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História The Fallout - Peace Of Mind Is Less Than Ever!


Escrita por: CoalaBeterraba e Naaatchu

Notas do Autor


OOOOOOOOOI POVO BONITO! ~Coala aqui (para a desgraça da nação, acho)
Mais um capítulo de The Fallout quentinho prôceis <3
O capítulo é bem tenso, eu diria. Quem acompanha The Serial Killer sabe o porquê.
A música de inspiração é Nightmare, do Avenged Sevenfold. O trecho quer dizer "a paz de espírito é menor que nunca", porque eu achei que tinha a ver com o capítulo.
Vou parar de importunar vocês, aproveitem a história, beijos!

Capítulo 17 - Peace Of Mind Is Less Than Ever!


Gabs.

Eu tenho me perguntado sobre muitas coisas ultimamente. Mas a minha última pergunta interna foi: o que diabos o Haner ganharia matando uma amiga da Natália? Tá, ela era prostituta, uma vítima padrão. Mas por que ela? Por que não uma outra?

Ele deve estar tentando me atingir.

Vários pensamentos corriam em minha mente. A vontade de matar Brian corria em minhas veias.

- O que está pensando? – Sam me tirou de meus devaneios enquanto dirigíamos até uma loja de suprimentos médicos e magia branca, onde um amigo meu nos esperava.

- Muita coisa. – respondi.

- É aqui? – perguntou e eu assenti. – Eu vou com você.

Assenti novamente e saí do carro. As ruas estavam relativamente vazias e Sam armou-se com uma faca e um revolver.

- Sem armas. – falei.

- Por quê?

- Esse meu amigo, Glenn, ele fica arisco com a presença de armamentos. – respondi. – Já foi ferido muitas vezes e tem traumas. Pode te atacar se ele chegar a ver as armas.

- O que ele é? – perguntou enquanto recolocava o armamento no carro. – Um vampiro, um lobisomem, um Nefilim, um demônio?

Ri da pergunta e ele olhou para mim com um olhar de “está rindo do quê?”. Peguei seu rosto e lhe dei um selinho nos lábios.

- Existem outras criaturas além das que estão no diário de seu pai, Sam.

Sam fechou o carro e entramos na loja de fachada antiga. Ali haviam vários livros e alguns tubos de exame de sangue, seringas, jalecos, estetoscópios e outras coisas. Assim que cheguei ao balcão, comecei a bater minhas unhas na madeira antiga que o constituía.

- Gabriella, você vai danificar meu balcão dessa forma. – a voz masculina, de tom sarcástico disse. – A não ser que você queira pagar por outra bancada de mogno.

Parei de bater as unhas e ele virou-se. Quando viu Sam, o olhar dele mudou.

- Quem é esse? – Glenn perguntou, curioso.

- Esse é Sam Winchester. – respondi.

Sam.

- Você trouxe um caçador pra cá? – perguntou Glenn à Gabriella. – Você está querendo me matar?!

- Glenn, acalme-se. – ela interviu em uma voz hipnotizante. – Ele não está com nenhuma arma.

- Você tem certeza disso? – perguntou.

- Fiz com que ele não trouxesse arma nenhuma para cá, Glenn. – ela respondeu, o que era verdade. – E ele não vai te machucar.

- Não? – perguntou em confusão.

- Não. – respondi e ele passou a me analisar de cima a baixo. – Gab, não vejo nada de sobrenatural nele.

- Glenn... – ela começou.

- Tá, tá. – ele disse, revirando os olhos. – Já mostro.

Glenn tirou os óculos e seu rosto começou a se modificar, dando forma a um pássaro. Mas não um pássaro qualquer. Eu só não saberia dizer que pássaro era, por ser todo e completamente branco.

- O que você é? – perguntei, estupefato e o rosto de Glenn voltou ao normal.

- Eu sou um corvo branco.

- Corvo branco? – perguntei.

- Sim, o único do meu bando. – respondeu. – Da minha família. Não gosto de tocar nesse assunto. Era pra eu estar morto. Corvos brancos não são bem aceitos no bando quando nascem.

- Segundo a mitologia você é perfeito. – Gabriella comentou.

- As pessoas perfeitas falham. – Glenn rebateu. – Tanto que o corvo falhou com Apolo. Afinal, o que você veio fazer aqui?

- Preciso de algumas agulhas, seringas e tubos para exames de sangue. – falou. – E de um livro de magia branca.

- Pra quê? – perguntou. – Você é um anjo, não uma bruxa.

- Vou ter que ser. – ela disse. – Haner atacou novamente. Uma prostituta, amiga intima do anjo que caiu comigo. E, do modo que a conheço, ela vai querer vingança.

- Haner é um ocultista muito assíduo ao livro de São Cipriano. – Glenn comentou e Gabriella havia pago pelas coisas e saímos da loja. – Voltem sempre.

Meu celular começou a tocar e li o nome de Dean na tela.

- Só um minuto. – falei e atendi. - Aconteceu alguma coisa? – perguntei e Gabriella olhou pra mim.

- Sim, a amiguinha da sua namoradinha quase me estuprou! – respondeu.

- A Natália o quê? – perguntei, basicamente gritando do outro lado da linha.

- O que tem a Nat? – Gab perguntou.

- É, cara. – falou. – Ela começou a me beijar e a tirar a minha roupa. – Dean suspirou antes de continuar. – Depois disse que era errado e se trancou no quarto.

Comecei a rir de gargalhar, assim que Dean disse isso. Gab olhou para mim com uma cara de “qual foi a graça?” e ficou olhando, tentando segurar o riso.

- Isso é sério? – perguntei, ainda rindo.

- Sim. – ele respondeu.

- Ela acabou de perder uma amiga querida, deve estar meio mal e fez isso pensando que ia ajudar em algo. Deixe-a em paz e vá assistir a algum filme de guerra.

- Filme de guerra? – ele perguntou confuso.

- É, talvez pessoas morrendo e sangue pra todo lado te ajude com um certo desconforto.

- Vá se ferrar. – ele disse e desligou.

- O que aconteceu? – perguntou preocupada.

- Ele disse que a Natália seduziu ele e depois foi pro quarto. – respondi, ainda rindo. – E que agora está trancada lá.

- Deuses. – Gab riu. – Pensei que fosse algo mais sério.

 A viagem de carro estava pouco quieta demais. O trânsito estava caótico e resolvi colocar alguma música. “You Shook Me All Night Long”, do AC/DC começou a tocar e ri para mim mesmo, pensando na noite passada. Os arranhões em minhas costas ainda doíam.

- Rindo do quê? – Gab perguntou. Olhei pra ela.

- Essa música me faz lembrar de ontem. – respondi. – Da nossa noite.

- Por causa do título? – ela perguntou. Assenti. – Machuquei muito suas costas?

- Não. – menti e ela arqueou as sobrancelhas, como se dissesse “não minta pra mim”. Revirei os olhos e usei do eufemismo. – Só um pouco. Mas é uma dor boa.

- Dor boa? – ela perguntou, eu assenti. Ela bocejou e cruzou os braços. – Culpa sua eu estar com sono.

- Se você está com sono, é porque você gostou. – falei. – Os arranhões na parte de trás do meu ombro até o fim das minhas costas não dizem o contrário.

Olhei pra ela e ela corou. Ela lutava para buscar uma resposta à altura e toda vez que ela levantava o dedo indicador da mão direita e abria a boca pra falar, ela fechava a boca de novo. Ri da forma que ela buscava uma resposta e ela deu um meio sorriso malicioso.

- Você ainda não viu nada, Winchester. – ela disse. – Ontem foi pouco, longe de tudo que eu posso oferecer entre quatro paredes.

- Então, quando tudo isso acabar, - comecei. – Quero tudo o que você tem pra me oferecer.

E então comecei a imaginar Gabriella vestida em uma fantasia de garota colegial. Suspirei e ela soltou um risinho.

- O que foi? – perguntei.

- Nada. – respondeu. Eu sabia que não era nada. Só não sabia o que era.

Uns vinte minutos mais tarde foi o suficiente para que ela acabasse dormindo no carro. O trânsito finalmente andou e ela dormia serenamente. Desliguei a música. O barulho do carro e a respiração quase que silenciosa e pesada de Gabriella era a única trilha sonora enquanto voltávamos para o hotel.

Gabs. ~ Meia hora mais tarde. ~

Senti minhas costas em um lugar macio e me vi deitada na cama, dentro do quarto de hotel que Sam e eu dividíamos. Levantei-me da cama transpirando e peguei algumas roupas limpas: uma calça jeans, camiseta regata e preta, alguma lingerie e coturnos. Uma toalha limpa e comecei a encher a banheira com água fria.

Assim que a banheira encheu, entrei nela e comecei a pensar nos porquês que fizeram Brian matar Lizzy. Não cheguei a conhece-la, mas deve ter sido uma boa pessoa. Assim como Blair. Terminei de tomar meu banho e me vesti. Senti-me com alguma tontura e depois senti algum formigamento nos lábios, como um beijo. Passei a mordê-los para que a sensação fosse embora.

Fui para a sala, encontrei Sam, Dean e Castiel.

- Castiel, o que faz aqui? – perguntei.

- Dean me chamou e eu vim. – respondeu.

- Ah sim. – falei. – Onde está Natália?

Ninguém me respondeu. A preocupação começou a tomar meus sentidos.

- Onde está a Natália, Dean? – perguntei e olhei pra ele. Minha raiva começou a criar faíscas.

- E-e-ela está no quarto. – ele disse e gaguejou. – Onde mais ela estaria?

Observei-o por mais algum tempo e olhei para a porta do quarto que ela e Dean passariam a dividir. Ela não sair daquele quarto até agora? Nem pra comer ou tomar um ar na varanda?

- Quero ver como ela está. – falei de súbito e comecei a andar até a porta. Consegui chegar perto da porta e Sam tentou me impedir. O instinto de proteção e a preocupação com Nat me fizeram dar-lhe uma cotovelada no estômago, que o fez se contorcer.

Abri a porta do quarto e ela não estava em nenhum lugar que eu pudesse ver.

- Nat? – perguntei por ela. Ninguém respondeu.

Comecei a procura-la e a gritar seu nome cada vez mais alto. Procurei-a no banheiro, embaixo da cama, dentro do guarda-roupas e nada. Ela não estava em lugar algum. Peguei minha faca em cima da cômoda e saí do quarto. Sam, Dean e Castiel olharam pra mim. Dirigi meu olhar a Dean e avancei nele, grudando a minha faca em seu pescoço.

- Onde ela está, Winchester?! – gritei. – Onde ela está?!

- Eu não sei onde ela está! – ele gritou.

- Como não sabe? – gritei mais alto ainda. – Te deixei responsável de protege-la e de não deixa-la sair de modo algum e o que você fez? Você falhou!

- Gabriella, sai de cima dele. – Castiel disse firmemente. Não obedeci e me mantive ali, com a faca no pescoço de Dean.

- Gab, sai de cima dele. – Sam disse e, de repente, eu estava entorpecida demais para me movimentar. O aperto das minhas mãos no cabo da faca deixou de existir. Senti as mãos de Sam me tirando de cima de Dean e vi Castiel levantando-o. Sam me colocou no sofá.

Comecei a pensar para onde ela poderia ter ido. Levantei-me, fui até o quarto, peguei meu celular e vi onde eu havia ido recentemente. Ligações e mensagens. Fui às mensagens e que número estava escancarado na tela? O do Brian. Saí do quarto e devo ter ficado tão branca quanto um fantasma, pois Sam me olhou preocupado.

- Gab...

- Ela foi atrás do Brian. – falei, sem acreditar em minhas próprias palavras.

Sentei no sofá enquanto pensava onde Natália poderia ter ido. No apartamento do Brian ela não foi. Ela não seria idiota a ponto de cavar sua própria cova. Ela deve ter marcado em algum lugar. Não tem boates abertas de dia e Natália não marcaria encontro no hotel que estamos hospedados. Isso só revelaria a nossa localização.

- Como você pôde ter sido tão lerdo, Dean?! – gritei e ele olhou para mim.

- Ela me seduziu! – ele gritou, em protesto. – Me deixou sexualmente frustrado! O que eu poderia fazer?

- Resistir à ela! – respondi.

- Você acha que eu não tentei?  - ele gritou mais alto. E depois falou em tom normal: - Olha, teve uma hora que ela parou e foi para o quarto e eu fui para a varanda espairecer.

- Provavelmente ela conseguiu fugir nesse meio tempo que você foi pra varanda e me ligou. – Sam disse.

- Droga. – Dean suspirou.

 O silêncio pairou por um tempo e Natália veio na minha mente mais uma vez. Comecei a ligar inúmeras vezes. O celular chamava, mas ninguém atendia. Agora já era fácil saber que o celular dela estava ligado. Liguei mais de dez vezes e ela não atendia. Sempre a mesma maldita mensagem de caixa postal. Onde ela foi, que não voltou até agora? Onde ela poderia estar? A raiva me tomou mais uma vez.

- Faz quanto tempo que ela saiu? – Castiel perguntou.

- Faz algum tempo. Umas quatro horas, acho. – respondi.

- Quatro não. – Dean disse. – Quase doze. São sete da noite.

Fui até a varanda e olhei o sol se pondo a oeste. Las Vegas era uma cidade “isso ou aquilo”: ou tinha o luxo dos casinos, hotéis e boates; ou lugares simplórios, caquéticos e abandonados. Suspirei pesadamente. Senti meus pulsos sendo arranhados, como se algo entrasse neles. Algo metálico, do tipo arame.

Entrei no lounge e a dor nos pulsos começou a aumentar. Senti a dor nos pulsos aumentar e grunhi, vendo as marcas em meus pulsos se formarem.

- Gab? – Sam perguntou preocupado e senti falta de ar, como se eu estivesse sendo afogada. Minha respiração e batimentos cardíacos aceleravam e eu comecei a procurar ar para respirar, respirando pela boca e pelo nariz ao mesmo tempo e, de súbito, a insuficiência respiratória parou.

- O que aconteceu com ela? – Dean perguntou, confuso.

- Como ela e Natália caíram juntas e não se separaram – Castiel começou. – Tudo o que acontecer de ruim fisicamente com a Natália, enquanto elas estiverem longe uma da outra, Gabriella vai sentir. E vice-versa.

- Como vamos localizá-la? – Dean perguntou e Sam pegou seu laptop.

- Preciso que ela retorne uma ligação. – ele respondeu. – E precisamos de tempo o suficiente para localizarmos o sinal do celular.

– Natália desapareceu do mapa e não deu sinal de vida até... – meu celular começou a tocar, interrompendo minha fala. Sam conectou o celular no computador, eu atendi e coloquei o celular no viva-voz.

- Natália, cadê você? – perguntei, minha voz em tom de bronca e preocupação.

- Oi docinho. – uma voz masculina disse, em escárnio. Meu torpor transformou-se em choque. E então, em ódio.

- Haner, cadê a Natália? – perguntei, com raiva na voz. – O que você fez com ela?

- Calma docinho, só estamos nos divertindo um pouco. – ele respondeu.

- Haner, se você tocar em um fio de cabelo da Natália eu juro que ela vai ser a última mulher que você vai tocar nessa sua existência mísera. – falei em um tom de ameaça. – E você sabe o quanto eu cumpro minha palavra.

- Tarde demais, docinho. – ele disse. – Não é verdade, amorzinho? – ele dirigiu-se à Nat. Pude sentir isso. Ela não respondeu.

- Não é verdade? – ele perguntou mais uma vez. Nada da voz dela. – Me responde, sua cadela!

Assim que ele gritou dessa forma com ela, ouvi e senti a dor do tapa na cara que Nat levou.

- É. – ela sussurrou. Ouvi sua respiração amedrontada. Tive mais motivos para odiar Brian pela eternidade.

- Nat? – perguntei, a preocupação sobrepondo-se ao ódio por Brian. As lágrimas começando a descer por meu rosto. Dean, Castiel e Sam olhando para mim. – Nat, onde você está?

- Eu não... sei. – respondeu, vacilando. – Ele me deu um “boa noite, Cinderela”, Gabs. Quando acordei, já estava presa.

- Como... como isso aconteceu? – perguntei. E Brian permitiu que ela me contasse. Canalha. Filho da puta. Ah, como eu estava odiando ele.

- Nos encontramos em um bar no fim de Nevada. – ela começou. – Uma garota bêbada trombou em mim e eu me distraí. Agora Ashley e eu estamos presas aqui. 

- Ashley, a garota bêbada? – olhei para os homens e para o anjo que estavam na minha frente e sentei-me na cadeira que ficava perto do sofá. 

- É. – respondeu. – Tentamos fugir mas ele nos pegou e agora... ela está morta.

O tom melancólico na voz dela só me trazia mais raiva e preocupação. Haner matou uma pessoa inocente. Que não era uma vítima padrão. As lágrimas ainda desciam pelo meu rosto e respirei fundo. Tinha que ter sangue frio para libertar Nat a todo custo.

- O que você quer pra libertar ela? – perguntei. – E me devolver minha pena?

- Bom, docinho - ele começou com aquele maldito tom de escárnio. - Quero mais sangue. Porque penas de anjo e a sua amiguinha são coisas muito caras. Além do outro favor que você deve. Lembra-se do favor da boate?

- Balthazar era seu mentor. - falei. - Matar o assassino do seu "pai" de ocultismo é um favor que eu pedi pra você? Isso é algum tipo de brincadeira doentia?

- É o que eu acho digno. - ele respondeu. Suspirei. - Brincadeira doentia? Às vezes eu duvido de que você realmente me conhece, Anjo.

Olhei para todos na sala. Eu tinha que me sacrificar pela Nat. Eu prometi a ela que não a deixaria sozinha como Irina fez. Suspirei pesadamente mais uma vez e senti dor da minha nuca até a base das minhas costas. Brian estava agredindo-a com uma faca, cortando de leve sua pele e eu sentia isso também.

- O trato é o seguinte, Haner. - comecei. - Eu vou lhe dar o que quer. Com uma condição: não a torture mais. Ela não merece ser torturada dessa forma. A sua cobrança de dívida é comigo. Não com ela.
 

- Ela procurou por mim. - falou. - Ela teve o que ela queria.

 

- Ela não queria ser mutilada e torturada por você! – exclamei indignada com o que eu havia acabado de ouvir. - Ela apenas quis vingar a morte da amiga. Ela apenas quis justiça.

- Talvez eu seja a pessoa menos justa que você já conheceu. - ele contra atacou. - Mas diga a ela que se comporte. Ou ela vai sofrer novamente nas minhas mãos.

 

- Nat. - chamei-a e respirei fundo, tentando conter as lágrimas. - Não faça nada à ele. Vamos te tirar daí.

- Vamos? - Haner perguntou. - Você e mais quem? Os seus amiguinhos caçadores? Te quero aqui sozinha. No máximo com apenas um deles. Não traga polícia ou esse docinho aqui na minha frente vai sofrer as consequências. Não vai?

Nat não respondeu. De novo e eu já sabia o que estava por vir. Senti minha respiração diminuir com a pressão em meu pescoço. Ele estava a estrangulando.

- Sim. - ela respondeu em um leve fio de voz. O que me fez tapar a minha boca para não chorar e para que Brian não percebesse que tudo o que ele faz com Natália também me atinge.

- Amanhã ligo com instruções de como chegar aqui. - ele disse. - Até amanhã anjo. Sua amiguinha e sua pena te esperam.

Ele riu e desligou. E soltou o pescoço da Nat. Eu cai chorando no chão, tentando recuperar minha respiração. Senti os braços de alguém me tirando do chão e me deitando no sofá. Minha respiração só se acalmou quando a crise de choro acabou. Meu nariz estava meio entupido e me sentei. Sam havia me trazido um café, doce que só ele, mas ainda sim valeu a intenção. Tomei o café e fiquei mais calma. As escoriações causadas pela tortura que Brian infligia a Nat estavam sumindo.

- Isso é tudo minha culpa. – Dean gritou, cravando sua faca na mesa. – Se eu tivesse prestado mais atenção, se eu não tivesse sido tão burro, se eu não tivesse...

- Dean, não é culpa sua. – falei e ele olhou pra mim. – Posso ter dito isso em um momento de raiva, mas Natália ia dar um jeito de passar a perna em você. Conheço a peça.

- Mesmo assim. – falou. – Eu poderia ter prestado mais atenção.

- Ai, meu calcanhar! – gritei com a dor lancinante que veio. Haner não estava cumprindo sua maldita palavra. – Ele está a torturando ainda.

Procurei me acalmar e a dor no calcanhar passou. Agora era hora de pensar com sangue frio.

- Haner não quer todos nós lá. – falei. – Quer a mim e um de vocês. Dean, você vai comigo.

- Por que o Dean e não eu? – Sam perguntou. – Ou Castiel?

- Porque eu fui o culpado do sequestro de Natália e à tortura a que ela está passando. – respondeu. – Devo isso à ela. E, Sammy, não é hora para ciúmes.

Ele deu um sorriso convencido. E isso irritou Sam.

- Eu não estou com ciúmes. – ele respondeu.

- Está com ciúmes sim, Sam. – Castiel observou, de forma inocente. Sam massageou as têmporas.

- Vamos dormir. – falei. – Amanhã temos que levantar cedo. Castiel, divida o quarto com Dean, tem duas camas de solteiro.

Dean tentou protestar mas olhei para ele e ele retirou a quase queixa. Sam e eu fomos para o quarto. Ele tirou as roupas e colocou a calça do pijama, que deixava seu tórax definido à mostra. Eu tirei as roupas e coloquei uma das camisolas que Nat e eu havíamos comprado em New York. Lembrar dos nossos momentos só me fez chorar, sabendo que ela estava nas mãos de um sádico como Brian.

Deitei-me na cama e Sam me abraçou, me confortando. Não disse nada, pois sabia que eu não estava em condições de responder. Mas, algum tempo depois, ele disse algo que me fez sorrir com o mesmo escárnio sádico que Brian sorri.

- Agora que sabemos onde ela está, o que você tem em mente? – perguntou.

- Mande uma mensagem para que Dean coloque o relógio para despertar quatro da manhã. – falei. – Brian, apesar de ser sádico, tem uma mente fraca. Vou conseguir saber quando ele vai sair do cativeiro e...

- E? – Sam perguntou, enquanto mandava a mensagem.

- E vamos precisar do diário do seu pai. – respondi. – Temos uma armadilha de anjo para fazer.


Notas Finais




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