- Já que você está aqui esse assunto será conversado por nós três!
Gintoki está alerta a qualquer movimento brusco de Kamui. O maior não pode deixar os dois brigarem no bar da velha ou aquele lugar virará um monte de escambos.
- Fico feliz que tenha procurado por sua irmã, meu filho.
-Vai se foder, idiota! - quando ele ia para cima de seu pai Gin o puxa pela trança.
- Desculpe, mas não vou deixar você fazer isso aqui. Temos coisas importantes para discutir então comporte-se! - Gin ainda segura sua trança e desviou do chute o dando uma rasteira e fazendo o cair.
Quando Kamui ia levantar-se para continuar a briga o samurai o puxa pelo pé fazendo o outro cair de bruços e senta em suas costas.
- SAI DE CIMA DE MIM, IBENCIL!
- Pedi com calma, mas você não está colaborando - ele cruza as pernas em cima do menor que se debate.
- EU TENHO QUE DAR UMA LIÇÃO NESSE INÚTIL ENTÃO NÃO SE META!
- Kamui! Entendo que você tenha raiva de mim, mas esse assunto não pode ser deixado pra depois!
- E VOCÊ ACHA MESMO QUE EU VOU CONSEGUIR DEIXAR DE LADO ESSA RAIVA? PRIMEIRO QUE A CULPA DE TUDO É SUA E EU NÃO VOU DEIXAR ISSO PRA DEPO... - o prateado o fez enterrar a cabeça no chão.
- Desculpa, acho que pus força de mais, mas vamos rever os fatos: segundo você mesmo estamos prestes a entrar em uma situação complexa e estamos ficando sem tempo para pensar em como resolve-la e temos menos tempo ainda para brigar.
O Yato parou de se debater vendo que o Yorozuya estava certo.
- Sei que você tem diferenças com seu pai e sei que você quer acerta-las, mas também sei que você está tentando ser melhor e proteger sua irmã e no momento você tem que admitir que estamos precisando de ajuda!
Gintoki tira sua mão da cabeça do ruivo vendo que o mesmo já havia parado com qualquer relutância.
- Kamui, estamos no mesmo lado! Temos o mesmo objetivo com a mesma urgência! Vamos fazer o seguinte, assim que toda a confusão acabar nós acertamos nossas contas - Umibouzo se ajoelha na frente do filho - vamos fazer as coisas do jeito certo, meu filho!
Quando o mais velho ia tocar no cabelo ruivo de Kamui rapidamente recebeu um tapa na mão que o faz recuar. O Yato menor levantou a cabeça, que estava sangrando na testa, e encarou seu pai com pura raiva nos olhos.
- Não toque suas mãos nojentas em mim! Eu apenas vou segurar essa minha vontade de arrancar seu outro braço por que prometi a mamãe que Kagura seria minha prioridade!
Umibouzo baixou a cabeça logo assentindo a vontade de seu filho.
- E pare de me chamar de filho, seu verme!
- Agora que tu acalmou os ânimos acho que já posso levantar.
Sakata levantou-se de Kamui que levantou logo em seguida.
- E-então, vamos esquecer tudo isso e focar no nosso problema agora!
- Bem, como eu havia dito antes, estava preocupado com ela e a tiraria desse país de qualquer jeito, mas ao ouvir a conversa de vocês tive que repensar em algumas coisas - coçou a nuca desprovida de cabelo - Ah, sim... Uma pergunta importante: QUEM É O FILHO DA PUTA QUE ROUBOU O CORAÇÃO DA MINHA INOCENTE FILHA??
- É um carinha divertido, ainda quero brincar mais com ele.
- Okita é de confiança, relaxa, velho.
- MINHA MENINA DE 15 ANOS JÁ TÁ AMANDO?! COMO ASSIM? EU FUI ME APAIXONAR DEPOIS DOS 20!
- Relaxa, se tudo dar certo eu quebro as pernas do indivíduo na próxima vez que nos vermos.
- Bom, se confortar vocês, eu tô supervisionando tudo! Aquela menina não sai dos meus olhos!
- E onde ela está nesse momento? – Umibouzo por intuição ficou ainda mais preocupado.
- Ela disse que ia ver o baka aniki dela... Pera - Gintoki fita Kamui - Se tu tá aqui então onde ela se meteu?
- “Eu tô supervisionando tudo!” - O pai de Kagura imitava o samui falando de forma irônica.
- Mas era pra ela tá com você! Por que ela não tá com você? - indagava o Yorozuya para Kamui.
- Porque ela não quer (?) - Respondeu como se fosse óbvio - sabe, se ela quisesse ter passado a tarde comigo eu não estaria perdendo meu tempo com dois velhos.
- OLHA QUEM VOCÊ CHAMA DE VELHO, GAROTO! - Gin profere bravo.
- E eu tô mentindo?
- Parem com isso! Mas enfim, você pelo menos a viu de tarde?
- Sim. Ficamos andando por aí até encontrarmos um policial com cheiro de nicotina aos beijos com... Um homem? - O ruivo fica pensativo e Gin deixou uma rizada escapar - E então ela perguntou para o tal policial sobre o sadista que suponho que seja meu novo brinquedo aí ele disse que esse ser esta de folga e se encontra em estado deplorável o que não é novidade.
- Okita de folga por causa de ferimentos? Então ele teve ter tido uma briga séria! - opinou o Yorozuya.
- Foi legal, não vou mentir. Meu braço ainda dói. Ele é bom de briga, quero brigar com ele de novo, mas acho que peguei pesado.
- Pera, você já se encontrou com o Sougo?!
- Sim, ele até que é divertido.
- Nossa, achei que quando isso acontecesse a metade de kabukicho seria destruída! Pensei que você estava planejando encontra-lo por aí e aí sim brigar!
- Foi sem querer! Ele tava seguindo eu e minha irmã então tive que tirar satisfações.
- Okita seguiu vocês? Não sabia que ele era do tipo inseguro.
- Vocês estão saindo do foco de novo! - repreende Umibouzo.
- Em fim, aí depois que ela soube que a surra que dei nele foi séria ela disse que tinha um compromisso e saiu, mas qualquer idiota saberia que ela foi correndo ver ele.
- E VOCÊ DEIXOU?
- QUERIA QUE EU FIZESSE O QUE? AMARRASSE AS PERNAS DELA E A PROIBISSE DE IR VER ELE? SE ESQUECEU QUE ESTAMOS FALANDO DE UMA YATO?
- PARA DE GRITAR COMIGO! EU SOU SEU PAI!
- GRANDES MERDA! E FOI TU MESMO QUEM COMEÇOU, IDIOTA.
- BOM - o prateado chama a atenção deles - estamos conversando faz tempo, ela já deve ter visto ele e voltado pra casa.
- Espero que tenha - Umibouzo se rende ao cansaço e senta em uma das cadeiras do balcão.
- De qualquer forma, Kagura tem a cabeça no lugar. Ela nunca vai fazer algo que não queira - Kamui também senta-se numa cadeira em frente ao balcão pegando uns guardanapos para limpar o rosto ensanguentado.
- Então os dois pretendiam convencer Kagura a sair desse planeta? Por causa da guerra? - indaga Gintoki aos yatos.
- Sim - disseram em uníssono.
- Mas agora que sabem que isso é impossível, o que vão fazer?
- Há um planeta em uma galáxia distante que é totalmente independente dos acordos entre humanos e amantos. Os seres habitantes de lá se assemelham muito a forma humana então não seria difícil conviver com eles.
- Está pensando em levar minha irmã para esse planeta?
- Na verdade, estou pensando em fazer um acordo com esse tal de Okita Sougo, não acredito que ele vá se opor se realmente sentir o mesmo por ela. Ela aceitará quando souber das circunstâncias.
- Ela nunca vai aceitar isso! Minha irmã nunca aceitaria fugir assim e você deveria saber disso.
- Kamui, quando é por amor as pessoas fazem qualquer coisa!
- Mesmo assim! Kagura lutaria até o último, mas não aceitaria fugir. Não aceitaria deixar pra trás as pessoas que a acolheu e tem carinho por ela - Gin pensa em como seria chato sua rotina sem ela - Aquela pirralha é irritante e mal educada, mas a verdade é que nem eu quero que ela se afaste.
- Então está me dizendo que vamos lutar contra os amantos para no final sermos expulsos aqui? As vezes o “Adeus” de agora doa menos do que o “Adeus” de depois.
- Não existe isso - Kamui fita duramente seu pai - o “Adeus” independente de quando seja sempre vai doer. Dar “Adeus” para quem se ama sempre vai ser uma das piores dores.
O Yato fita o pai com... Mágoa? Umibouzo nunca viu Kamui com tal fisionomia, mas sentia-se atingido pois sabe perfeitamente a que essa mágoa se deve.
- Mas acho que pra você isso nunca foi difícil.
O silêncio tenso instalou-se novamente.
O Yorozuya não quer se intrometer nos problemas de família dos Yatos, mas acontece que há algo importante que precisam pensar e ele já está cansado dessas brigas.
Sakata dá as costas para os dois sentados em frente ao balcão e vai em direção a porta.
- Vocês devem ter coisas para acertar então façam isso. Não quero ficar no meio disso e preciso pensar em como parar essa guerra e proteger as pessoas que eu me importo.
Os Yatos apenas o fitam com as cabeças baixas. Era verdade. Gintoki tinha razão em tudo que falava, mas não sabiam por onde começar. Kamui havia muitas coisas para dizer e acusar seu pai enquanto o outro queria pedir desculpas e abraçar o filho.
- Vocês não vão ajudar em nada se continuarem assim então acertarem as contas e depois me procurem, pois sei que vou precisar de ajuda.
O samurai volta a fita-los já em frente a porta. Carregava determinação e repreensão no olhar.
- Só queria que soubessem que Kagura se importa com vocês mais do que vocês pensam! Não é atoa que ela passou anos procurando por vocês então, por favor, não a decepcione.
Quando o prateado ia sair avista Hijikata chegar com alguns soldados e Kyuubei ao seu lado. Gintoki se escora na entrada esperando o policial aproximar-se.
- Ainda bem que te encontrei - Diz Toushirou acendendo um cigarro.
- O que é, Mayora? precisa de conselhos amorosos com a princesa alí metido a príncipe?
Hijikata nega corando e decide ignorar o comentário do maior.
- Preciso dos seus serviços, Yorozuya
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