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História The Darkness Of Dawn - Capítulo XV - Tyreese


Escrita por: satangie

Notas do Autor


Ué??????????? Um capítulo narrado pelo Tyreese?????????/???? Como assim?????????????
PRIMEIRAMENTE, OLAR NOVAS LEITORAS LINDAS, EU VI OS FAVS, EU LI OS COMENTÁRIOS, VOCÊS SABEM DISSO E EU QUERIA DIZER MUITO OBRIGADAAAAAAAAAAAAAAAAA! Sim, eu tô animada, porque vocês são AAA A A A AAAAAAAAAAA A e porque eu AMO esse capítulo. Ele é narrado pelo Ty sim e é o MAIS fiel a série que eu escrevi até agora. E não, não tem nem a Clara nem o Daryl nele ;;;;;;; mas eu amo esse episódio, é um dos meus favoritos, sabe? O Ty também, então achei justo fazer um capítulo só deles. Espero que vocês amem tanto quanto eu! Até as notas finais!


Boa leitura!

Capítulo 15 - Capítulo XV - Tyreese


- Beth e eu iríamos para lá... É seguro. Tem muros e casas... Além de umas vinte pessoas...

Estávamos reunidos num semicírculo, numa clareira no meio do nada ao redor de uma pequena fogueira que iluminava apenas parte do rosto de Noah enquanto este nos falava sobre sua casa que ficava num condomínio fechado um tanto afastado do centro na Virgínia.

- É uma longa viagem, mas se der certo... será a última – disse Rick esperançoso.

- E se não der? – questionou Glenn.

- Seguiremos em frente – devolveu Rick.

- E encontraremos outro lugar – emendou Michonne.

Na manhã seguinte nos dividimos em dois grupos. Noah, Rick, Michonne, Glenn e eu iriamos na frente para verificar se o lugar continuava de pé. O restante nos esperaria na metade do caminho.

- Quanto falta? – perguntou Rick sentado no banco logo atrás de mim.

Já estávamos rodando há um bom tempo.

- 8 km – respondeu Noah ao meu lado.

- Ei, Carol – chamou Rick com o rádio na mão.

- Estou aqui.

- Estamos chegando.

- Estamos esperando...

- Nos deem vinte minutos para checar.

- Se não tivermos notícias nesse tempo, vamos procura-los.

- Entendido.

- Eu queria te dizer algo...

Tirei os olhos da estrada por um breve momento só para ter certeza de que Noah falara comigo.

- Pode falar.

- A troca. Foi a coisa certa. Deu certo... Só aconteceu algo depois...

- Aconteceu o que tinha que acontecer – devolvi sério.

- Eu nunca quis matar alguém antes... – murmurou ele.

- Eu quis – falei olhando-o – Mas me cegou. Eu só via o que eu queria ver. Eu não estava enfrentando...

- Enfrentando o que?

- O que aconteceu e o que está acontecendo... – respondi – Meu pai sempre dizia para Sasha e para mim que era nosso dever como cidadãos do mundo acompanhar as notícias. Quando eu era pequeno e estava no carro com ele, o rádio sempre estava ligado nas notícias. Algo que aconteceu há 1.600 km de distância ou no final da quadra... Algo horrível que eu nem conseguia entender, mas ele não mudava de estação nem desligava. Simplesmente seguia ouvindo... Para enfrentar. Ele dizia que era o alto custo que pagamos por viver.

- Eu perdi meu pai em Atlanta... Acho que ele teria gostado do seu.

Sorri.

- Ainda tenho minha mãe e irmãos gêmeos mais novos... É o que eu espero – continuou ele visivelmente preocupado.

- Também espero.

- Mais 3 km...

- Vamos estacionar na mata e ir caminhando daqui – disse Rick colocando a mão em meu ombro.

- Não é necessário – devolveu Noah.

- Só por precaução.

Haviam dois carros abandonados logo na entrada da mata. Estacionei próximo ao lado deles. Quando bati a porta, jogando o rifle nas costas, um errante apareceu na janela do carro a minha frente “mordendo” o vidro. Ignorei-o.

- Parece que o nosso é parte da paisagem – afirmou Rick olhando ao redor – Isso é bom.

- É por aqui – disse Noah.

- Eles têm vigias ou atiradores? – perguntou Rick parando há poucos metros de onde a mata acabava dando lugar ao asfalto.

- Tínhamos um caminhão de onde ficávamos vigiando – respondeu o garoto.

Os muros ainda estavam de pé e o portão bem fechado. Noah correu até ele e o sacudiu algumas vezes.

- Ouviram isso? – perguntou olhando para nós.

Balancei a cabeça em sinal negativo.

- Esperem... – pediu Glenn escalando o muro do lado esquerdo.

A expressão dele mudou assim que atingiu o topo... Decepção. Noah escalou o outro lado e com certa dificuldade, se jogou para dentro. O seguimos. O lugar tinha sido atacado. Algumas casas estavam queimadas, outras tinham portas arrancadas e janelas quebradas. Roupas e móveis jogados por todo lugar. Corpos queimados, ou muito feridos e alguns errantes. O muro dos fundos tinha caído. Noah começou a chorar. Caiu e ficou lá deitado... encolhido.

- Ei, vamos... – falei me abaixando e tocando seu ombro alguns minutos depois – Você vai ficar com a gente agora.

Ele se sentou escondendo o rosto entre os joelhos.

- Sinto muito, Noah... – disse Rick abaixado ao seu lado – Vamos ver se tem algo útil por aqui e então voltar.

- Temos que ser rápidos... – emendou Michonne sacando a espada das costas e indo em direção a dois errantes que se aproximavam.

- Eu fico aqui com ele – falei para Rick.

Ele assentiu e se afastou puxando o rádio da cintura.

- Ei, Carol... Conseguimos. Não tem nada...

Noah permaneceu encolhido e não parecia disposto a sair daquela posição tão cedo. Estávamos sozinhos agora.

- Eu queria morrer pelo que perdi... Por quem perdi – murmurei tristemente.

Ainda doía muito me lembrar de Karen, minha namorada. Ninguém entendia o que estava acontecendo na prisão naquela época. As pessoas caiam doentes de repente, com sintomas que lembravam uma forte gripe e em poucos dias morriam, voltando como um deles. Isso era tudo que sabíamos. Então, como medida de prevenção isolamos os doentes. Karen era um deles. E por isso foi morta. Cinzas. Foi assim que a encontrei. Eu só soube que a responsável por aquilo era Carol muito tempo depois... e a perdoei.

 - Um dia eu avancei contra uma manada deles. Só tentando... descontar neles, ou sei lá. Até que eles me pegassem... mas eu acabei com todos... Depois disso, eu ajudei a Judith quando ela precisou. Eu a salvei. Eu a devolvi para o pai... E nada disso teria acontecido se eu tivesse desistido. Se eu tivesse escolhido morrer... – voltei a tocar-lhe o ombro – Noah... Esse não é o fim.

Ele me encarou por longos segundos. Já não chorava mais. Se levantou num salto olhando fixamente para frente e quando vi, ele já estava correndo.

- Ei, nós deveríamos... Noah!

Consegui alcança-lo assim que ele parou em frente a uma das casas há uns bons metros de onde estávamos.

- Essa... essa é minha casa – disse ele praticamente sem fôlego.

- Você não quer entrar aí – falei colocando uma das mãos em seu peito.

- Eu quero.

- Noah...

- Me deixe ver...

- Ok... – cedi – Mas eu vou primeiro.

Puxei a faca do cinto e fui até a porta entreaberta. O silêncio ali era sepulcral. Havia sangue no batente. Bati diversas vezes nele, mas o silêncio permaneceu. Entramos. A sala estava completamente revirada e o corpo de uma mulher de bruços se decompunha no tapete. A causa da morte era um grande ferimento na parte de trás cabeça. Noah se abaixou ao lado dela e cobriu-a com uma manta que estava jogada ao seu lado.

- Eu tentei voltar mais cedo... eu tentei – murmurou ele abraçando as pernas.

Aquela devia ter sido sua mãe. Ouvi um barulho baixo vindo do corredor e deixei Noah sozinho por um momento. Havia um deles atrás da última porta e pelos gemidos e a sombra dos pés, dava pra saber que era uma criança, provavelmente um dos irmãos. Suspirei. Noah não precisava ver aquilo. Ao lado desta porta, havia outra, aberta. O quarto de Noah, supus pelos móveis. O outro irmão estava deitado sobre a cama, morto. Suas tripas tinham sido completamente devoradas. Me senti tonto. Estava difícil respirar...

Na parede acima da cama haviam diversas fotos. Me aproximei para olhá-las melhor. Eram fotos deles juntos. No jardim, no parque, no cinema... Pareciam tão felizes... Tão jovens... Meus olhos se encheram de lágrimas.

Ouvi um grunhido atrás de mim e me virei. O pequeno errante mordeu meu braço esquerdo antes que eu conseguisse chutá-lo para longe. Gritei caindo para trás. O sangue jorrava rápido cobrindo todo o meu braço além do tapete do quarto. O errante voltou a investir e foi quando Noah apareceu, puxou um dos aviões de brinquedo suspensos no teto e enfiou no olho do pequeno, largando-o já imóvel no chão.

- Aguente firme! Eu vou busca-los! – gritou ele desaparecendo na porta.

Não respondi e nem sei se conseguiria. A dor parecia irradiar por todo meu corpo e mesmo que eu tentasse apertar o ferimento, o sangue continuava escorrendo, manchando minhas calças.

 

******

 

Absolutamente tudo em meu corpo queimava como se o quarto estivesse em chamas ao meu redor. Respirar se tornava cada vez mais dolorido. O sangue que manchava o tapete e minha calça já estava praticamente seco e enegrecido. Eu tinha me arrastado para baixo da mesinha ao lado da cama, ali o sangue tomava conta do chão de madeira que não o absorvia, a poça se tornando cada vez maior. O rádio caído próximo a cama começou a chiar.

- “Ao menos 68 cidadãos da república foram mortos durante quatro ataques na costa... O grupo continua com os ataques, avançando pelo interior e as forças da república estão em total descontrole.”

Eu devia estar alucinando.

- Eu tentei te dizer... Eu tentei, cara...

Martin estava ali. Sentado a minha frente com as mãos amarradas como na cabana. Porém, tinha um olho inchado e roxo, além de diversos cortes profundos no pescoço e no peito. Sasha o tinha matado a facadas naquela noite na igreja. É, eu estava alucinando.

- Tinha que ser você... Você é o tipo de cara que salva bebês – disse ele apontando para mim, depois olhou para cima deixando os ferimentos mais amostra – Acha que Gareth conseguiria seguir vocês se você tivesse enfiado uma bala no meu cérebro? Ou se tivesse me cortado como sua irmã fez? – tentei avançar em sua direção, mas era difícil, eu estava tonto – Opa! Não se levante... Se eu não tivesse dito que vocês estavam lá, talvez o Gareth não os perseguisse. Talvez o Bob não morresse. Talvez se ele estivesse vivo poderia ter mudado o destino da Beth. É a porra do efeito dominó... Ou talvez não. Talvez você não fosse mordido agora...

- Mano, isso é besteira – disse Bob sentado na beirada da cama – Eu fui mordido no depósito de comida. Foi da forma que tinha que ser. Simples assim.

O rádio voltou a chiar.

- “...aterrorizando vilas à noite em ataques cheio de brutalidade. Matando inocentes com golpes de machado, outros queimados vivos...”

- Se não tivesse mentido como um covarde e me matado... talvez tivesse mudado as coisas. Talvez a conta fosse paga.

- A conta tem que ser paga – o Governador disse em pé ao lado da porta.

Seu tapa olho inconfundível agora tinha um par. Um buraco de bala na testa, causa de sua morte na invasão a prisão. Eu abominava tudo que ele representava, toda a dor e a desgraça

- Tem que merecer sua estadia e você me disse que faria de tudo para merecê-la. Lembra disso?

O rádio chiava. Grunhidos.

- Está melhor agora, Tyreese – disse Lizzie sentada a minha esquerda. O buraco em sua testa, feito por Carol por matar Mika parecia imitar o do Governador.

- Está. Está melhor agora – afirmou Mika ao seu lado. Sua blusa manchada era o único indício das facadas que sua irmã havia lhe dado.

- Não está melhor agora! Você sabe muito bem! – gritou o Governador vindo em minha direção e se transformando num errante no meio do caminho.

Acordei a tempo de empurrar a cadeira ao meu lado na direção dele e enquanto ele caía, me arrastei para o lado e me levantei, mas eu estava fraco demais, tive que me encostar na parede para não cair. O errante me encurralou. Eu tentava pegar o martelo preso ao meu cinto, mas ele acabou escapando de minha mão. Respirei fundo e consegui empurrar o errante para o lado, corri, mas ele conseguiu me alcançar próximo a porta, me encurralando novamente. Eu não tinha mais forças para empurrá-lo, mas eu não queria morrer. Enfiei meu braço ferido em sua cara e ele mordeu. Gritei tão alto que achei que ficaria surdo. Agarrei a primeira coisa que consegui na estante a que estava encostado e bati com toda força na cabeça dele. Ele me largou. Bati mais uma vez e ele caiu por cima da cadeira inerte. Me desequilibrei e caí sentado. Eu não sabia dizer se o que eu sentia ainda era dor, parecia uma coisa nova, além disso. Me arrastei para baixo da mesinha novamente.

 

******

 

Devo ter desmaiado, pois a próxima coisa de que me lembro é do rádio chiando mais alto. Uma canção começou... Era Beth cantando. Ela estava lá, na janela com um violão. O ferimento na testa, o tiro que tinha sido dado por Dawn brilhando na pele clara. Além de seu canto, eu podia ouvir o choro de Judith ao longe... “Sou um homem lutador e tenho que seguir em frente...”

- Está tudo bem se não quiser mais fazer parte disso, Ty – disse Bob de volta ao seu lugar na cama.

- Não precisa ser parte disso – falou Beth.

- Vê? Esse é o seu problema... Você não queria ser parte disso, mas está sendo agora. Abra os olhos... – provocou Martin ao meu lado.

- Você me disse que merecia sua estadia... – o Governador se abaixou a minha frente – Não fazia ideia do que estava dizendo, não é? Fazia?... Seus olhos estavam abertos, mas você não queria ver... mesmo que eu tenha feito você ver... Mas você se adaptou? Não!... Você se sentou na frente da mulher que matou a mulher que você amava e a perdoou!... Isso já acabou.

- Eu não sabia com quem eu estava falando. Eu disse que faria de tudo para merecer a estadia, mas eu não conhecia você... Mas eu sei, eu sei quem eu sou. Eu sei o que aconteceu e o que está acontecendo. Eu sei. E você não me mostrou nada. Você – apontei para ele com raiva – Você está morto! Tudo que você era está morto e isso aqui ainda não acabou! – eu estava chorando – Não acabou... Eu não dei as costas! Eu continuei acompanhando as notícias para que eu pudesse ajudar!... Eu não vou desistir. Está me ouvindo? Eu não vou desistir!!!

Lizzie e Mika seguraram minha mão... com muita força.

- Segure ele! – gritou Rick, era ele que segurava minha mão realmente - Um golpe só, limpo! Vai!

Vi quando Michonne desceu a espada em direção ao meu braço. Depois disso, eu só via flashes. Já estávamos lá fora, Rick e Noah me segurando. Alguém tentava arrombar o portão com um taco, mas eu não consegui ver quem era. Errantes surgiram. Caí. Noah estava a minha frente. Ouvi gritos e tiros. Me colocaram no banco de trás do carro.

- “Há relatos preocupantes de canibalismo nos acampamentos de refugiados e pelas ruas da república. E apesar das vitórias das forças rebeldes, há relatos perturbadores do aumento da brutalidade de suas táticas...” – o rádio do carro chiava.

- Desligue.

Eu não aguentava mais.

- Tem certeza? – perguntou Bob do banco do passageiro.

- Está tudo bem, Tyreese. Precisa saber – disse Beth do banco do motorista.

- Não está só bem... – Lizzie estava ao meu lado novamente.

- Está melhor agora – completou Mika.

E estava.


Notas Finais


E então, o que vocês acharam????????????????????????
Tenham certeza que vou amar saber a opinião de vocês quanto ao Ty e tudo mais. E sobre o próximo capítulo: vou tentar postá-lo até sexta! Muito obrigada a todxs vocês mais uma vez e até lá!



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