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História The Better Side Of Darkness - Você Tem Medo De Mim?


Escrita por: Derby_

Capítulo 15 - Você Tem Medo De Mim?


Entrei na cozinha, preparando um café da manhã e o arrumando em uma bandeja. Danika precisava comer. Assim que estava tudo pronto, vi Kyo passar pela porta, agora já mais acostumada com a falta de roupa daquele nanico pelos corredores do castelo.

- Que porra de gritaria foi essa?

- Sumaya e Die.

- Brigaram de novo?

- Acontece sempre?

- As vezes. Quase nunca brigam, mas quando brigam... na última vez o Die quebrou a porta da cozinha.

Eu ainda não me conformava que Daisuke havia quebrado uma porta de madeira maciça. Enquanto isso, Kyo olhava curioso pra bandeja que eu segurava nas mãos.

- O que foi?

- Onde vai com isso?

- Cansou de ler meus pensamentos, Kyo?

- Preguiça demais pra me concentrar.

- Achei que fizesse isso naturalmente.

- Não. Se eu não quiser eu não consigo ler nada de ninguém. É voluntário.

- Que bom. Bom eu... vou levar comida para a garota do calabouço.

- Garota?

Me espantei com o fato de Kyo não saber do que se tratava.

- Uma das caças do Kaoru.

- Hmm... me dá essa bandeja. Me deixe ver essa garota.

- Mas...

- Vamos... seja uma boa menina e me deixe ver essa garota.

Soltei a bandeja nas mãos de Kyo, enquanto temia pela vida da pobre Danika. Ele poderia atacá-la e acabar com a vida dela em segundos. Não que esse não fosse o final dela, mas Kyo tratava todo mundo que via pela frente como comida. Nada o impediria de entrar naquele calabouço e sugar até a última gota de sangue da pequena Danika. Quando ele saiu da cozinha, Yuuka foi até a geladeira e pegou um pedaço de carne.

- Hmm... cadê a Kaalia?

- Foi caçar com Shiroyama.

- De novo?

- Eles não gostam de fazer estoque de comida, Yuuka. Dizem que a carne fica ruim.

Vi Yelena ir até a morena de mechas azuis, implorando com o olhar por um pedaço de carne. Entrei na conversa, e na brincadeira. Estava cada vez mais me acostumando com o sabor e a textura da carne crua. Mas a pimenta e a hortelã de Sumaya faziam muita falta naqueles pequenos pedaços de pessoas mortas que agora eu triturava com os dentes.

 

...

 

- O que?

- Perguntei se você tem medo de mim, Nyeve.

- Porque isso agora?

- Dá pra responder?

- Tenho.

- Porque?

- Porque você tem cara de assassino. De psicopata. De um animal que vai pular na garganta de quem está conversando com você a qualquer momento e sugar até a última gota de sangue. Mas porque essa pergunta agora?

- Danika tem medo de mim.

- Ela sabe que vai morrer.

- Não... eu nunca disse isso a ela.

- Ela não é burra Kyo.

- Mas... eu queria tirar ela do calabouço. Levar ela pra um quarto. Eu quero cuidar dela.

A bandeja vazia caiu das minhas mãos. Kyo querendo cuidar de alguém?

- Cuidar?

- Já faz mais de um mês que ela está lá. Daqui a pouco vai ficar doente. Ela precisa de um lugar melhor do que uma jaula. Se ela ficar doente... não vamos poder usar o sangue e a carne dela.

Ele disse olhando para os próprios dedos, sem sequer me encarar. Me sentei à sua frente, lhe dando o copo de água que tinha em minhas mãos.

- Não é com a qualidade da carne que você está preocupado, não é?

- Eu não... sei. Eu estou confuso. Ela fala comigo, conversamos durante horas, e mesmo vendo que ela tem medo de mim... ela não pensa em mim com raiva, ou rancor... ela apenas pensa que tem medo. E nem por isso deixa de ser doce e educada. O que eu devo fazer?

- Não sei Kyo. Só você sabe o que deve ser feito. Assim como Kouyou sabia.

- Mas eu não sei.

- Você está apaixonado?

- Apai... hã?

- O que você sente por ela Kyo?

- Não faço idéia. A única coisa que sei é que não quero machucá-la. E não posso deixar que ninguém faça isso. Mas ao mesmo tempo, pensando assim, me sinto um... sei lá. Me sinto fora da minha natureza de assassino.

- Kyo... – estendi minhas mãos por sobre a mesa, para pegar as mãos dele entre as minhas – sua natureza não é a de um assassino. Você é um humano.

- Não mais.

- Garanto que ainda tem muito de humano dentro de você. De vocês todos. Até de Karyu.

- Karyu é muito mais humano do que você imagina. Já pensou no que você vai fazer? A respeito de... vocês?

- Tá lendo meus pensamentos?

 Não preciso. Tá na cara que você está apaixonada por ele.

- E que vou morrer no final. Acho que minha decepção é essa. Ter me apaixonado antes de morrer.

- Sabe Nyeve... se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida, e na outra que eu tinha antes... é o fato de que nunca se tem certeza de nada até as coisas realmente acontecerem.

Kyo saiu da cozinha, aparentemente determinado a fazer o que havia resolvido. E que era um mistério. Fui para o quarto de Sumaya. Eu precisava da ajuda da minha árabe preferida. Assim que cheguei no corredor, no entanto, resolvi que não era o melhor momento para importuná-la. Os gemidos da morena se estendiam pelo corredor. Em plena luz do dia. Não era a melhor hora para importuná-la... mas a minha curiosidade ainda falava mais alto. Parada à porta do quarto da morena, pela pequena fresta eu não conseguia ver muita coisa além do corpo magro, porem forte de Daisuke, completamente nu. As costas largas e bem desenhadas, destacando os esforços de seu corpo pelas veias saltadas em seus braços. Sob seu corpo a morena, sobre a cama, gemendo deliciosamente a cada investida que seu corpo recebia do ruivo. Os movimentos cadenciados, lentos, mas fortes dele, que faziam com que ela gemesse cada vez mais alto, cada vez mais forte. Os gemidos dele, mais baixos, mas demonstrando que seu desejo por ele não era menor do que o dela por seu corpo. Calor. Karyu. Eu precisava sair dali antes que o desejo por aquele maldito vampiro se apoderasse do meu corpo novamente. Fui até meu quarto, e lentamente fechei a porta. Não que eu pudesse ser ouvida. Nada naquele corredor poderia ser ouvido além dos gemidos de Sumaya.



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