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História The new Robin Hood - Força


Escrita por: Syre

Capítulo 19 - Força


 

 

— Acorda... — Ouço alguém sussurrar enquanto sou balançada. Suspiro, pronta para continuar dormindo. — Garota, acorda!

— Me deixa em paz. — Resmungo.

— Francis saiu. Trouxe um pouco de comida. — Isso me faz despertar na hora. Minha barriga é um buraco negro, não tem nada nela.

Um homem alto e bonito segura um hambúrguer e um copo de água para mim. Ele bebe refrigerante, fazendo barulho com o canudo no copo quase vazio. Eu pego de sua mão, me movendo para longe dele.

— Obrigada... — Digo sem muita certeza, devorando o hambúrguer depressa.

— Devagar ou vai acabar se engasgando. — Ele me observa como se eu fosse um animal. E realmente parece, acorrentada até o último fio de cabelo. Sendo tratada como bicho.

Eu odeio esse lugar. Odeio que a falta de Justin seja mais insuportável do que a dor dos meus machucados. Quero ir para casa. E com isso não quero dizer meu apartamento. Casa é um lugar onde você se sente confortável e protegida. Justin é minha casa.

Eu quero dar um fora daqui. Do país talvez. Quero ficar bem distante de Francis e todos os seus problemas. Mas queria trazer Justin comigo. Será que ele iria? É egoísta demais pedir isso para ele? Para deixar tudo o que acredita para trás e viajar pelo mundo comigo?

— Pode ir. — Balanço a mão para a saída.

— Me chamo Moon. Não precisa ter medo de mim.

— Nome exótico. E eu não tenho medo de você. — Rebato.

— Então para de se afastar e me deixa ajudar com os machucados. — Ele tenta me tocar, mas eu bato em sua mão.

— Não. Eu estou bem.

— Não seja teimosa. Me deixe ajudar.

— Você quer me ajudar? Me deixe ir embora. Caso contrário, vá embora.

— Confia em mim, estou tentando.

— Não sei quem você. Mas não é melhor do que o Francis. Então eu não confio em você.

— Estou fazendo o meu melhor para que ele te deixe ir, mas não é tão simples assim. — Ele levanta o meu moletom, mesmo que eu não tenha deixado. Suas mãos geladas tocam meu machucado e a dor me faz choramingar. Ele olha em meus olhos, ele tem um olhar marcante. — Sinto muito por isso. Eu não estava aqui, se estivesse teria impedido.

Ele pega uma caixa na mochila que ele trouxe nas costas e procura por remédio.

Um plano rapidamente se forma na minha cabeça. Eu preciso que ele chegue mais perto. Eu não pretendo ficar aqui pelo resto da minha vida. Não pretendo esperar que o pior aconteça.

— Tem um corte profundo nas minhas costas, mas eu não vou conseguir me virar para você ver. — Ele ergue o olhar da maleta e se movimenta para mais perto de mim. E ergue meu moletom para ver.

— Não estou vendo. — Ele ergue a cabeça para olhar para mim. É quando eu envolvo seu pescoço com minhas correntes e puxo seu corpo para mais perto do meu para que ele não possa fugir. Sua respiração fica acelerada quando ele percebe que não tem saída. — Me solta, Alyss.

Eu não pretendo perder a minha grande chance. Aumento o aperto em torno de seu pescoço, mas mesmo assim ele não parece lutar.

— Destranque as correntes. — Ordeno.

— Você não vai fazer nada comigo. Você não tem coragem.

— Eu sou mais parecida com Francis do que você pensa. Eu não estou hesitando e não vou caso você não me obedeça.

— Você não vai conseguir sair. No corredor ao lado tem um segurança, quantos você acha que tem na saída? Francis te conhece. Acalme-se. Eu juro que ele vai te soltar. Seu namorado está vindo, ok? E depois disso, Francis vai deixar você em paz.

— Eu não acredito em você. E não dou a mínima para quantos seguranças tem aqui. Você vai me soltar.

Moon respira fundo e pega chave no bolso. Ele solta as minhas mãos e tem uma certa dificuldade para tirar a corrente de meu pescoço, já que eu não pretendo dar uma brecha para ele se virar contra mim.

— Agora, se acorrente. — Ordeno.

— Eu estou tentando te ajudar, Alyss. Me ouça.

— Eu não preciso da sua ajuda. Faça o que eu mando. — E ele faz. Me levanto, esticando os músculos. Não sei quando Francis vai voltar, então pego as chaves no bolso de Moon e destranco a porta.

Um corredor imenso se estende, uma parede branca sem nenhuma porta além da minha. Não tem nada que eu possa usar como arma. Não tem segurança aqui, talvez Moon estivesse mentindo apenas para me amedrontar.

Corro pelo corredor, sentido todos meus músculos doerem. Não tenho tempo para pensar bem no plano, só pretendo dar o meu melhor para fugir. Encontrar alguém do lado de fora e pedir por ajuda. Talvez me esconder em uma casa.

Viro à direita no corredor, é um corredor, mas este tem portas. Uma delas está aberta, é um quarto. Francis. E a escada fica logo abaixo. É uma escada de vidro e eu desço olhando ao redor. Quando eu chego na sala que é igualmente grande, como tudo na casa parece ser. Eu vejo um homem vestido em um terno próximo a porta que provavelmente leva a rua ou a cozinha.

Ele me vê e seu olhos se arregalam enquanto ele chama por mais pessoas no rádio. Ele vem correndo em minha direção e eu também corro. Ele puxa a arma e eu respiro fundo. É apenas para me amedrontar, se Francis quisesse me matar, ele mesmo teria. Engancho seu braço com a arma e acerto meu cotovelo contra seu queixo. Ele perde a força, quando eu acerto um soco em seu pomo de adão. Seus olhos se arregalam e seu rosto fica vermelho enquanto ele tenta respirar. Aproveito para pegar sua e correr o mais rápido que posso até a porta. E eu não errei, essa é a saída e não tem ninguém aqui. Estranho.

Olho ao redor, com a arma apontada. Aidan me ensinou como usar uma arma quando estávamos na casa de nossos pais, não tenho a melhor mira, mas tenho uma boa noção.

Ouço um barulho diferente. O silêncio. Nada de carros, pessoas conversando, buzina. O doce zunido da cidade de Nova York. A única coisa que ouço é o barulho das ondas quebrando e as arvores chacoalhando. Pela primeira vez, olho ao redor. Posso ver o mar daqui, com uma boa caminhada você chega nele em dez minutos. E ao redor, arvores e areia. Mais nada.

Minhas mãos começam a tremer. E eu não consigo respirar. Me esforço, mas pareço estar sufocando. Meu coração acelerado parece prestes a destroçar meu peito, sinto o suor escorrendo por meu rosto e mãos. Meu estomago se aperta e eu sinto vontade de vomitar tudo o que eu acabei de comer. Não consigo me mover. Meu corpo está paralisado. Eu vou morrer. Francis me trouxe até uma ilha para morrer. Justin não vai chegar a tempo. Não tem volta. Eu vou morrer.

Meus joelhos fraquejam e eu caio no chão. Olhando as ondas se quebrarem e o os pássaros voarem livres.

— Parece que alguém estava ansiosa para a minha chegada. — Ouço uma voz, enquanto meu cabelo é puxado para que eu olhe para cima. Estou olhando para mim, mas um eu mau.

Francis acende seu cigarro e oferece um para mim. Eu pego com as mãos tremendo. Se eu vou morrer, pelo menos que seja experimentando a morte lenta.

Justin Bieber

— Você não tinha o direito. Ele é menor de idade. Deveria estar estudando – Grito contra o rosto de Henrik. Ele encosta a cabeça no apoio do carro e dá de ombros.

— Foi decisão dele, garoto.

— Não fala como se eu não estivesse aqui. Eu nunca abandonei os estudos. Brook diz, abocanhando seu sanduiche.

— E o internado que eu continuo pagando? Você não está nele. Está se metendo em perigo. Eu fiz uma promessa de te proteger. Te educar. Você teria uma vida melhor do que a minha. Bato meu dedo contra seu peito, descontrolado.

— É minha forma de agradecer por tudo que você fez por mim, Justin. Ele fala enquanto segura meu ombro, sereno.

— Estava bom você agradecendo focado nos estudos.

— Eu nunca estive...- Brooklyn começa. Espremo os olhos.

— Eu vou te matar.

— Chega de papo, mocinhas. Hora da ação. Todos lembram do plano? – Formiga bate palma para chamar nossa atenção.

— Sim. — Todos confirmam no ponto.

Termino de enrolar a fita preta na câmera do celular de Alyss e coloco na mão de Henrik. Brooklyn me puxa para um abraço e eu aperto forte o meu garoto. Beijando seus cabelos encaracolados.

— Tome cuidado. — Peço.

— Você também. — Ele me solta e vira para sua equipe. Cinco jovens, quatro garotos e uma mulher. Ele não é mais minha criança, vejo isso quando ele grita para sua equipe e todos obedecendo. — Todos dentro da van, agora!

Henrik entra em seu próprio carro e se prepara para se dirigir ao banco. Sei que Francis provavelmente está rastreando o celular. Ele vai se sentar no carro em frente ao banco, tomar suas cervejas e curtir sua velhice.

Entro no carro, eu vou dirigir. Formiga está ao meu lado. Andrew, Aidan e Sam estão no banco de trás. Sam segura um drone que vai nos ajudar no resgate. Aidan está armado até os dentes e Andrew tem um taco de beisebol, hilário.

Dirijo o mais rápido que posso, não vai demorar muito para Francis notar que eu não estou fazendo o que ele está mandando. Estou nervoso. Vou conseguir minha Alyss de volta. Mas ainda não decidi o que fazer com Francis e o momento está se aproximando.

Alyss Lenz

— Eu mandei fazer isto especialmente para você. Pensei que seria interessante.

Francis me empurra para dentro da minha prisão, mas agora ela está ocupada com uma espécie de aquário vazio. É um pouco maior do que eu e tem uma escada na lateral.

— Peixinhos seriam realmente uma boa companhia.

— Especialmente se o peixe for você.

— Não, Francis! Não, não, não! O que você quer que eu faça? Eu juro que faço!  Eu juro. Você quer que eu me ajoelho? Eu me ajoelho agora. Mas por favor, não faça isso comigo! — Eu me ajoelho, segurando em sua perna. Ele olha para mim e ri.

— Patético. Realmente patético. Eu quero machucar você. Você não é capaz de entender? Ver lagrimas e desespero, torna meu dia melhor. Então entra naquela merda ou eu atiro na sua cabeça.

— Você não tem coragem de fazer isso, eu sei!

— Não? Então assista. — Francis puxa a arma do palito e atira próximo ao meu pé, só não pega porque eu dou um pulo a tempo. — Eu posso começar do pé, depois a perna, barriga, até chegar na sua cabeça. Entra na porra do aquário. Da próxima vez que você quiser me desafiar, eu começarei a atirar para matar.

Eu entro no aquário e homens chegam para tirar a escada e colocar uma tampa. Meu desespero agora já está em um pouco sem salvação. Eu vou morrer. Sei disso, quando a água começa a descer e me molhar. Ele vai me matar lentamente. Afogada. Era melhor morrer com um tiro, sem dor, apenas o fim.

— Eu prometo que vai ter volta. — Minha voz é como um rugido. Eu sinto desprezo por ele. Raiva. Ódio. Coisas que nunca senti por alguém.

— Irei esperar sentando. Enquanto não chega, que tal assistirmos um filme. — Ele estala o dedo e mais homens chegam, empurrando um móvel com uma televisão de tela plana. E outros entram com o som. — Antes eu achava que esse filme era apenas da protagonista Ellie. Então eu prestei atenção e percebi que o cara também é uma estrela. Eu fiz questão de ampliar o som, para que você não perca nada, já que o vídeo está um pouco escuro.

Eu me abraço, tremendo de frio. Tento me pressionar contra o canto do vidro para que a água caia apenas em meu braço. Francis liga a televisão e eu não tenho prestado atenção no que ele fala até a imagem surgir na tela. O câmera tenta entrar sem fazer barulho no quarto de hospedes, Ellie pressiona Justin contra a parede, o beijando. Ele parece gostar, passando suas mãos sobre o corpo dela. Eu fecho meus olhos, não querendo ver nada daquilo. Meu nariz arde e o soluço começa a ecoar pela caixa de vidro quando as lágrimas descem.

Eu odeio minha vida. Eu desejava apenas me mudar para Nova York, ser bem-sucedida ne minha carreia. Tentar me sustentar. E ter uma vida normal como qualquer um. Mas o destino não quis assim. Minha vida fugiu totalmente do normal quando um cara fantasiado invadiu minha casa e foi descendo cada vez mais fundo. Até chegar aqui. Eu não aguento mais.

— Francis, se você quer me matar. Porque você não me mata logo? Me mata. Ninguém vai saber. Ninguém vai se importar. Nem eu mesma. — Bato no vidro para que ele pare de prestar atenção no vídeo e olhe para mim. Ele faz um beicinho enquanto toca o vidro.

— Ei, não chore. Quem disse que eu quero te matar? Eu te amo, irmãzinha. Você é a única pessoa que já amei.

— Amor não machuca. Quem dirá fazer as coisas que você faz. — Grito com raiva.

— Você não percebe? O mundo é cruel, estou tentando te torna mais forte do que ele. Para que você não seja engolida a qualquer momento. — Eu vejo em seus olhos, ele acredita no que diz ou é realmente um bom ator.

— Você realmente acredita nisso? Em toda essa merda que você está dizendo?

— Claro. Você vai me agradecer um dia. Eu juro. — Ele tira a mão do vidro e guarda a arma. — Mas enquanto você não agradece. Irei deixar você assistindo o filme para relaxar.

— Eu nunca vou ser a mesma por causa de você. — Digo com desprezo.

— Isso é bom, irmã! Quando você me viu pela primeira vez, você era fraca. Você está ficando melhor agora. — Ele acena para mim da porta. — Vejo você mais tarde.

Quando ele fecha a porta, os gemidos de Justin e Ellie se tornam cada vez mais alto. Tampo meus ouvidos e fecho os olhos, mas ainda consigo ouvir. Eu odeio cada segundo dessa tortura.

— Por que você está com Alyss? Ela é tão estupida. — Ellie pergunta entre gemidos.

— Cala a boca. — Justin corta ela com frieza.

Justin Bieber

— Porra, Aaron! Nós precisávamos de dois helicópteros! — Andrew grita irado.

— O voo atrasou por conta do tempo. Vai chegar daqui a meia hora. Usem o helicóptero que tem. — Nós ouvimos a resposta de Aaron no viva voz.

— Qual é a parte de que tem gente demais você não entendeu, caralho!? Grito, chutando o carro.

— Calma. Justin, Formiga, Aaron e Aidan vão na frente. Daqui a meia hora eu e os Anjos da guarda pegaremos o avião. — Sam dá a ideia.

Não podemos perder tempo, então empurro todos para dentro do helicóptero. E ordeno que o piloto decole.

Por que Francis a levou para tão longe? Quais eram os planos dele? Eu precisava intervir o mais depressa possível.

(...)

Francis já sabe que chegamos. A casa dele é a única na ilha, seria impossível não ouvir o helicóptero barulhento.

Saltamos depressa. Tenho o arco em minhas costas, mesmo que não possa usar por conta da minha mão quebrada. Tenho duas espadas no cinto, estou pronto para matar quem quer que se meta na minha frente.

A casa de Francis é uma mansão gigantesca, cercada por areia, montanhas e arvores. Não tem ninguém na entrada.

— Prontos? — Pergunto.

Todos puxam suas armas e concordam.

Quando eu olho para a casa novamente, uma parede de homens armados está formada. Nós fazemos os nossos toques e começamos a correr ao encontro da liberdade de Alyss.

(...)

Andrew acerta com o taco na cabeça de quem se mete em sua frente. E Aidan distribui tiros, chutes e socos. Formiga brinca com inimigos, antes de levá-los ao chão.

Nós estamos lutando a minutos e eles não param de chegar. Movimento a espada, lutando contra dois homens ao mesmo tempo. Um deles se esquiva e ergue a arma, derrubo a arma no chão e o tiro pega próximo a minha bota. Enfio a espada no estomago de um e corto fora a orelha de outro.

Tem sangue em meu rosto e estou ocupado demais para limpá-los. Rolo pelo chão, derrubando um com um chute no joelho. E acerto com a parte de trás da espada na cabeça de um homem que tenta atacar Andrew por trás, Aidan atira em outro que está prestes a me acertar um soco. Nós trabalhamos em grupo, como se fizéssemos isso a vida toda. Temos sintonia. Distribuímos golpes sem cansar, derrubando homens, mais homens sangrando e gemendo no chão.

Eu tento chegar até a entrada da casa, mais alguém sempre aparece e eu fico ocupado distribuindo meu ódio sobre eles.

Formiga acerta com seu escudo na cara de um homem que eu empurro em sua direção.

— Estou com uma puta fome. Quando vamos poder comer? Formiga pergunta tranquilamente, enquanto bate com seu escudo com força em um homem já desmaiado no chão.

— Espero que seja logo. Estou ficando tonto de fome. — Aidan diz enquanto gira, atingindo diversos homens.

— Eu sou o único que não tem uma arma legal? E o único que está borrando as calças agora? — Andrew pergunta, batendo com seu taco no saco do cara e o derrubando. Vejo quando um tiro o atinge, mas eu o empurro tarde demais. Ele geme, segurando o braço com a mão livre.

— Você está bem? — Pergunto, enfiando meus dois dedos no olho de um cara que tenta me bater. Ele urra de dor, com a mão nos olhos.

— Foi de raspão. Eu acho. — Ele diz pressionando a camiseta cheia de sangue.

Eu continuo perto dele. Defendendo a nós dois. Um círculo de homens se fecha em torno nós quatro e permanecemos lutando para dizimar. Mas é como um formigueiro, não para de chegar.

Recebo um soco na parte de trás da cabeça e fico desnorteado. Mexendo as espadas para todo lado. Andrew acerta um chute no estomago do cara e eu finalizo, enfiando minha espada.

— Meu braço está doendo, eu estou cansado. — Andrew diz o que eu já imaginava. Puxo a arma da minha cintura e entrego para ele.

— Atira em qualquer coisa que não seja nós.

Defender, desviar, rolar no chão, cortar, atacar, socar, chutar e respirar. Continuo fazendo isso por tempo indeterminado. E até eu que fui treinado para combater vários caras ao mesmo tempo estou cansado. A nossa pequena guerra é tão barulhenta que eu não vejo o helicóptero chegar.

Os Anjos da guarda já chegam atirando. Derrubando vários com suas flechas.

— Nós seguramos. Pode ir. — Brooklyn diz no ponto em meu ouvido. Jogo meu chakram contra um cara que se aproxima de Formiga.

— Estou vendo pela câmera do drone. Vai para direita. Tem uma porta no fundo da casa, está livre. — Sam me instrui.

Derrubo todos que entram na minha frente. Meu coração está apertado por algum motivo, eu tenho pressa. Chego até a parte da casa que Sam falou e chuto a porta até perceber que está destrancada.

— Vai se foder. — Resmungo.

A casa é um breu. Ergo minha espada, olhando ao redor. Procuro Alyss pela sala, cozinha. Subo as escadas e espio em cada quarto. Até que ouço minha voz vinda de um corredor. Isso arrepia até meu último fio de cabelo.

— Eu sei que você continua me amando. — Ellie provoca. — Você ficou nervoso quando me viu. E eu não precisei me esforçar para você vir comigo.

Eu corro pelo corredor, seguindo a voz.

— Cala a boca. — Eu digo, provavelmente em uma gravação.

— Você vai repetir isso a noite toda? — Ellie pergunta.

— Isso é porque eu não quero ouvir sua voz. Apenas foder com você — Eu rosno.

A porta está trancada. Chuto várias vezes, mas ela não abre. Pego impulso e jogo meu ombro contra a porta. Nada.

— Alyss, você está aí? Eu estou chegando, amor. Aguenta firme. Grito contra a porta. Mas ela não responde.

Pego um impulso e me jogo contra a porta mais uma vez. Ela abre e eu caio no chão, machucando o ombro. Ergo a cabeça. Tem uma televisão exibindo meu vídeo e de Ellie. E Alyss...

— Alyss! Acorda! — Me levanto e bato no vidro desesperado.

Alyss está dentro de uma caixa de vidro. 90% da caixa está cheia de água e seu corpo está fundo, sem movimento nenhum. Os braços abertos, os cabelos sobre o rosto.

Entro em desespero. E se ela estiver morta? Eu cheguei tarde demais?

Atinjo o vidro com a espada, mas ele não cede. Tento escalar, mas é alto e escorregadio demais.

Respiro acelerado. Caminhando ao redor. Nervoso. Minhas mãos tremem.

Chuto o vidro, nada além de uma pequena rachadura. Me viro para trás e pego a televisão e jogo com toda força contra o vidro. Nada.

— Você achou ela? — Sam pergunta.

Minhas mãos tremem mais. Acerto com elas contra meu próprio rosto. Pensa porra. Ela está morrendo. Por sua culpa. Você nunca vai ter ela de volta. Você demorou demais.

— Eu acho que ela morreu. — Digo lentamente, com medo de estar certo.

Eu chuto o vidro diversas vezes. Acerto meus punhos contra ele. Jogo meu corpo todo contra ele. Bato com as espadas. Eu sangro, mas o vidro não cede.

— O que? Não diz isso, cara! Eu estou chegando, onde você está? — Sam pergunta desesperado.

Ouço dois tiros e o vidro se despedaça. A água sai e eu seguro o corpo de Alyss antes que ela seja levada porta a fora junto com toda a água.

— Obrigado, Sam.

Checo o pulso se Alyss. Eu não sinto. Ela está morta, porra. Eu a perdi. Eu sou uma merda. Vou ter que viver sem ela o resto vida. Sozinho.

Levo seus cabelos para longe do rosto. Seu rosto é sereno, como se ela estivesse dormindo.

— Calma, Ivy. Volta para mim. — Tampo seu nariz e inspiro profundamente. Tomo meus lábios nos seus tão gélidos e solto o ar. Olho para o peito dela, mas não sobe. Repito a respiração boca a boca. De novo e de novo. Nada. Checo seu pulso. Nada. Tento fazer respiração boca a boca mais uma vez. Nada.

Meus olhos se enchem de lágrimas e eu abraço seu corpo contra o meu. Não consigo falar de primeira, pois o choro está preso na minha garganta.

— Eu nunca tive a chance de te contar que estou apaixonado por você. Nunca tive a chance de dizer que quero passar o resto da minha vida com você. E eu queria que você estivesse aqui para dizer que amo quando você sorri e que eu ficava pensando em coisas engraçadas para te dizer antes de chegar a sua casa, apenas para ouvir o som da sua risada. E eu liguei para minha mãe na semana passada e perguntei como ela soube que estava apaixonada pelo meu pai. E sem hesitar, ela perguntou se eu finalmente descobri que estou apaixonado por você. Ela disse que sempre soube que nós não éramos noivos. Mas ela viu o sentimento em nosso olhar, mesmo que nós dois estivéssemos cegos demais para ver isso no espelho. E eu queria ter sido mais para você. Muito mais do que eu já fui para alguém. — Enxugo as lágrimas com a mão que não segura, Alyss. E sinto seu peito tocar no meu. Afasto ela e olho para ela confuso. Até que vejo seu peito subir e descer. Arregalo os olhos e viro seu corpo para o lado. Alyss começa a tossir excessivamente e colocar água para fora.

Eu não consigo parar de sorrir. Ela me ouviu. Ela voltou para mim.

— Ivy... porra! — Digo sem palavras. Ela para de tossir e se vira para mim. Seus olhos piscam algumas vezes, como se ela não acreditasse no que estava vendo.

— Você...

— Sim, sou eu, querida. Não consigo me impedir de beijar seus lábios. Ela ainda está confusa, mas mesmo assim sorri para mim. — Nunca mais me dê um susto desses. Você quase me matou.

— Eu quase morri. Acho que tem alguém pior aqui. Ela segura minha mão com força, querendo me sentir.

A ajudo a sentar.

— Nós precisamos ir, Brooklyn está segurando as pontas para mim lá foram. Longa história. — Eu a ajudo a levantar. Alyss se apoia em mim, não querendo ficar nem mais um minuto aqui.

— Obrigado pelo o que? — Sam pergunta confuso.

Olho para porta e Francis está encostado lá. Puxo Alyss para mais perto do meu corpo. E pego uma faca no cinto.

— De nada, pessoal. Ele faz uma reverencia, se aproximando. Eu ergo a faca na direção dele.

— Nem mais um passo.

— Eu gostaria de deixar vocês dois saírem. Eu juro. Mas não é tão simples assim. — Ele diz, se aproximando lentamente. A cicatriz em seus olhos parece maior.

— Sai da nossa frente, porra. — Rosno.

— Só um saí vivo. — Ele puxa duas armas do bolso. Uma ele joga no chão e chuta com o pé para o canto. A outra ele ergue e aponta em nossa direção. — Se nenhum dos dois se moverem para pegar a arma em três segundos. Eu mato os dois de uma vez.

Alyss olha para mim. Vejo algo nele.

— 1 — Francis conta, com um sorriso no rosto.

— Não tem jeito. — Alyss sai de perto de mim e se move até a arma. Sou pego de surpresa.

— 2 — Alyss pega a arma. Eu ainda estou chocado para caralho.

— Ivy, nós não precisamos fazer isso. Ele está nos manipulando. Abaixa isso. — Ela ergue a arma e aponta para mim. Vejo frieza em seus olhos. Onde está minha Alyss?

— Ele não está mentindo. Ele vai matar nós dois. Eu não quero morrer. — Ela diz, levando o dedo ao gatilho. Ergo as mãos.

— Eu também não quero morrer. Nós não vamos morrer. Alyss, fica calma. Me ouça. Eu nunca menti para você. Confia em mim. — Tento manter minha voz calma, mas a este ponto do jogo. Estou quase borrando minhas próprias calças. Ela não parece me ouvir.

— Sim, irmã. É dessa força que eu estou falando. — Francis se segurando para não gargalhar. — 3...

— Eu te amo. E é por isso que tenho que dar um fim a isso. Por nós. Adeus, Justin. — Meu coração se despedaça quando ela atira.

E volta ao normal quando vejo Francis cair ao invés de mim. Ele olha para o sangue saindo de si, confuso.

Alyss o atinge com um chute. Pisa sobre seu peito e se aproxima de seu rosto com uma arma.

— Eu peço obrigada por me tornar forte. Tão mais forte do que você. — Algo realmente mudou em Alyss. Sinto isso quando ela encosta a arma na cabeça de Francis e sequer hesita ao fazer isso. Ela vai atirar. E por mais que queria Francis morto, não posso deixar ela fazer isso.

— Vamos para casa, Ivy. — Abraço seu corpo por trás. E ela deixa que eu pegue a arma de sua mão.

Alyss se vira para mim e me puxa para um forte abraço. Eu mantenho a arma ao lado do corpo, mas não é necessário porque Francis já parece morto, olhando para onde Alyss esteve antes sem piscar.

Abraço forte o corpo de Alyss, beijando sua cabeça repetidas vezes. Ela puxa meu rosto para perto do seu e eu fico hipnotizado com o seu olhar. Nós nos beijamos e é como se toda minha vida voltasse a ter sentido. Alyss pega a minha mão e me puxa para longe dali.

— Vamos para casa, Arqueiro.


Notas Finais


Muitas emoções. Espero que vocês tenham gostado!
https://ask.fm/SyreIs


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