deixar seus pensamentos rolarem por sua cabeça até que seu cérebro decida o que fazer. Alguns minutos se passaram, e a dor espessa de um dia chuvoso em Seul. Ela ainda não conseguiu dormir. Enquanto desaparece, a chuva cessa e reflete na poça. Hyoyeon se vê parecendo mais miserável hoje.

 A morena pega seu celular e checa as horas. Era quase quatro horas da manhã e a mesma se encontrava fitando o teto de seu minúsculo e imundo quarto enquanto decide o que fazer. Era muito tarde, então não haveria nada aberto. Ela havia pensado em comprar algumas roupas, comida, produtos para arrumar todo aquele caos dentro de seu apartamento, mas não o fizera por conta do horário. Poderia ter feito isso ontem após a saída de sua prima, mas ao invés disso ela resolveu ligar para sua mãe. Pode-se dizer que ela ficou horas falando com a mesma, e que até tiveram de se ligar novamente por conta do término de seu saldo.

 Algumas horas se passaram e a morena teria dormido no máximo duas horas e meia. Finalmente já passara das sete horas e ela poderia sair às compras.

 Já no mercado, a morena vai pegando tudo o que lhe da na telha. Sua situação era tão critica que a baixinha com um grande talento para dança, não encontrara uma caneta nem mesmo um papel para fazer uma lista do que comprar. As coisas a venda pareciam realmente boas: caixas transbordando de cerejas e maçãs vermelhas como sangue, nozes e damascos, entre outras coisas. Hyoyeon pela primeira vez em meses sorrira. A conversa com sua mãe havia sido boa, mas não boa o suficiente para fazer alguém rir enquanto se lembra de péssimos acontecimentos na sua antiga casa envolvendo um homem que dizia a amar.

***

 O entardecer começa a virar noite e o céu se transforma de cinza claro em azul-escuro. Hyoyeon já se encontrava limpa acompanhada por sua casa que cheirava a flores. A morena arrumou a casa e convidou sua genitora para ter um jantar agradável com sua filha. Ela aceitou, é claro. Hyoyeon preparou seu prato favorito; Bibimbap*.

 Algumas horas depois, a parte afastada da família Kim se encontrava rindo de coisas bobas em um apartamento que mais parecia uma caixa de sapato de tão pequeno.

 As horas se passaram e a Sra.Kim teve de ir para casa. Como não era muito tarde, Hyoyeon resolveu acompanhar a mãe e aproveitar para dar uma volta. Ao deixar sua mãe na porta, a morena teve de esperar a mesma terminar um discurso sobre o quão orgulhosa ela está de sua filha. Coitada, pensou Hyoyeon. Mal sabe que é tudo graças a Taeyeon.

 O dia havia sido ótimo para a baixinha. O melhor do ano pode-se dizer. Pela primeira vez, ela não arranjou algum problema, seja por estar bêbada ou não. Só sabia que nada tiraria o sorriso de seu rosto naquele momento. Nem mesmo a moça a sua frente? Pensou. Perai, o que? Hyoyeon finalmente foca seu olhar na moça bonita que mais parecia uma modelo. Ela estava a alguns passos de Hyoyeon. Parada, com um sorriso decepcionado. Talvez fosse porque esperava não encontra-la por ai nunca mais. A mais alta andou apressadamente até Hyoyeon, que simplesmente a encarava com cara de foda-se.

-Hyoyeon?

-Sim?

 Por um momento as duas se encontravam em um silencio desconfortável. Uma baixinha que não ligava para a presença da outra, e uma alta de cabelos negros que tentava entender o porquê a mais baixa não estava chorando, implorando por seu amor.    

-E ai... Ainda gosta de garotas? –perguntou a mais velha, com um ar de deboche.

-Primeiramente, ser uma garota que gosta de garotas não é um problema. Qualquer garota vale mais que dez garotos. E se você quer saber se eu ainda gosto de VOCÊ, especifique.

-Certo. Você ainda gosta de mim?

 Hyoyeon ri, apenas ri. Era como se aquela fosse a coisa mais engraçada do mundo e a única coisa que a ensinaram a fazer era rir.

-Do que estás rindo garota? – A mais velha possui as mãos na cintura agora.

- Sabe, ontem me perguntaram sobre você. Engraçado como continuei assim, normal. Antigamente meu coração acelerava, meus olhos enchiam de lagrimas, chegava a tremer de ouvir seu nome. Fiquei tão feliz com essa pergunta, porque pude ver e dizer a mim mesma com orgulho “eu superei”. – Diz a morena após recuperar o fôlego. –Você tinha o melhor de mim, mas estragou isso. Vi a minha vida desandar como um trem fora dos trilhos em alta velocidade. Depois daquilo tudo, eu fiquei realmente muito mau. Passei a viver em um cubículo, sendo bancada por uma prima que não gosta de mim por algo que eu não sei o que é até hoje. Era legal ficar sozinha, sem ter que sorrir e parecer satisfeito. E antes que você me fale sobre o seu casamento, seus filhos e a porra toda da qual eu não me interesso, eu quero que saiba que eu estou cansada demais para sequer ficar brava ou dizer qualquer coisa odiosa. Apenas tenha um bom relacionamento. Eu não me importo mesmo. Só não torne isso tão obvio. Pela primeira vez eu só quero um maldito ano onde nada aconteça.

-Você é louca.

-Talvez eu seja. Mas eu vou te contar uma coisa. Os loucos são felizes por que vivem como querem. –E assim a mais baixa vai embora sem se despedir da moça ignorante que se encontrava atrás de si.

 Você fez a coisa certa, Hyoyeon. Acredite, você fez a coisa certa.