1. Spirit Fanfics >
  2. The Five Guardians >
  3. Demon's Reign

História The Five Guardians - Demon's Reign


Escrita por: KimYutaka

Notas do Autor


Olá, meus anjos! Como estão todos? Espero que bem!
Bom, eu decidi reaparecer depois de tanto tempo, e trouxe comigo um capítulo dignamente enorme! AAAAH, espero que agrade, amores!
Boa leitura. <3


POR FAVOR, LEIAM AS NOTAS FINAIS!!

Capítulo 29 - Demon's Reign


Fanfic / Fanfiction The Five Guardians - Demon's Reign

            Após a mensagem que o fiel cavaleiro entregou ao Rei e à Rainha Kim, os importantes nomes reuniram-se no pátio do Palácio vizinho junto a uma pequena parte dos súditos. Os ainda reis, pálidos e fracos por conta da doença que os afetara, estavam sentados em seus tronos, enquanto JungKook, apropriadamente vestido para a ocasião, estava sentado no centro dos pais, alguns metros à frente, mantendo em seu rosto a seriedade. À frente da família real, a cavalaria estava, com as espadas postas em frente ao peito, com escudos fortes na mão esquerda, em perfeita postura.

            Quando a rainha, com ajuda de dois sacerdotes, ergueu a coroa diante de seu filho, os convidados levantaram-se e a cavalaria ajoelhou-se, erguendo suas espadas para o céu. A rainha, então, disse:

— Diante de Deus e de seus fieis filhos, promete fidelidade e defesa à lei, aos súditos, a Deus e à Igreja?

            JungKook, ainda com o olhar distante do de sua mãe, disse, em tom claro e alto:

— Eu prometo.

            A rainha, assustada e inquieta sussurrou aos céus um pedido de perdão, para então, por fim, dizer:

— Com o poder concedido a mim, Rainha Jeon Sun-Hee, ergo a ti o símbolo de nosso poder presenteado por Deus. Hoje, 20 de janeiro de 1504, nomeio-te, Jeon JungKook, Rei desta nação.

            Ela ergueu a coroa de ouro revestida por joias caras e raríssimas, colocando-a na cabeça de seu filho, para então o pai tomar o lugar da esposa e erguer sua espada, apoiando a lâmina pouco acima de cada um dos ombros do filho.

— Com o poder concedido a mim, Rei Jeon Dong-Sun, ergo a ti o símbolo de nossa força presenteada por Deus. Hoje, 20 de janeiro de 1504, nomeio-te, Jeon JungKook, Rei desta nação.

            Após as últimas palavras, o pai ajoelhou-se ao lado de sua esposa, para o sacerdote dizer por fim:

— Que Deus salve nosso Rei. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém.

            JungKook direcionou o olhar à mãe, então sorriu brevemente antes de dizer:

— Amém.

— Curvem-se diante seu Rei.

            Disse o sacerdote, então cada um dos presentes curvaram-se, enquanto JungKook levantou-se, ainda sem expressão alguma, apenas olhando cada um dos presentes, à procura de Annelise, então, afastada de todos, ela estava, curvada diante ao amado. Damara, mesmo com o corpo curvado, manteve o olhar preso ao novo Rei, mantendo em seu rosto um largo e vitorioso sorriso, mas logo o apagou e abaixou a cabeça novamente, para então, discretamente, desenhar no ar um complexo sigilo, sussurrando em seguida:

— Com o poder concedido a mim, Rainha da Magia, dedico a ti o símbolo de nosso reinado presenteado por Lúcifer. Hoje, 20 de janeiro de 1504, nomeio-te, Jeon JungKook, Rei desta nação e Guardião da quarta chave. Que assim seja.

            E bastou isso para o céu antes claro e limpo tornar-se escuro e carregado de nuvens negras. Cada um dos presentes direcionou o olhar aos raios que iluminavam o céu, evidentemente anormais. Então, quando a tempestade caiu acima das pessoas, Damara gargalhou e olhou para a antiga Rainha, que em silencioso choro a fitou, pois sabia o que aquilo significava.

— Restam apenas três.

 

 

***

 

 

Fevereiro, 1504

 

 

            Damara olhava-se no espelho quando Pandora entrou no cômodo, batendo a porta com força antes de levar os punhos cerrados de encontro à parede.

— Ora, menina, o que há?

— Ela está aqui!

— Quem está aqui, minha irmã?

— Min Hyeon-Ju!

            A voz nasal e a expressão irritada de Pandora arrancou risos da irmã, que ao aproximar-se, tocou-a o rosto.

— Vamos, quero conhecer esta mulher.

            Pandora nada disse, apenas pôde assentir e seguir a irmã até a sala principal do Palácio, onde a irmã de Yoongi já estava sentada, rodeada por seus amigos, e a bruxa riu internamente, pois aquela jovem nem ao menos chegava aos pés de sua irmã. Quando a presença de ambas foi percebida, imediatamente SeokJin foi até a esposa, beijando-a brevemente antes e puxar uma cadeira para que ela sentasse ao seu lado, então, Taehyung segurou cuidadosamente os ombros de Damara e a colocou diante a Hyeon-Ju.

— Esta é a Damara, irmã de Pandora e esposa do Cavaleiro Alcander.

— É um enorme prazer conhecê-la, senhora. - Hyeon-Ju curvou-se, sendo seguida de Damara.

— O prazer é inteiramente meu, senhorita.

            Hyeon-Ju ficou em breve silêncio ao perceber o olhar de Taehyung sobre Damara, então soprou um riso e olhou Damara de cima a baixo, porém, antes que pudesse dizer qualquer coisa sobre o estranho comportamento de ambos, Yoongi tocou o braço do amigo e acenou para o lado oposto da sala, sorrindo em seguida.

— Vamos, meus caros amigos, creio que as damas têm muito o que conversar e, sinceramente, não quero ouvir baboseiras de mulheres.

            Após um riso de cada um dos rapazes, todos se retiraram, sobrando apenas as três damas, mas depois de um longo tempo, Hyeon-Ju quebrou o silêncio com um riso direcionado à Damara.

— Para a esposa de um servo, tens muita classe e postura, senhora.

            Damara sorriu, balançando os ombros ao ouvir a tentativa de ofensa alheia, para então responder:

— Infelizmente não posso dizer o mesmo. - Damara suspirou, mas manteve o sorriso. - Para a filha de um nobre, com todo o respeito, não tens postura e possui pouca classe.

— O que disseste, senhora? - Hyeon-Ju apagou o sorriso, rangendo os dentes.

— Seus ombros estão caídos, seu pescoço levemente curvado e sua coluna não está corretamente posta ao encosto da cadeira. Pensei que aprendesse tais coisas durante as aulas de etiqueta, senhorita.

— Como ousa falar comigo desta forma, camponesa?

— Ora, minha senhorita, apenas fui tão honesta quanto você.

— Bem, compreendo que se comporte de tal forma diante de uma mulher jovem e bonita. O seu povo não têm modos.

— Desculpe-me, senhorita, mas sua beleza é uma piada.

            Indignada, Hyeon-Ju levantou-se e ergueu a mão para estapear o rosto da bruxa, que sequer moveu-se, mas antes que o tapa ardesse em sua face, Pandora agarrou o pulso da jovem e colocou-se à frente da irmã, erguendo as sobrancelhas.

— Encoste um só dedo em minha irmã e se arrependerá. A única inferior aqui é você, que não passa da filha do Barão, e mesmo quando tornar-se Duquesa, continuará sendo inferior a mim. Cuide-se, garotinha, ou morrerá quando menos esperar.

— És outra pobre coitada, Pandora! Achas que não sei que és uma camponesa como sua irmã, não uma dona de terras? Tivestes apenas sorte de conhecer nosso Rei!

            Pandora riu, largando o pulso alheio, para cruzar os braços e erguer os ombros em desdém.

— O quão deprimente és, senhorita? Pois para tentar intimidar alguém de forma tão inútil, creio que és triste e solitária.

— Direi ao Rei como estás a falar, Pandora!

— Rainha Kim, Vossa Majestade ou Senhora, para você.

            Pandora apenas riu e virou-se de costas, acenando com as costas de uma das mãos antes de por fim dizer:

— Avisada está, senhorita.

            Ela, então, retirou-se, deixando para trás a irmã e a jovem dama que exalava sua fúria através do olhar. Hyeon-Ju nada conseguia dizer, então decidiu também partir, mas antes que pudesse assim fazer, Damara disse:

— Precisará muito mais do que um pacto com o demônio para conseguir o coração do Conde.

            Naquele momento o coração da Baronesa vacilou algumas batidas e as pernas estremeceram, ela sequer ousou olhar para trás, pois o choque que as palavras da bruxa lhe deram foi maior do que a vontade de a retrucar, e não satisfeita, Damara continuou:

— Achas que um mero pacto, um livrinho de encantamentos e sua pouca sabedoria sobre a magia conseguirá roubar o coração de um homem apaixonado? Lembre-se, ingênua senhorita: magia manipulativa é complexa e perigosa, se não souber como usar, não resultará.

— Como ousa falar tais baboseiras a mim, mulher fiel a Deus?

— Ora! O nome de Deus saindo dos lábios profanos de uma meretriz do Demônio. – Damara gargalhou, terminando seu riso com um suspiro. – Cuidado, menina, não tens noção do quão forte a magia é.

— E você, senhora, tens tal noção?

— Tanto quanto o próprio Lúcifer.

            Damara balançou os ombros e virou-se de costas, iniciando seus passos em direção à cozinha, mas parou ao ouvir Hyeon-Ju gritar:

— Eu descobrirei quem é a mulher que Taehyung ama, então a matarei e o consolarei diante do leito de sua amada, para assim o enfeitiçar e tomar seu coração para mim!

            Outro gargalhar, mas desta vez exageradamente alto, assustando a Baronesa.

— Pois vá em frente e tente, menina! Pois sei que a mulher sem vida a deitar neste tal caixão será você, e eu estarei lá para rir de sua derrota.

            A bruxa cuspiu as palavras, ainda de costas, e finalmente entrou na cozinha, assustando-se com o cozinheiro que saiu da despensa ao lado dela.

— Deseja algo, minha senhora?

— Na verdade, Kyung, procuro o Duque Kim. Ouvi a voz dele mais cedo, mas não o encontrei.

— Ah, sim! Conversamos por algum tempo, senhora, aconselhei-o e disse a ele para ir ao Rio refletir sobre seus atos.

— Obrigada, Kyung! Irei até ele, então.

— Senhora, antes que vá, tenho algo importante a pedir.

— Pois não?!

— Eu sei sobre a verdade, assim como também sei que a senhora é a famosa bruxa da floresta.

— Kyung, isso é...

— Não minta. – Ele a interrompeu, sorrindo discretamente. – Não contarei seu segredo, minha senhora, mas em troca quero que prometa a mim que não fará mal ao Duque Kim. Eu vi cada um desses meninos nascerem, gosto deles tanto quanto gosto de meus filhos, e sei que o seu coração está fragilizado. Não o machuque, senhora. As crianças não têm culpa de nossos erros.

            Damara não foi capaz de responder ao homem, então apenas desviou o olhar e caminhou tranquilamente até o estábulo, tendo o cuidado de checar bem se alguém ali estava, e para sua sorte, não havia ninguém, nem mesmo o cocheiro que costumava beber escondido por ali. Damara correu até o belo cavalo branco, acariciando-o a cabeça antes de tentar montar, mas antes que a perna chegasse ao outro lado do cavalo após seu impulso para cima do mesmo, Taehyung a assustou, fazendo-a cair sentada na grama.

— Kim Taehyung!

— Furtando meu cavalo, senhora? Eu deveria puni-la!

            Taehyung ergueu levemente as mãos e deixou um sorriso maldoso ser desenhado em seus lábios, mas Damara levantou-se e colocou as mãos em frente ao corpo.

— É por uma boa causa, senhor.

— Convença-me disto.

— Estou indo ao encontro do Duque Kim, quero o aconselhar sobre seu casamento.

— Então irei junto a ti.

— Não há necessidade, sei andar por este reino.

— O cavalo é meu.

— Pois então irei caminhando!

— Deixe de bobagem, bruxinha! Eu não deixarei uma dama caminhar sozinha.

            Damara fechou os olhos e soltou o ar demoradamente, passando as mãos, irritada, pelo próprio rosto.

— Se ir junto a mim, prometa-me que me deixará em paz.

— Prometo-lhe, bruxinha!

            Damara revirou os olhos e Taehyung riu vitorioso, subindo no cavalo pouco após a ajudar também subir. Taehyung aproveitou-se da proximidade para roubar um beijo da bruxa, que o estapeou o peito antes de outra vez revirar os olhos.

 

 

***

 

            Annelise estava sentada diante ao canteiro de rosas em frente sua cabana, cuidando atenciosamente da terra, tão distraidamente que sequer percebeu a presença de JungKook, o qual a observava há longos minutos, perdido na simplicidade daquela beleza. Não resistindo ao próprio desejo, o Rei ajoelhou-se atrás dela e a abraçou pela cintura, puxando-a para si.

— Vossa Majestade, se alguém nos ver estaremos perdidos!

— Ora, Annelise, desde quando és tão formal comigo?

— Desde que tornaste o Rei!

— Pois volte à informalidade, somos íntimos.

— Desculpe-me.

            Ela sorriu com o canto dos lábios e levantou-se, batendo as mãos insistentemente no simples vestido, limpando-o a terra que cobria a saia do mesmo.

— Por favor, entre! Deixe-me servi-lo um chá que fiz há pouco.

            JungKook concordou e entrou na humilde cabana de Annelise, soltando a bainha de sua cintura e deixando-a ao lado da porta. Ele sentou-se e apoiou o braço na mesa de madeira enquanto a camponesa o servia o chá de maçã e canela, ainda quente. JungKook deu o primeiro gole no chá e sorriu em completa satisfação.

— Mas diga-me, qual o motivo para a visita?

— O principal motivo foi minha vontade de vê-la.

— Oh, há mais de um motivo? Pois diga-me o outro!

— Yoongi conversou com a bruxa, pediu a ela para que nos ajude a controlar nossos instintos.

— E ela aceitou a proposta?

— Sim, aceitou. Amanhã, assim que acordarmos, iremos até o Rio, então lá começaremos.

— Achas que é confiável?

— Não, mas é nossa única esperança.

            Annelise concordou, mas ao contrário do que o Rei pensou, ela não prolongou suas perguntas, apenas manteve-se quieta e distante, e apenas isso bastou para que JungKook percebesse que algo errado acontecia.

— Annelise, conte-me o que sente.

— Agora está ainda mais distante a nossa chance de felicidade.

— Por que diz isso?

— És rei, JungKook. O Conselho Real jamais permitirá nosso casamento.

— Justamente por ser rei eu que tomarei minhas próprias decisões.

— Não é tão simples, Jeon! Sabes bem disto.

— Annelise, prometi a você que passaria por cima de tudo para que nosso amor acontecesse, e assim farei.

— Não prometa o que não pode, JungKook.

— Annelise, confie em mim.

            JungKook tocou as laterais do rosto dela, erguendo-a o rosto para si. Ele sorriu e deixou um demorado beijo na testa dela, que mesmo relutante, deixou-se levar pelo sentimento que os unia. Annelise pulou nos braços do amado e o abraçou com toda sua força, mas sua insegurança ainda era evidente, e por tal motivo, JungKook levantou-se bruscamente e voltou a vestir sua bainha, segurando a mão da loira e guiando-a para fora da cabana. Annelise tentou contestar, mas a força do rei era três vezes maior que a sua, e ele apenas disse algo quando o cavalo iniciara seus primeiros passos.

— Anunciarei à minha mãe nosso casamento.

— Enlouqueceste, Jeon JungKook?!

— Loucura seria deixar-te partir, Annelise.

 

 

***

 

 

            JungKook corria junto de Annelise o mais rápido que podia, ignorando os tropeços que a jovem dava vez ou outra. Ela continuava tentando o impedir da loucura, pois era isso que era: uma verdadeira insanidade. Jamais permitiriam um casamento daqueles e Annelise era sensata o suficiente para saber disto, mas JungKook teimoso o bastante para ir contra a amada.

            Ao chegarem à sala principal, foram obrigados a parar de correr ao perceberem um tumulto no centro da mesma. Jimin tentava segurar Hyeon-Ju, enquanto Hoseok discutia com a irmã de Cho-Hee, a qual apenas observava sem saber o que fazer.

— Eu já lhe disse que o Rei não está aqui, Hyeon-Ju!

— Eu quero vê-lo, Park Jimin! Solte-me!

— O que queres comigo, Hyeon-Ju? – JungKook disse o mais alto que conseguiu, chamando a atenção de todos. – Meus pais estão adoecidos e você vem trazer problemas? Onde foram parar seus modos?

— Perdoe-me, senhor! Eu preciso reclamar algo a ti.

— Cho-Hee, tenho um favor a pedir.

— Sim, Vossa Majestade.

            Assim que ela se aproximou, JungKook curvou-se, dizendo o mais baixo que conseguiu para ela:

— Leve esta moça aos seus aposentos, arrume-a devidamente, pois a quero apresentar aos meus pais.

— És a tal camponesa que o Jimin contou-me?

— Ele não consegue ficar quieto? – JungKook revirou os olhos, mas assentiu. – Por favor, cuide dela.

— Como desejar!

            Cho-Hee, sorridente, segurou a mão de Annelise, puxando-a com evidente empolgação para o corredor dos quartos, para então JungKook cruzar os braços e caminhar até Hyeon-Ju novamente.

— Espero que seja de grande importância o assunto a tratar.

— Poderiam deixar-nos a sós, por gentileza?

            Hyeon-Ju pediu, mas Myung-Hee insistiu em permanecer, cruzando os braços ao ignorar totalmente o olhar irritado de Hoseok.

— Por gentileza, senhora, ouviu o pedido da senhorita Min. – Hoseok insistiu.

— Eu sou a dama de companhia, não a deixarei sozinha.

— Pode ir, Myung-Hee! Estou em ótimas mãos.

            Ao erguer uma das sobrancelhas e sorrir, Hyeon-Ju passou um dos braços em volta do de JungKook, repousando a cabeça no ombro dele em seguida.

— Hyeon-Ju, seus pais não gostam quando fica sozinha!

— Você a ouviu, ande!

            Hoseok agarrou-a pelos braços e a obrigou a sair do cômodo junto a ele e Jimin. O Rei soltou-se da jovem e colocou as mãos para trás do corpo, acenando com a cabeça para que ela iniciasse o assunto, então um imperceptível bico formou-se nos lábios dela.

— Quero que dê uma advertência à Pandora.

— É um pedido inusitado. Qual o motivo para ele?

— Hoje recebi uma ameaça dela! Creio eu que não seja adequado uma nobre receber ameaças.

— Hyeon-Ju, eu conheço muito bem a Rainha, sei que ela não seria capaz de algo assim.

— Mas ela fez! Eu exijo que ela tenha a devida punição.

— Eu não entendo o porquê de vir até mim, Hyeon-Ju! Se há problemas com Pandora, procure por SeokJin. O que acontece lá não diz respeito a mim.

— Os Reinos têm aliança, então você pode fazer algo.

— Tens razão, mas eu não irei punir a Rainha, é absurdamente ridículo seu pedido.

            JungKook riu, dando de ombros enquanto se preparava para retirar-se, mas Hyeon-Ju segurou-o pela destra, e naquele instante o corpo do mais velho estremeceu, como se uma corrente fria percorresse tranquilamente o interior de seu copo. As mãos pequenas e macias da jovem deslizaram até o rosto pálido do Rei, que apenas direcionou o olhar ao dela quando as bochechas foram acariciadas. Hyeon-Ju colocou-se nas pontas dos pés e deslizou o braço pelo pescoço alheio, aproximando-o de si cada vez mais.

— Para que pedirei um favor a um homem cego de amor como SeokJin? Aquele corpo sequer permite-se ser manipulado... já o seu, não posso dizer o mesmo.

            Antes que o Rei pudesse reagir, Hyeon-Ju beijou-o com pressa, mas seu beijo não foi retribuído e JungKook a empurrou para longe, limpando a própria boca. O olhar irritado dele caiu sobre o pequeno corpo da jovem, que deu um passo para trás quando um estranho e escuro brilho correu no olhar de JungKook.

— Desculpe-me, Hyeon-Ju, mas este corpo a alguém pertence e meu coração a alguém ama. Fingiremos que nada ocorreu, porém, se ousar olhar-me com intenções duvidosas, mato-lhe.

— Por qual motivo dirá que ergueu sua espada a mim, Vossa Majestade?

— Desrespeito seria mais que o suficiente, minha dama.

            Após um largo sorriso quando a viu sair, JungKook virou-se e direcionou seu olhar à escada, deparando-se com Annelise. Ela sorria com timidez ao seu amado, apertando a saia rodada de seu vestido com força. Então, vendo-a tão bela dentro do tecido azul, retribuiu ao sorriso.

            A destra do rapaz ergueu-se a ela, que logo o tocou a mão gélida, mantendo a saia do vestido presa entre os finos dedos da mão livre. Quando direcionaram-se ao quarto de seus pais, JungKook deparou-se com o olhar enfraquecido de sua mãe, o qual de imediato escureceu vendo Annelise tão perto de seu filho.

— Eu quero lhe apresentar Annelise, minha noiva.

            O olhar desesperado e as lágrimas que jorravam conforme a senhora levantava-se preocupou Annelise, que imediatamente tentou a socorrer, mas Sun-Hee a empurrou com o restante de força que lhe sobrara.

— Não permito que se case com esta mulher, Jeon JungKook.

— Não lhe peço permissão, minha mãe, pois decidi sozinho.

— Faça o casamento e sofra as conseqüências, JungKook.

— Que conseqüências, minha mãe?

            Quando Sun-Hee moveu seus lábios trêmulos que logo diriam a verdade, uma sombra escura rodeou o corpo fraco, impedindo a visão do que àquela mulher acontecia. Uma voz atraente, calma e masculina chegou apenas aos ouvidos da senhora, que voltou a chorar quando ouviu as últimas palavras do demônio:

— Avisada foi, minha senhora, agora assista ao reinado de Lúcifer diretamente do  Inferno.

            O coração bateu pela última vez quando o ar se esvaiu dos pulmões e a vida aquele demônio carregou. A claridade voltou, mas JungKook desejou a escuridão outra vez, pois ver aquela que lhe deu vida morrer diante de si era a pior das torturas, a mais insuportável dor, e sua indignação era tanta que calou o mundo, sequer o grito desesperado de sua amada ouviu, pois naquele momento, apenas naquele rápido instante, JungKook percebeu o quão injusto e egoísta foi ao não enxergar antes o coração de sua mãe.

 

***

 

“As gotas de água escorriam pelo corpo de Sun-Hee, encharcando o chão da velha cabana. Damara continuava a negar com a cabeça à humilhação da Rainha, que ajoelhada em frente à bruxa, continuava a chorar.

— Por favor, minha senhorita, tire de mim esta criança!

— Enlouqueceste, senhora?

— Ele é o próprio demônio! Eu não tenho paz durante as noites, sofro com constantes pesadelos e dores insuportáveis! Ele sequer para de mover-se dentro de mim. A dor é semelhante a uma espada que nos perfura.

— Não fui eu que a procurei, senhora. Aceite seu filho.

— Arrependo-me! Eu pedi perdão ao meu Deus, peço até hoje e mostro-me arrependida, arrependi-me assim que saí daqui aquela noite! Eu imploro, senhora... tenha misericórdia de mim.

— Sinto muito, Vossa Majestade, mas não farei o que deseja.

— Pois então denunciarei sua localização à Igreja!

— Direi a eles que és minha cúmplice.

Damara sorriu e balançou os ombros, cruzando seus braços ao pender levemente a cabeça para o lado. Sun-Hee levantou-se e com raiva em seu olhar, sorriu cínica.

— Em quem eles acreditarão?

— Na senhora, é claro! – Ainda sorridente, Damara abriu os braços. – Mas se arrependerá se assim fizer.

Após um longo suspiro, a bruxa tocou o topo da cabeça de Sun-Hee, fazendo-a gritar quando toda a verdade caiu sobre ela. A Rainha presenciou dentro de sua própria mente os planos de Damara desde o início, até mesmo a maldição que ela jogou sobre a nobreza e a uma jovem camponesa, para que assim a procurassem.

Sun-Hee gritava, chorava e implorava por perdão, mas Damara apenas ria conforme voltava a se afastar, mesclando seu gargalhar com as trovoadas. Assustada e completamente perdida, a Rainha tocou sua barriga quando a dor das contrações iniciou.

— Se abrir a boca para alguém sobre o que sabe, minha senhora, sua alma será levada pelo demônio e no Inferno a senhora queimará e assistirá ao Reinado de um Demônio. Tente me trair e sofra, Jeon Sun-Hee.”

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Não esqueçam de dizer o que acharam, hm?


E agora vamos às novidades!


Recentemente eu e mais duas lindas e talentosas autoras formamos um Squad, e em breve traremos a vocês a nossa primeira fic juntas, com um tema muito diferente e bem interessante, além de futuros projetos!

Sigam o nosso perfil para que possam acompanhar de pertinho cada colaboração nossa, amores!

> @BlackWhiteSquad

E se gostam de boas fanfics, com enredos que os prendam e que conquistem os coraçõezinhos lindos de vocês, sigam estes três perfis maravilhosos!

> @ParkSohyun

> @AkemiSasAki

> @Nyck_Fireball


Eu também escrevi minha primeira Songfic aqui no site, se vocês puderem dar uma olhadinha eu vou adorar!!

> https://www.spiritfanfiction.com/historia/intempestivo-11500937


E por hoje é isso, meus anjos! Até o próximo.
Amo vocês. <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...