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História The Darkness Of Dawn - Capítulo XVII


Escrita por: satangie

Notas do Autor


*entre crises existenciais, relatórios, saudades de TWD, provas e muita gripe*
EU VOLTEI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Acabei de editar esse capítulo, juro! Tava doida pra postar ele logo, mas não conseguia terminar de editar o bendito!!! MAS VENCI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Espero que vocês gostem dele, tentei trazer mais um pouco da personalidade da Clara nesse já que vocês NUM MENTIRAM E ADORARAM ela discutindo com o Rick e também falando/cuidando do Daryl (meus filhinhos ;-;). Acho que é isso...
AH, obrigada pelos novos favoritos mesmo nesse MÊS que não postei nada (gente, MÊS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!) e pelos comentários tão lindicos e positivos! Vocês são demais e me dão forças pra, mesmo que eu demore, continuar essa história que é muito especial pra mim. ❤
Sem mais delongas:


Boa leitura!

Capítulo 17 - Capítulo XVII


Pessoas fazem coisas estúpidas quando estão com medo, seja ele qual for. E eu estava com muito medo. Medo de perder Daryl. Então o beijei. Eu sentia que minhas palavras não estavam sendo o bastante. Meu coração batia apertado. Ele podia estar me ouvindo, mas não estava me escutando. Forcei-o a olhar para mim, era importante, ele tinha que escutar. Ele estava vivo.

Meu Deus, eu não queria perde-lo, eu não podia... Um calafrio cortou minha espinha quando um flash da morte de Beth piscou em minha mente. Daryl estava quebrado. Ele mal olhava nos olhos de qualquer um quando falava. Na verdade, ele mal falava.

Mas ele me olhava agora, quase sem piscar e minha mão continuava firme em seu queixo. Eu nunca o havia tocado por tanto tempo. Ele parecia estar me escutando agora e eu não sabia mais o que dizer. Eu só não queria perde-lo, ou parar de tocá-lo... Eu estava com tanto medo, tanto. Foi quando me inclinei em sua direção e segurando seu rosto o mais delicadamente possível, pelos poucos segundos de coragem que consegui reunir, senti seus lábios nos meus. Tinha sido estupidez.

Quando enfim o senti me tocar, tremi, meu corpo todo arrepiando e antes que eu pudesse ao menos respirar fundo, ele me puxou juntando nossos lábios novamente. Meu coração parecia prestes a explodir. Tentei não sorrir, não apertá-lo ou algo assim, pois essa era a minha vontade. Talvez não tivesse sido estupidez.

Afastei-me de Daryl com todo o cuidado com que me aproximei, até mais e voltei a me sentar, com as pernas cruzadas. Foi quando Maggie apareceu. Daryl pigarreou e abraçou as próprias pernas. Balancei a cabeça tentando não rir. Maggie sorriu indicando a porta com a cabeça e sumindo no momento seguinte. Me levantei ouvindo o barulho da corrente da porta sendo mexida e bati as mãos na calça a fim de retirar o excesso de terra.

Não olhei para Daryl, mas eu sabia que ele estava olhando para o chão. Senti meu rosto esquentar um pouco antes de sumir no mesmo ponto que Maggie. Respirei fundo e alcancei a porta entreaberta.

- Uau – murmurei encarando a devastação a minha frente.

As raízes de diversas árvores derrubadas rasgavam o chão, tornando-o irregular e ruim de pisar. Os errantes estavam em pedaços ou esmagados pelos troncos por toda parte e mesmo assim, grande parte deles ainda grunhia.

Um raio tinha feito tudo aquilo. Havia caído bem no meio deles na noite anterior. Ironicamente, sua queda tinha sido tão próxima, que poderia ter atingido o celeiro facilmente também.

Maggie estava mais adiante, sentada em um dos troncos. Segui até lá ignorando as mãos e os gemidos ao meu redor e me sentei logo ao lado dela suspirando. Seu olhar caiu sobre mim quase que imediatamente. Engoli em seco. Eu evitava ao máximo olhá-la nos olhos, porque eles eram o que mais me lembravam de que ela era irmã de Beth. Meu rosto estava começando a esquentar.

- Então... – pigarreei – O que estamos fazendo aqui?

- Obrigada.

Olhei para ela completamente perdida.

- Você ajudou minha irmã. Mais de uma vez. E não desistiu dela.

Senti meu coração descer até o estômago. Ela tinha lágrimas nos olhos... Desviei o olhar.

- Sua irmã me ajudou bem mais. Eu não sabia o que era ter esperança há muito tempo, até encontra-la – falei olhando para o verde que se estendia além de onde meus olhos podiam ver.

- Daryl também ajudou nisso?

Antes que eu pudesse responder, um homem desconhecido apareceu entre o mato alto ao nosso lado me fazendo levantar num salto puxando a arma. Maggie fez o mesmo.

- Olá. Eu não quis interromper... – disse ele com as mãos levantadas na altura do peito – Bom dia – continuou sorrindo – Meu nome é Aaron. Eu sei, estranhos são perigosos, mas... eu sou um amigo – ele deu alguns passos em nossa direção – E eu gostaria de falar com a pessoa no comando. Rick, certo?

- Como você...? – começou Maggie.

- Por quê? – perguntei.

- Eu tenho boas notícias.

 

******

 

Quando empurrei a porta do celeiro com Aaron e Maggie logo atrás de mim, eu já estava pronta e esperando.

- Ei, todo mundo – chamei enquanto tocava o braço de Aaron como sinal para que este avançasse – Esse é o Aaron.

- O encontramos lá fora. Sozinho – emendou Maggie do outro lado.

Daryl passou por nós com a besta nas mãos antes mesmo de Maggie terminar de falar. Perscrutou a mata lá fora por longos segundos antes de fechar a porta com força e largar a besta no chão para revistar Aaron.

Os demais nos olhavam em silêncio enquanto isso. Noah e Abraham apontavam os rifles para Aaron. Rick também estava com a pistola na mão, mas abaixada.

- Pegamos a arma e o equipamento dele – falei tocando a alça da mochila em minhas costas enquanto Daryl pegava a besta do chão e se levantava.

- Oi – disse Aaron ainda com as mãos levantadas – Hã, muito praz...

Segurei seu braço antes que ele desse o próximo passo. Ele recolheu a mão que tinha estendido para Rick.

- Onde está a arma dele? – perguntou Rick para mim.

Maggie a entregou a ele que a guardou nas costas.

- Precisa de alguma coisa? – indagou para Aaron.

- Ele disse que tem um acampamento aqui perto – respondi – E quer que façamos uma audição para entrar.

- Eu queria que existisse outra palavra – continuou Aaron – “Audição” nos faz parecer algo como... um grupo de dança. Isso é só nas sextas à noite.

Seu tom era leve e divertido.

- Bom, hm... Não, não é um acampamento. É uma comunidade. Eu acho que todos vocês dariam audições valiosas, mas... não depende só de mim. Minha função é convencê-los a vir comigo. E eu sei, se eu fosse vocês também não viria. Não até saber exatamente onde estaria me metendo... Clara, você poderia, por favor, entregar minha mochila ao Rick? – perguntou virando-se para mim.

Olhei para Rick por um momento antes de tirar a mochila das costas e jogar para ele.

- Há um envelope no bolso da frente.

Rick tinha se ajoelhado enquanto abria o bolso indicado.

- Não há como convencê-los a virem comigo só falando da nossa comunidade e foi por isso que eu as trouxe. Peço desculpas antecipadas pela qualidade das fotos – riu – Achamos uma câmera quand...

- Ninguém se importa – interrompeu Daryl.

Aaron se virou para ele como se tivesse acabado de notar que Daryl continuava logo atrás dele e devolveu:

- Tem razão...

Rick já estava com as fotos nas mãos.

- Essa é a primeira foto que eu queria mostrar pra vocês, pois nada sobre a nossa comunidade terá importância a menos que saibam que estarão seguros. Se vocês se juntarem a nós, estarão... – sua voz vacilava – Cada painel desse muro tem 4,5 metros de altura por 3,5 metros de largura de puro aço emoldurados por vigas e tubos quadrados também de aço. Nada vivo ou morto passa por esse muro sem a nossa permissão. Como eu disse, segurança é obviamente importante. Na verdade, só há um recurso mais importante que esse para a nossa comunidade e sua sobrevivência. As pessoas. Juntos, somos fortes. E vocês podem nos fortalecer ainda mais... Na próxima foto, vocês verão além dos portões...

Antes que Aaron pudesse terminar de falar, Rick, novamente de pé, se adiantou em sua direção e lhe acertou um soco no rosto que o fez cair no chão desacordado no momento seguinte. Cerrei os punhos com força enquanto Daryl e Maggie se abaixavam ao lado de Aaron. Agora praticamente todos estavam ao nosso redor e eu sentia os olhares voando de Aaron para Rick e de Rick para mim. Eu não queria pressupor, mas sabia que algo como aquilo iria acontecer. E vindo de Rick.

- Parem de me olhar como se esperassem que eu fosse agir como louca também – falei no tom mais áspero que consegui – Se vocês têm algo contra o que acabou de acontecer aqui sugiro que abram as bocas e falem.

Saí do meio deles ignorando os novos olhares. Surpresa, talvez? Fui de encontro a Carl e Judith que apesar de tudo, permanecia extremamente calma. Sorri.

- O que você quis dizer com aquilo? – perguntou Carl.

Olhei para ele por alguns segundos e balancei a cabeça em sinal negativo.

- Só pra esclarecer, não era um olhar de “vamos atacar o cara” e sim de “ele parece legal pra mim” – disse Michonne ao lado de Rick que tinha voltado até onde deixara a mochila de Aaron.

Pelo menos alguém com bom senso.

- Precisamos verificar – devolveu ele – Vamos esvaziar sua mochila... Carl...

Peguei Judith de seus braços antes mesmo que ele se virasse para mim. A pequena agarrou uma mecha do meu cabelo murmurando algo e eu sorri tentando ignorar a proximidade de Rick.

- Precisamos observar todos os lados. Eles estão vindo atrás de nós. Podemos não saber como ou quando, mas estão – continuou ele olhando para os outros que começaram a se mover em direção as paredes de madeira imediatamente.

Aaron continuava desacordado e Daryl e Carol tinham amarrado seus pulsos e tornozelos com cordas.

- Clara e eu não o vimos chegar. Teria nos machucado se quisesse – disse Maggie ajoelhada ao lado dele.

- Alguém está vendo alguma coisa? – perguntou Rick ignorando-a.

- Muito onde se esconder – respondeu Glenn sem tirar os olhos de uma das brechas na madeira.

- Certo. Continuem observando – disse antes de se virar para Carl – O que encontrou?

- Nunca vi uma arma assim antes...

Rick tirou o sinalizador das mãos de Carl no mesmo momento em que Aaron gemeu acordando.

- Foi um belo cruzado de direita – disse ele sorrindo quando Rick chegou perto.

- Sente-o – ordenou Rick para Maggie.

- Acho que é melh...

- Ele está bem. Sente-o – devolveu Rick.

Maggie e Michonne o sentaram.

- Estão sendo cautelosos. Entendo perfeitamente... – começou Aaron calmamente.

- Quantos estão lá fora?... Você tem um sinalizador – mostrou a arma laranja para ele –, com certeza pra chama-los. Quantos estão lá fora?

- Isso importa? – perguntou ele com um olhar desapontado.

- Sim, importa.

- Claro. Importa quantos estão mesmo lá fora, mas importa quantos eu falar? 8... 32... 444... 0... Não importa, pois você não vai acreditar.

- É difícil acreditar em alguém que sorri logo depois de levar um soco.

- Há quanto tempo estão nos seguindo? – perguntou Daryl tão de repente que dei um pulo.

- O bastante para ver que praticamente ignoram um grupo de mortos em seu caminho. Para ver que mesmo faltando água e comida, vocês não se viram uns contra os outros. Vocês são sobreviventes! E são pessoas. Como eu disse e espero não levar outro soco por repetir: esse é o recurso mais importante no mundo.

Silêncio.

- Quantos estão lá fora? – repetiu Rick pausadamente.

- Um – respondeu Aaron sem piscar.

Rick balançou a cabeça em sinal negativo e deu um passo para trás.

- Sabia que não acreditaria em mim... Se não são palavras nem fotos, o que é necessário para convencer vocês de que isso é real?!... E se eu os levasse à comunidade? Todos. Se sairmos agora, chegamos na hora do almoço!

- Não sei como 16 de nós caberão no carro em que você e seu amigo vieram – retrucou Rick.

- Viemos separados. Eu num carro e ele num trailer. Tem espaço para todos.

- E você estacionou há poucos quilômetros daqui, claro – disse Carol deixando o sarcasmo transbordar em cada palavra.

- Logo após a Rota 16. Queríamos parar mais perto, mas a tempestade bloqueou a estrada.

- Você realmente pensou em tudo – riu Rick.

- Rick, se eu quisesse emboscá-los, faria isso aqui. Teria queimado o celeiro enquanto dormiam e capturando os que corressem para a única saída... Podem confiar em mim!

Aaron tinha um ponto. Mas sim, Rick também tinha um. Eu queria acreditar em Aaron, eu até acreditava que podia existir esse tal lugar, mas depois de tudo que passamos... Não dava pra confiar de cara, só... não dava. Bater em Aaron não era a resposta, mas ir com ele fácil assim também não. Trocamos olhares por longos segundos, provavelmente tentando achar a resposta que não tínhamos no olhar de qualquer outro.

- Vou checar os carros – disse Michonne rompendo o silêncio.

- Não há carro nenhum.

- Só há um meio de descobrir...

- Não precisamos descobrir.

- Precisamos – devolveu ela – Você sabe o que sabe e está certo nisso, mas eu não.

- Nem eu – Maggie e eu emendamos.

Rick estava profundamente inquieto.

- Seu jeito é perigoso e o meu não – respondeu ele.

- Dispensando um lugar onde poderíamos viver? Onde a Judith poderia viver? É bem perigoso pra mim... Precisamos descobrir o que isso é e é o que faremos.

- Eu também irei – afirmou Glenn.

- Abraham – chamou Rick se virando.

- Eu vou com eles – respondeu ele levantando o rifle.

- Rosita?

Ela acenou com a cabeça afirmativamente guardando a arma nas costas.

- Vocês tem munição caso alguma coisa aconteça?

- Só o que restou – respondeu Glenn.

Daryl puxou Aaron pela gola até uma das vigas próximas a porta e o sentou lá. Devolvi Judith a Carl indo em direção a Michonne.

- Os rádios não funcionam. Se não voltarem em uma hora, iremos atrás de vocês... O que pode ser exatamente o que eles querem – alfinetou Rick quando alcancei a porta.

Revirei os olhos suspirando.

 

******

Aaron não tinha mentido. Voltamos sozinhos com o carro e o trailer cerca de quarenta minutos depois.

- Isso é nosso agora – disse Rick apontando para os enlatados que Glenn e Abraham tinham tirado do trailer.

- Tem mais do que o suficiente aí – retrucou Aaron.

- É nosso. A gente indo ou não ao seu acampamento.

- Como assim? Por que não iríamos? – perguntou Carl.

- Se ele estivesse mentindo ou se quisesse nos machucar... Mas ele não está nem quer nos machucar – devolveu Michonne – Nós precisamos disso. Então nós vamos. Todos nós... Alguém diga algo se não concordar.

Silêncio.

- Sei lá, Rick... Esse celeiro fede a merda de cavalo – disse Daryl.

Contive o riso com uma das mãos sobre os lábios.

- É. Nós vamos – concordou Rick enfim.

Michonne sorriu brevemente.

- Onde fica o seu acampamento? – perguntou Rick virando-se para Aaron.

- Bom, nesse ponto, eu sempre estava atrás do volante, hm... Eu acredito que são boas pessoas. Aposto minha vida nisso, mas não posso apostar as dos meus amigos ainda.

- Você não vai dirigir – afirmou Michonne andando pausadamente em sua direção – Então, se quiser voltar para casa terá que nos dizer como.

Após ponderar por alguns minutos, Aaron respondeu:

- Vão para o norte pela Rota 16.

- E depois? – insistiu Michonne.

- Eu digo quando chegarmos lá.

- Você vai ter que nos dizer como ir pela Rota 23 – interrompeu Rick com o mapa retirado da mochila de Aaron nas mãos.

- Isso é... É uma má ideia. Nós limpamos a Rota 16, será mais rápido.

- Vamos pela Rota 23. Sairemos ao pôr do sol.

- O que???

Eu esperava que o meu tom de incredulidade tivesse prevalecido em cada letra.

- Vamos à noite? – perguntou Sasha no mesmo tom.

- Eu sei que é perigoso, mas é melhor. Se não for seguro, partiremos antes de sermos vistos – respondeu ele.

- Isso é ridículo – falei.

- Ninguém vai machucar vocês!... Você tenta proteger o seu grupo, mas o coloca em perigo! – disse Aaron.

- Aaron está certo!

- Faça-o falar onde é o acampamento e iremos agora – devolveu Rick com o rosto colado no meu.

Meu sangue fervia. Eu podia senti-lo correndo por minhas veias, subindo e descendo tão rápido quanto o meu peito enquanto encarava Rick sem piscar. Os olhos dele me desafiavam a tentar. A baixar o nível só mais um pouco, só o bastante para ele ter o motivo, só isso. E eu não via mais nada além dele. Eu não sentia mais nada fora vontade de sentir o nariz dele afundando nos nós dos meus dedos. Aquele maldito ia acabar nos matando. Puta merda. Cerrei os punhos e dei um passo para trás desviando meu olhar para o de Aaron. Mas ele encarou o chão.

- Bom, será uma longa noite... Comam e descansem – disse Rick quando lhe dei as costas.

 

******

 

Abraham dirigia o trailer pelo breu que era a estrada aquela gora enquanto o resto de nós tentava não pirar ainda mais sobre aquilo. Pelo menos era assim que eu me sentia. Rick, Glenn, Michonne e Aaron estavam no carro bem a nossa frente. Os faróis baixos eram a única coisa que iluminavam o caminho.

Fechei os olhos por um momento, suspirando e passando as mãos pelo rosto enquanto encostava a cabeça na janela ao meu lado.

- Errantes! – berrou Abraham pisando no freio.

Meu estômago foi de encontro a mesa logo a frente e uma dor horrível correu por todo meu corpo.

- Porra – murmurei apertando a camiseta.

Abraham deu ré e minhas costas bateram no banco. Ele entrou aparentemente à esquerda, pois quase caí no chão.

- Espera! Temos que ajuda-los! – ouvi Daryl gritar.

- Não dá pra voltar! – gritou Abraham de volta.

Foi quando uma luz rasgou o céu iluminando tudo dentro do trailer. Um sinalizador tinha sido disparado na direção em que estávamos indo. Abraham acelerou ainda mais.

Chegamos em menos de cinco minutos, mas eles não estavam lá. Só haviam diversos errantes ao redor de um carro velho e um homem gritando muito em cima dele. Desci do trailer puxando minha arma da cintura e acertando a cabeça de um dos errantes. Mirei em outro, mas antes que eu pudesse, Glenn o acertou. Acenei com a cabeça para ele enquanto os outros atacavam o restante dos errantes com golpes e tiros. O homem em cima do carro gemia segurando um dos pés.

- Você foi mordido? – gritou Daryl puxando-o pelo pé livre e depois pela camisa.

- Ei, Daryl! – repreendi puxando-o pelo braço.

- Eu não fui mordido! Calma! Eu não... Meu tornozelo... – defendeu-se o homem.

- Parece quebrado – disse Maggie fazendo uma cara não muito animadora.

- Ei, vamos para lá – gritou Abraham apontando para um galpão mais adiante.

Seu nome era Eric. Ele era o outro um, o que veio com Aaron. Ele tinha quebrado o tornozelo enquanto fugia dos errantes a pé, já que tínhamos lhe tirado o trailer. Maggie já cuidara dele, agora era esperar. Já estávamos mais calmos e acomodados. Eric tinha velas em sua mochila e acendemos algumas para iluminar o lugar. Enquanto o grupo se concentrava no primeiro cômodo, entrei no segundo, onde tínhamos deixado Eric deitado e escorreguei para o chão num dos cantos. Ele me olhou e sorriu parecendo entender que eu não queria conversa. Eu só queria silêncio. Sorri de volta e fechei os olhos.

Mas poucos minutos depois, os outros chegaram e Aaron apareceu na porta, correndo até Eric. Trocaram algumas palavras em tom baixo antes e se abraçarem e beijarem. Sorri.

Alguém pigarreou na porta. 

- Oi, eu sou o Eric! – apresentou-se o homem sorrindo.

- Eu sou o Rick.

- Eu já volto – disse Aaron se levantando.

Rick olhou para mim com ar de intimação. Suspirei e me levantei seguindo-os para o outro cômodo.

- Pessoal! Por favor... – pediu Aaron – Obrigado. Vocês salvaram o Eric. Eu devo a vocês, a todos vocês. E me certificarei que a dívida seja totalmente paga quando chegarmos à comunidade... Quando chegarmos a Alexandria – sorriu – Agora, bom, não sei vocês, mas eu adoraria não viajar mais hoje. Que tal pegarmos a estrada amanhã cedo?

- Parece bom – disse Rick logo atrás dele – Mas... se vamos ficar aqui, você vai ter que dormir no trailer.

- Acha mesmo que isso é necessário? – perguntei cruzando os braços.

- Assim é mais seguro. Não conhecemos ele.

- O único jeito de me impedir de ficar com o Eric é atirando em mim.

Glenn se aproximou tocando o braço de Aaron.

- Rick, ele nos contou onde fica o acampamento e ele só viajava com uma pessoa!... Os dois estão desarmados. Um tem o tornozelo quebrado! Também quero que fiquemos seguros, mas... Não posso. Não posso desistir de todo o resto. Importa... Importa sim.

 

******

 

As velas já estavam quase no fim e eu ainda não tinha conseguido dormir. Os grilos cantavam alto lá fora. Dei-me por vencida e me sentei, entediada, tentando limpar a poeira que tinha grudado em minha calça e foi quando notei Daryl, do outro lado do galpão, deitado com as mãos atrás da cabeça me olhando. Senti meu rosto esquentar e desviei o olhar.

Pensamentos sobre aquela manhã açoitaram minha mente fazendo meu coração bater mais rápido. Respirei fundo e fechei as mãos em punho com força até sentir minhas unhas machucando as palmas. Eu não podia acreditar em mim mesma.

Eu tinha 27 anos e estava agindo como se tivesse 10 a menos. Em pânico porque o garoto que eu beijei estava me olhando. Caralho, Clara, caralho. Para. Me obriguei a olhá-lo novamente com o olhar mais firme possível, mas ele não estava mais lá.

- Pronta? – perguntou ele se sentando ao meu lado.

- O que? Pra que? – perguntei soltando todo o ar dos pulmões de uma vez.

- Alexandria – respondeu Daryl.

- Ah. É, acho que sim, hm. E você?

- Não sei.

Silêncio. Encarei o lugar onde ele estivera deitado minutos antes por um tempo antes de falar:

- Aaron e Eric parecem ser boas pessoas.

Daryl apenas assentiu.

- Vai ser bom...

Senti seus olhos procurando os meus, mas não me movi.

- ... se der certo.

 


Notas Finais


E AÍ? ME CONTEM TUDO O QUE VOCÊS ACHARAM E NÃO ACHARAM DO CAPÍTULO, OK??? ✨SAFE SPACE✨ AQUI, JURO!!! E VOCÊS JÁ SABEM TAMBÉM, NÉ?


XO


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