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História The Art Of Writing - O Hospital


Escrita por: datingsheeran

Notas do Autor


Oi, gente!
Muito obrigada pelos novos favoritos e comentários. Agora que a história começou de verdade, eu queria muuuuito que vocês me contassem o que estão achando da história! <3
Ah, e quem quiser, me segue no twitter: @datiingsheeran

Espero que gostem!

Capítulo 3 - O Hospital


Fanfic / Fanfiction The Art Of Writing - O Hospital

– Eles já vão te chamar. – Ed me avisou, sentando ao meu lado na sala de espera do hospital. Eu respirei fundo, me sentindo subitamente fraca e zonza, como se eu estivesse com muito sono. O ruivo me analisou e decidiu me ajudar, pegando no pano por mim e me deixando descansar o braço. Eu virei para ele, o que o fez virar para mim também.

Eu o analisei por um tempo, a barba por fazer e os óculos de hastes pretas. O cabelo continuava bagunçado, apesar de agora ele usar um jeans e não mais pijamas.

– Ual. – Eu exclamei, com a voz embargada e ele abriu um sorriso.

– Que foi?

– Seus olhos são de verdade? – Que pergunta besta. Qualquer um sabia que Ed tinha olhos azuis, inclusive eu, mas ao vivo e naquele estado, a pergunta saiu antes que meu cérebro a controlasse. Ed riu baixinho e eu poderia ter corado se não estivesse pálida demais para isso.

– Eu posso garantir que nasci com eles. – Ed fez piada, mantendo um sorriso quente. Quente? Isso é uma definição adequada? O sorriso de Ed era carinhoso, era aquele sorriso que envolvia a gente como um namorado numa noite de inverno. Mas, era só um sorriso e eu estava apenas analisando ele para meu livro. Definitivamente, eu não estava achando o assunto do meu livro atraente e bonito. Isso seria pior do que o que eu já estava fazendo.

– Assim como nasceu com o cabelo laranja.

– Laranja? – Ele perguntou, achando graça.

– Sua mãe nunca lhe perdia no mercado, não é? – Eu tentei fazer piada, mas sentia que minha língua estava enrolando. – Aquele pontinho laranja correndo pelas prateleiras... Impossível de perder.

– Vendo por esse lado... – Ed começou a falar, tentando segurar o riso. – Eu acho que minha mãe deve ser cega, porque tenho certeza que ela já perdeu dois pontos laranjas em alguns lugares. Quer dizer, eu e meu irmão.

– Oh, você tem um irmão! – Eu falei, rindo como se aquilo fosse muito engraçado, mas acho que era apenas o efeito de ter perdido muito sangue e estar meio zonza. Ed riu da minha situação e pressionou mais o pano em minha cabeça, me fazendo estremecer. Eu fechei e logo abri os olhos, encarando o braço de Ed que segurava o pano, apoiado no encosto da cadeira. – Deus do céu!

– Que foi agora? – Ele perguntou sem conseguir conter o riso.

– Seu braço está me cegando com tantas cores! – Eu falei, piscando os olhos várias vezes e isso o fez rir mais.

– Pelo menos, eu sei que você não é uma fã louca que tentou conseguir o emprego de babá para entrar na minha casa. – Ele constatou, sorrindo e eu voltei a encará-lo, surpresa.

– Você achava que eu era uma fã louca?

– Sempre há a possibilidade, porque antes tivemos duas assim. Elas fizeram o teste e reprovaram. Ou você é uma fã?

– Eu não sou sua fã! – Eu falei alto demais e ele arqueou as sobrancelhas.

– Nossa, você odeia minha música tanto assim? – Ele perguntou com um fundo de preocupação, por mais que quisesse fazer piada.

– Não! Desculpe. – Eu falei, envergonhada. – Eu gosto das suas músicas, mas não sou uma fã louca, prometo.

– Tudo bem. – Ele falou, sorrindo.

– Então, outras reprovaram no teste?

– Uma delas era fã e eu a peguei no meu quarto. – Ed me contou, me fazendo rir.

– Ela estava cheirando suas roupas? Tirando fotos?

– Eu juro que ela levou uma cueca minha embora sem que eu visse. – Ele falou, sério, mas isso me fez rir mais, o que o fez rir também. Minha cabeça latejava com o riso, mas eu não conseguia parar. – Eu fiquei realmente preocupado, quando dei falta de uma delas, não ria!

– Ela pode fazer alguma daquelas... Como que chamam? Aquelas simpatias para conseguir um homem em tantos dias. E usará a sua cueca, oh, Deus! – Eu continuei rindo, mas isso o fez corar.

– Bom, se eu me apaixonar subitamente, já sei que o feitiço funcionou.

– Com certeza! – Eu concordei, enquanto ele ria comigo.

Logo fomos atendidos e eu tive que levar quatro pontos que eu não senti quase nada graças à anestesia. Depois Ed acabou me levando para casa, mas não havia ninguém lá. Bernardo estava na aula, na nova escola, onde ele tinha algumas provas por terminar apenas, e Rafael estava procurando um emprego.

– Não tem ninguém? – Ed perguntou, analisando minha casa de fora, ainda dentro do carro.

– Um irmão na escola, outro procurando emprego. – Eu disse, distraída, pegando minhas coisas para descer.

– Eu te acompanho. – Ed decidiu, saindo do carro para abrir a porta para mim. Ah, britânicos, sempre tão educados.

Eu tentei abrir a porta de casa, mas ainda estava bem lenta e não conseguia nem encaixar a chave na fechadura. Ed riu baixinho e tirou a chave da minha mão, o que me fez bufar de vergonha. Eu estava sendo bem idiota naquele dia, pois dizem que a primeira impressão é a que conta e a impressão que eu estava passando era de uma garota desastrada que fazia e falava tudo sem filtro algum.

Uma vez dentro de casa, Ed me ajudou a subir as escadas e me colocou na cama.

– Você quer água? Alguma coisa? – Ele perguntou, atencioso.

– Não, eu estou bem. Vou buscar Halsey daqui a pouco. – Eu prometi, mas ele riu, sentando na cama em que eu tinha acabado de me deitar.

– Não precisa. Dou um jeito, porque é melhor você ficar em casa e cuidar desses pontos.

– Mas, eu estou bem, juro! – Eu falei, enrolada, o que o fez rir.

– Você está falando como se tivesse bebido bastante. – Ele fez graça, me fazendo bufar, frustrada com a situação.

– Eu estou falando assim pela anestesia ou pela perda de sangue ou porque... Ora, eu levei quatro pontos na cabeça por causa de um vaso idiota! Então, acho que tenho o direito de falar enrolado.

– Agora a culpa é do meu vaso? – Ele perguntou, rindo.

– Claro! Você é um homem! Por que diabos você tem um vaso em casa? Homens não deveriam saber muita coisa de decoração! – Eu falei, fervorosa, mas isso só o fez rir mais de mim.

– Eu não sei muita coisa mesmo. – Ele admitiu, sorrindo. – Mas, eu tenho mãe e tenho...

– Uma namorada? – Eu perguntei, afoita demais e Ed parou de falar, me analisando. – Estou sendo inconveniente? Você deve ter uma namorada.

– Por que eu devo ter uma namorada?

– Porque, você tem cara desses homens certinhos que sossegam com uma garota só por anos e anos, depois casam e tem um monte de filhos com a cabeça de fogo para não perder no mercado. – Isso o fez rir, o que me fez querer rir também, porque eu definitivamente estava falando muita besteira.

– Eu estou solteiro, Georgia. – Ele me garantiu, sorrindo.

– Por quê? – Eu perguntei, surpresa, me virando na cama para ficar de lado e o encarar mais de perto. Estava começando a ficar muito cansada.

– Tem que ter um motivo? – Ele perguntou, confuso.

– É claro que tem.

– Meu último namoro acabou e eu não comecei um novo ainda. – Ele falou, rindo.

– Então, você é um desses homens certinhos de uma mulher só! – Eu concluí, sorrindo, mas isso fez Ed rir.

– Eu me sinto menos másculo quando você fala assim.

– Por quê? Não é algo ruim.

– Mas, parece... Bom, eu continuo sendo homem.

– Então, você continua pegando umas mulheres por aí. – Eu falei de uma vez só, fazendo Ed gargalhar. – Numa cidade pequena como essas? Tem como encontrar alguma?

– Ah... A garota não é dessa cidade. – Ele me confidenciou e eu fiquei perplexa. Aquilo não me agradou, mas eu tentei manter a compostura.

– Então, é uma garota fixa?

– Não é fixa. É uma ex namorada, coisa besta. – Ele deu de ombros, se levantando da cama para se despedir.

– Como assim? – Eu perguntei, meio nervosa. Eu precisava de mais informações. Não que eu fosse colocar no meu livro, mas tudo que eu pudesse saber dele ajudaria. Ou, talvez, bem no fundo, fosse apenas uma curiosidade pessoal mesmo. – Coisa besta?

– Por que eu estou te contando isso mesmo? – Ele perguntou, achando graça e eu me sentei devagar para não doer mais a cabeça.

– Porque, você quer me provar que ainda é másculo o suficiente. – Eu tentei dar um bom argumento, o que fez Ed sorrir.

– Você é boa. – Ele admitiu, balançando a cabeça positivamente. – Você é aquele tipo de pessoa que arranca informações com facilidade numa conversa e isso é perigoso.

– O que eu faria com essa informação, Ed? – Eu perguntei, revirando os olhos. – Eu sou uma escritora falida com bloqueio criativo.

– Bom, é apenas uma ex namorada. Eu nem devia ter ficado com ela, foi um erro ou dois quando eu estava meio... Alterado pela bebida.

– Você pretende continuar esse erro? – Eu perguntei, desconfiada e ele riu, balançando a cabeça negativamente.

– Contanto que eu não beba muito e ela não volte para a cidade, tudo ficará bem. – Ele me garantiu. – E agora você me deve.

– Devo o quê? – Eu perguntei, confusa.

– Eu te contei um segredo. Você me deve um segredo. – Ele falou, piscando para mim e eu sorri automaticamente. O sorriso quente de novo. – Fique bem, Georgia. Só volte a trabalhar depois de amanhã. Eu falei com Emmet e vamos te esperar, tudo bem?

– Tudo bem. – Eu resolvi não discutir e Ed simplesmente saiu, me deixando sozinha. Eu ouvi a porta se fechar no andar de baixo, indicando que ele tinha ido embora e respirei fundo, me deitando. Muitas informações para organizar, então eu escreveria assim que conseguisse me livrar do cansaço.

Eu só acordei melhor na manhã seguinte, perto das seis horas, porque dormi demais. Bernardo já estava saindo para a escola e Rafael ainda dormia, então aproveitei para ligar meu notebook e iniciar algumas anotações.

Ed vivia sozinho, mas, por um tempo, seu primo Emmet e a filha moravam com ele. Emmet era viúvo e Halsey era uma menina geniosa de quatro anos que amava vídeo game.

Então, quando fui perceber, nem estava mais escrevendo. Estava no Google, investigando as ex namoradas de Ed. Por que eu estava tão obcecada para saber com quem ele tinha saído? Quem seria a dona de um erro ou dois de Ed Sheeran?

– Eu jurava que você estava aqui para escrever sobre a vida de Ed nessa cidade pacata e não para investigar a vida amorosa dele. – Rafael me assustou, parado atrás de mim, enquanto eu mexia no notebook que eu fechei rapidamente.

– Eu... Eu estou pesquisando sobre a vida dele, porque preciso de informações. – Eu tentei me explicar, mas Rafael riu, enquanto se dirigia para o balcão a fim de se servir de um pouco de café.

– Ou você também já caiu nas graças do ruivo? – Ele perguntou, desconfiado, me fazendo ficar subitamente mal humorada.

– É claro que não! Eu sou muito profissional, Rafael. – Eu falei, cheia de pose, mas ele apenas riu.

– Eu não vou te julgar, Ge. Lá em Los Angeles, eu tinha algumas amigas que morriam de amores pelas músicas desse cara.

– São só músicas. – Eu tentei desconversar, mas isso só deixou Rafael mais obstinado. Ele sentou ao meu lado na mesa, me analisando de perto com seus olhos azuis que ele tinha herdado da nossa mãe. Sortudo. Eu tinha ficado com os olhos castanhos de nosso pai. Então, meu irmão começou seu discurso:

– O problema é que essas músicas falam de um tipo de amor que as mulheres sonham tanto. Elas acham que Ed é um cara maravilhoso, romântico, ideal para casar. Eu não iria me surpreender de você ficar suspirando por ele também. É bem a sua cara.

– O que você quer dizer com “é bem a minha cara”? – Eu perguntei, cerrando os olhos em tom de desafio e Rafael se apoiou na mesa com a sua xícara de café.

– Você é uma romântica incorrigível. – Ele começou, me deixando boquiaberta. – Vamos lá, você escreve romances, está bem na cara. E por mais que você não fale, quando éramos menores, você sonhava com um príncipe encantado. Você acha que esse tipo de coisa existe.

– Eu não acho que príncipes existem. – Eu tentei negar, mas respirei fundo. – E daí? Eu escrevo romances, então é verdade que eu acredito em finais felizes para quem ama.

– Eu não estou te julgando. – Ele falou, rindo. – Eu posso não acreditar em príncipes, mas acredito em pessoa certa também.

– Esse papo está indo bem longe para um cara que eu conheci, literalmente, ontem, não é? – Eu perguntei, revirando os olhos e ele sorriu, assentindo.

– Eu concordo. Mas, lembre-se... – Ele falou enquanto se levantava para deixar a xícara na pia e sair para procurar um emprego novamente. – Eu não vou julgar se você tiver uma quedinha pelo famoso Ed Sheeran... Desde que seja só uma quedinha.

Eu engoli em seco e senti ele beijar meu rosto antes de sair de casa apressado. Só uma quedinha... Não era nem uma quedinha! Eu só estava interessada em Ed como uma escritora e nada mais.

Essas coisas de se sentir atraída por alguém não acontecem em um dia, mesmo que seja um dia com Ed Sheeran te encarando de perto, com olhos azuis claros, enquanto segura um pano e você está ferida. Eu devia estar confundindo as coisas, afinal estava vulnerável e como Rafael disse, Ed era um homem que fazia as mulheres sonharem alto com suas músicas.

Era só isso e nada mais. 



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