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História The Flowers Count Something | Jikook - Shy and Sensitive


Escrita por: Nuthegatha

Notas do Autor


Olá, amados!

É com muita dor no coração que eu venho lhes apresentar o penúltimo capítulo dessa fic maravilhosa. Eu espero que vocês o encham de amor e o tratem da forma que ele merece.

Se divirtam com a leitura e me ajudem com os seus votos e comentários, agradeço por cada mínimo feito. Me desculpem por qualquer erro e não sintam medo em me corrigir, estamos sempre aprendendo a cada novo dia.

Vejo vocês lá embaixo, bebam bastante água e se acomodem para aproveitarem o capítulo.

Boa leitura!

Capítulo 7 - Shy and Sensitive


[…]

— O quê?

Sinto meu corpo agitar com o choque das palavras, meu cérebro parando de funcionar por segundos antes que eu leve o copo com soju até a boca e beba um grande gole, engolindo com força e limpando os lábios com a mão, piscando diversas vezes e abrindo a boca sem sequer saber o que dizer.

— Você escutou, Jungkook. Não me faça repetir. — ele diz envergonhado e eu aceno com a cabeça, colocando um pouco de comida na boca e mastigando com pressa, os olhos ansiosos de Jimin se mantendo fixos em mim, esperando uma resposta para aquilo.

O problema é que eu sequer sabia como responder.

— Caralho. — um palavrão é tudo o que eu consigo dizer, um riso divertido escapando do loiro me faz pensar no quão idiota eu sou, respirando fundo antes de formular uma frase decente. — Eu- Porra, Jimin! Eu não sei o que dizer. — e eu falhei mais uma vez.

Jimin abaixa a cabeça assim que eu volto a ficar em silêncio, um sorriso pequeno e, certamente, tímido aparecendo nos lábios cor de cereja, as bochechas coradas escondem as poucas sardas que pintam seu rosto como uma pequena constelação particular, a mais bonita entre todas as outras. A mesa volta ao silêncio enquanto comemos a refeição, vez ou outra, nossos olhares se cruzaram antes de desviarmos envergonhados, suas palavras ecoando na minha cabeça como um loop, meu coração sempre acelerando ao lembrar do brilho de seus olhos quando soltara a confissão.

Dentro de meia hora, terminamos de comer e permanecemos sentados em silêncio, eu me levantando somente para ir ao caixa pagar a conta e voltando para buscar Jimin. Eu sequer preciso dizer alguma coisa para que o menor enlace seu braço no meu, encostando seu corpo na lateral do meu e apoiando o rosto em meu ombro. Mordo os lábios com força a fim de evitar o sorriso que deseja escapar com aquilo, caminhando para fora do restaurante e sentindo o vento gelado se chocar com a derme quente, a rua quase sem ninguém, um total deserto, e a lua brilhando bonita no céu completamente negro, sem qualquer estrela.

Nossos passos são lentos e curtos, um desejo mútuo de permanecer juntos por mais um tempinho que fosse, um silêncio gostoso pairando entre nós. Mal vejo quando chegamos ao seu prédio, meu peito se apertando quando Jimin se afasta de mim e fica em minha frente, um sorriso bonito enfeitando seu rosto gordinho.

— Obrigado pela noite, Jungkook. Foi muito agradável ter sua companhia por tanto tempo. — seu tom gentil me faz sorrir e balançar a cabeça em resposta, insinuando que aquilo não merecia um agradecimento.

— Eu gostei de te ter por perto. Você não sabe o quão ansioso eu estou para repetir isso. — confesso nervoso e vejo ele dar risada, os olhos se fechando em uma fina linha e as bochechas ficando salientes, parecendo tão doce como nunca.

— Mal acabamos o encontro e você já está me convidando para outros? Você é incrível, Jungkookie. E doido. — levanto os ombros inocente e rio fraco, pulando assustado quando sinto seus dedos alcançarem os meus e se entrelaçarem com eles, a postura ficando mais tímida enquanto se aproxima um pouco mais de mim.

— Eu não acho que doido seja a palavra mais adequada. Talvez apaixonado seja mais correto. — digo baixinho e suspiro quando a outra mão segura meu rosto, acariciando minha bochecha com carinho e me fazendo querer gritar com um mero toque.

— Você está apaixonado por mim? Mesmo? — sua pergunta me faz suar frio mais uma vez naquela noite, os olhos desviando para o chão por segundos antes de voltarem aos seus, minha mão livre segurando seu quadril com delicadeza e o puxando para um pouquinho mais perto, sua respiração se chocando com a minha.

— Não acho que exista uma coisa mais óbvia do que isso. — respondo sério e vejo ele arfar, se aproximando o máximo que consegue, o nariz de botão tocando no meu e os lábios tão próximos que me deixa ofegante, os dedos deixando um aperto fraco em seu quadril.

— Por quê? — ele pergunta, os olhos castanhos brilhando ansiosos.

— Porque você é você. Eu era apaixonado pela luz do Sol que entrava pela minha vidraça toda manhã. E agora eu sou apaixonado por um de seus filhos, a estrela mais brilhante e mais linda que eu já pude ver. Aquela que me traz um calor inigualável e me faz desejar que o dia dure para sempre. Aquela que faz o meu coração acelerar sem motivo e que possui o sorriso mais incrível do mundo. Aquele que tem o toque mais reconfortante e que me faz desejar mais, desejar que nunca se afaste, desejar que fique aqui para sempre, desejar ser o único que lhe pode sentir entre todos os outros bilhões de pessoas no mundo. — sussurro apenas para que ele possa ouvir, observando algumas lágrimas molharem seu rosto ao que escorrem dos olhos brilhantes, sua respiração sem qualquer ritmo e os dedos apertando os meus, nossos narizes se roçando e os lábios clamando para serem um só. — Você é o Sol que a minha Terra orbita, Jimin. A estrela que me faz querer acordar todos os dias apenas para adorar o seu brilho, para sentir o seu calor, para sentir os seus toques, para me sentir vivo. — as palavras soam como um gatilho, a mão de Jimin segura meus fios com força e choca nossos lábios em um beijo desesperado, a língua macia se entrelaçando na minha e me deixando sentir o gosto salgado de suas lágrimas, um ofego ansioso me escapando e meu braço lhe puxando para mais perto, sua pele queimando a minha como brasa ardente.

Jimin desentrelaça nossos dedos para poder enlaçar meu pescoço com ambos os braços, minha mão seguindo seu feito e se encaixado em sua cintura, apertando a carne macia com suavidade e guardando comigo o gemido baixinho que lhe escapa entre o beijo. O gostinho de fruta do gloss em seus lábios me deixa extasiado, as línguas trabalhando juntas em uma dança gostosa, os olhos fechados enquanto sinto o corpo ser bombardeado com tantos sentimentos. Minutos depois, com um Taehyung afoito gritando da janela, nos separamos em um segundo e eu me sinto constrangido pelo avermelhado nos ver daquele jeito.

— Me desculpe, o Tae pode ser um pouco inconveniente às vezes. — Jimin fala baixinho e eu aceno algumas vezes, lambendo os lábios e ainda sentindo seu gosto ali, olhando em seus olhos com intensidade e tentando falar alguma coisa.

— Não se preocupe. Eu acho que preciso ir. — digo incerto mas permaneço ali, o cérebro esperando, de modo inconsciente, por algo mais de Jimin. Qualquer coisa.

— Certo, boa noite, Jungkook. — ele diz e eu quase grunho irritado, sorrindo fraco ao me despedir dele e virando as costas para seguir para casa, prendendo um sorriso ao sentir a mão do menor segurar meu braço, meu corpo se virando de novo para si e as sobrancelhas se erguendo em questionamento. — Eu só queria pedir uma coisa.

— Claro. — digo e sorrio para tentar lhe passar conforto, seus olhos transmitindo uma ansiedade desconhecida por mim.

— Não finja que isso não aconteceu. Eu gostei de beijar você. E queria que tivesse me beijado outra vez antes de ir embora. — ele diz e meu sorriso se alarga, a cabeça assentindo diversas vezes antes que eu cole meus lábios nos seus de repente, surpreendendo o loiro com minha atitude.

— Boa noite, Jimin. — assopro as palavras divertido assim que me separo do outro, olhando seu corpo estático antes de voltar a andar para casa.

A noite não poderia ter sido mais incrível. E meus lábios com certeza concordavam com aquilo.

[…]

Meus cabelos grudam na testa molhada de suor enquanto minhas mãos se ocupam em amassar a massa de pão, meus ouvidos escutando os zumbidos agitados de meus amigos mas sequer prestando atenção, realmente.

— Jungkook! Cara, você tá ouvindo? — desperto do transe com a voz de Yoon e me viro para trás, observando meus três amigos se entreolharem confusos e caminharem até mim, me obrigando a deixar a massa de lado para escutar o que quer que seja que eles tenham para dizer.

— O que foi?

— Você está muito estranho hoje. O que aconteceu? — Namjoon se pronuncia e eu não consigo evitar lembrar do jantar de ontem, dos lábios de Jimin se moldando nos meus e da sua confissão tímida.

— Nada. — respondo simples e volto a sovar a massa, rezando para que esqueçam daquilo e me deixem em paz.

— Não minta para nós. Tem algo a ver com o seu encontro de ontem? — eu grunho irritado e bufo antes de desistir de fugir, colocando a massa dentro da vasilha e deixando ela descansar por enquanto.

— Eu acho que estou prestes a ter um colapso. — digo direto e vejo os outros arregalarem os olhos, se aproximando mais de mim para me ouvirem melhor.

— Do que você está falando, Jeon? — Hoseok questiona e eu fecho os olhos, respirando fundo e tentando encontrar palavras para explicar tudo o que tinha acontecido ontem.

— Eu estou apaixonado por Jimin. — confesso.

— Certo. Isso nós já sabíamos mas você vai realmente colapsar por causa disso? — Nam responde sério e eu lhe olho com raiva, retirando o avental e indo me sentar nos bancos ao fundo da cozinha.

— Jungkook, será que dá pra você parar de enrolar e dizer logo o que está acontecendo? — a voz irritadiça de Yoongi soa atrás de mim e eu bufo com isso, me jogando no banco e sendo seguido pelos outros três.

— Jimin disse que talvez possa estar apaixonado por mim. — digo sem rodeios. 

— Porra! Isso faz toda a diferença agora. — o de cabelos laranja fala surpreso e se senta ao meu lado, o corpo parecendo ansioso demais para permanecer parado. — E o que mais?

— Eu disse que queria repetir o encontro mais vezes. Nós nos beijamos. Duas vezes. E ele disse que gostou. Na minha cara. — conto pausado e meus amigos parecem tão surpresos quanto eu, fazendo um highfive estralado e rindo pela minha conquista. Idiotas.

— Isso é a melhor coisa que ouvimos hoje, Jungkook. Vocês finalmente se acertaram. Minhas preces foram ouvidas. — Hoseok diz animado e nos voltamos para ele com a mesma cara de merda, nos perguntando se algum dia ele seria alguém normal. — O que foi? Cada um reza pelo o que quer. Eu rezei pro Jungkook finalmente dar uns pegas no loirinho da floricultura. — ele diz sério e eu não consigo prender uma risada, me sentindo um pouco menos tenso com o seu jeito animado.

— Você é tão idiota, Hoseok. Não sei por qual motivo viramos amigos. — Yoongi resmunga ácido e o alaranjado lhe mostra o dedo médio, me fazendo rir outra vez de sua criancice.

— Vocês não estão me ajudando. E você rezou pra eu ficar com alguém? Que tipo de doido faria isso? — pergunto incrédulo e Hobi revira os olhos, se levantando do assento e ficando de pé mais uma vez.

— Rezei sim. E faria de novo se precisasse. Eu não aguentava mais te ver encalhado, Jungkook. Você é um saco quando fica carente. — reforço minha cara incrédula e olho para os outros dois pedindo apoio, mal acreditando no quanto sou esculachado naquele grupo.

— Hoseok tem razão. Você é insuportável com essa sua mania de carinho. Chato pra caralho. — o esverdeado concorda com o outro e eu me volto para Namjoon, esperando que pelo menos ele se mostrasse meu amigo de verdade.

— Eles estão certos, Kook. Eu amo você mas às vezes meus dois sacos ficam pesados demais com essa sua carência. — resmungo com aquela traição e meus amigos riem, meus lábios se contendo para evitar rir também.

— Vocês são uns traidores.

— Pense que, pelo lado bom, agora você tem o Jimin pra atender essa sua demanda de carência diária. — Hoseok solta rindo e eu reviro os olhos antes de rir também, meu celular apitando com um nova mensagem e interrompendo a conversa. — Quem é?

— Deve ser o namoradinho dele. Vamos voltar pro trabalho porque essa confeitaria não se sustenta sozinha. — Yoongi diz risonho e eles voltam as suas funções, me deixando sozinho com aquele aparelho em mãos.

Passo a língua pelos lábios ansioso e retiro o celular do bolso, o aparelho escorregando um pouco devido ao suor de minhas mãos. Suspiro e finalmente toco a tela suave, o ecrã se ascendendo e mostrando algumas notificações de Jimin. Deslizo a mensagem para o lado e não consigo evitar de sorrir, os dedos um pouco trêmulos enquanto digitam uma resposta para as perguntas ansiosas do garoto, rindo baixinho sempre que ele mandava diversos emojis juntos com as palavras, alguns eu nem mesmo compreendia mas mandava um ou outro de volta.

Nossa conversinha boba dura apenas alguns minutos antes de eu dizer que preciso voltar ao trabalho, recebendo uma quantidade absurda de carinhas tristes e coraçõezinhos partidos, o que me faz rir alto antes de me despedir e guardar o celular de volta no bolso. Me levanto um pouco mais leve e ignoro os olhares divertidos dos meninos, focando em terminar a massa que já estava quase pronta.

Minha hora de almoço não tarda muito a chegar e eu mal espero para largar o avental sobre o balcão e sair correndo, recebendo alguns olhares confusos dos meninos e pegando minha carteira, rezando para que houvesse dinheiro suficiente para o que eu iria fazer. Depois de poucos minutos de corrida e alguns esbarrões ali e aqui, consigo chegar inteiro na floricultura que já visitara antes, acenando para o senhorzinho e chegando mais próximo do montante de buquês que estavam pousados em algumas prateleiras e balcões.

— Jovem! Não me diga que veio comprar mais flores. Por acaso está tentando conquistar alguém? — ele diz animado e eu rio sereno, acenando em confirmação e me sentindo um pouco tímido com a pergunta.

— O senhor adivinhou. Eu estou tentando impressionar alguém e preciso da sua ajuda, por favor. — respondo e ele sorri largo, me puxando pela mão e me levando até o fundo da loja, o cheiro gostoso de tantas flores se misturam e agradam o meu olfato, a mente instantaneamente me fazendo lembrar do rosto adorável de Jimin.

— E quem é a moça sortuda? Ou o moço? Me desculpe, eu sou um pouco velho demais pra entender do mundo de hoje. — ele diz simpático e eu sorrio para lhe acalmar, coçando a nuca enquanto me sinto um pouco envergonhado ao que ele se mostra tão direto.

É um moço. Eu queria algum buquê cheiroso e bonito mas também com muita cor e cheio de vida. — explico e ele acena antes de sair em busca do meu pedido, demora apenas alguns minutinhos antes de voltar com um buquê lindo nas mãos, diversos lírios com diferentes cores alcançam a minha visão e eu me sinto satisfeito ao ver que era exatamente o que eu pensava.

— Lírios são flores muito bonitas e possuem um charme natural, apesar de não serem tão famosos como as rosas, eles também são ótimos presentes e costumam vender bastante na época dos namorados. Eu aposto que o seu garoto irá gostar deles. — ele diz sorrindo e eu seguro o buquê com delicadeza, aproximando o nariz das flores e aspirando o aroma gostoso que exalam, sacando algumas notas da carteira e entregando ao senhorzinho.

— Obrigado, tenho certeza de que ele irá gostar delas. — agradeço com carinho e me despeço mais uma vez antes de voltar para a loja, checando o relógio rapidamente e me apressando para chegar na floricultura antes que a hora de almoço acabasse.

Quando estou à menos de um quarteirão, vejo Jimin sair da floricultura e correr até a confeitaria, me fazendo diminuir o passo para evitar de ter que falar com ele na frente dos meus amigos, eu não aguentaria eles me zuando com isso pelo resto da semana.

Demoro mais que o normal para chegar na Cherry's, aguardando Jimin no lado de fora do prédio e me sentindo ansioso a cada minuto que passa, não conseguindo prender um sorriso assim que ele sai pela porta da confeitaria, os cabelos loiros voando com o vento gentil e o corpo coberto por outro de seu macacões de tons pastéis, os lábios brilhosos se abrindo assim que os olhos captam minha figura.

— Jungkook! — ele diz animado e logo corre até mim, se jogando em meus braços e me abraçando com força, minha mão sendo ágil ao desviar o buquê de seu aperto e evitar que se amassasse entre nós. — Eu vim correndo pra confeitaria e fiquei decepcionado quando os meninos disserem que você não estava. — conta assim que nos separamos e eu rio por seu drama, seus olhos brilhantes se voltando para a minha mão e sorrindo largo ao ver o buquê de lírios, subindo o olhar para mim e mordendo o inferior com força. — O que é isso?

— Lírios. Eu aproveitei a hora do almoço para poder comprar. Espero que tenha gostado. É seu. — explico simples e lhe estendo as flores, sorrindo assim que ele as toma entre as mãos miúdas e leva o rosto até elas, cheirando seu aroma e fazendo um som de satisfação.

— São lindas. Eu adorei, Jungkook. — diz baixinho e desvia o olhar um tanto tímido, cheirando o buquê mais uma vez e o apertando contra o peito. Fofo. — Algum significado para hoje? — indaga e eu me xingo mentalmente ao ter esquecido disso, pegando o celular no bolso e digitando o nome da flor na barra de pesquisa.

— Eu me esqueci, desculpe. Só preciso de um minuto. — Jimin ri baixo e eu clico no primeiro resultado que aparece, descendo a tela e passando os olhos pelo texto rapidamente, limpando a garganta antes de começar a falar. — Os lírios fazem parte da história da humanidade há muitos séculos, repletos de encanto, mistério e magia. A pureza, castidade e inocência estão entre os principais símbolos associados, por esse motivo, são muito presentes em buquês de noiva. Existia uma crença de que lírios ajudavam a reconciliar os amantes que haviam se separados. Bastaria um simples pedaço do bulbo da flor, para se obter o poder de reaproximar o casal. Na mitologia romana, seguindo o conselho da deusa da justiça Minerva, a deusa Juno amamentou o ainda bebê Hércules, que tinha sido abandonado em um campo aberto por sua mãe Alcmene. O leite derramado do seio de Juno se espalhou pelo céu formando a Via Láctea e pequenas gotas caíram na terra, transformando-se nos primeiros lírios. Um dos significados atribuído à palavra lírio é amor eterno. Quem o batizou assim foram os povos chineses, que cultivavam a espécie há muitos séculos. Em muitas outras partes do mundo, os lírios são considerados os reis das flores. — tomo fôlego ao terminar e volto a olhar para Jimin, guardando o celular no bolso e me encantando com o sorriso tão lindo que cresce em seus lábios.

— Eu adorei. Quer dizer que eu tenho algumas gotas de leite da deusa Juno? Me sinto honrado. — comenta divertido e eu solto uma risada pela fala, acenando com a cabeça e engolindo em seco ao que sinto sua mão segurar a minha, o corpo se aproximando de forma discreta do meu. — Eu estou adorando você fazendo esse tipo de coisa. Saiba que esse é o caminho perfeito para me conquistar. — confessa em um sussurro e eu sorrio envergonhado, entrelaçando nossos dedos e me sentido satisfeito e feliz com o que ouvira.

— Fico feliz que esteja gostando. Espero que fique preparado para receber mais flores pelo resto da semana. — digo sério e ele assente alegre, as íris brilhando enquanto olha para nossas mãos, logo subindo de volta ao meus olhos.

— Acha que vai me conquistar em tão pouco tempo assim? Eu não sou fácil desse jeito não, Jungkook. — diz risonho mas eu permaneço em silêncio, segurando seu queixo com a mão livre e lhe olhando com seriedade, tomando coragem ao me aproximar um pouco mais.

— O tempo não é importante aqui, Jimin. Se eu precisar lhe trazer flores todos os dias, pelo resto do ano, saiba que eu o farei com orgulho. É o seu coração que está em jogo aqui e ele merece o maior dos esforços. — o loiro resfolega e aperta minha mão com força, os olhos brilhando de maneira viva e a boca entreaberta para puxar o ar, pousando a mão livre em meu peito e agarrando a camisa entre os dedos, precisando de um suporte após minhas palavras.

— Não acho que isso será necessário. Meu coração já foi conquistado sem que você fizesse qualquer esforço. Eu não preciso que me traga flores todos os dias, Jungkook. Não preciso que me leve a jantares ou me presenteie com joias caras. Eu só preciso que você esteja aqui, segurando a minha mão e me olhando desse jeito esquisito que você sempre faz, como se eu fosse a coisa mais preciosa no mundo. Eu não preciso de muito, Jungkook. Eu só preciso de você. — ele sussurra a última parte tão baixo que eu quase não consigo escutar, não me aguentando e trazendo seu rosto para mais perto, selando os seus lábios com carinho e acariciando sua bochecha lentamente, tentando transmitir tudo o que meu coração sente através daquele gesto tão simplista.

Me separo segundos depois, tendo Jimin com o rosto pintado por um suave tom de rosa e o lábio preso entre os dentes, o corpo adotando uma postura tímida com a demonstração de afeto tão pública, desviando o olhar para o chão ao que algumas pessoas nos olham e sorriem antes de seguirem seu caminho.

Me assusto com um grito vindo de Hoseok na porta da confeitaria, um sorriso aparecendo em seus lábios e me deixando subitamente tímido, acenando com a mão e recebendo um "não demore" antes que ele voltasse para a loja.

— Eu preciso ir agora. Vou te esperar no lado de fora da floricultura assim que fechar a loja. — aviso baixinho e Jimin balança a cabeça, me olhando no fundo nos olhos antes de deixar um selinho tímido sobre os meus lábios e correr para a floricultura, um riso leve me escapa pelo gesto tão doce, a sensação de ser um adolescente vivendo o primeiro amor me toma e eu logo volto para o trabalho, a mente lotada de Jimin's e o coração se acelerando por cada um deles.

[…]

— Eu vi vocês dois, Jungkook. — de súbito, a voz de Hoseok entra em meus ouvidos e eu não evito um pulo assustado, colocando a mão sobre o peito e praguejando baixinho.

— Caralho, Hoseok! Não chega assim do nada. — exclamo alto e ele solta um riso fraco, retirando o avental e se encostando na bancada enquanto me fita com o seu típico sorriso no rosto, as íris transmitindo um brilho curioso que já me deixa preparado para a série de perguntas que viria a seguir. — O que você quer?

— Nossa! Por que acha que eu quero alguma coisa? — pergunta cínico e eu reviro os olhos, retirando o avental enquanto vou até o fundo da loja, buscando por um lugar com mais privacidade para conversar sobre aquilo.

— Não enrola, Hobi. Pode perguntar. Qualquer coisa. — digo e sorrio em seguida para lhe passar segurança, me encostando na parede e aguardando por seus questionamentos.

— Você está mesmo apaixonado pelo Jimin, não é? — suspiro com a primeira pergunta ser logo essa, abrindo um sorriso ao lembrar do loiro e pensando em como responder aquilo, decidindo apenas por ser direto e poupar tanta enrolação.

— Estou. Mais do que gostaria, inclusive. — sou direto com as palavras, Hobi arregala os olhos suavemente e leva uma mão até a boca, piscando algumas vezes enquanto parece assimilar o que ouvira.

— Uau! Isso é um pouco estranho. Acho que eu nunca te vi assim, sabe? Com esse brilho alegre no olhar e esse sorriso bobo nos lábios. — diz pensativo e eu aceno em concordância, ouvindo um suspiro seu antes que ele se coloque ao meu lado, me obrigando a virar a cabeça para lhe observar melhor. — Eu atrapalhei vocês naquela hora? 

— Não, não. Nós meio que já tínhamos terminado, eu acho. — respondo divertido e rimos um pouco, sua mão apertando o meu ombro de forma amigável e o sorriso de coração que cresce nos lábios do alaranjado me deixa mais confortável em falar de tudo aquilo.

— É recíproco?

— Ele me disse que sim. — respondo e me sinto um tanto inseguro de repente, apertando os dedos em um ato nervoso.

— Como foi o jantar de vocês? Muitas revelações? — rio após a pergunta e minha mente é lotada com imagens da noite anterior, principalmente, com a lembrança dos doces lábios de Jimin em nosso beijo de despedida e da sua confissão tímida, meu peito se acelerando com a sensação gostosa que me invade sempre que suas palavras voltam a ser sussurradas em meu ouvido, como se eu estivesse preso em um looping daquele momento para sempre.

— Foi incrível, hyung. Eu me diverti tanto e pude saber um pouco mais da vida de Jimin. Eu também consegui me abrir com ele, contar sobre o meu passado e sobre a minha mãe. Algo que eu jamais fiz com alguém que não fosse você e os meninos. — conto e um sorriso permanece em meus lábios o tempo inteiro, aquela sensação sufocando os meus sentidos e se tornando cada vez mais intensa. — Eu acho que nunca me senti tão bem como quando lhe contei tudo. Ele me ouviu com toda a atenção e não me olhou daquela forma penosa que todos fazem sempre que eu falo do meu passado. Ele chorou, hyung, chorou comigo e por mim. Você precisava ver o que eu vi em seus olhos, o brilho que transmitiam e aquela sensação de acolhimento que me reconfortou depois de falar sobre um assunto tão... doloroso. Eu encontrei carinho, hyung, encontrei conforto, compreensão, esperança, gentileza e, principalmente, eu encontrei amor. E eu sei que pode parecer loucura mas parecia que Jimin realmente entendia como eu me senti durante todos esses anos, que ele era capaz de sentir, naquele momento, tudo o que aconteceu comigo apenas através das minhas palavras, que ele adorava a minha mãe da mesma forma que eu o faço. Foi tudo tão real, hyung, tão real que eu orei para que nunca acabasse. — resfolego após terminar e me surpreendo quando sinto o rosto molhado, as lágrimas escorrendo pela pele quente e pingando no chão sob mim, os pulmões sufocando com a falta de ar causada por toda aquela emoção, aquele sentimento que aquece o peito e adormece a mente.

Eu estava caindo em um abismo profundo, mas, dessa vez, eu sentia que não estava sozinho, sabia que havia alguém que compartilhava dos mesmos sentimentos que eu, sabia que teria uma mão amiga para me segurar quando eu precisasse de reforço, que teria um alguém para limpar as minhas lágrimas e me abraçar com carinho quando eu me sentisse destruído por dentro, que teria alguém para sorrir e dizer que tudo ficaria bem enquanto o mundo desmoronasse abaixo de meus pés, que teria alguém para me encontrar quando eu me sentisse perdido no meio da multidão.

Pela primeira vez, em toda a minha vida, eu sinto que finalmente posso confiar em alguém o suficiente para entregar meu coração sem medo, tendo a certeza de que ele o segurará em suas mãos e irá protegê-lo da mesma forma que eu farei com o seu.

Eu sei que o amor é como brincar com fogo mas agora eu, finalmente, entendo que nada me deixa mais feliz do que sentir o calor da brasa me queimando de dentro para fora, levando a minha sanidade e os meus medos, incendiando as minhas veias e me trazendo a sensação de estar, realmente, vivo, como eu nunca antes estive.

Jimin funcionava como o meu raio de Sol favorito, iluminando os meus dias com o seu jeitinho divertido, com o seu sorriso tão brilhante e bonito, com os seus olhos carinhosos e repletos de afeto, com a sua risada contagiante e tão alegre. Eu adorava o meu eu quando estava com o loiro, o eu que não se importava com nada, o eu que era inconsequente, o eu que agia como um adolescente idiota, o eu que estava apaixonado por Jimin, o eu de verdade, o eu que eu sempre estive à procura mas que nunca achei.

Jimin trazia o melhor de mim, assim como, também, trazia o pior de mim. Ele era capaz de expor todos os meus lados ao mesmo tempo, era quem me desvendava através de um único olhar, era quem me reconfortava com um único abraço, quem me deixava eufórico apenas com aquele sorriso brilhante.

Jimin era a causa da minha perda de sanidade, da minha loucura, dos meus sorrisos mais sinceros, do acelerar de meu coração, da sensação gostosa e amena crescia em meu corpo todo.

Jimin era a causa da minha euforia e eu era apaixonado por ele, apaixonado por todas as suas pequenas coisas e além, apaixonado pelo jeito que ele me fazia sentir sempre que estava em sua companhia, o jeito que nunca ninguém foi capaz de fazer.

Jimin era Jimin e eu estava caindo cada vez mais por ele, contudo, não é como se eu odiasse a ideia, eu não me importava com muita coisa desde que fosse por ele ou para ele.

Ele era o meu raio de Sol, quente e brilhante, por toda a eternidade e até mais que ela, era aquele que fazia o meu coração bater mais rápido e o tempo desacelerar. 

Era aquele que me fazia querer viver para sempre. Era aquele que fazia eu me sentir vivo.

— Jungkook? — pisco um pouco atordoado ao ser interrompido pela voz de Hoseok, limpando as lágrimas com as mãos e respirando fundo para conter toda aquela emotividade momentânea, colocando um sorriso no rosto e me voltando para o alaranjado, observando sua expressão contorcida em preocupação. — Você está bem? Ficou em silêncio do nada.

— Não foi nada. Eu só fiquei um pouco perdido em meus pensamentos. — lhe asseguro e, mesmo hesitante, ele parece aceitar, suspirando e virando o corpo para mim, agarrando os meus ombros e me olhando com seriedade, os olhos castanhos tão intensos como eu jamais vira.

— Você não sabe o quão feliz eu estou por saber de tudo isso. As palavras podem ser um tanto vazias e não transmitir tudo o que sentimos na maioria das vezes, mas o seu olhar, Jungkook, o seu olhar diz tudo o que está sentindo nesse momento, ele brilha tão forte sempre que você cita o Jimin ou fala dele, como se ele fosse a coisa mais preciosa do mundo. E eu, Jungkook, posso jurar que jamais te vi assim, tão feliz e tão bem, e eu estou imensamente feliz por isso, feliz por você finalmente ter encontrado alguém para domar esse seu coração carente e teimoso, alguém que vai te fazer amar de novo. — suas palavras me fazem ter certeza de que eu havia escolhido o homem certo para chamar de melhor amigo, uma lágrima silenciosa escorrendo enquanto eu o puxo para um abraço, apertando o seu corpo com força e me sentindo agradecido por toda a ajuda que vem me fornecendo, sempre ao meu lado para me aconselhar ou me repreender, apenas sendo a pessoa especial que é, sem nunca esperar nada em troca, sendo o amigo que eu precisava mais do que tudo.

— Obrigado, Hobi. Sabe que eu amo você, não? — as palavras saem meio sufocadas e eu escuto um resmungar seu, rindo ao lembrar da sua estranha mania de que não conseguir falar quando está muito emocionado, ele começa a chorar e soluçar aos montes e acaba que nenhuma palavra sai.

Ficamos ali por um tempinho, com Hobi chorando em meu ombro e me agarrando como se eu fosse um ursinho de pelúcia, tentando falar algumas vezes mas desistindo quando outra multidão de lágrimas escorrem. Eu me mantenho quieto o tempo todo, acariciando as suas costas e permanecendo com os olhos fechados, aspirando o perfume gostoso que meu hyung usa e escutando as vozes de Namjoon e Yoongi ao fundo, provavelmente, discutindo sobre música ou algo do tipo.

— O que vocês dois estão fazendo aqui? Eu jurava que já tinham ido embora. — nos afastamos assustados com a aparição repentina de Yoon, sorrindo culpado ao olhar o esverdeado já preparado para sair, a jaqueta pendurada no antebraço e o capacete sendo segurado pelas mãos.

— Estávamos conversando. Já íamos embora. — digo e seus olhos desconfiados seguem para Hoseok, arqueando a sobrancelha ao ver o rosto avermelhado do mesmo.

— O Hobi estava chorando. Qual foi o assunto? A morte de algum personagem de desenho animado? — pergunta debochado e o de cabelos laranja lhe estende o dedo médio, me fazendo rir um pouco antes de começar a andar de volta para a cozinha, empurrando o corpo de Yoon e puxando Hoseok pela mão.

— Quem te vê falando assim pensa que é o mais insensível da Terra. Mal sabem eles que você chora com filme de cachorrinho. — retruco no mesmo tom e sorrio ao ver a expressão do menor se fechar, um soco fraco sendo despejado em meu ombro e um resmungo me escapando em seguida. — Você sabe que é verdade, Yoon.

— São cachorrinhos, Jungkook. Todo mundo chora com cachorrinhos. Até você, seu merdinha. — rimos por sua resposta e eu termino de pegar as minhas coisas, esperando o alaranjado fazer o mesmo para finalmente podermos seguir para fora da loja.

— Eu, diferente de você, nunca neguei nada. — respondo divertido e recebo um revirar de olhos, lançando um olhar para o outro lado da rua e escutando suspiros atrás de mim.

— Você vai esperar o loirinho? — Hoseok pergunta e eu assinto em resposta.

— Você ainda lembra dos planos pra hoje, né? — Yoon pergunta e eu me bato mentalmente por ter esquecido, fazendo a melhor cara de cachorro abandonado que eu consigo. — Não sei nem porque eu perguntei.

— Deixa ele, Yoon. Você também vivia se esquecendo das coisas nos primeiros meses com o Jihoon. Ele está apaixonado, releva. — Hobi me defende e eu o agradeço com um sorriso, observando a porta da floricultura se abrir e o loiro sair por ela, um sorriso aparecendo em seus lábios assim que os seus olhos me encontram.

— Tá, tá. Aliás, ele pode ir com a gente. — viro a cabeça surpreso com a proposta e abraço o menor com força, demorando a soltá-lo e rindo quando tenta me bater, resmungos lhe escapando assim como diversos xingamentos. — Não faça mais isso, seu moleque. Tá achando que eu sou a porra de um urso de pelúcia?

— Não negue que gostou do meu abraço quentinho, Yoon. — brinco. — E pode sorrir, eu deixo. — completo em seguida e vejo o esverdeado lutar para prender um sorriso, falhando quando eu aperto sua bochecha e recebo um tapa em seguida.

— Idiota. — murmura risonho e abaixa a cabeça, um riso alto me escapando ao que vejo suas bochechas branquelas enrubescerem suavemente.

— Está com vergonha, hyung? — pergunto brincalhão e recebo outro tapa, resolvendo deixar ele quieto assim que vejo Jimin se despedir dos primos e atravessar a rua, caminhando apressado em nossa direção.

— E lá vem ele. — escuto Hobi murmurar e reviro os olhos, entrelaçando as mãos ansioso e me sentindo agitado com a sua presença.

— Olá, meninos. Jungkook. — nos cumprimenta com timidez e eu não evito sorrir, me aproximando o suficiente para lhe abraçar rapidamente e deixar um beijo inocente em seu pescoço.

— Oi, Jimin. — meus dois amigos respondem em uníssono e eu os agradeço por isso, sinalizando com um olhar para que nos deixem sozinhos por alguns minutos.

— Nós vamos chamar o Nam e fechar a loja. — Yoon avisa e eu lhe sorrio agradecido, observando as duas figuras sumirem pela porta da doceria.

— Eu atrapalhei algo? — me viro ao escutar a voz de Jimin e aceno em negativo.

— Só estamos conversando sobre a noite de hoje. Nada demais. — explico e ele franze o cenho, tombando a cabeça para o lado em um gesto fofo.

— Planos para hoje? Você não me disse que ia sair. Eu poderia ter ido sozinho para casa, Jungkook. — ele fala ressentido e eu rio fraco, a ideia de não cumprir nossa rotina de levá-lo para a sua casa me deixa quase irritado.

— Eu e os meninos combinamos de passar a noite juntos, no meu apartamento. — falo de forma resumida e faço uma pausa dramática, logo voltando a falar assim que Jimin abre a boca. — E você está convidado a se juntar conosco. — faço o convite e observo seu rosto assumir uma expressão surpresa, o loiro tossindo algumas vezes e ajeitando a postura envergonhado, evitando olhar em meus olhos.

— Eu não quero atrapalhar. Vocês são melhores amigos e eu sou um estranho. — se justifica e eu dou um passo à frente, segurando seu queixo com cuidado e levantando a sua cabeça, o forçando a olhar em meus olhos.

— Você é importante para mim e eu quero que você esteja lá. E tenha certeza de que meus amigos estão confortáveis com essa ideia. Nós vamos adorar ter a sua companhia. — vejo suas bochechas corarem de leve e um sorriso pequeno lhe escapa, o corpo magro se erguendo nas pontas dos pés para alcançar meus lábios em um toque sútil, apenas os selando por alguns segundos antes de se afastar e enterrar a cabeça em meu pescoço, um riso me escapando pela sequência de atos.

— Você tem certeza de que é isso o que eles querem? Eu não quero causar incômodo para vocês. — mal escuto suas palavras abafadas, rodeando seu quadril com os braços e o apertando com força, escutando um resmungo suave em meu pescoço.

— Eu já lhe disse que sim, Jimin. Não se preocupe. — lhe asseguro mais uma vez e escuto a porta atrás de nós ser aberta devagar, o loiro pula para trás e mexe nos cabelos com vergonha, mantendo a cabeça abaixada enquanto meus amigos caminham até nós.

— Podemos ir? — assinto com a cabeça e juntos começamos a ir em direção à minha casa, um sorriso se formando assim que sinto os dedos miúdos de Jimin escorregarem até os meus e os entrelaçarem com cautela, encostando a lateral do rosto em meu ombro e evitando corresponder ao meu olhar.

Meu apartamento não fica muito longe e em poucos minutos estamos em frente à entrada, rindo quando o esverdeado reclama sobre o fato do porteiro nunca estar ali. O elevador nos leva até o meu andar e eu não demoro a abrir a porta, tendo pouca dificuldade ao me recusar a soltar a mão de Jimin, só o fazendo quando o loiro precisa entrar em meu apartamento, fechando a porta em seguida e jogando as chaves na mesinha de centro.

Meus amigos mal esperam para largar as coisas no chão e se jogarem em meu sofá, ligando a televisão que fica na sala e entrando em uma conversa sobre algum programa de TV. Meus olhos voam até Jimin, sorrindo ao vê-lo encolhido mais próximo de minha cozinha, a postura acanhada e, certamente, tímida, os olhinhos curiosos percorrendo todo o ambiente como fizera da primeira vez.

Sem que ele perceba, eu caminho até si devagar, meus passos silenciosos o suficiente para que ele sequer veja eu me por ao seu lado, sorrindo um pouco antes de tocar seu braço com cuidado, observando o menor pular no lugar assustado e me olhar com os olhos arregalados, um tapa ardido estralando em meu peito no momento em que me percebe ali.

— Não faça essas coisas, Jungkook. Você sabe que até o vento passando me assusta. — ele diz irritadiço mas eu apenas consigo rir baixo, levando outro tapa no peito e resmungando dolorido logo em seguida.

— Me desculpe. Eu te vi aqui paradinho e todo distraído que acabei não me aguentando. — explico entre risos e sou rápido em segurar a mão miúda de Jimin, o impedindo de me bater mais uma vez. — Não fique tão irritado. Foi só um susto.

— Não me faça morder a sua cara, Jungkook. — ameaça baixinho e semicerra os olhos para parecer mais sério, me fazendo rir outra vez antes de puxá-lo em direção à cozinha, longe dos ouvidos alheios e curiosos.

— Mal tivemos tempo de conversar hoje. O dia foi tão corrido que eu sequer tive tempo para respirar direito. — inicio a conversa meio retraído e vejo o loiro assentir em resposta, se sentando em um dos bancos altos que ficam no balcão que separa os dois cômodos e me puxando para ficar no meio de suas pernas, sorrindo ao ver minha expressão surpresa.

— Você parece animado. Aconteceu alguma coisa? — indaga sorrindo e eu me pergunto o quão louco pode ser uma pessoa me conhecer tanto em tão pouco tempo.

— Nada. Acho que estou feliz por você estar aqui, com os meus amigos e tudo mais. É como uma cerimônia de aceitação, você está conhecendo a segunda parte mais importante da minha vida. — as palavras saem sem que eu possa conter, uma sútil vergonha tomando meu corpo ao me dar conta do que falei.

— Fico feliz por isso. Seus amigos são muito legais e eu gosto deles. — sua confissão me deixa com uma sensação gostosa no peito, um sorriso nascendo sem controle e atingindo os olhos castanhos do menor, recebendo outro como resposta, quase que de forma imediata. — Você disse segunda parte mais importante? E qual é a primeira? — sua pergunta me faz sorrir ainda mais e levar uma das mãos até o rosto formoso, acariciando a pele de sua bochecha com delicadeza.

— Minha mãe é a mais importante. Achei que já tivesse te dito isso. — explico, mantendo o meu tom abaixo do normal.

— Você quer que eu conheça a sua mãe? — eu não esperava que Jimin ficasse tão surpreso com a minha sugestão, ele vivia falando que gostaria de fazer uma visita desde que nos falamos pela primeira vez, a reação afoita que teve foi, consideravelmente, estranha.

— Por que a surpresa? Você vive me dizendo que quer conhecê-la. — pergunto desconfiado e ele desvia o olhar por poucos instantes, meus dígitos sentindo sua pele esquentar sob o toque. — O que foi?

— Eu não sei. A ideia de conhecer a sua mãe me deixa nervoso. Nos conhecemos há tão pouco tempo e isso me deixa assustado. — sua explicação não me convence muito e eu seguro seu queixo com a mão livre, o forçando a me encarar novamente.

— Jimin, eu gosto de você. De verdade. E eu sei que tudo foi muito rápido e que relacionamentos são... loucos e instáveis, mas eu não me importo com nada disso. As pessoas não têm o direito de me dizer quanto tempo eu preciso para gostar de alguém ou para levá-lo para conhecer a minha mãe. Eu só me importo com o que você quer, Jimin. Eu quero que conheça a minha mãe não por causa do que temos, mas porque você o deseja fazer. E eu quero que faça tudo no seu tempo, eu não vou deixar de gostar de ti porque não conheceu a minha mãe ou deixou de fazer qualquer outra coisa. Eu estou apaixonado por você e isso é tudo o que importa. — minhas palavras fluem pelo ar e carregam um seriedade fora do comum junto de si, as pupilas do menor brilham a cada coisa dita, principalmente, nas partes em que reforço o quanto eu gosto dele, um ofego fraquinho lhe escapando após eu voltar ao silêncio, sua pele queima sob o meu toque e seus olhos se desviam para os meus lábios, brilhando em desejo antes que suas mãos alcancem a minha nuca e me puxem para mais perto, a respiração quente se chocando contra o meu rosto.

— Eu estou com medo, Jungkook. Medo do sentimento que me atingiu assim que olhou para mim pela primeira vez. Medo de me descontrolar sempre que te vejo pro perto. Medo de te magoar. E, principalmente, com medo de me magoar. Eu gosto de você, muito mais do que eu queria de gostar. Você arrasa o meu coração e me deixa tão perdido que às vezes eu mal me recordo de como respirar. Mas acima do medo, eu tenho a paixão, tenho os seus olhos bonitos que me encaram como se eu fosse a joia mais preciosa, tenho esse sorriso que me acalma e faz com que o meu interior se revire todo, tenho o seu toque que coloca a minha pele em chamas e me faz ansiar por mais, eu tenho você por completo e me dei da mesma forma para você. Eu amo estar apaixonado por você e eu adoraria conhecer a sua mãe. Tenho certeza de que ela é tão especial quanto você é. — mal espero ele terminar de falar para avançar sobre seus lábios, iniciando um beijo apaixonado e intenso, descendo as mãos para o seu quadril e firmando o aperto na carne macia, sentindo o meu corpo ser puxado para mais perto por suas mãos circulando o meu pescoço.

Seus lábios são doces e infinitamente macios, sua língua aveludada pede passagem e avança com fome para dentro de minha boca, se entrelaçando na minha e me fazendo grunhir com a dança erótica que flui entre o beijo, apertando o seu quadril e chupando o seu lábio inferior, abrindo os olhos assim que nos separamos, captando o seu olhar escuro antes de descer com os beijos para o seu pescoço.

Meus lábios passeiam pela pele branquinha com delicadeza, plantando suaves selares e sorrindo contra o local ao senti-lo se contorcer sob os meus toques, prendendo a pele com os dentes e chupando para dentro sem muita força, lambendo a marca vermelha em seguida, repetindo o ato por diversas vezes até estar satisfeito. Meus cabelos são puxados pelas mãos pequenas e eu vou sem muito esforço, sentindo o gosto de seus lábios mais um vez, o desejo se intensificando com o passar dos minutos e me fazendo ansiá-lo como nunca antes, pousando as mãos embaixo de seus joelhos e colando seu corpo no meu, grunhindo rouco ao sentir meus fios serem puxados sem nenhuma dó, o couro cabeludo ardendo com a força colocada.

— Jungkook. — escuto o loiro me chamar entre o beijo e intensifico meu aperto, suas mãos escorregando para o meu peitoral e agarrando a camisa entre os dedos gordinhos, desesperando pela nossa proximidade, os corpos quase se fundindo em um só.

— Jungkook! — o som do grito de Yoongi nos faz encerrar o beijo rapidamente, as respirações ofegantes e as testas coladas, minhas mãos permanecendo com o aperto em seus quadris assim como as suas seguraram a minha camiseta entre os dedos, o tecido ficando todo amarrotado. — Jungkook?! — escuto outro grito e respiro fundo, contendo a irritação ao ser interrompido em um momento como aquele.

— Já estou indo! — grito de volta e suspiro aliviado ao ser respondido com o silêncio, focando meus olhos em Jimin e sorrindo ao ver o estado deplorável em que se encontrava, os lábios grossos completamente vermelhos e inchados, sangrando um pouco devido aos meus dentes brutais, o rosto pintado de rosa e a respiração desregulada, os olhos bonitos fechados enquanto se recupera daquilo, o corpo tremulando suavemente em meus braços. — Tudo bem? — pergunto, um pouco preocupado com o seu silêncio depois de tudo.

— Eu estou. Só preciso de um minuto. — as palavras saem sussurradas e eu aceno em resposta, rindo ao lembrar que ele não pode ver.

Ficamos em um silêncio confortável por um tempinho, meus dedos massageando a carne de seu quadril com delicadeza, sua cabeça se põe apoiada em meu peitoral e as mãos descem para o meu tronco, me abraçando meio frouxo e me agarrando com as pernas grossas.

Meus movimentos param assim que ele volta a levantar o rosto, me olhando de forma intensa e sorrindo um tanto envergonhado, mordendo o inferior e me puxando para perto, roçando o nariz gelado no meu e plantando alguns selares em meus lábios, o gesto me deixando com o coração acelerado e com um sorriso de rasgar as bochechas no rosto.

— Nós precisamos ir para a sala. — escuto sua voz mas resolvo apenas ignorar, apertando seu corpo macio com força moderada e sugando seu lábio inferior para dentro da boca, rindo ao escutar o grunhido resmungão de Jimin. — Jungkook!

— Eu já entendi. Só vamos ficar aqui por mais uns cinco minutinhos. — peço baixo e rezo para que ele não pergunte o porquê, o beijando de leve para o manter distraído.

— Por quê? Você já está normal. Os meninos devem estar nos esperando. — ele diz e franze o cenho confuso, parecendo entender a situação ao que eu escolho ficar em silêncio, desviando o olhar para outro lugar que não os seus olhos. — Tudo bem, é normal. Acontece com todo mundo. Vamos esperar mais cinco minutos. — sorrio sem dentes pela sua compreensão e retomo a massagem em seu quadril, grunhindo ao sentir seus lábios percorrerem a pele de meu pescoço com suavidade.

— Jimin... Você não vai me ajudar desse jeito. Pare com isso. — aviso rouco e escuto um riso atrevido escapar de sua boca bonita, beliscando a pele do seu quadril sem muita força e tendo um resmungo seu como resposta.

— Me desculpe. Prometo não fazer mais nada. Vou ficar paradinho aqui. — não consigo prender uma risada e selo os seus lábios, olhando para baixo por alguns segundos e agradecendo ao ver que eu já estava de volta ao normal. — Broxou?

— Jimin! — resmungo incrédulo por sua pergunta e o belisco mais uma vez, seu riso ecoando pelo ambiente pequeno e me contagiando também, meus braços entrelaçando seu corpo para o ajudar a descer do banco, selando os seus lábios duas vezes antes de caminhar de volta para a sala.

— Vocês demoraram. Estavam fazendo o quê? — o esverdeando se pronuncia assim que chegamos ao cômodo, um sorriso malicioso adornando o rosto e me fazendo revirar os olhos.

— Nada que te interesse ou diz respeito a você. — respondo grosseiro e recebo um levantar de dedo em resposta, levantando as sobrancelhas surpreso ao ver Jihoon sentado ao seu lado, sorrindo ao vê-lo com a cabeça deitada no ombro do namorado e com as pernas postas em seu colo, as mãos do outro acariciando as suas coxas devagar. — Jihoon? Eu nem te vi chegar.

— Não tem problema, Guk. Eu só vim porque o Yoon insistiu muito e disse que não queria ficar de vela. — ele diz sorridente e eu lanço um olhar incrédulo para o citado, seus ombros se levantando em uma falsa inocência.

— Mas é claro que ele não ouviu. Tava todo distraído com o bonitinho ali. — diz sarcástico e eu sinto Jimin se encolher assim que é citado, o som do tapa estalado de Jihoon no namorado ecoa pela sala e me faz rir baixo.

— Se meta com a sua vida, Yoongi. Deixa o menino e o namorado dele quietos. Você também faz o mesmo comigo e ninguém fala nada. — o esverdeado resmunga após o sermão do outro e finalmente se aquieta no sofá, cruzando os braços emburrado e encarando a televisão irritado. — Não ligue para ele, Jimin, meu bebê é um pé no saco às vezes mas eu juro que tô tentando fazer ele virar gente. — o loiro ao meu lado ri pelo jeito engraçado de Jihoon e eu me sinto aliviado com a presença dele ali, pelo menos temos alguém lúdico o suficiente para fazer amizade com o menor.

— Tudo bem, eu não me importo. Ele é uma pessoa legal. — vejo o loiro no sofá sorrir bonito ao ter o namorado elogiado, se levantando do sofá depressa e correndo para abraçar o garoto ao meu lado.

— Eu adorei ele, gente. Yoon vamos adotar. — escuto todos rirem das palavras do loiro e Yoon resmunga ainda bravo pelo sermão de antes, revirando os olhos enquanto emburra ainda mais a expressão.

— Eu também gostei de você. — Jimin responde, meio abafado devido ao abraço apertado de meu amigo, e sorri grande assim que se separam.

— Ele mal chega e você já me troca. Tô vendo essa sua falsidade, Jihoon. — digo em falsa seriedade e o loiro revira os olhos antes de me envolver em um abraço carinhoso, acariciando os meus cabelos e me fazendo rir ao sentir seus dentes morderem o meu peito devagar. — Passou tanto tempo com o emburrado ali que ficou agressivo também. — brinco assim que nos separamos e todos riem de minha piada, menos Yoongi, que continua com um bico gigante nos lábios e sequer nos olha.

— Pode parar você também. Deixa a minha criança quieta antes que eu tenha que puxar a sua orelha também. — ele me repreende sério e eu levanto as mãos em rendição, recebendo uma revirada nos cabelos antes dele voltar para o seu lugar, abraçando o namorado de lado e o fazendo lutar para prender um sorriso, finalmente desfazendo aquele bico emburrado.

— Às vezes eu juro que acredito que o Ji é uma fada ou qualquer outro ser mágico. — digo me sentando também, empurrando Namjoon para o lado e puxando Jimin para sentar comigo, pousando a mão direita em sua coxa e acariciando o local enquanto me perco na conversa.

— Por que diz isso? — Jihoon me pergunta e eu vejo Yoon retorcer a cara, a expressão demonstrando que já sabe a minha reposta.

— Porque só você controla essa coisa. Eu acho que nunca consegui fazer ele sorrir quando tá com esse bico. Com sorte, eu recebia três dias de silêncio completo. Você é Deus pra mim, Jihoon. — respondo quase indignado e meus amigos concordam, o de cabelos loiros rindo e plantando um selar na bochecha branquela de meu hyung, se aconchegando em seu corpo antes de se voltar para nós.

— Eu não sou nenhum ser mágico e a única magia que eu tenho aqui é o meu amor. — a sala é preenchido por risos altos após a sua fala, o esverdeado se encolhendo no sofá constrangido e tampando o rosto com as mãos enquanto assobiamos para eles.

— Vocês são ridículos. Sério. — escutamos o seu resmungar em meio aos gritos mas preferimos ignorar e continuar com a zoação, até mesmo Jimin gargalha ao meu lado e esconde a cabeça em meu ombro, meu peito se aquecendo ao vê-lo tão confortável ao redor de meus amigos. — Podem zoar o quanto quiserem, idiotas, mas saiba que o único que tem um namorado aqui sou eu. Vocês vão morrer sozinhos e com uma centena de gatos. Eu pelo menos vou ter aquele jazigo duplo. — a última parte nos faz rir outra vez e Jihoon lhe estapeia diversas vezes, o repreendendo por fazer piada de algo tão mórbido.

— Mas aí você está mentindo, Yoon. O Jungkook também tem alguém agora. — meu riso morre assim que a atenção se volta para mim, meus olhos revirando dentro das orbes assim que vejo o sorriso ácido de Hoseok após dizer aquelas palavras.

— Mas você também não está muito atrás de nós, não. Eu bem que vejo você e o Taehyung de cochicho para todos os lados. Não vem querer zoar a gente não. — sorrio ao dar o golpe e o alaranjado se encolhe em seu canto, resmungando envergonhado e me fazendo rir ao ver os papéis se inverterem.

— Todo mundo falando e o Namjoon é o único em silêncio. Será que ele também tá de casinho com alguém? — Yoon volta a provocar e o maior finge não escutar, prestando atenção na televisão, subitamente, risadas nos escapando ao ver a sua forma sútil de fugir do assunto.

— Ele é esperto. Tá poupando a zoação em cima dele. — Hoseok diz sorrindo e eu aceno em concordância, olhando rapidamente para Jimin e o encontrando com um sorriso bonito nos lábios cheios.

— Aliás, Jungkook, pare de prestar atenção no meu relacionamento e tenta focar no seu. Chato e intrometido desse jeito é capaz do Jimin te largar antes de você pedir ele em namoro. — me viro ao escutar a voz do esverdeado, retorcendo o rosto em uma expressão debochada e rindo um tanto seco, contendo a vontade de mandá-lo para a puta que pariu.

— Continua falando pra você ver se eu não entrego os seus surtos de garoto apaixonado para o Jihoon. Ele vai adorar saber as baboseiras que você me falava de madrugada. — sorrio vitorioso e o menor parece, finalmente, se calar, voltando o olhar para a televisão e me fazendo rir pelo seu medo de minhas ameaças.

O resto da noite se passa do mesmo jeito, o meu apartamento sendo tomado pelos risos altos e pelas conversas animadas, com uns dois filmes passando na televisão mas sem que ninguém prestasse atenção, realmente. Meus amigos vão embora perto das dez da noite, Yoongi e Jihoon indo na moto do esverdeado e Namjoon e Hoseok pegando um táxi juntos, sobrando apenas eu e Jimin no apartamento vazio.

— Eu acho que já vou também. — o loiro avisa baixinho e eu aceno de leve, correndo para o meu quarto e pegando dois casacos, oferecendo um deles a Jimin assim que volto para a sala. — Não precisava, Jungkook. — ele agradece gentil e veste o casaco rapidamente, sorrindo pequeno enquanto seguimos até a porta.

— Eu chamei um táxi para você. — digo assim que entramos no elevador, eu aperto o botão para o térreo e demoramos não mais que 10 segundos para chegar. — Ele já deve ter chegado.

— Não precisava se dar o trabalho. Eu poderia ir andando mesmo. — Jimin diz como repreensão mas eu finjo não escutar, abrindo a porta do prédio e esperando ele passar, ficando ao seu lado ao ver que o táxi estava demorando um pouco.

— Eu não ia deixar você ir embora sozinho, ainda mais tão tarde da noite. — digo sério e ele revira os olhos, ficando de frente para mim e tomando as minhas mãos nas suas. — O que foi? — pergunto ao vê-lo me encarar fixamente, os polegares gordinhos realizando uma carícia suave nas minhas palmas.

— Nada. Eu só estou feliz por ter me convidado. Seus amigos foram muito receptivos comigo e são muito divertidos. Eu gostei deles. Gostei disso. — sua resposta me deixa aliviado e, subitamente, feliz com a felicidade dele também.

— Eu fico feliz também. Eles são muito importantes para mim e eu gostaria que ficassem próximos. — digo e levanto as mãos de Jimin para as entrelaçarem em meu pescoço, levando, em seguida, as minhas para segurarem a sua cintura, trazendo seu corpo para mais perto. — Você é lindo, sabia? — pergunto baixinho, resvalando a ponta de nariz por toda a região de sua bochecha.

— Flertando comigo à essa hora? — ele retruca sorrindo e eu reviro os olhos, deixando um selinho em seus lábios e me afastando para o encarar mais uma vez.

— Não estou flertando, só reforçando as suas perfeições. — respondo com flerte e ele ri suave, enterrando a cabeça no vão de meu ombro e me abraçando apertado, a buzina do táxi nos obrigando a nos separar. — Fique bem e me envia uma mensagem quando chegar. — aviso e ele acena, me beijando por breves instantes antes de acariciar o meu rosto com as mãos.

— Tudo bem, namorado. — arqueio as sobrancelhas pelo o que me chamou e semicerro os olhos em questionamento.

— Namorado? — pergunto.

— Foi do que os seus amigos me chamaram a noite toda. Eu achei que fosse verdade já que você não desmentiu nenhuma vez. — responde atrevido e eu não consigo prender uma risada.

Eu ainda não fiz o pedido. Acho que vai ter que esperar um pouco mais para me chamar assim. — respondo e ele luta para não abrir um sorriso, pulando assustado quando o táxi buzina novamente. — O táxi está te esperando. Não esqueça da mensagem. Até amanhã.

— Até. — e finalmente se afasta de vez, entrando no carro e acenando uma última vez pela janela, desaparecendo na esquina em poucos segundos.

Suspiro cansado e volto para o apartamento, resmungando ao ver algumas embalagens no chão e decidindo por limpar amanhã. Me jogo na cama após tomar um banho quente e apago em poucos minutos, os sonhos me acolhendo assim que penso nos olhos bonitos de Jimin, aquela sendo a última e mais bonita imagem da noite.

Eu estava apaixonado. E nunca estivera tão feliz. Um amor sensível e tímido mas que era capaz de me desmontar inteiro. Jimin era incrível e eu daria tudo para tê-lo em minha vida para sempre. Sempre e sempre.

[…]


Notas Finais


Oioi, pessoal!

Espero que tenham gostado do nosso penúltimo capítulo de The Flowers. Eu juro que nunca fiquei tão triste como agora, saber que o último capítulo já está pronto e que vai ser finalmente lançado me deixa um tanto desolada. Me desculpem por todo o drama mas essa foi a primeira fic que eu escrevi e publiquei, originalmente no site ao lado, ela carrega um peso maior em cima de mim.

Por favor, não se esqueçam de votar e comentar bastante, acho que só assim pra aliviar esse aperto no meu pobre coração. Aproveitem para ler as minhas outras obras e fiquem bem, se lembrem de lavarem as mãos e evitem aglomerações, fiquem em casa se puderem e me encham de carinho lendo as minhas bebês.

Vejo vocês em duas semanas com o nosso último capítulo.

Beijos de luz e até mais 😘


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