História The Life And Death Go Together - Sun And Moon

Estávamos sentados em baixo de uma arvore, a sombra que ela fazia ajudava a se refrescar com o calor ali presente — por ser de tarde, eu estranhei a movimentação ali, mas era sexta, então deveria ser algo razoável para o dia de hoje... Ou eu estava muito tempo fora desse mundo que existia que isso para mim era algo estranho — eu apenas trabalhava e via o horizonte da minha sacada, em todo esse tempo que eu estava vivendo aqui, eu realmente nunca vim admirar esse parque, nunca achei tempo para isso... Eu nunca quis ter tempo para isso.

As crianças ao fundo brincando em alguns brinquedos ali, os pais apenas observando entre uma conversa e outra — pareciam felizes por estarem ali. Olhar isso me trazia muitas coisas a tona, dava vontade de ser criança novamente, parecia que naquela época tudo era possível, desde ir à lua ou ter um amigo imaginário, ser famoso ou apenas ter uma casa na arvore — era tudo tão fácil.

— Não da vontade?! — Disse olhando para aquelas crianças, assim juntado meus joelhos próximo ao meu corpo e poiando meu queixo ali.

— Do que? — Ray que estava ao meu lado perguntou sem entender.

— De ser criança, era algo tão fácil, minha única preocupação era não perde meu desenho animado preferido e o único desejo era ser adulto, parecia algo tão incrível, mas ai você cresce e percebe que não e nada do que pensou, quer voltar a ser criança — Dei um sorriso pequeno — Da vontade de voltar e aproveita mais.

— Frank... — Ele iria dizer algo, mas eu o interrompi.

— Só estou dizendo, não quer dizer nada com o que aconteceu hoje... Eu vou ser o mesmo Frank de sempre, eu vou fazer o meu melhor — Olhei para cima vendo o vento passar pelos galhos da arvore, fazendo com que ela fizesse barulho e algumas folhas verdes caíssem — Acha que um dia ainda vou encontrar aquele cara? Será que ele ainda esta vivo? — Perguntei olhando para ele.

— Eu não sei, espero que sim... Herói — Ele disse sarcástico rindo da situação.

— Talvez eu seja mesmo um herói — Disse brincalhão — Um herói muito estranho, mas um herói... Acha que eu posso fazer algo para alguém? Eu ia ficar feliz se soubesse que ajudei alguém com alguma coisa.

— Eu não sei, mas se você quer mesmo ajudar alguém e isso te faz sentir melhor, vai nessa, você nunca foi uma pessoa ruim, na verdade, você é um menino incrível e de bom coração.

— Obrigado Ray — Disse com a voz embargada.

— Ah não Frank, não vai chorar — Ele me advertiu de forma brincalhona.

— Eu não vou chorar... — Segurei a minha vontade de chorar — Quer dizer, eu realmente não quero chorar na situação que eu estou, eu não quero passar por isso triste — Dei um sorriso fraco e mordi levemente os lábios inferiores — Vamos embora? Já estou começando a sentir falta de casa — Disse levantando e tirando a pouca terra das minhas roupas.

— Me convida para o café da tarde?! Não custa nada — Ele disse brincando e se levantou, assim ajeitado suas roupas.

— Claro, mesmo que a gente tenha acabado de sair da cafeteria — Disse com ironia.

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Eu não sabia em qual garrafa tinha parado naquela tarde, mas já tinha bebido o suficiente para começar a ficar bêbado e não ter muito reflexo sobre as coisas ao meu redor. Tinha saído do bar há alguns minutos, a rua não era um lugar muito seguro naquele momento, estava começando a me arrasta pelas paredes dos estabelecimentos e casas.

Parei próximo a uma parede, assim encostando as costas nela e olhando a outra calçada, então duas pessoas me chamaram atenção e uma delas era familiar de algum lugar... Aquele menino contando algo tão animado para o outro, o sorriso dele tão encantador, parecia que nada o abalava, parecia um garoto tão feliz... Parecia o herói daquela noite chuvosa, alguém que valia a pena ter por perto, alguém que dava vontade de ter por perto e se eu pudesse, eu realmente sairia atrás dele naquele momento, mas meu corpo não estava em condições de correr, então eu apenas o deixei ir, sumir pelo horizonte naquela rua.

Eu realmente não sabia quem ele era, não sabia seu nome, não sabia nada, apenas sabia que às vezes eu o encontrava, como se fosse para estarmos perto um do outro, não sabia o porquê do mundo querer isso, mas ele queria, queria com todas as forças que o nossos caminhos se cruzasse... E quando isso acontecesse, algo muito grande aconteceria — era como se eu precisasse dele e ele de mim, mas por que ele precisaria de mim? Talvez seja porque a vida precisa da morte e vise e versa.

Comecei a caminhar cambaleante para o que eu achava que era o caminha da minha casa, mas infelizmente não era e eu parei novamente naquele parque perto do mercado, assim vendo novamente aquele pequeno riacho que eu tentei-me suicida, mas não estava como aquele dia, à água fluía calmamente.

Andei um pouco mais para o fundo daquele lugar, assim me sentando próximo ao uma arvore e deixando o meu corpo cair para trás — agora a claridade não estava tão intensa como de manhã, mas ainda me incomodava, a sombra que a arvore fazia não ajudava muito.

Por mais que eu já estivesse bêbado, eu desejava por mais e mais, como se aquilo me fizesse esquecer de tudo e eu acordaria na manhã seguinte sabendo que tudo o que eu passei ate agora era apenas um pesadelo, mas não era assim que a vida funcionava, isso era um pesadelo, mas não dava para acorda dele.

Eu olhava algumas pessoas passando próximo de mim, elas nem se importavam com a minha existência, como se ignorassem de proposito. Olhei para o lado vendo a ponte e assim lembrando-se daquela noite — realmente aquele menino era único, ele foi o único que não quis ignorar aquilo e sim fazer algo, e eu não tive oportunidade de falar com ele novamente... Mas para que eu falaria com ele? Eu só estragava as coisas para todos ao meu redor, carregava uma culpa que nem era minha, mas eu não consegui me livrar dela, ela realmente estava me matando.

Meus olhos pesavam e eu cai de lado, assim vendo o céu começando a escurecer entre os galhos da arvore — a muito tempo eu não via o céu e como ele era lindo, essa transição de tarde para noite, quando o sol se escondia e dava lugar para a lua... A historia de dois apaixonados, sol era apaixonado pela lua, mas não podiam ficar juntos e por isso não se encontrava, apenas quando surgi o eclipse, a única oportunidade de ficarem próximos. Fechei os olhos por um instante, mas foi o suficiente para eu dormi ali mesmo, no estado que eu me encontrava, eu não tinha mais noção do mundo ao meu redor.

Continua...