Terminei logo de cortar o bolo com os pensamentos longes. O que deu no Carl? Eu vou esquecer isso. Quando ia cortando o último pedaço, jogaram uma pedra na janela, o que me distraiu e fez cortar meu dedo. Argh mas que droga! Está bem fundo. Enrolei em um pedaço de pano e fui ver quem jogou a pedra. Não tinha ninguém, que ótimo.
Peguei uma travessa pequena e coloquei 3 pedaços, já que minha torta é bem grande, e arrumei minha faca na cintura e saí. Olhei pra ver se não tinha ninguém. Ótimo, sem uma alma viva. E assim comecei a caminhar tranquilamente pela rua. Eu vi o Carl com o povo e ele parecia um pouco triste, será que fui muito grossa? Não, tudo bem.
Passei reto e logo cheguei na despensa. Subi as escadinhas e bati na porta, depois de alguns segundos Olivia abriu a porta e sorriu ao me ver.
Olivia: oi Sophie.
Eu: oi Olivia, eu trouxe a torta- disse estendendo a travessa com o bolo.
Olivia: a que ótimo, deixa eu ver como ele está- disse pegando da minha mão.
Ela pegou a vasilha olhou e deu uma beliscada nele.
Olivia: nossa isso está ótimo- disse comendo um pouco mais.
Eu: muito obrigada- disse sorrindo- eu já vou indo.
Olivia: tchau e faça bolos mais vezes.
E assim eu fui embora. Nossa eu nem percebi mas já está ficando tarde.
Eu vi novamente as meninas e os meninos e dessa vez resolvi ir dar um oi.
Eu: oi gente- disse me aproximando.
Todos: oi- falaram menos o Carl.
Eu fui para perto do Carl e sentei do lado dele.
Eu: desculpe por ter sido tão grossa aquela hora- disse sussurrando.
Carl: por que você foi tão grossa?- perguntou também sussurrando.
Eu: eu... eu não sei- disse sincera.
Carl: você tem certeza que nã....- e antes de terminar de falar foi interrompido pela Tainá.
Tainá: vão ficar segredo ou vão focar aqui?- disse fingindo estar brava.
Eu: depois conversamos- disse para o Carl, que assentiu com a cabeça- contem as novas- disse levantando e indo até eles.
E assim ficamos conversando até anoitecer, e as estrelas aparecerem. Seria impressão minha ou o céu está mais escuro a cada minuto? Minhas pernas fraquejaram e eu caí no chão. A última coisa que eu ouvi foi: Sophie! E depois eu mergulhei na inconsciência.
Pov ’s Carl
Estávamos conversando alegremente e começou a escurecer. Eu tinha meio que feito as pazes com a Sophie. Eu não sei o que deu em mim eu só comecei a me aproximar dela, eu acho ela uma pessoa admirável e foi a primeira pessoa que eu me dei tão bem desde que cheguei aqui.
Quando estava escuro eu olhei para a Sophie e ela parecia meio... perdida. Antes de perguntar o que ela tinha ela revirou os olhos e caiu no chão.
Todo mundo correu para ajudar a ver o que tinha acontecido com ela, eu chequei os pulsos e ela ainda estava viva. Mas o que aconteceu?
Carregamos ela e a levamos com a Denise, que mandou a gente por ela na cama e sair de lá. Eu não tive escolha então saí e fui pra casa.
Pov’s Sophie
Eu acordei e estava com agulhas enfiadas no braço. Mas que porra é essa? Tirei as agulhas e tentei levantar mas fiquei tonta na hora.
Estranha: não. Deite, você está desidratada e seu estômago não tem nada de comida. Resolveu fazer dieta?- ela disse e pôs as agulhas de novo no meu braço.
Eu: eu não quero saber. Tira isso de mim- disse tirando de novo.
Estranha: desculpe, preciso que você fiquei com isso até melhorar- e pôs de novo.
Eu a olhei com uma cara tipo: já acabou Jessica?
Eu: me desculpe mas eu não deixo estranhos enfiarem coisas em mim. (não pensem coisas kkkk).
Estranha: eu não sou estranha, sou a doutora Denise e estou querendo lhe ajudar.
Eu: fazer o que- murmurei e deitei de novo.
Ela me deu um pote de enlatado mas eu não peguei.
Denise: pega. Vai te ajudar.
Eu peguei relutante mas assim que pus a colher na boca pude perceber que estava com muita fome.
Eu: eu já estou melhor, posso ir?- disse pondo a lata vazia de lado.
Denise: pode, mas preciso que você coma direito, tudo bem?
Eu: ok- disse levantando e me arrumando- obrigada doutora.
Denise: por nada, tchau e se cuide.
Eu: tudo bem- disse saindo.
E eu saí, me fazendo encolher por conta do frio da chuva fina que engrossava a cada minuto.
Eu saí da varanda e andei bem devagar para aproveitar cada segundo daquela maravilhosa água gelada que caía sobre meu corpo. Senti vontade de chorar e rir, mas me controlei. Corri pro lago que tinha aqui e sentei no gramado. Observar a chuva cair e bater na água.... maravilhoso.
Depois de uns 10 minutos olhando fixamente para água eu ouço um barulho mas não ligo se é pessoa ou se é zumbi. Nenhum dos dois podem me ferir, sou rápida e atenta e os zumbis... eles também não podem. (segredo no arrrrr).
Continuo a olhar até que vejo alguém se sentar ao meu lado. Olho pra ver e é o Carl.
Eu: oi Carl- disse olhando pra água.
Em resposta ele me abraça, eu me assusto mas retribuo meio sem jeito.
Carl: quem bom que está melhor- disse agora me abraçando de lado.
Eu: eu só estava com o estômago vazio. Nada demais- disse sem me importar.
Carl: mas ainda assim fiquei preocupado, quer dizer nós ficamos- disse a última parte rapidamente.
Eu: isso é bom- disse olhando pra ele e sorrindo.
Eu nem tinha percebido o quanto estávamos próximos e apenas notei quando virei o rosto. Ele me encarou profundamente com seus olhos incrivelmente belos. Ele se aproximou devagar e antes de fazer qualquer outra coisa e rolei para o lado e levantei depressa.
Eu: desculpe Carl, mas eu não permito me apaixonar em pleno apocalipse.
Carl: e por que- disse levantando também e me encarando.
Eu: por que eu vou ficar fraca, vulnerável, um peso para os outros. E eu não quero isso- disse com a voz baixa.
Carl: eu posso te proteger, eu posso te ajudar- disse se aproximando.
Eu: por favor- disse levantando a mão.
Carl: tudo bem- disse recuando- apenas pense.
E assim que ele foi embora, sentei-me no chão e fiquei sozinha com meus pensamentos e a chuva.
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