História The New Family Avenged Sevenfold - Youre the one, and in you I confide .

 

NO CAPÍTULO ANTERIOR:

Senti mãos macias passando pelo meu rosto. O aroma da pele era uma fragrância de fruta. Não poderia ser o Jason, talvez fosse a Valary.

 

–Bom dia!

 

Abri os olhos para ver quem me cumprimentava e me surpreendi ao encontrar uma linda criança sentada na cabeceira da cama, sorrindo para mim.

 

–Owen! Não me faça mais correr assim atrás de você meu querido.

 

Uma jovem de cabelos loiros entrou no quarto pegando o pequeno no colo.

 

Sentei na cama ainda atordoada pelo sono. Olhei melhor para o garoto de cabelos loiros e olhos castanhos que continuava sorrindo para mim, com as mesmas covinhas do Matthew em cada bochecha.

 

–Desculpe-me pela invasão. Ele é um pouco curioso e como os quartos de hospedes quase nunca são usados... –A garota sorria educadamente, sem graça pela falha de ter deixado o Owen “fugir” dela.

 

–Esta tudo bem. Não se preocupe com isso.

 

–Eu sou Jessica.

 

–Eu sou Karen.

 

–Vou deixar a senhorita dormir. Vamos Owen, dê tchau para moça.

 

Ele prontamente começou a balançar sua pequena mão no ar aumentando ainda mais o sorriso. Como ele é lindo, a perfeita união entre a beleza e doçura de Val e Matt.

 

–Tchau lindo. –Retribuir o aceno e o sorriso e logo fui deixada sozinha no quarto.

 

Pensei em levantar e procurar por Jason, mas quando vi que ainda eram 07h00, resolvi seguir a sugestão da babá do Owen e voltei a dormir.

 

JASON POV”S

 

Acordei com uma dor de cabeça infernal, há tempos não tinha uma ressaca como essa. Também, há tempos não bebia tanto como a noite passada. Estava tudo bem até chegarmos à festa do Johnny e eu ver os olhares do Brian para a Karen e dela para ele.

 

Sei que devo estar ficando maluco, mas me sinto bastante incomodado com a maneira como eles se olham, se cumprimentam, conversam.

 

Eles parecem se conhecer a anos, ela fica tão a vontade perto dele. Mesmo percebendo que às vezes ele a intimida não dar para negar que eles têm uma ligação que eu não consigo entender.

 

Karen tem mexido comigo, essa é o verdadeiro motivo do meu incomodo. Desde a primeira vez a achei interessante. Antes de conhecê-la de verdade,era apenas mais uma fã do Avenged divertida, bonita e sexy que seria interessante “ficar”. Mas depois de conviver com ela, TUDO isso se tornou pouco perto da pessoa incrível que descobrir que ela é.

 

–J.B?Já acordou?

 

–Sim Val, pode entrar.

 

–Trouxe um copo de suco e analgésico para a dor de cabeça.

 

–Obrigada Val. -Levantei da cama indo cumprimenta-la com um abraço e beijo na testa , pegando o copo e o remédio da sua mão.

 

–Dormiu bem?

 

–Não acordei de madrugada se é isso que quer saber.

 

Ela sorriu entendendo o que significava dormir bem no meu estado.

 

Sentou na poltrona perto da janela, cruzou as pernas e os abraços na altura do peito e ficou me olhando enquanto eu terminava de tomar o suco.

 

–Vamos Val. Pergunte logo.

 

–Como assim Jason?

 

–Valary, eu te conheço desde os 16 anos. Sei exatamente como é sua expressão de curiosidade.

 

Ela bufou e revirou os olhos, mas se dando por vencida, finalmente perguntou.

 

–Você e a Karen estão tendo alguma coisa?

 

–O QUÊ? –Minha pergunta foi quase um grito a fazendo ri.

 

–Isso mesmo que você ouviu. –Ainda tentava se controlar.

 

–Não Valary, não temos nada. Mas de onde você tirou isso? –Sentei na cama ficando de frente para ela.

 

–Simples: pelo jeito que você cuida dela, do jeito que a olha. Do jeito que ela cuida de você. –Fazia gestos com a mão para cada motivo citado.

 

 

É isso mesmo?Meu afeto pela Karen já esta ficando tão amostra assim?Se bem que quando se trata das gêmeas DiBenedetto nem é preciso muitos detalhes para se descobrir algo.Sempre foram super sensitivas,nem o Jimmy era como elas.

 

–Eu gosto dela Val. Isso serve para você?Sei que tem pouco tempo que está aqui e que nos conhecemos, mas eu me senti assim desde a primeira vez que a vi. O quê? Você pode parar de me olhar assim?

 

–Por quê?Isso que você esta dizendo é tão meigo. –Os olhos da minha amiga brilhavam como se ela ouvisse a história mais romântica do mundo.

 

Tive que revirar os olhos enquanto me jogava na cama. Ela saiu da poltrona e deitou ao meu lado, ambos olhando para o teto.

 

–O que eu faço Val?Ela acabou de sair de uma situação complicada com o namorado, mal toca no assunto. E só me contou por que a peguei uma noite no quarto chorando, enquanto olhava algumas fotos deles no computador.

 

–O que aconteceu?

 

–Ela o pegou transando com a ex-noiva depois de ter se recusado a perder a virgindade com ele.

 

–A Karen é virgem? –Exclamou Val, levantando da cama em um pulo.

 

–Esqueci que só eu e os rapazes sabíamos disso. Sim, ela é.

 

–Uau.

 

–Pois é Val, uau!

 

Começamos a ouvir vozes no corredor. Uma delas era do Owen.

 

–Preciso descer. Meu filhote já acordou e deve estar aterrorizando a vida da Jessica coitada.

 

– Esse menino é realmente filho do Matt. –Rimos da situação.

 

–E sobre a Karen. Acho que você esta no caminho certo. Ela confia em você, se não nem estaria na sua casa. Gosta de você, dar para ver pelo cuidado que teve a noite passada. Continue assim e quem sabe em breve ela não te deixe entrar no coração dela?

 

Soltou um beijo no ar e saiu para cuidar do bagunceiro.

 

–Val está certa. Não esta? –Falei em voz alta.

 

Espero que esteja. Que tudo que tenho feito até agora não me der só à amizade da Karen, o que já é mais do que valido. Espero que ela me dê uma chance.

 

Fui tomar banho antes de ir até o quarto dela.

 

KAREN POV’S

 

Já começava a despertar quando alguém bateu na porta do quarto.

–Karen?Já acordou?

 

Antes de responder, olhei para o relógio na parede de frente pra cama. E como já eram 10h00, estava na hora de levantar.

 

–Sim. Pode entrar.

 

–Bom dia! –Jason entrou com seu sorriso fofo.

 

–Bom dia. Nossa!Alguém já esta pronto para sair.

 

Ele sentou na cama. Dei um beijo em sua bochecha e o abracei, sentindo o aroma do seu cabelo ainda molhado.

 

–Tomei banho para tirar a cara amassada. Você devia fazer o mesmo.

 

–Esta dizendo que estou com a cara amassada?- Fiz um bico fingindo irritação, que não durou muito tempo.

 

Logo se transformou em risada assim que Jason se jogou em cima de mim, nos derrubando no colchão.

 

–Não. Só estou sugerindo por que banho frio em meio a uma ressaca pode ser revigorante. –Se jogou ao meu lado na cama e entrelaçou nossas mãos.

 

–Eu não estou de ressaca. E por falar nisso, você sempre bebe assim J.B?

 

–Por quê?

 

–Por quê isso me preocupa bastante. Nas duas ultimas festas que fomos, tive ajuda dos seus amigos para te levar “para casa” e quando nenhum de nós estiver?Como vai ser?

 

–Na verdade sempre fui o sóbrio do grupo. Já perdi a conta de quantas vezes levei os caras para casa. O Brian então, nem se fala. Lembra-se do “All Excess”?

 

–Sim. Já assistir milhares de vezes.

 

–Pois bem. A frase “Pink is the new Black ” não foi à única peripécia do Gates aquela noite. Ele falava coisas que não faziam sentido real, fora que encheu meu saco muito mais do que foi mostrado no vídeo “Hotel Drunks”. Tive que leva-lo para dormir no meu quarto aquele dia.

 

Enquanto ele contava a história, eu ria lembrando a cena do Syn bêbado enchendo o coitado do Jason.

 

–Mas foi hilário.

 

–É, foi.

 

–Então eu não preciso me preocupar?

 

–Não. Eu serei mais responsável das próximas vezes. Juro. -cruzou os dedos e os beijou.

–Sendo assim, vou tomar banho e depois voltamos para Los Angeles. –Pulei da cama.

–Vamos passar o dia em Huntington Beach High. Quero te apresentar a cidade.

 

–Ok. Já volto. –Entrei no banheiro e Jason gritou dizendo que me esperaria lá em baixo.

 

Ao sair do banheiro, me toquei que não tinha o que usar. Meu vestido era muito chamativo para usar durante o dia, além de estar sujo de cerveja.

 

Uma bêbada resolveu abraçar o Zacky enquanto nós íamos ao bar pegar mais bebidas e virou o copo dela todo em mim que estava bem atrás dele.

 

–E agora?

 

Fiquei olhando para o tecido preto, criando coragem para usá-lo assim mesmo quando meus olhos pararam nas camisolas que a Val deixou para mim. Uma delas era azul e mais parecia um vestido simples do que uma roupa de dormir. Com o cinto e o coturno preto que usei ontem ia ficar ótimo. Me vesti,arrumei o cabelo em um coque frouxo e desce.Não sem antes arrumar a cama e deixar as camisolas em cima dela.

 

–Bom dia. –Cumprimentei Matt e Valary que estavam sentados na mesa de jantar.

 

–Bom dia Kid Sweet. Junte-se a nós para comer. –Matt puxou uma cadeira ao seu lado esquerdo. Ele sentava na ponta da mesa e Val do seu lado.

 

–Onde esta o Jason? -Sentei á mesa e me servi com um pouco de suco.

 

–Lá fora brincando com o Owen e a Jessica. – Val levantou da mesa. -Vou busca-los. Owen esta com uma mania terrível de comer fora do horário.

 

Pegou um copo de suco e saiu da sala.

 

–Val sempre se irrita com isso. Tento fazê-la entender que é normal os hábitos dele mudarem à medida que ele fica mais velho.

–É natural. Toda mãe acaba tendo excesso de preocupação com os filhos. Se acostume. Todo cuidado que ela sempre teve com você agora será transferido em dobro para ele.

 

Matt sorriu e concordou com a cabeça.

 

Jason entrou na sala ofegante carregando o Owen, com Valary e a Jessica logo atrás deles.

 

Com muita luta Val conseguiu fazer seu filho comer algumas frutas, mas não passou disso. Já Jason, parecia que ia comer a mesa inteira. Motivo para Matthew fazer gozações sobre as consequências de tamanha gula aparecerem na barriga dele.

 

Owen estava sentado no colo do pai enquanto Val lhe dava as frutas. Às vezes ela era alimentada pelo Matt que brincava que estava magra demais e que ele gostava de carne para apertar. Engraçado que apesar de todos os motivos para ficar constrangida diante de tanta intimidade, eu não fiquei. Era bonito ver a família Sanders tão de perto.

 

Vira e mexe pegava o Jason me olhando com um sorriso bobo no rosto, que era retribuído com toda sinceridade.

 

Terminado o café em “família”, peguei uma bolsa da Val emprestada para guarda meu vestido e fomos fazer um tour por HB.

 

 

–Onde estamos indo. –Já estávamos há 15 minutos no carro e não parávamos em lugar nenhum.

 

–Calma, já estamos chegando.

 

Depois de mais um 10 minutos paramos em frente a um colégio que logo reconheci como sendo o Huntington Beach High School.

 

– Não acredito que você me trouxe aqui. –Abri a porta do carro e segui direto para o portão de entrada. Nem esperei por ele, tamanha era minha empolgação.

 

–Hey. Vai com calma ai moça. O porteiro não vai te deixar entrar se não estiver com alguém que ele conheça. A escola esta fechada.

 

Esperei que me alcançasse e andamos de mãos dadas até o guarda sentado perto do portão. Depois de alguns cumprimentos formais, o homem levantou nos fazendo acompanha-lo até o interior do colégio.

 

Não acreditava que estava naquela escola. Era um lugar com muitos significados. Só de imaginar que a maioria das musicas do “Sounding The Seventh Trumpet” foram escritas naqueles pátios me dava até um nó na garganta de tanta emoção.

 

Começamos pela quadra de basquete onde, segundo Jason, Matt arrasava. O que sempre foi tradição da família Sanders. Rimos com ele contando sobre o dia em que Jimmy foi expulso do time de basquete.

 

–Lembro perfeitamente de uma briga em que o Matt se meteu com um garoto duas vezes maior que ele, bem aqui nesse pátio.

 

– Quem ganhou?

 

–Matt. Ele sempre foi habilidoso.

 

Continuamos andando pelos pátios até chegarmos a um que tinha um pequeno palco no meio.

 

–A banda do Zacky tocou aqui. Foi a primeira vez que o vi tocando.

 

–Eu sei. O nome da banda era Mad Porn Action, não é?

 

–É. Às vezes esqueço que você conhece muito sobre os caras.

 

–Nada perto de você que convivi com eles há anos.

...

–Te apresento o nosso gramado.

 

Chegamos a uma vasta área verde onde Jason sentou, me puxando para sentar ao seu lado.

 

–Como você era no tempo do High School Jay?

 

–Eu?Não era grande coisa. Era o irmão gêmeo de um dos caros mais descolados da escola, um dos melhores amigos do garoto que mais se metia em brigas e do famoso e temido Jimmy Sullivan, namorado de uma das garotas mais cobiçadas e melhor amigo da sua irmã gêmea. Sem contar que era amigo do garoto mais popular, desejado e invejado da escola.

 

–Você namorou a Michelle Dibenedetto?

 

–Namorei.

 

–Quem era o garoto mais popular, desejado e invejado da escola? –Eu sabia, mas queria o ouvir dizer.

 

–O Brian. Não dava para saber com que garota ele estava no momento. O trânsito era muito grande se é que me entende. –Apenas ele riu da piada.

 

–Ele e a Michelle tiveram alguma coisa durante essa época?

 

–Porque quê saber disso?

 

–Existem boatos de que eles “se pegaram” na 8º série. É apenas curiosidade.

 

–Não.

 

–E você e ela?

 

–Namoramos no ensino médio, por um ano.

 

–Hum...

 

– Tirei todas as suas dúvidas?

 

–Não, mas estou bem até agora. –Dei um sorriso debochado.

 

–Falta te mostrar um lugar. Vem. -Jason me puxou pela mão.

 

...

 

O prédio a nossa frente parecia com uma pequena catedral. Devia ser onde ficam as salas de aula.

 

–O nome da banda foi decidido aqui. –Sentamos no gramado na frente do prédio, perto de algumas árvores.

 

Assim como em todos os lugares que passamos, tentava imaginar como teria sido cada cena que tinha acontecido ali e o que representavam na história da banda.

 

O silêncio que imperava foi cortado pelo toque de um celular.

 

–Fala Vengeance. Quando?...Estou mostrando HBHS para a Karen...Tudo bem então,já estou a caminho. –Antes mesmo de terminar a ligação, ele já estava de pé.

 

–Tenho que ir à casa do Zacky. Ele me pediu para ir com ele e o Dan a uma feira de empreendedores em Nova York para divulgar a Vengeance University".

 

–Então é melhor você me deixar na sua casa antes.

 

Ouvindo o que eu disse ele parou abruptamente, me fazendo bater a cara nas suas costas graças à pequena distância que tinha entre nós. Virou de frente para mim.

 

–Que foi?

 

–Ele sabe que você esta comigo. Estão nos esperando para o almoço.

Continuamos andando em direção a saída.

 

–Karen, você precisa entender uma coisa: Você não é mais uma estranha nas nossas vidas. Não precisa mais ter tanta formalidade.

 

–Tenha calma comigo J.B.Afinal, não é todo dia que você começa a conviver com sua banda favorita desde a adolescência,com pessoas que sempre foram inalcançáveis.

....

 

–Que dia vai ser a feira? –Perguntei enquanto entravamos no carro.

 

–Nessa sexta. Por quê?

 

Colocou o cinto de segurança e eu fiz o mesmo.

 

–Coloca o cinto de segurança direito.

 

Ele sempre teimava que eu não sabia colocar o sinto corretamente.

 

–Nada. Só achei que pudesse ser amanhã. Dai teria que me despedir de você hoje.

 

–Você não vai se despedir de mim, só vai dizer até logo.

 

 

Segundo Jason, a distância da escola até a casa do Baker era maior do que a da casa dos Sanders até lá. Seria mais rápido irmos pela Main, a avenida central da cidade.

 

–Jimmy morou ali.

 

Ele apontou para um pequeno imóvel de dois andares do lado contrario á praia. Parecia ter sido reformado, não parecia com o edifico com aspecto de queimado que foi mostrado no “All Excess”.

 

–A lavanderia era ali?

 

–Era.

 

–E o que é agora?

 

–Não sei exatamente.

 

Passamos pelo píer e por alguns centros comerciais até que entramos na área residencial perto da orla e logo estávamos no bairro onde ficava a casa do Zacky.

As casas da rua eram enormes. Com certeza a dele não seria diferente.

 

Passamos pelo portão lateral que dava acesso à garagem nos fundos da imensa casa branca. Perto tinha uma pequena “piscina” de mármore e ao lado uma quadra de esportes.

 

Descemos do carro e eu admirava a vista quando senti algo pesado bater em meu peito, me fazendo cair de costas na grama.

 

– Majesty. Sai de cima da Karen, agora.

 

Ordenava Zacky, mas Majesty continuava cheirando e lambendo meu rosto enquanto eu permanecia com os olhos fechados.

 

– Majesty. Não vou falar de novo.

 

Dessa vez sua voz mais ríspida surtiu efeito e o Majesty obedeceu indo ficar ao seu lado.

–Desculpe por isso Karen. Ela costuma ser comunicativa demais às vezes.

 

–Tudo bem. Eu só me assustei com a surpresa e confesso que com o tamanho dele também. Já fui mordida por um cão uma vez, por isso tenho algumas limitações em contato com eles.

 

–Vou coloca-la na área, podem ir entrando.

 

Zacky saiu sendo seguido por Majesty que não parava de abanar o rabo e eu segui Jason até a casa.

 

Fiquei feliz ao constatar assim que entramos que a casa era tão linda quanto às duas anteriores que tinha conhecido: a do Syn e do Matt. E que tinha um enorme lustre na sala de estar como na casa do Brian.

 

–Gena? Gena?

 

–Estou aqui Jason, na cozinha.

 

Começamos a andar em direção a voz depois de sairmos da sala de estar, onde não encontramos ninguém.

 

–Ai estão vocês. Olá Karen. –Gena saiu da beira do fogão vindo abraçar nós dois.

 

–Obrigada pelo convite para o almoço Gena.

 

–Por nada querida. Assim que ouvi o Zacky dizer que iria se reunir com o Jay aqui em casa, pedi para que trouxesse você junto.

 

Assustei-me ao olhar para o lado e ver que tinha mais alguém no cômodo.

 

–Michelle?!

 

–Oi Karen.

 

–Não tinha te visto ai.

 

–Eu entrei assim que vocês estavam cumprimentando a Gena.

 

Ela recebeu um abraço apertado do Jason e mesmo tímida, aceitei o dela quando a mesma veio até mim.

 

Zacky entrou na cozinha e começou a conversa com Jay sobre a tal feira enquanto eu observava Gena e Michelle perto do fogão, discutindo algo sobre a comida no fogo.

 

– O almoço está pronto.

 

Anunciou à senhora Baker colocando uma travessa de lasanha na bancada de mármore no centro da cozinha. Michelle já colocava pratos e talheres em uma bandeja, provavelmente para por na mesa de jantar e eu resolvi ajuda-la.

 

–Ontem quando veio me deixar aqui, Brian contou que você vai morar em Long Beach.

 

–É. Vou fazer um intercâmbio na Faculdade de Direito da CSU.

 

–Vai ser legal ter você aqui.

 

–Vai ser para mim também. –Correspondi ao sorriso que ela dava.

 

–Michelle, onde tem um banheiro?Preciso lavar minhas mãos para o almoço e meu rosto que Majesty resolveu sentir o gosto.

 

Zacky que entrava na sala no exato momento em que disse isso, começou a ri de uma maneira que era impossível não se contagiar. Michelle ainda ria quando me deixou na porta do banheiro e voltou para a sala.

 

O almoço foi tão agradável quanto todos os momentos que tive com eles até agora. Zacky e Jason passaram a maior parte do tempo planejando a tal viagem a NY, mas sempre estavam inclusos na conversa geral que girava em torno da gravidez da Michelle.

 

Sobre as precauções que tinha que tomar por ainda estar com menos de três meses e na marcação serrada e superproteção do Brian que mal a deixava sair de casa. Apenas se fosse para ir à dele, na da irmã, na dos pais ou na de qualquer um dos amigos mais próximos.

 

–Nada de dirigir, nada de bebida alcoólica, chocolate ou qualquer tipo de doce, academia ou qualquer atividade física. –Ela contava as mil recomendações que Brian fez a ela e a Lucia, a moça que contratou para cuidar da casa enquanto ela estiver grávida. Tentando imitar sua voz.

 

–Para, por favor. Minha barriga esta doendo de tanto rir. Você imita igualzinha a voz dele.

 

–Ah! Minha querida Karen. São quase duas décadas convivendo com ele.

 

Continuamos a refeição rindo dos episódios hilários que Brian passava na tentativa excessiva de cuidar da grávida.

 

Uma jovem de aparentemente 25 anos entrou na sala e começou a retirar a mesa do almoço, sendo ajudada por Gena.

 

–Obrigada pelo convite Zacky. Eu adorei. -O abracei agradecida pela tarde agradável.

 

–Eu que fico imensamente feliz por você ter se sentido a vontade na minha casa. Volte sempre.

 

–Hey. Olha quem veio se despedir de você Karen. –Zoava Berry de dentro do carro, me fazendo olhar para trás.

 

–Quem soltou Majesty de novo?

 

Zacky já ia leva-la de volta para os fundos quando eu disse que podia deixar ali. Majesty se aproximou de mim um pouco mais discreta dessa vez e eu abaixei para ficar da sua altura.

 

Ainda apreensiva, observei qual era a reação dela ao me ter assim tão próxima. Como não teve nenhuma reação brusca comecei a alisar seu pelo e deixei que me cheirasse.

–Pronto Majesty, agora podemos ser amigas. -Sussurrei no ouvido dela recebendo uma lambida na bochecha como resposta.

 

Acenei para Gena e Michelle que estavam na porta antes de entrar no carro e sairmos da casa.

 

–Você se importa de voltar para Los Angeles sozinha?

 

–Não J. Por quê?

 

–Esqueci que tinha combinado com meu irmão e o corretor de imóveis da família lá em casa às 15h30min. Vamos comprar uma casa nova para nossos pais, aniversário de casamento.

 

–Claro que não. É só você me deixar na rodoviária e me explicar tudo que tenho que fazer para chegar á L.A.

 

–Nada disso. Você vai voltar com meu carro. Amanhã Matt vai passar por lá, pego carona com ele. E por falar nele...

 

A conversa foi finalizada quando ele atendeu a ligação do irmão, explicando que já estava indo para casa. Chegando lá, ele desceu do carro e eu assumir o volante, rumo a Los Angeles.

 

Antes de entrar na garagem ao lado da casa, percebi um carro diferente parado na frente. Mas imaginei que algum vizinho estacionou na calçada errada.

 

Guardei o carro e depois de fechar a porta da garagem, virei em direção à escada da frente. Vendo o provável dono do carro.

 

–Brian?!

 

Ele, que estava sentado na escada de cabeça baixa, levantou o rosto sorrindo assim que ouviu minha voz.

 

–Achei que vocês não fossem chegar nunca. –Levantou e veio em minha direção.

 

É incrível como qualquer coisa que ele veste o deixa ainda mais lindo. Usava uma calça e blusa preta, com uma jaqueta e um tênis Nike da mesma cor. Além de óculos escuros dando um toque final ao look.

 

Me peguei abobalhada o admirando se aproximar de mim, acordando quando ouvi sua voz novamente.

 

–Cadê o Berry?

 

–Ficou em Huntington Beach. Tinha algumas coisas sobre o presente de casamento dos pais para resolver com o Matt. E você?O que veio fazer aqui?

 

Percebi o quanto estava constrangida com a proximidade dele ao sentir a chave que eu apertava começar a ferir minha mão.

 

–Vim me desculpa pela forma rude com que falei com você ontem.

 

–Você não foi rude. Me deixou muito envergonhada ouvir o que você disse,é verdade.Mas não foi grosseiro.Eu quem devo pedir desculpas pela minha falta de educação em te ignorar enquanto a Andy estava por perto.

 

–Aceito as suas desculpas se você aceitar as minhas.

 

–Hum...trato feito. –Estirei minha mão para que ele apertasse, selando nosso acordo.

 

–Agora que nos entendemos, o que você vai fazer?

 

–Agora?Vou entrar e arrumar minhas malas. Depois de amanhã vou para Long Beach e amanhã não vou ter tempo de fazer isso.

 

–Posso te ajudar nisso. Pode ser?

 

–Claro que sim.

 

Ao abrir a porta, fui direto para cozinha.

 

–Estou morrendo de calor. Quer água Syn?

 

–Aceito.

 

–Tem suco de frutas também. Mas foi feito ontem de manhã, não esta fresco.

 

–Prefiro a água mesmo.

 

–Esta com nojo do meu suco? –Coloquei um pouco do suco no copo e bebi.

 

–Não. Me da um pouco aqui. –Arrancou o copo da minha mão, bebendo o resto que tinha.

 

–Vou subir e começar a arrumar minhas malas, vem comigo? –Fomos para sala.

 

–Eu não já disse que vou ajudar? –Fez cara de deboche- Ai, seu tapa dói.

 

–Da próxima vez que tirar onda com minha cara, dou um murro nesse seu rosto lindo. Agora vamos subir engraçadinho.

 

Para começo de conversa tive que dar uma arrumada no quarto. Com essa onda de sair dos últimos três dias, a casa toda estava uma bagunça. Depois de tudo em seu lugar, tirei as malas de cima do guarda-roupa e comecei a jogar as roupas na cama.

 

–Como você vai dividir nas malas?

–Nessa grande: jeans, vestidos, casacos e jaquetas. Na media: saias, camisetas e vestidos leves. E na pequena: minhas camisas de bandas. Aquela preta ali é só para calçados.

–Você tem uma mala só para camisas de bandas?

 

–Você tem um malote só para os seus chapéus. Cala a boca. –Joguei uma camiseta nele, o fazendo rir.

 

–Trouxe pelo menos umas 15. Não gosto de misturar elas com mais nada. Quando quero usar uma, tenho que saber exatamente onde está.

 

–15?

 

–E nem trouxe todas.

 

–Quantas você tem?

 

–Sem repetir a banda?Acho que 50. Fora as que eu tenho duas ou mais. Tipo: do Avenged eu tenho unas cinco, do Gun’s umas quatro e do Strokes três.

 

–Gostei dessa. –Ele segurava minha blusa do AC/DC.

 

–Comprei com o meu ex-sogro que é super fã da banda, ele tem igual.

 

–Eu já te vi com essa do “Mothoheand”. Você chegou ao hotel que ficamos em Buenos Aires com ela.

 

Virei para olha-lo. Fiquei surpresa por ele lembrar de um detalhe como esse, nem eu lembrava disso. Sorrir e voltei minha atenção para a gaveta do guarda-roupa.

 

–Essa é linda.

 

–Eu quem fiz. Por isso o desenho estar mal feito. Eu amo essa foto do Jimmy.

 

Syn começou a dobrar e guarda minhas blusas na mala pequena, enquanto eu ia colocando meus sapatos na maleta preta.

 

–Está muito silencioso aqui. O que tem nesse som?

 

Ele já ligava e apertava o play antes de ouvir minha resposta.

 

Ouvir –Someday –The Strokes.

 

 

–WOW!Lá vem você com Indie Rock.

 

–Você que não esperou eu dizer o que estava tocando.

 

–O som até que é legal.

 

–É legal?É ótimo. Pode desfazer essa cara de nojo Brian.

 

Terminamos de arrumar as duas malas assim que a música terminou.

 

–Agora é minha vez de escolher. Onde estão seus CDs?

 

–Eu não trouxe meus CDs. Esta tudo nesse iPod conectado ao som. Escolhe ai.

– 30 Seconds To Mars, Pantera, Michael Jackson, Beatles, Judas Priest, Queen... –Ele passava pasta por pasta da minha playlist.

 

–Eu tenho um ótimo gosto musical, modéstia a parte.

 

– Angra?

 

–Sim, adoro. A banda é brasileira. Você conhece?

 

–Disso eu não sabia. Ouvi um cd deles por acidente em uma vez em um bar em Los Angeles. Gostei do som dos caras.

 

Ouvir: Highway To Hel - AC/DC

 

 

–Boa escolha Haner.

 

Continuamos arrumando as malas: eu com a das roupas leves e Syn guardando meus casacos. Eu cantava baixinho e só fui ver que ele também tinha se empolgado quando a musica chegou ao refrão e ele pulou da cama começando a cantar, fingindo tocar uma guitarra com as pernas.

 

I'm on the highway to hell

On the highway to hell

Highway to hell

I'm on the highway to hell

 

–Você pode parar?Não aguento mais rir. –Estava jogada na cama, me embolando de tanto rir.

 

–Vem. Faz comigo.

 

O olhei meio desconfiada, mas aceitei o convite e continuei cantando a musica enquanto ele tocava sua guitarra imaginária.

 

Hey mama! Look at me

I'm on my way to the promise land

I'm on the highway to hell

Highway to hell

I'm on the highway to hell

Highway to hell

 

Ele encostou sua boca no meu microfone imaginário: minha mão fechada em punho.

Don't stop me!

 

Syn tocava as notas do solo na perna e eu pulava que nem uma doida, voltando a cantar.

Yeah I'm going down anyway

I'm on the highway to hel

 

Fizemos uma pose final e depois nos jogamos na cama, rindo da loucura que acabamos de fazer.

 

–Você não é normal Brian Haner.

 

–Você gostou?Diga ai?

 

–Eu adoro essa capacidade que você tem de ser divertido de um jeito único. –Disse olhando para ele que ficou um pouco constrangido e tratou logo de levantar da cama.

 

–Tem o quê para comer?Estou trabalhando há quase duas horas e não tive pausa para lanche.

 

–Deixa de ser esfomeado menino. Vamos lá embaixo ver.

 

–Eba! –Começou a pular que nem criança quando vai ganhar doce.

 

–Não disse que você é retardado? –Fiz cara de séria ,mas como ele continuou pulando,tive que rir.

 

Abrir as portas do armário e não encontrei nada que me agradasse.

 

–Xi Syn. Acho que vamos ter que sair. Tem quase quatro dias que não paramos em casa. Então, não cozinhamos.

 

–Mas tem mantimentos nos armários e na geladeira?

 

Abri o refrigerador para conferir.

 

–Tem.

 

–Então deixa que eu cozinho.

 

–Tem certeza?

 

–Tenho.

 

–Acho melhor pedimos alguma coisa. Vai demorar muito e eu também já estou morrendo de fome.

 

–Já sei!Tem pão de forma?

 

–Acho que sim.

 

–Pegue alguns.

 

Prontamente fiz o que me pediu enquanto ele abria a porta da geladeira e pelas coisas que tirava de lá, já sabia o que iríamos comer.

 

 

–Gosta de pasta de amendoim?

 

–Nunca comi, mas posso começar agora.

 

 

Syn fez um sanduiche para mim e dois para ele. Depois comemos um de peito de peru e por ultimo ele inventou de colocar bacon no sanduiche.

 

–Agora estou pronto para o trabalho.

 

–Também, você comeu três sanduiches de cada recheio. Não sei como não está porpeta.

 

–Porpeta?

 

–É um apelido fofo para uma pessoa gorda.

 

–Eu faço exercícios físicos senhorita. Não sou igual a você com essa lerdeza toda para subir as escadas.

 

–A é?

 

Terminei de subir os degraus correndo com ele atrás de mim, que parou ofegante na porta do quarto.

 

–Não é igual a mim né?Sei...

 

 

Terminamos de arrumar minhas coisas quando já tinha anoitecido. Foi divertido demais. Brian consegue fazer qualquer tarefa chata como separar por tecido ou cor suas blusas ou tentar fechar uma mala abarrotada de sapatos até o topo sentando nela se tornar um bom momento.

 

 

–Jason não volta mais hoje?

 

–Volta. Pelo menos foi o que ele me disse.

 

Estávamos sentados no sofá da sala descansando um pouco quando meu celular tocou com uma mensagem do Jason.

 

–Esqueça o que eu disse. Ele não vem mais.

 

–Como?

 

 

–“Luna Linda. A reunião com o corretor acabou nos levando a ter que ir à casa que queremos comprar. Fora que amanhã bem cedo temos que fechar negócio com os proprietários e se fosse para L.A, não chegara aqui tão cedo. Juro que chego ai antes do almoço. Durma bem. Beijos com carinho,J.Berry”

 

 

Li a mensagem para o Brian que fez cara de pensativo enquanto ouvia.

 

–Vou dormir aqui.

 

–COMO ? –Meu tom saiu um pouco elevado.

 

–Você esta com medo de mim ou algo assim?

 

–Claro que não Brian. –Me mexi desconfortável no sofá. -Só não vejo necessidade para isso.

 

O que era mentira. Na verdade eu estava envergonhada, preocupada e feliz por dormir na mesma casa que ele de novo. E dessa vez, SOZINHA.

 

–Se você não estar com medo, vergonha ou algo assim, vou dormir aqui e ponto final. Não vou te deixar sozinha nessa casa.

 

–Tudo bem então. Vou tomar um banho. Você poderia fazer o mesmo, acho que as roupas do Jason dão em você. –Comecei a subir as escadas, mas uma lembrança me fez voltar. –Mas antes pede alguma coisa para jantarmos. Tem dinheiro nesse pote perto da TV.

 

Devo ter levado pelo menos 30 minutos tomando banho. Quando desci, Brian já estava com uma bermuda do Jason, sem camisa (OMG) e colocando o jantar em cima da mesa de centro.

 

–Quase chamo os bombeiros para te tirar do banheiro.

 

–O que você pediu? –Me aproximei da mesa, seduzida pelo cheiro.

 

–Frango assado,macarrão,ervilhas cozidas e purê de batata. –Ele abria a tampa das vasilhas para que eu visse cada coisa.

 

–O cheiro esta ótimo. O que é isso em sua mão? –Sentei no sofá.

 

–Estava olhando alguns DVDs para assistirmos,escolhi um filme. - Me mostrou o DVD de um filme que eu não conhecia.

 

–Tenho uma coisa melhor. –Levantei indo até o quarto e voltei com um DVD na mão, mostrando para ele.

 

–Não acredito. Você também gosta da serie?

 

–Gostar só?Sou viciada. Mas não vamos assistir os episódios, vamos assistir os extras.

 

Entreguei o DVD para ele colocar no aparelho e sentei no sofá dando as instruções de como chegar à parte que eu queria. Era o DVD da quarta temporada de Supernatural, queria que assistíssemos os erros de gravação.

 

 

 

 

 

Era uma missão quase impossível comer tentando não rir das palhaças da dupla Jensen e Jared. Syn engasgou com a comida pelo menos umas três vezes. Terminamos de comer em paz, já que “os erros” só duram pouco mais de 10 minutos.

 

–Depois da sessão comédia, o que vamos assistir?

 

–Não sei. Agora você escolhe. –Levantei para guardar as coisas na cozinha e ele foi para a prateleira de DVDs do Jason.

 

Acabamos assistindo a programas aleatórios na TV aberta. Não me liguei muito no que passava já que o sono estava tomando conta de mim. Instintivamente, encostei minha cabeça no ombro de Brian e ele passou um braço em volta do meu.

 

–Já esta com sono?

 

–Um pouco, mas não vou dormir aqui.

 

–Por mim você pode dormi aqui, te acordo para ir para o quarto quando o programa acabar.

 

Não dei nenhuma resposta. Apenas continuei ali, aninhada a seu peito e deixei o sono tomar conta de mim.

...

Acordei na minha cama e coberta por um edredom. Olhei em volta do quarto, ainda sonolenta. Olhei para frente e foi então que o vi dormindo encolhido no pé da minha cama.

 

Fiquei admirando a serenidade no seu rosto. Devia estar dormindo bem apesar do desconforto. Puxei a parte superior do seu tronco para cima, fazendo com que ele deitasse ao meu lado.

 

Fazia menção de levantar da cama para deixa-lo sozinho quando uma figura parada na porta me chamou a atenção.

 

– O que esta acontecendo aqui? –Jason olhava de mim para seu amigo deitado em minha cama com uma cara nada amistosa.