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História The Last Judgment - Realism of Gustave Coubert


Escrita por: Nerverland

Notas do Autor


Olá leitoras e leitores maravilhosos, explico o sumisso nas notas finais 🙆

Obg pelo carinho das leitoras que vieram me dizer que queriam a atualização da fic, obg mesmo por vcs terem vindo me dizer isso e que gostam fic, já estão no meu core... além de terem me motivado sim a vir postar ^.^

Obg pelos favoritos e comentários lindos

Boa leitura e espero que gostem 💕

Capítulo 12 - Realism of Gustave Coubert


Cap 12: Realism of Gustave Coubert 

Alguém estava ali. Um. Dois. Três. Quatro. Os passos soaram no chão.

Um assobio rescindiu no local. Era alto, propositalmente alto e calmo. Quem estaria em seu apartamento às 4:09 da manhã? Perguntou-se Clare. 

Algo caiu no chão e fez um estardalhaço na hora macabra que atingia a cidade e sua madrugada. A loira levantou-se da cama e olhou pela janela de seu quarto, todas as luzes do bairro estavam apagadas, até mesmo as dos postes da rua. Estranho e assustador.

O assobio abruptamente parou.

Clarice virou a cabeça assustada para porta de seu quarto nesse momento. Ela tinha congelado no lugar em que estava, e só pensava em sentar-se no chão e abraçar os joelhos, como se de alguma maneira fosse ficar protegida. Mas ela não o fez, ao invés disso usou de toda sua coragem para forçar a mover os pés.

Quando seus dedos estavam na maçaneta da porta de seu quarto ela abriu-a lentamente. Olhou para fora do cômodo e o coração quase dera um salto de alívio ao não ver nada e nem ninguém.

Devo estar sonhando, mas por que parece tão real? 

Saiu de seu quarto e seguiu andando pela sala. As luzes do corredor não estavam acessas? Questionou-se a garota. Tudo era um imenso breu pelo qual ela emergia cada vez mais. 

Chegou a sala e seus olhos verdes se arregalaram, teve medo de pudessem sair de seu crânio. A única luz acessa, pelo visto em todo o quarteirão, era a do abajur que ficava na pequena e mínima mesa ao lado de seu sofá. Mas o que realmente a assustou foi ver que nesse mesmo sofá e segurando o botão liga-desliga desse mesmo abajur, estava uma pessoa. Um homem.

- Você demorou, Clarice.

Ela sentiu um frio súbito. Estou morrendo, pensou. A sala inteira ficou gelada como se todo o frio existente na Terra estivesse concentrado naquele pequeno local.

- O que você está fazendo Shawn? – um sussurro saiu de sua boca. Quase inaudível.

Ele sorriu. Um sorriso tão macabro e animalesco que sem realmente pensar a menina se virou para correr. Em vão, pois tinha outra pessoa atrás dela.

- Rick! – pronunciou o nome da pessoa que a segurara pelos braços a impedindo de fugir.

De repente o rosto de algo que a segurava começou a mudar. Já não era mais Rick, mas sim Dante Alighieri... e então era Lefray... e então Florence... e então seus pais... e então ela...

Acordou. Suas mãos estavam apertando o lençol com tanta força que as pontas de seus dedos estavam brancas. Sua respiração estava ofegante e percebeu que em algum momento tinha chorado, pois sua bochechas estavam molhadas.

Levou as mãos ao peito para tentar se estabilizar e então apoiou sua testa nos joelhos. Lembrou-se de querer fazer isso em seu sonho. Estava mais para pesadelo.

Era de dia, cinco e meia da manhã mais precisamente. Clarice não conseguiria voltar a dormir, então se levantou e foi até a janela para observar a rua, o quarteirão estava com seus postes ainda acessos e alguns moradores já saiam para o trabalho. Não foi real, disse a si mesma.

Após tomar banho e comer um pão com manteiga ela pegou as chaves da casa e certificando-se de a trancar, foi para faculdade.

Shawn estava no pesadelo, lembrou enquanto caminhava pelos quarteirões gélidos e que aos poucos iam despertando, a maneira como ele a olhou e o sorriso que lhe dera. Clare nunca havia sequer imaginado-o daquela forma. Mas e se fosse um modo de seu subconsciente a alertar sobre algo que ela não havia notado? Não, Shawn não era assim, ponderou a loira. Mesmo que tivesse seus segredos ele jamais seria aquela figura demoníaca de seu pesadelo, seria? 

Clare adentrou a faculdade seguindo caminho para sua sala. Ao virar o corredor vira seu professor, o qual participara como protagonista de seu sonho inverso, parado alguns metros adiante com algo em mãos. A garota estreitou os olhos e focou no que ele tinha, parecia ser uma folha grossa que continha algo escrito. Parecia um documento. 

Shawn sacudiu o papel em mãos e suspirou, enquanto arrumava a postura. Então, a diretora Lefray apareceu e pegou o que ele vinha segurando em mãos. A mulher analisou o papel com uma feição impassível e então levou uma de suas mãos ao ombro do garoto, apertando-o. Ela sorriu, de uma maneira forçada e assustadora e então deu meia volta e foi embora, com seus saltos martelando no chão frio.

O que acabou de acontecer? Perguntou-se a loira. Não importava, ela já a muito não tinha haver com o que Shawn fazia, na verdade achava que um momento algum tivesse havido.

Foi para sua sala antes que o moreno resolvesse partir pelo corredor e a acabasse vendo ali. 

Acelerou os passos enquanto segurava mais forte a alça de sua mochila. Então, entrou na sala de aula, e sentou-se na última bancada de baixo para cima. Tirou o laptop da bolsa e o colocou na mesa já ligando. A professora entrou na sala e pediu para que os alunos fossem passando entre si o maço de folhas e pegassem uma.

Clarice pegou a dela e passou para o garoto ao seu lado. Na folha havia algumas questões e um espaço para respostas. Ótimo, um teste surpresa, pensou a loira levando a mão a testa e revirando os olhos para si mesma. Em sua ânsia por descobrir mais sobre os próximos passos do psicopata, se esquecera de revisar as aulas da semana.

- Como já perceberam este é um teste surpresa, e valerá a nota inteira do semestre. Podem começar.

O barulho das folhas sendo viradas para começarem as respostas preencheu a sala, e os cliques das canetas sendo destravadas deixou a garota nervosa. 


- O tempo terminou, passem as provas para frente.

Todos foram entregando as folhas de volta. Clare tinha a sensação de que conseguira se sair melhor do que imaginava. Menos mal, falou para si mesma.


Era a troca de aulas e a menina tinha saído da sala para ir ao banheiro. Ao chegar lá levou um pequeno susto ao ver Flo no banheiro também.

- Clare! – chamou a ruiva fechando a torneira – Você parece meio assustada, tudo bem? – a amiga assentiu – Ah, Rick me pediu para dizer que ele quer muito ter uma conversa com você...

- Diz para ele que eu não ligo – a loira foi até a pia e abriu a torneira para lavar o rosto.

- Clarice, para com isso. O que ele fez foi errado, mas... só dá uma chance vai... nos três somos amigos, e é horrível ver vocês dois brigados.

A menina fechou a torneira e se virou para pegar papel toalha para secar o rosto, jogando em seguida no lixo.

- Florence, diz para ele que quando eu estiver pronta para falar com ele de novo, eu irei.

A ruiva suspiro e concordou com um aceno de cabeça, saindo do banheiro em seguida e voltando para sala.

Clare ficou um pouco mais no banheiro olhando sua imagem refletida no espelho. Se pudesse voltar atrás e nunca ter pegado aquele pedaço de papel, se pudesse nunca sequer ter tentado desvendar esse mistério... mas agora não tinha como voltar atrás, não quando alguém tinha entrado em sua casa, e depois tentado esfaqueá-la.

O som de mensagem recebida soou em seu celular. Ela o pegou do bolso e abriu a mesma que era de um número desconhecido.

“Até lá, como um alvo decretado,
Desse arco impele a força poderosa,
Quem conduz tudo a um venturoso estado.

Mas, como, às mais das vezes, revoltosas
A forma não responde ao interior da arte,
Porque a matéria é na surdez teimosa,

“Assim desta vereda se desparte 
A criatura para o bem guiada, que pode propender para outra parte”

Canto I, Paraíso – 124• estrofe.

A garota leu com cuidado os versos e teria relido se o sinal para próxima aula já não tivesse soado. Voltou então para a sala e sentou-se em seu lugar, os versos ainda rondavam sua mente e ela também notara que o mensageiro havia se dado o trabalho de colocar de qual parte e estrofe tirara os versos. Em uma coisa ela estava certa: o modo como quem quer estivesse fazendo aquilo seguia a ordem de camadas do livro de Alighieri, ou seja, agora que estavam no paraíso o que iria acontecer quando chegassem ao fim deste?

- Bom dia, bom dia. Desculpem o atraso – pediu Shawn ao entrar na sala parecendo meio afobado e ligando o computador e o slide.

Algumas alunas da fileira da frente disseram algo para o professor, que sorriu de uma maneira galante e então, batendo palmas para chamar a atenção da sala começou a aula.

- Hoje falaremos sobre o quadro “Enterro em Ornans”, de Gustave Coubert.

Shawn deu alguns passos para frente e parou de falar, como se estivesse perdido em seus pensamentos e não mais numa sala de aula. Então, olhou para os alunos a sua frente e deu um sorriso sem jeito pela interrupção.

- O quadro que estão vendo mostra obviamente um funeral – alguns riram baixinho – Além disso, o que realmente interessa são as pessoas representadas em grupos de homens, mulheres e eclesiásticos. Se observarem a sepultura, ela está aberta e próxima está um crânio, alguns analistas acreditam que o crânio seja uma referência a cena do cemitério de Hamelet – ato V, cena I.

Os alunos prestavam atenção as imagens, mas logo voltaram sua atenção ao professor quando este parou novamente interrompendo sua fala.

As bochechas dele ficaram avermelhadas e com a cabeça baixa passou a mão pela nuca. Uma das alunas da frente perguntou se ele estava sentido-se bem, e Shawn apenas confirmou com um maneio de cabeça. Então, quando finalmente levantou o olhar ele mirou em Clarice.

Foram por breves segundos os quais a troca de olhares se deu, alguns colegas de classe olharam para trás para ver o que o professor estava vendo, mas como não souberam se viraram novamente para frente.

- Também é possível identificar cada uma das pessoas presentes nesta pintura – continuou após um pigarreio – Mas, a verdadeira personagem principal do quadro, a que está sendo enterrada, se desconhece. Coubert nunca disse quem seria o dono da sepultura, e alguns especulam que talvez fosse seu tio, porém quando questionado sobre isso ele apenas dizia estar enterrando o romantismo.

“ E este é um ponto importante. Gustave Coubert era completamente avesso aos românticos, assim como todos os escritores realistas eram e faziam questão de deixar isso claro. Mas, quando o modernismo nasce em Paris, várias correntes são usadas, impressionismo, dadaísmo, cubismo... e então, mais para frente no Brasil irá surgir o movimento de antropofagia.”

Shawn apertou o botão do controle e passou o slide. Um quadro com um grande ovo envolto por uma cobra era representado.

- Este quadro pertence a Tarcila do Amaral, e é umas das obras que representam o movimento antropofágico. Pelo que eu sei o professor Richard já falou sobre essa vertente, que era baseada em reescrever a história do país e além disso filtrar as ideias de movimentos anteriores ao modernismo, para usar apenas aquilo que importava. 

“Assim, devemos pensar até que ponto a aversão dos realistas ao romantismo estaria certa, pois se este movimento antecessor não tivesse existido de onde os realistas como Coubert teriam tirado suas divergências para enfim mostrar os defeitos da sociedade?”

O professor se sentou sobre sua mesa e cruzou os braços.

- O que estes quadros nos mostram é que devemos aprender e usar as coisas relevantes do passado. Esses grandes artistas não teriam feito essas obras primas se não tivessem olhado para as vertentes anteriores e sentido insatisfação para então criar algo novo e diferente.

O sinal tocou. 

- Na próxima aula teremos um teste sobre os capítulos seis a nove do livro de vocês. Será bom se estudarem.

Com isso ele saiu da sala.

...

A menina estava em seu horário de intervalo. Sentada na sala de aula agora completamente vazia e com seu celular na mão tentava desvendar o que estava por trás daqueles versos de Dante, enviados a ela.

“Quem conduz tudo a um venturoso estado.” 

- Venturoso... – levou o indicador ao queixo e voltou os olhos a tela do aparelho – Pode ser “feliz”, ou “perigoso” e “aventureiro”.

Nesse caso, refletiu ela, o assassino deveria ser quem conduzia ao estado de aventura e felicidade, ou seja, conduzia as vítimas.

“A forma não corresponde ao interior na arte.”

- ... a matéria é na surdez teimosa... – repetia os versos em voz baixa – Nem tudo é o que parece, é o que deve significar. E que as coisas insistem em não prestarem atenção na essência.

Neste caso “coisas” poderia ser substituído por pessoas. Então, seria que alguém pode se passar por alguém que não é, assim, as pessoas insistem na surdez para não notarem a essência real. Deve ser isso, pensou consigo a loira.

“A criatura para o bem guiada que pode pender para outra parte.”

Esta parte para Clare parecia a mais simples, porém ela sabia que nem sempre o mais óbvio e simples realmente o era.

Provavelmente este verso significava que alguém que era mal pode se tornar bom e vice versa, ou então, pode significar que como as pessoas em sua essência tem se tornado por vezes más é preciso que quem conduz ao estado de ventura se certifique de algum modo para que não “pendam para outra parte”.

Cada verso analisado era mais, e mais assustador que o outro. As teorias que se formavam a assustavam, pareciam irreais demais, cruéis demais.

- Shawn, você sabe que não pode fugir de mim.

Clarice levantou os olhos de seu celular para ouvir a voz de sua assustadora diretora. Ela se levantou e desceu as escadas das bancadas, aproximou-se o máximo possível da porta do local sem que fosse notado por quem estava do lado de fora.

- Eu nem tentaria Ellen – respondeu a o moreno com sua voz conhecida pela loira.

Ela então ouviu um estalo, um som de beijos. Mas o que estava acontecendo? Se perguntou.

A menina foi minimamente para o lado apenas para ter certeza do que estava imaginando. Diretora Lefray encontrava-se prensada contra a parede pelo corpo do professor, o qual distribuía beijos generosos pela extensão de seu pescoço.

Clare se pôs para dentro da sala, levou as mãos para cobrir a boca. Uma sensação de incompreensão a tomou, ela realmente não conseguia entender o motivo de ter visto o que vira, jamais teria imaginado Shawn daquela forma com Ellen Lefray. Em seguida a menina envolveu o próprio pescoço com as mãos, e então um sentimento de nojo a tomou, teve vontade de vomitar. E achou que fosse.

- Burra! – amaldiçoou a si mesma – Como eu não percebi? – questionou a si sussurrando.

Se lembrou do dia em que brigara com Shawn, e o modo como ele parecera tão íntimo da diretora. Como pôde ser tão idiota? 


Dez minutos depois, ainda sentada em sua cadeira e esperando os cinco minutos restantes do intervalo acabarem, Clare estava de braços cruzados e olhos fixos perdidos na enorme lousa verde. Ela estava com raiva, triste, com ódio, chateada. Teria esperado tudo talvez, menos ter visto Mendes atracado a Lefray. Ele transva com aquela mulher durante o tempo que dava em cima de Clare? Foi algo que ela se questionou.

Usou de sua força de vontade para ir até o banheiro se recompor.

Quando estava saindo da sala trombou em alguém. A pessoa a segurou pelos braços e foi inevitável não se lembrar do pesadelo que teve mais cedo.

- Clarice – aquela voz não, não naquele momento – Você estava chorando? Está tudo bem? 

Como ele conseguia ser tão sínico? Como podia a olhar nos olhos, como tinha coragem? 

Shawn a balançou um pouco para a despertar do transe.

A loira se soltou da mãos dele com todas as forças que ainda tinha e então sem pensar deu um tapa estalado no rosto de seu professor.

- Eu tenho nojo de você! – sibilou cada uma das palavras, as cuspindo no rosto dele.

O moreno massageou a bochecha com marcas dedos e agora vermelha. 

- Ficou maluca, o que houve? 

- Você quem deve ter ficado maluco aqui. Beijando a diretora? Em pleno período de aulas? 

Os olhos castanhos dele se arregalaram. Sua boca se abriu e fechou, em seguida abriu novamente.

- Clare... e-eu, por favor não é isso. Eu juro – sua voz estava alarmada, enquanto juntava as mãos como se fosse orar, mas na verdade era para implorar a loira que deixasse se explicar.

- Dane-se se você transava com ela enquanto tentava ficar comigo. Dane-se se está com ela agora. Não faz diferença.

Não esperou uma resposta para correr para o banheiro. Ele tentou seguí-la mas, não podia a obrigar a ouvir o que tinha para tentar dizer.

Clarice entrou em um dos boxes do banheiro e trancou porta. Sentou-se na tampa da privada e cobriu o rosto enquanto chorava.

Fazia diferença. Fazia toda diferença ele a ter enganado daquela forma, era mais do que ela esperava no fundo. 

Em acesso de raiva, enquanto as lágrimas quentes rolavam por sua bochecha e os soluços lhe escapavam a boca, ela começou a socar a porta do box. De início eram pancadas fortes, e em seguida de forma gradativa foram se tornando fracas. Suas mãos foram parando de bater e a garota escorou a testa na porta ainda chorando.

Não queria mais nada disso. Queria voltar para Connecticut, pois Yale já não parecia mais valer tão a pena. Ela sequer tinha haver com os assassinatos, mas por sua curiosidade demasiada estava agora envolvida até o pescoço. Deveria chamar a polícia, eles são treinados para esses casos, ou deveriam ser. Mas o que iria dizer? Tem alguém me mandando versos de um livro muito antigo, tem alguém escrevendo em portas da faculdade frases de Dante, a alguém que deixou um mísero papel no chão da escola? 

No máximo os policiais iriam rir dela e dizer para que fosse arrumar mais o que fazer. Sem contar que eles sequer tinham ideia do que fazer a respeito dos assassinatos.

Clare continuava na mesma posição, mas agora a lágrimas tinham cessado, assim como os soluços.


Após assistir ao resto das aulas, tentando ao máximo não parecer ter chorado, o sinal da saída soou.

Já estava voltando a pé para seu apartamento quando ouviu passos apressados, correndo. 

- Clarisse! Espera.

Era Shawn.

Ao invés de fazer o que ele pediu a menina continuou a andar e dessa vez mais rápido. Não fora o suficiente, ele a alcançara.

- Só me ouve, tá legal.

Ela tentou passar mas o moreno bloqueou sua passagem, uma, duas, três vezes.

- Eu não quero ouvir nada que saía dessa sua boca suja! – ela gritou, mas não fazia diferença pois, ninguém passava por aquela rua naquele momento.

- Por favor, só me ouve, não precisa falar comigo nunca mais depois. Só ouve.

A loira então começou a socar o peito definido de Mendes. Ele apenas aceitou os socos, sabia que merecia. A garota então começou a chorar.

- Não quero chorar. Odeio chorar na frente dos outros – disse tentado conter as lágrimas em vão.

Shawn apenas aproveitou que os socos tinham cessado, para puxá-la para um abraço forte. Seus dedos se perderam nos cabelos loiros enquanto as lágrimas escorriam. O rosto dela estava escondido entre as próprias mãos apoiadas contra o peito masculino. 

Ficaram assim durante o tempo em que Clare conseguiu se acalmar. Então, ela se desvencilhou do moreno e secou os olhos. 

- Clare, por favor – pediu o homem a sai frente.

Ela fez então um gesto para que ele começasse a falar, ali no meio do quarteirão.

- Eu tenho sim um envolvimento com a diretora – a menina deu um riso nasalado de escárnio – Não vou mais negar. Mas eu juro que durante todo o tempo em que estivesse com você eu sequer fiquei com ela, pelo contrario tentei ao máximo me afastar da Ellen. Motivo pelo qual ela esteve tão zangada.

- Por que – sua voz estava rouca e baixa – por que está envolvido com aquela mulher?

- Não queria ter contado pois, tenho vergonha disso e também tive medo de que reagisse como agora.

- E como esperava que eu reagisse?

- Está certa, tem todo direito de estar assim. De qualquer forma me envolvi em um caso com Ellen enquanto eu cursava a faculdade, no início era legal uma mulher mais velha, sabe? – ele olhou o rosto enojado da garota e continuou – Com o tempo, como já contei, por eu ser um aluno de destaque consegui emprego para lecionar na Yale, logo após me formar.

Ele parou de falar, e então tomou fôlego para continuar.

- O que não contei é que o emprego não veio só pelo fato do meu destaque, veio porque Lefray conseguiu para mim. Para isso eu tive que fazer algo em troca, que foi sexo. Já tinha feito outras vezes, então que mal faria mais uma? O que eu não sabia é que fazendo isso em troca de um contrato de trabalho eu estaria amarrado aos seus desejos e vontades. O interesse de anos atrás que eu tinha por aquela mulher durou pouco tempo, mas eu posso perder o emprego se não fizer o que ela quer, e...

- Nunca mais poder lecionar se ela resolver contar o que você fazia – ela completou com uma voz monótona. 

Shawn apenas assentiu sem tirar os olhos dos dela.

- E o que mais você faz para ela? Não pode ser só isso.

Ele passou as mãos pelo rosto e depois puxou o cabelo para trás.

- Ellen é muito ardilosa e perigosa. Não quero você envolvida em sujeira Clarice.

Ela ponderou a resposta, e Mendes estava certo, já estava com problemas demais não precisa se envolver com mais coisas das quais se arrependeria por não conseguir sair depois.

- Tem razão, não quero saber – ela então deu as costas para ir embora.


...

- Quero que a torture primeiro psicologicamente. Aquela menina ridícula tem que aprender a não se intrometer no que é chamada e roubar o que é dos outros.

A pessoa a sua frente sorriu e lhe entregou o telefone celular.

- São as mensagens que tenho mandado para ela Lefray. Parece um rato indo direto para ratoeira.

A mulher apertou o telefone ao redor da mão e riu.

 


Notas Finais


Segura coração!!! E aí, o que vcs acharam? Gostaram do cap, odiaram, quero ler o que vcs tem para me dizer. Por favor comentem para eu poder saber o que estão achando do rumo final da fic ( faltam 4 cap para acabe e o coração já aperta)


Anyway, sobre o meu submisso peço muitas desculpas porque sim eu tenho vergonha na cara hauahaua. O que acontece é que esse ano é meu ultimo e eu quero passar em uma boa facul e por isso venho estudando feito uma louca ----> o q me deixa sem tempo de sequer pensar em escrever ( e eu tenho muita ideia nessa mente louca) e sem tempo de ler ~cruel~ e por isso tive que deixar minhas fic's por um tempo. Massss pretendo me organizar para finalizar a fic nessas minhas férias >>> se tudo estiver sob controle kkkk <<<

É isso, um beijo bem grande para vcs, uma boa madrugada (são 01:25 aqui) e até o próximo cap

>>>> n saia antes de comentar <<<<

🙆💕😘


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