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História The Darkness Of Dawn - Capítulo XVI - Daryl


Escrita por: satangie

Notas do Autor


Olar! Fiquei muito feliz em saber que vocês curtiram tanto o capítulo anterior, pois eu estava tão tensa com ele quanto estou com esse agora. ;; Muito obrigada! 💕 Agora sobre esse capítulo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Bom, não tenho muito o que dizer, eu curti ele assim, massssssssssss não sei. AH! Quero dedicar esse pra uma das minhas leitoras mais lindas e especiais, que acabou se tornando minha amiga e que eu já adoro muito! Cecilia (~Audrey-Muke182), muito obrigada por todo o carinho que você tem pelos meus filhos e também por sempre me incentivar a escrever e postar aqui!


Boa leitura!

Capítulo 16 - Capítulo XVI - Daryl


Após o enterro de Beth, Glenn nos contou que Eugene tinha mentido. Ele não era cientista. Não sabia nada sobre uma possível cura pra aquela merda. Por isso eles tinham voltado. Encontraram Michonne, Carl, Judith e Gabriel no caminho. A igreja tinha sido atacada por errantes.

Já fazia três semanas desde a morte de Beth. Quase duas desde a de Tyreese. E há uma semana estávamos vivendo praticamente sem água e comida. Pra piorar, o calor não dava trégua nem mesmo a noite. Rumávamos para Washington. Rick acreditava que havia algo lá, pois mesmo que Eugene tivesse mentido, ele tinha pensado em Washington por alguma razão, certo? Eu não sabia.

A gasolina dos carros tinha acabado há algumas horas. Avançávamos a pé lentamente pela estrada enquanto o ar abafado nos sufocava. Estávamos cansados, mas precisávamos continuar para achar um lugar antes do anoitecer. De repente, um grupo de errantes apareceu alguns metros atrás de nós.

- Deixem. Pegamos eles num momento mais oportuno... Eles não vão a lugar nenhum... – disse Rick

- Sei que você perdeu algo em Atlanta... – continuou ele chegando perto de mim.

Olhei para ele. Judith resmungava e esperneava em seus braços.

- Ela está com fome.

- Ela está bem... Ela vai ficar bem – afirmou olhando-a.

- Precisamos achar água... comida... e logo.

- Vamos achar algo no caminho, Daryl – disse Clara.

Ela sorria fraco ao meu lado. Seus cachos estavam presos num coque bagunçado, mas alguns mais curtos insistiam em lhe cair sobre o rosto. Ela tinha olhos grandes e tão escuros quanto seus cabelos. Sua pele era morena clara e – no que era visível – tinha tatuagens cobrindo metade de seu braço direito – uma delas parecia se estender para suas costas, mas não dava pra ter certeza por causa da camiseta regata larga que escondia bastante de seu corpo. Notei que continuava olhando-a depois de todo esse tempo e pigarreei olhando para o chão.

- Vou dar uma olhada por aí – falei estendendo o rifle que carregava para Rick.

- Ok... mas não demore muito – disse ele pegando o rifle.

- Eu vou com você – disse Carol atrás de nós.

- Não precisa.

- Vai me impedir?

Dei de ombros. Ela riu jogando seu rifle nas costas e me empurrou em direção as árvores.

           

******

 

 - Conseguiu achar algo? – perguntou Carol parando ao meu lado.

Toda a vegetação ao redor estava amarelada e seca.

- Não... Não tem nada aqui.

- Talvez devêssemos voltar.

- Pode ir – falei lhe dando as costas.

- Acho que ela salvou minha vida... – murmurou ela – Ela salvou a sua também, não foi?

Parei. Ela se aproximou me estendendo uma faca dentro da bainha.

- Era dela...

Carol fez menção para que eu a pegasse. Apertei a faca entre meus dedos com força e passei a encarar a bainha sem saber o que fazer a seguir.

- Não estamos mortos.

Olhei para ela.

- Foi o que você disse, lembra?... Você não está morto. Somos diferentes, sabe, eu não consigo me permitir, mas você?... Eu te conheço. Tem que se deixar sentir...

Ela deu um meio sorriso levando uma das mãos até o meu rosto e afastando meu cabelo. Segurou minha cabeça por trás e me deu um beijo demorado na testa.

- E vai.

 

******

           

O grupo de errantes tinha sido morto. Acabei pisando na cabeça de um ao voltamos para a estrada e Michonne olhava para Sasha caída próximo aos pés de Carol como se ela tivesse feito merda das grandes.

- Eu falei pra você parar – disse Michonne pausadamente.

Sasha se levantou e a encarou por alguns segundos, mas lhe deu as costas sem dizer nada.

- Que porra aconteceu aqui? – perguntei parando ao lado de Clara.

 - O plano era jogá-los lá para baixo – disse ela apontando para o barranco antes da ponte em que estávamos –, mas Sasha achou melhor descontar a raiva neles e quase foi atacada.

- Hm.

Só nos demos conta de que os outros tinham voltado a caminhar quando Rick assobiou nos chamando.

- Encontraram alguma coisa? – perguntou ela apertando o passo.

- Não...

Ela voltou a sorrir fraco.

- Ei, vamos parar um pouco.

Clara deu as costas antes mesmo de Rick terminar de falar. O clima entre os dois não tinha melhorado, mas ninguém falava sobre. Assenti olhando-o e tirei a besta das costas no mesmo segundo em que dois cachorros saíram do meio do mato do lado contrário ao que estávamos latindo raivosamente, mas não por muito tempo.

- Carne fresca – disse Sasha nos olhando após atirar certeiramente nos dois.

Todos pareciam perturbados enquanto comiam. Ou talvez fosse exaustão. Eles só mastigavam e olhavam para o nada. Eu não. Afinal, eu estava com muita fome e sempre gostei mais dos gatos.

 

******

 

O cansaço parecia ser nossos ossos, mas não podíamos parar. Caminhávamos vagarosamente. Já estávamos no fim da tarde e precisávamos encontrar um lugar para passar a noite logo.

- Maggie, beba um pouco – pediu Glenn lhe estendendo uma garrafinha meio cheia d’água.

- Não.

- Que tal você falar comigo, então?

- Eu nunca achei que ela estivesse viva – disse ela segundos depois – Nunca achei. Depois do papai, não sei... se eu conseguiria. Mas depois do que o Daryl falou, eu esperava que ela estivesse. E descobrir que ela estava e depois que não estava no mesmo dia... Vê-la daquele jeito... Eu não sei se quero continuar lutando.

Eu estava na beirada da estrada logo atrás deles e ergui a cabeça quando ouvi meu nome. As palavras de Maggie pareciam ter espiralado pelo ar até mim se enroscando ao redor da minha cabeça e turvando meus pensamentos como se fossem fumaça. Menos o pensamento de que aquilo tudo era minha culpa.

- Você quer. É quem você é, Maggie. Lutamos para estar aqui. E devemos continuar lutando.

Ele a segurou pela cintura e lhe ofereceu a garrafinha novamente. Ela cedeu e bebeu um gole.

- Daryl... – chamou ela esticando-a para mim.

- Não.

- Daryl... – insistiu.

- Não!

- Ei, podemos passar por isso... mas temos que continuar juntos – disse Glenn parado ao seu lado.

Encarei-o por um momento. Balancei a cabeça negativamente para Maggie e lhes dei as costas. Desapareci entre as árvores antes que tentassem perguntar aonde eu ia. Eu só queria ficar sozinho.

 

******

 

As árvores ali eram irregulares e espaçadas. Não demorou muito para que eu visse entre elas algo que parecia uma construção. Um celeiro. Estava inteiro. Sentei-me no pé de uma das árvores que beirava o caminho de terra seca até lá. Busquei o isqueiro e os cigarros meio amassados que eu trazia num bolso do colete. Botei um deles entre os lábios e acendi, tragando longamente.

            “Você vai ser o último a restar. [...] Você vai sentir tanto a minha falta quando eu morrer, Daryl Dixon.” Soltei a fumaça que já incomodava em minha garganta toda de uma vez. Olhei para o céu onde algumas nuvens começavam a se juntar e dei um último trago antes de tirar o cigarro dos lábios e apaga-lo direito nas costas da minha mão esquerda. Larguei o cigarro apagado no chão entre minhas pernas. O pequeno círculo negro deixado por ele em minha pele podia doer, mas não tanto quanto as palavras de Beth. E eu não conseguia... Meus olhos começaram a arder. Não dava mais pra aguentar. Um relâmpago cortou o céu enquanto eu tentava conter as lágrimas que insistiam em brotar.

 

******

 

Voltei a fim de encontrar os outros e lhes contar sobre o celeiro. Eles também tinham algo pra me contar. Algo grande. Rick esticou uma folha para mim onde se podia ler “DE UM AMIGO” em letras grandes e azuis. E no meio deles, havia várias garrafas cheias de água arrumadas num quadrado perfeito. Soltei a folha e puxei a besta das costas olhando para a mata ao redor.

- O que faremos? – perguntou Tara.

- Não isso – respondeu Rick apontando para as garrafas – Não sabemos quem deixou.

- Se for uma armadilha, já estamos nela, mas prefiro pensar que veio de um amigo – disse Eugene.

- E se não for? E se colocaram alguma coisa? – questionou Carol.

A resposta de Eugene foi se abaixar e pegar uma delas.

- O que está fazendo?! – gritou Rosita.

- Controle de qualidade – devolveu ele abrindo-a.

Ele levou a garrafa até a boca, mas antes que pudesse provar, Abraham bateu nela derramando toda a água e jogando-a longe.

- Não podemos – disse Rick tensos segundos depois.

Começou a trovejar forte e todos olhamos para cima quase que automaticamente. E de repente, começou a chover.

Alguns abriram as bocas tentando matar a sede sorrindo, outros começaram a rir, Clara foi um deles. Seus olhos estavam fechados e o cabelo dançava grudando em seu rosto cada vez mais... Já tinha um tempo desde que eu ouvira aquela risada pela última vez. Tara e Rosita se deitaram no chão com um dos braços sobre os olhos. Rick, Michonne e Abraham tinham conseguido encher algumas garrafas. Nossas roupas já estavam encharcadas e a chuva, além dos relâmpagos e trovões estavam ficando mais e mais fortes. Judith começou a chorar no colo de Carl sob o seu chapéu. Bati no ombro de Rick.

- Eu achei um celeiro!

- Onde? – gritou ele em resposta.

           

******

 

Já tinha anoitecido. A chuva açoitava as paredes do celeiro sem dó, mas ele estava aguentando. Eu tentava aumentar o fogo improvisado num canto com alguns pedaços de madeira, mas sem sucesso, eles estavam molhados demais. Joguei-os para trás.

Carl dormia com Judith ao seu lado deitado atrás de Rick que os olhava praticamente sem piscar. Glenn tinha o olhar perdido nas chamas a sua frente, Michonne também. Clara abraçava as próprias pernas ao meu lado.

- Ele vai ficar bem – disse Carol sentando-se ao lado de Michonne.

Rick a olhou piscando algumas vezes.

- Ele se recupera mais rápido que qualquer um de nós – continuou ela com um sorriso amargo nos lábios.

- Eu costumava ter pena das crianças que vão crescer agora no meio disso... Mas elas crescem e se acostumam com o mundo. Na verdade, é mais fácil pra eles – ponderou Rick.

- O mundo não é assim – murmurou Michonne.

- Poderia ser...  – começou Glenn.

- Isso seria desistir – devolveu ela.

- É a realidade – insistiu o coreano.

- Até que tudo mude é isso que é o mundo – disse Rick encarando Michonne.

Ela não respondeu.

- Quando eu era criança perguntei ao meu avô se ele tinha matado alemães na guerra. Ele não respondeu. Disse que isso era coisa de adulto. Então perguntei se os alemães tinham tentado mata-lo e ele ficou muito quieto... Ele disse que morreu quando pisou no solo inimigo. Todos os dias ele acordava e dizia para si: “Descanse em paz. Agora levante e vá pra guerra.” E depois de anos fingindo estar morto, ele voltou a viver... Esse é o truque, eu acho... Se fizermos o que for preciso teremos o direito de viver. Não importa o que encontraremos em DC, vamos ficar bem. Porque é assim que sobrevivemos... pensando que nós somos os mortos vivos.

O único barulho que rompia o silêncio era o crepitar do fogo.

- Não somos eles... – falei encarando-o.

Me levantei pegando a besta atrás de mim. Eu não tinha como ir lá pra fora, então parei em frente as portas e fiquei andando de um lado para outro.

 Aquilo não estava certo. Sobreviver. Ter uma subvida. Como eles. Como os errantes. Não. Sobreviver não era viver e eu já estava cansado daquilo. Eu não vivera toda a minha vida até ali.

Ventava muito forte e a corrente que mantinha as portas fechadas estava frouxa. Larguei a besta de lado, puxando a corrente para arrumá-la e foi quando vi. Uma horda de errantes vinha em direção ao celeiro. Empurrei a porta com toda força e puxei a corrente torcendo-a, mas eles já estavam lá empurrando de volta. Batiam e grunhiam agitados. Maggie surgiu de repente e começou a empurrar junto comigo. O vento lá fora assobiava tão alto que parecia prestes a nos carregar com ele. Sasha apareceu seguida por todos os outros se jogando contra as portas. Nossos pés escorregavam pela terra fofa, mas continuávamos a empurrar com toda a força. O barulho do vento aumentou, os trovões e relâmpagos também. Houve um grande estrondo vindo de fora e depois... silêncio.

 

******

 

A claridade invadia o celeiro pelas frestas das portas e também por alguns buracos e irregularidades das paredes. Clara e eu estávamos sentados num canto.

- Você deveria dormir pelo menos um pouco – murmurou ela enquanto desenhava espirais na terra com o próprio dedo.

- Você também.

- Eu estou bem – devolveu sorrindo brevemente.

Eu precisava mesmo. Meus olhos ardiam e pesavam. Suspirei esfregando-os com ambas as mãos. Quando voltei a olhá-la, seus olhos estavam fixos em meu colo, o que eu estranhei de início, mas quando percebi o real motivo, escondi minha mão.

- O que é isso?

Seus olhos pareciam estranhamente maiores agora.

- O que?

- Em sua mão...

- Nada.

- Me deixa ver – pediu estendendo a sua em minha direção.

- Não é nada, Clara.

Cruzei os braços.

- Daryl...

Ela estava virada de frente para mim.

- Se não é nada por que não me deixa ver?

Não respondi.

- Você está bem?

Balancei a cabeça em sinal positivo.

- Você é um péssimo mentiroso... – afirmou encostando a cabeça contra a parede.

Ficamos em silêncio. Clara suspirou e fechou os olhos, como se estivesse cansada. Não pude evitar olhar para os seus lábios e em seguida novamente para os seus olhos, só para me certificar de que não tinha sido pego. Suas mãos descansavam relaxadas em seu colo e foi entre elas que coloquei a minha sentindo meu coração acelerar violentamente. Ela abriu os olhos quase que imediatamente e puxou minha mão para mais perto. Quando seus dedos tocaram a pequena queimadura, tentei puxar minha mão, mas ela a segurou com mais força.

- Não faça isso com você... – pediu voltando a me olhar.

Eu me sentia estranho. Envergonhado, talvez.

- Promete que não vai mais fazer isso?

Olhei para baixo.

- Daryl, você não está sozinho. Você sabe disso, não sabe?... Daryl...

- Sim.

- Ei, olha pra mim. Daryl... Daryl, por favor...

Ela soltou uma das mãos da minha e segurou meu queixo me forçando a levantar o olhar.

- E você não está morto. Não é como eles. Você está vivo... Aqui e agora.

Seu olhar deixou o meu demorando-se em meus lábios. Eu não fazia ideia do que ela faria a seguir, mas senti um tremor percorrer todo o meu corpo quando nossos joelhos se chocaram. Ela guiava meu queixo em sua direção enquanto soltava sua outra mão da minha. Seus lábios quentes e macios tocaram os meus brevemente. Ela segurava o meu rosto entre as mãos. Eu queria mais daquilo. Puxei-a pela cintura fazendo nossos lábios se juntarem mais uma vez.

Eu estava vivo.


Notas Finais


ENTÃO, O QUE VOCÊS ACHARAM? TÔ NERVOUSA AQUI! Já sabem que tudo que vocês quiserem me dizer será lido como todo o carinho e respondido também (só não sei se vou conseguir expressar meus sentimentos sem linkar reaction pictures e tal). Até o próximo (que agora, de verdade, não sei quando sai ;;)!


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