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História The Five Guardians - My dear old friends


Escrita por: KimYutaka

Notas do Autor


Olá, meus nenéns! Como estão vocês, hm?
Hoje o capítulo está fofinho, então espero que gostem, viu??
Quis dar uma amenizada nas tristezas e tretas, mas no próximo tudo volta à normalidade. HSDUDHSUA PERDÃO!

Enfim, vamos à leitura! <3

Capítulo 41 - My dear old friends


Fanfic / Fanfiction The Five Guardians - My dear old friends

            O vento frio que evidenciava uma possível chuva não preocupada o viúvo Marquês, o qual apenas permanecia sentado no mesmo lugar, com suas roupas escuras e o rosto inchado – resultado de seu choro que há pouco cessara –, enquanto segurava firmemente a urna de cinzas, feita de prata e revestida de belíssimos detalhes em ouro, com pequenas joias rodeando a tampa. Ele acariciava a urna vez ou outra, com seus polegares cansados, arrastando-os de cima a baixo no recipiente, como se ali ainda estivesse em matéria o corpo de sua falecida esposa. Então, distraído, fechou os olhos, suspirando fundo antes de repousar a urna ao lado do canteiro de rosas brancas, para então arrancar do solo uma das rosas, um trabalho difícil para qualquer um, mas para o Marquês era algo simples de se fazer, já que era acostumado a arrancar rosas desde que era uma criança, tanto que ao menos se furara com os espinhos afiados; ele admirou as pétalas fartas, para então soprar um riso e olhar em direção ao canteiro.

— Mesmo com a amargura que lhe causei antes de sua partida, fostes capaz de presentear este canteiro com belíssimas e saudáveis rosas. És, de fato, uma mulher majestosa.

            Os lábios carnudos tremeram em um sorriso quando outro vento passou por seu corpo, fazendo-o encolher-se graças ao frio, então, deitou-se ao lado do canteiro, tendo uma visão privilegiada da urna e das rosas brancas, refletindo internamente sobre algo um tanto óbvio.

            O Marquês riu.

— Como pode ser possível que duas mulheres tão igualmente bondosas tenham um tratamento tão diferenciado? – Respirou fundo – Como pude eu, um homem tão patético ser honrado com dois amores tão puros?

            Foi então que, após um breve fechar de olhos, as lembranças correram pela cabeça dele.

            As folhas das árvores caíam naquela manhã de outono, naquela bela e fria manhã de outono, enquanto a pequena menina de longo cabelo negro seguia agarrada à saia de sua mãe de um lado para o outro, conforme os pequenos olhinhos curiosos do filho do cavaleiro a admiravam. Os lábios fartos e rosados, os olhos como duas grandes e redondas pérolas negras, os cachinhos que balançavam a cada passo, as bochechas avermelhadas e a pele – aparentemente – tão macia quanto uma bola de algodão, tudo naquela menininha fez os pensamentos do pequeno garoto fluir, e ele sentia como se pudesse flutuar a cada minuto que passava a admirando.

            Apesar dos olhares curiosos e um tanto carinhosos, não podiam trocar uma palavra sequer, pois a Realeza, tão preocupada com o futuro do pequeno Park, não o deixara chegar perto de “boçais”. Entretanto, nem de longe aquela menina era uma boçal para ele, pois em sua concepção, aquela era a única que merecia as riquezas que caíam aos pés dos nobres, porém, aquela timidez e proibição não os deixariam ficar juntos, sequer poderia ele respirar ao lado dela.

            Mas foi aos treze anos, quando o instinto de aventura e as necessidades emocionais afloraram, que o pequeno Park, agora um atraente aprendiz da cavalaria, decidiu confessar-se. Segurou-a pelo fino pulso e puxou-a para a cozinha vazia do Palácio, e lá, sem trocar uma só palavra, beijou-a os lábios com ternura, e mesmo que fosse completamente errado, ela o retribuiu. Então, após o ar os obrigar a separar os lábios, dois belos e sinceros sorrisos surgiram nos rostos.

            Elizabeth já sonhava com seu casamento, enquanto Park planejava mirabolantes planos para dar a ela uma vida digna, um amor digno. Durante noites encontraram-se, durante dias amaram-se, durante anos entregaram-se ao pecado do amor. Porém, o arrependimento da maldade se fez presente muito mais cedo do que pensaram, e a Deus Elizabeth entregou-se prematuramente.

            De que adiantava o choro do Marquês? De que adiantava o arrependimento daquela alma? De que adiantava ter conhecido um novo amor, se este não lhe era o suficiente para seguir em paz?

            O quão maldito o coração pode ser quando ama?

 

 

***

 

 

            Apesar do ambiente estar cheio, o vazio que todos ali sentiam era inevitável e superior a qualquer sentimento. Cada um dos velhos amigos estavam separados pela sala principal do Palácio de Jeon, o qual acariciava as mãos de sua esposa, com o olhar sempre fixo a Yoongi, mas apesar da rivalidade, não era o momento certo para uma discussão. Quando pouco a pouco as pessoas se retiraram, deixando-os a sós, Myung-Hee mostrou um gentil sorriso.

— Agradeço-os, meus caros amigos, é de grande importância a presença de todos vocês. O nosso gentil Rei cedeu um de seus aposentos para mantermos a memória de minha amada irmã viva. Portanto, sempre que quiserem vê-la, lá estará um memorial e suas cinzas.

            Após uma reverência e um beijo no topo da testa de Hoseok, Myung-Hee se retirou ainda aos prantos, e um sutil aceno de Annelise para as outras mulheres presentes fez com que entendessem o que ela desejava, e assim, juntas, seguiram a irmã da falecida Marquesa.

— Creio que já devo ir, desejo-lhes uma ótima noite, meus caros.

            Yoongi curvou-se, mas não obteve resposta alguma. Cada um levantou-se e insinuou que iria para outro cômodo do Palácio, porém, com evidente irritação, Hoseok gritou ao parar no centro da sala.

— O que tornamo-nos? Enxergam a gravidade de nosso egoísmo?

— Hoseok, desista. – Jeon soprou um riso, mas Jung não desistiu.

— Somos amigos, ou costumávamos ser. – Balançou os ombros brevemente. – Nossas famílias partiram, nosso melhor amigo partiu e sequer estávamos um ao lado do outro. Estávamos presentes, mas sequer trocamos uma só palavra. O quão doloroso é acordarmos todas as manhãs e não vermos nossos respectivos pais? Yoongi, o quão amargurado ficou após matar sua família? Jin, como consegue fingir que está tudo bem? JungKook, como pode tentar manter a calma quando quer desabafar conosco? Taehyung, como se sente estando afastado de todos nós? Como estará se sentindo o Jimin agora? E o mais preocupante: como podemos fingir que NamJoon não está morto? Somos uma família, ou não somos? Ao menos uma vez, se ainda existir um pequeno resquício de empatia em nós, poderíamos consolar nosso amigo? Poderíamos fingir que estamos juntos?

            Hoseok, apesar de sua voz embargada, prosseguiu com um cansado sorriso:

— Todos somos monstros, todos estamos sofrendo, mas será que poderíamos fingir que ainda somos os mesmos durante apenas esta noite?

— E o que pretendes? – Questionou Jin, com seus braços cruzados. – Jogar conversa fora como um grupo de mulheres fúteis? Discutir amor, intrigas e tristezas? Poupe-nos, Hoseok.

— Largue teu egoísmo por hoje, Jin. Aceite que todos nós sofremos igualmente.

— Jin tem razão, Hoseok. – Yoongi suspirou, desencostando-se da parede. – Não nos conhecemos mais, não somos mais amigos.

— Errados estão, meus caros. Entretanto, se assim preferem, irei eu de encontro ao meu amigo. Divirtam-se com seus egoísmos e falhas próprias, mas lembrem-se: prometemos que sempre estaríamos juntos.

            Hoseok, após uma sutil reverência, retirou-se daquela sala, aproveitando-se de que a carruagem que Jin usara ainda estava no Palácio, desocupada, já que ali passariam a noite. Então, quando deu as ordens ao cocheiro e entrou na carruagem, percebeu o par de mãos segurar a porta que logo estaria fechada. O cavalo parou os breves passos que já dava, e quando a porta novamente fora aberta, um esperançoso sorriso surgiu nos lábios de Hoseok, o qual abriu espaço para que os outros quatro amigos ali entrassem, e mesmo com os murmúrios irritados pela falta de espaço, o escudeiro permanecia sorridente.

            Apesar de curioso, ele decidiu não perguntar o porquê de ali estarem reunidos, o porquê de suas mudanças de opiniões, ele apenas decidiu aceitar que um milagre havia caído sobre seus antigos amigos, e então seguiram silenciosamente até o bosque, o antigo ponto de encontro deles. Ao descerem da carruagem apertada, esticaram seus braços e costas, conforme andavam em direção à parte mais isolada do bosque, ao lado do pequeno lago que ali havia. Não muito distante, perceberam a o corpo de Jimin, o qual ao ver seus amigos, levantou-se quase que em um salto, e o sorriso fora evidente.

            Por aquele momento o lado racional e emocional de cada um tomou-os conta por completo, e a inocência estampada nos rostos sôfregos deles mostrava o quão sentiram falta um do outro, o quão sentiram falta de estarem juntos naquele lugar.

            Não havia egoísmo e inveja nos olhos de Jin, não havia tristeza no riso de Taehyung, não havia ódio e rivalidade entre Yoongi e JungKook, e em Jimin não havia ambição, apenas seu grande afeto e agradecimento aos seus amigos, em especial a Hoseok, que sempre esteve ali ao lado dele. Entretanto, em meio aos risos e brincadeiras, as lágrimas caíram quando do Duque lembraram-se.

 — Passou-se um bom tempo, meus caros. – Disse Jin.

— Aparentemente a eternidade. – Respondeu-os Yoongi.

— Acredito que nosso velho amigo esteja em paz, pois a ele entregaram um grande sofrer.

— A todos nós, Taehyung. A todos nós.

            Jimin respirou fundo e calou-se novamente junto aos companheiros, para então olhar novamente ao canteiro e mostrar um sutil sorriso.

— Aqui repousei as cinzas de Elizabeth, acredito que assim ela sempre estará perto de mim, já que este é o lugar favorito de cada um de nós.

— Fez bem, meu amigo.

            Sussurrou Hoseok, para então um silêncio terrível os cercar, deixando-os pensativos e um tanto preocupados pelo mesmo motivo. Então, dizendo o que seus amigos tinham medo de dizer, JungKook disse:

— Amanhã odiaremos uns aos outros novamente.

— O amanhã é indecifrável e inevitável, meu caro amigo. – Soprou entre um sorriso Yoongi, que deixou leves tapinhas no ombro de Jeon. – Enquanto ele não nos presenteia com sua presença, deveríamos nós aproveitarmo-nos deste momento tão agradável?

— Acredito que tu tens razão, meu caro. – Continuou Jin, levantando-se. – Bem, aguardem-me aqui, trarei um bom licor para nós, meus amigos. Esperem-me!

— Ora, mas que graça terá, meu primo? – Perguntou Taehyung.

— Concordo com Taehyung, Jin. – Jimin suspirou. – Costumávamos furtar as bebidas de nossas famílias, que descansam em paz. Não será o mesmo, creio eu.

— Quanto a isso não se preocupem! – Jin sorriu, caminhando até a carruagem não muito longe dali. – Roubarei a bebida de Jeon.

            Uma falsa expressão surpresa e ofendida desenhou-se na tranquila face de Jeon, mas este logo gargalhou junto aos amigos, e após o riso e brincadeiras cessarem, Jin seguiu para cumprir sua promessa aos amigos, e quando este, certo tempo depois, retornou, relembraram-se do quão importante eram um para o outro.

            Porém, como Yoongi havia dito, o amanhã é inevitável, e inevitavelmente ele chegaria, trazendo consigo toda a dor e toda a cegueira do ódio.

 

 

Agosto de 1496.

 

 

            Abaixo da grande macieira estava Hoseok, esforçando-se o quanto podia enquanto treinava, pela milésima vez, a escrita. Ele suspirava e praguejava em silêncio a cada vez que errava, e por isso, quando finalmente conseguiu escrever seu nome completo, comemorou com um grito. Entretanto, enquanto admirava seu trabalho, um pequeno par de mãos puxou o papel para longe do pequeno. Irritado, levantou-se, deparando-se com um grupo de garotos nobres. Eles riam, e quando o papel fora rasgado e jogado do rosto avermelhado pela raiva de Hoseok, veio a primeira provocação:

— Irrita-nos vê-lo em nossas aulas. Sequer és um de nós!

— O direito dos estudos deveriam ser para todos.

— És um mero trabalhador, não passa do filho de um escudeiro. Não gostamos que estejas entre nós, portanto não apareça mais em nossas aulas.

— Estudo sozinho o quanto posso, como neste momento, mas obrigado sou por meu pai.

            O garoto que à frente estava riu, então agarrou Hoseok pelo colarinho, jogando-o no chão logo depois; tentou levantar-se, mas recebeu em sua face socos desajeitados de cada um daquele grupo, porém, quando novamente apanharia, um dos garotos fora jogado no chão junto a Hoseok, e quando o grupo virou sua atenção para o pequeno menino que batia em um de seus colegas, Jung pôde se levantar. O olhar curioso pairou sobre o pequeno par de mãos que agredia sem dificuldade alguma cada um dos garotos, os quais se renderam quando viram a desvantagem.

— Como podem vocês se chamarem de classe de poder quando sequer sabem usar suas mãos? – O menino riu, cruzando seus braços. – Deixem-no em paz, pois ele nada os fez.

— Saia daqui, Park, não estamos interessados em brigar com você.

— Porque sentem medo! Deixem-no em paz, pois ele tem o mesmo direito que nós. Não somos diferentes dele, somos humanos!

— Quanta bobagem, meu caro!

            Após um longo riso, o garoto ameaçou Jimin com um passo à frente, porém, quando direcionou o olhar para trás de Park viu um outro grupo de garotos, todos com posições superiores às deles, e assim recuou, abaixando seu punho que antes estendera.

— Acabarás arrependido, Park.

            Então, após empurrar um dos ombros do tal Park, o grupo de garotos saiu do bosque, deixando Hoseok e seus salvadores a sós. Agradecido, Hoseok curvou-se diante aos rapazes, os quais sorriram quando Park o segurou pelo ombro, erguendo sua postura novamente.

— Não se curve, somos iguais.

— Agradeço-os a ajuda.

— Sempre que precisar estaremos aqui, certo?

— Desculpe-me, mas não devo me envolver com a nobreza.

— Sou filho do cavaleiro Park, também não estou em um dos nomes mais altos da nobreza, meu caro. – O pequeno Park riu.

— Não digas bobagens, Jimin. – O rapaz mais alto disse, passando um de seus braços pelo ombro do amigo. – Independentemente de nossos níveis e nomenclaturas somos iguais. A propósito, chamo-me Kim NamJoon.

— Ora, não há necessidade de apresentações, senhores, conheço-os bem. É uma honra!

            Hoseok sorriu, mas ao se curvar novamente, NamJoon o segurou.

— Não faça isso outra vez, meu caro amigo.

— A partir deste momento seremos como suas sombras. – Disse JungKook, o qual deu um passo à frente. – A partir de hoje, não estarás mais sozinho, meu caro. A partir de hoje, meus bons amigos, prometemos sempre estarmos um ao lado do outro, independentemente da ocasião.  

            Um gentil aperto de mão foi dado entre cada um dos sete rapazes, selando tal promessa, e apenas com aquele simples gesto, um elo grandioso surgiu.

Afinal, qual o elo mais poderoso do que a verdadeira amizade?

 

 

***

 

— Minha irmã, Annelise e Myung-Hee pegaram no sono, acredito que também deveríamos nos recolher.

            Disse Pandora ao entrar nos aposentos designado para ambas, mas ao deparar-se com sua irmã, pensativa, sentada em uma poltrona, enquanto admirava um quadro, calou-se. Pandora caminhou pelo local, também passando a admirar as diversas artes espalhadas por ali.

— São belas pinturas.

— São majestosas! – Exclamou Damara.

— Os rostos foram pintados tão perfeitamente que parece um dom.

Disse a Rainha, ajoelhando-se diante a um dos quadros, no qual estavam os sete rapazes, assim como nos restantes quadros também estavam.

— Quem será o talentoso pintor?

— Taehyung.

            Sussurrou Damara, seca, o que preocupou Pandora. A Rainha levantou-se e ao olhar sua irmã, percebeu as lágrimas silenciosas que corriam pelo belo rosto da bruxa, então, sem pensar duas vezes, Damara virou o quadro em mãos de frente à Rainha, revelando uma bela pintura, a qual retratava um momento vivido entre ela e Taehyung: o dia em que Taehyung a encontrou no rio. Na pintura nada estava colorido, exceto ele e Damara, o que representava o quão aquele amor importava para o rapaz. Pandora nada disse, apenas continuou olhando a irmã que deixava suas lágrimas saírem.

            A Rainha pensava que sua irmã apenas estava contente pela pintura, mas a verdade oculta no coração da bruxa era outra. Damara sentia-se culpada ao observar aquela arte, principalmente ao lembrar-se de quando o sol apareceu naquela manhã, quando encontrou Taehyung coberto de sangue e nenhum vestígio sequer dos corpos daqueles criminosos presos na masmorra. Desacordado, desnudo e completamente frágil. Vê-lo daquela forma a fez sentir-se culpada, e saber que nela estava depositado um amor tão puro, fazia-a querer desaparecer.

            Entretanto, por que arrepender-se parecia tão inútil?

 

 

“— E quando a tristeza quiser se fazer presente, chore, minha amada menina, pois as lágrimas lavarão sua pura alma. Então, quando o choro cessar, lembre-se de sorrir, pois o riso lhe trará novamente a alegria de viver. Porém, minha doce menina, não se engane com a falsa felicidade, pois ela é uma máscara do rancor.” – Allane.

            


Notas Finais


E por hoje é só, meus anjos.
Eu disse que era fofinho! u.u
Espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar, uh?
Até o próximo e beijinhos <3


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