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História The Other Man - O Amante - Libertação. WILLA


Escrita por: natalycosta

Notas do Autor


Confesso que inicialmente fiquei assustada com a proporção de palavras que esse capítulo tomou. Mas à medida em que fui lendo e relendo, cheguei à conclusão de que coloquei o que senti que era extremamente necessário para o desenvolvimento da estória, e por esta razão decidi não retirar algumas partes dele (mas quase, por MUITO pouco eu não fiz kk).

Espero que não o achem cansativo. Beijos ❤

Capítulo 26 - Libertação. WILLA


Antes...

Meus batimentos se encontravam descompassados de tal forma ao ponto de eu temer ter um ataque cardíaco dentro daquele banheiro. O nervosismo tensionava cada músculo do meu corpo e me desencorajava a concretizar o que vinhera me preparando para fazer desde que abrira os meus olhos naquela manhã.

Seria agora.

Precisava ser agora.

Quanto mais o tempo se prolongasse, mais minha coragem se esvairia e eu não podia permitir isso acontecer, pois merecia e iria arcar com as consequências de meus atos.

Eu me deliciei de cada segundo daquele maldito erro, e uma parte de mim ao mesmo em que se atraía, a outra sentia repúdio da mulher à qual havia me tornado; à qual ele me tornou. Sim, a partir do momento em que pousou aquelas duas esferas azuis pecaminosas em mim pela primeira vez, eu já estava perdida. Completa e irremediavelmente perdida.

Jared me fizera desfrutar de prazeres dos quais antes de conhecê-lo eram inimagináveis para mim, descobrir um lado oculto e adormecido dentro de mim cujo eu nunca em toda minha vida imaginei guardar. Com Peter, eu não me sentia ousada e livre ao ponto de implorar por mais em uma transa, ao ponto de adorá-lo com meus beijos, meu toque, ao ponto de sentir como se cada partícula do meu corpo inflamasse em desejo e o meu coração a qualquer momento fosse explodir de tanta emoção somente em vê-lo. O perigo e a sensualidade refletidos nas íris azuis de Jared me atraíam de tal forma ao ponto de eu só querer esquecer o mundo, os julgamentos, a razão e somente me entregar de corpo e alma àquele sentimento forte e enlouquecedor de atração que me consumia sempre que estava perto dele.

Atração?

Seria mesmo SÓ atração?

Essa era a primeira vez à qual me fazia essa pergunta, e um bolo sufocante se formou em minha garganta, os olhos se enchendo de lágrimas quando a verdade que eu vinha querendo ocultar desde o início agora se fazia forte e pulsante dentro do meu peito.

Não... Eu não podia ter me apaixonado por ele, podia?

Deixei-me escorregar pela parede de azulejos do enorme banheiro e um soluço alto escapou de minha garganta, sendo seguido por outro e mais outro, até meu peito explodir em uma onda de choro incontrolável.

Três batidas suaves foram desferidas na porta trancada, e a voz de Peter soou abafada:

Willa? Amor? Está tudo bem? Já faz quase duas horas desde que você se trancou aí dentro.

Respirei fundo e esfreguei freneticamente as mãos pelo rosto, na vã tentativa de secá-lo. Levantei-me do chão e prendi meus cabelos bagunçados em um coque, fechando os olhos e contando até três em mente antes de só então caminhar até a porta para abri-la.

Peter franziu a testa ao me ver, e eu imediatamente já soube que minha cara inchada, cílios úmidos e nariz vermelho lhe deixava explícita minha deplorável situação.

– Estava chorando? O que houve, meu amor? – deu um passo à frente com a intenção de me tocar, mas desviei o rosto, olhando para o chão. Não suportava tê-lo me tratando com tanta excessividade de carinho, pois eu merecia totalmente o oposto. – Tenho notado você estranha... Está com cólica? Quer que eu traga um remédio e faça uma massagem em você?

Droga! Apenas pare de ser tão estupidamente afetuoso!

– Precisamos conversar – falei com a voz firme, sem coragem de olhá-lo nos olhos, ou desmoronaria.

– Conversar? – tentou se aproximar mais uma vez, e eu novamente recuei. – Não estou gostando do seu olhar.

– É sobre o noivado, Peter. – Falei, e um peso de tensão imenso se instalou sobre nós. – Eu não quero.

O silêncio torturante que se estendeu em seguida pareceu durar uma eternidade. Ele apenas me olhava, incrédulo. Passou a mão pelos cabelos, respirando fundo no que me pareceu ser uma busca por calma.

– Willa... Querida, você não está pensando direito. Primeiro, quero que me explique por que se trancou nesse banheiro e estava chorando. Não pode simplesmente chegar a uma decisão como essa por nada! Algum motivo há de ter por trás disso.

– Os motivos são diversos, mas parece que você não quer enxergar! – simplesmente explodi, sem conseguir me conter, os olhos transbordando em lágrimas. – Pare de fingir, Peter! Você sabe que eu não sou mais a mesma há praticamente meses! Eu sempre arranjo uma desculpa para não vê-lo, passo dias ignorando suas ligações, nunca quero vir à sua casa e não deixo você me tocar intimamente há semanas! Merda, você ainda nem foi apresentado em três anos de relacionamento à minha família e eu sequer falei do nosso noivado para eles! Por que fica agindo como se estivesse sempre tudo bem?! Por que não admite que eu sempre fui uma vaca de uma namorada? Por que persiste em continuar comigo?! Eu nunca sequer te disse um eu te amo!

– Eu não me importo – veio até mim e segurou meu rosto com ambas as mãos, forçando-me a olhá-lo. Soltou um curto riso abafado, e detectei certo desespero em seu olhar, apesar de querer aparentar tranquilidade. – Não vê que eu nunca me importei?! Só o fato de ser você quem eu escolhi amar e compartilhar o resto da minha vida já é o suficiente para mim! Mesmo que não me corresponda à altura, eu sei que de alguma forma se importa comigo e só o que você me oferece já basta!

– Não...

– Sim! Senão não teria aceitado ao meu pedido de casamento, não é?! Se não sente absolutamente nada por mim, então por que aceitou?

– Eu só não queria machucar você...

– Não! Você aceitou porque você me ama, Willa! Mesmo que não se dê conta!

– Não, Peter! Não...

Sim – era como se quisesse me forçar a todo o custo a lhe dizer o que eu não sentia, e eu me recusava a lhe alimentar mais falsas esperanças.

– Chega. Me desculpa, mas não vou mais continuar com isso.

Afastei suas mãos de mim e andei pelo seu enorme quarto, indo até a cama onde estava uma sacola plástica e a abrindo, tirando de dentro a caixa delicada de veludo aonde estava o colar de milhões que ele me dera de presente na mesma noite que me pedira em casamento e a depositando sobre a cama. Removi em seguida a aliança do dedo e a coloquei acima da caixa.

– Aqui está. Eu nunca deveria ter aceitado isso.

– Willa, amor, não faz assim... – veio à passos largos até mim e me segurou pelo braço, virando-me em sua direção. – Você não entende... Eu não posso passar por isso de novo. Não posso!

Seu pomo-de-adão subiu e desceu quando engoliu duramente em seco, o olhar nervoso, e percebi que era porque se segurava para não chorar.

O significado por trás de suas palavras me acertou em um baque, e a culpa me cortou como uma lâmina por dentro.

Ele se referia à sua ex-noiva, Melissa, que o abandonara cinco anos atrás como eu estava prestes a fazer agora. A mulher oportunista que o traíra com o mesmo homem que eu o traí, e o mesmo homem que agora eu admitia para mim mesma estar perdidamente apaixonada.

– Peter... – minha voz saiu em um fio.

– Só não me deixe. Se aceitar ser minha mulher, vou me esforçar a cada maldito dia de minha vida a conquistá-la! Eu prometo lhe dar o mundo! Roupas, jóias, privilégios de uma vida de rainha exatamente como você sempre mereceu e eu sempre quis lhe dar! Só... – fechou os olhos fortemente, apertando o meu rosto em suas mãos ao ponto de doer e colando nossas testas. Eu podia sentir o seu desespero. – Merda, só não me deixe!

– Eu sinto muito... – chorei copiosamente.

A verdade estava dolorosamente entalada na minha garganta, querendo sair, mas eu tinha medo. Seria demais para ele. Simplesmente demais.

– Por quê, han? Por que está fazendo isso? – seu tom agora era duro e me exigia uma resposta. Soltou-me bruscamente e passou as mãos pelos cabelos, cerrando os punhos, sua feição sofrida agora sendo substituída pela raiva. – O que há de errado comigo? Eu sempre fiz tudo para esse relacionamento dar certo. Sempre me dediquei a você. Nunca deixei de tratá-la como o centro do meu mun...

– Não é você – interrompi. – Não há nada de errado com você. O problema está em mim.

Riu com escárnio, como se essa fosse a desculpa mais esfarrapada existente, e de fato, era, mas eu não me deixei intimidar.

Era agora. Precisava ser dito.

– Eu tenho cometido algo, Peter. Eu não vou pedir o seu perdão, porque não o mereço, mas não vou suportar conviver comigo mesma se não colocar isso para fora.

Ele se manteve sério, encarando-me.

– Eu errei com você. Errei da pior forma possível, e acredite, não há um único dia que não me martirize por isso. – Engoli em seco, o meu lábio inferior querendo tremer, o coração disparado, mas continuei, firme: – Na noite do mesmo dia em que você viajou para a França, eu... eu me envolvi com um outro homem. Um homem que... Um homem que fez parte do seu passado. E desde então eu venho traindo você com ele.

A princípio, ele permaneceu impassível, sem reação, um silêncio sepulcral e pesado predominando no ar.

– Um homem que fez parte do meu...

Estava momentaneamente confuso, mas logo um lampejo de clareza surgiu em seu rosto. Minha expressão já era culposa o suficiente para que ele por si só conseguisse deduzir a resposta para essa pergunta. E então a incredulidade, o choque, a decepção, a repulsa e a raiva, tudo de uma única vez estampou o seu olhar, como eu nunca vi antes.

– Jared. – Sua voz não passou de um sussurro afirmativo, e o soluço que vinha contendo com todas as forças escapou pela minha boca.

– Eu... E-eu sinto muito... Você não merece isso...

– Ah, então quer dizer que você se importa com o que eu mereço agora? – Riu amargamente, com tanto ódio que me senti encolher pelo medo, e ainda mais quando esbravejou: – Você pensou no que eu merecia enquanto trepava com ele às minhas costas?!

Voltou-se de encontro à parede e a socou. Uma, duas, três e mais incontáveis vezes. Tanto que certamente chegou a ferir seu punho, mas ele sequer pareceu sentir, enquanto xingava a plenos pulmões:

– Merda... Merda! Merda! Merda! Merda! Como eu pude ser tão burro em não prever isso antes?! A forma como ele olhou para você aquela noite... Claro! Tudo indicava que ele queria algo, e eu percebi isso, eu vi! Mas fui tão estúpido que não dei ouvido à voz constante em meu consciente alertando para tomar cuidado! Pois ele pretendia roubá-la de mim! Pela segunda vez, ele pretendia roubar o que é meu! E conseguiu! – riu, amargo, passando uma mão pelo rosto. As palavras que vieram a seguir foram o que eu nunca esperei ouvir de sua boca algum dia: – Você é mesmo uma vadia... Todas vocês são.

– Peter...

– Cale a boca. Nada do que sair da sua boca agora vai ajudar a reverter a situação. – Seu tom era seco e parecia ter vindo de um outro homem. Aquele Peter era irreconhecível para mim.

– Peter, você não está sendo racional...

– Eu disse pra calar a porra da boca!

Foi quando veio o primeiro tapa, tão forte que o meu corpo desabou sobre a cama, o rosto latejando e ardendo ao ponto das lágrimas pularem sem controle dos meus olhos. Mantive a mão sobre o local atingindo, em choque, não conseguindo acreditar que as coisas haviam chegado a aquele extremo. Que o homem sempre tão afetuoso com quem mantive uma relação amorosa por três anos era o mesmo que fora capaz de me bater agora.

– Sabe o que você está merecendo receber agora? Uma surra! Não tem ideia do quanto cada membro do meu corpo está implorando para que eu faça isso!

– Peter... por favor... – tentei me erguer ficando sentada, no entanto, outra bofetada intensa me surpreendeu e caí de lado novamente.

Sua mão agarrou brutalmente minha mandíbula, forçando nossos olhares, e sibilou com puro ódio chispando no olhar:

– O que você viu nele, han? Eu tenho tudo! Tudo o que ele tem, e até mais! Aposto que ele está só fazendo você de brinquedinho, e enquanto isso, fica aí, feito uma burra apaixonada! – em um átimo de desespero, empurrei seu peito e o afastei bruscamente. Ia novamente tentar me levantar, mas montou sobre o meu corpo e me imobilizou antes que eu tivesse o êxito no ato. – Nunca vi o que aquele babaca tem de tão especial... Sempre tratou as mulheres como lixo, e ainda assim elas voltam feito tolas necessitadas atrás dele. Aposto que ele te trata como uma puta na cama, afinal, é assim que você gosta, não é?

– Me larga! Por favor... – os soluços já saíam ininterruptos, junto com o meu choro carregado de um medo que nunca senti antes em sua presença. – P-por favor, Peter... Eu realmente não queria que tivéssemos chegado a isso. Só me deixa ir...

Seu aperto doloroso em minha mandíbula permaneceu por mais tempo, até que se afastou em um ímpeto e me soltou, bruto, a respiração irregular e trêmula pela raiva.

– Vai embora daqui. – Não me olhou ao falar, em tom baixo e sombrio. – Antes que eu termine lhe fazendo uma besteira pior.


...


Agora...

Acordei sentindo um estranho calor sendo transmitido para o meu corpo, dando-me conta somente um instante depois que era devido ao firme e quente corpo masculino que jazia logo ao meu lado na cama e estava praticamente em cima de mim, envolvendo-me em um abraço surpreendentemente protetor e aconchegante. E, de fato, com ele eu me sentia segura.

Sorri contra o seu peito que estava nu, e isso me fez logo refletir que nem ao menos me lembrava de tê-lo visto deitar na cama em algum momento durante a madrugada, já que provavelmente apaguei tão logo havia me deitado.

Eu sentia como se pudesse ficar horas com ele assim, nessa posição e envolvida de forma tão calorosa pelos seus braços fortes, que estaria imensamente realizada e não pediria por mais nada nesse mundo.

Uma de suas mãos que repousava nas minhas costas subiu lentamente até o meu cabelo. Aos poucos começou a acariciá-lo em um preguiçoso cafuné e ergui minha cabeça a fim de fitar o seu rosto. De início, seus olhos se mantínham fechados e por um momento pensei que ainda dormia. Foi só então que os abriu de forma sonolenta e deu um lindo sorriso enviesado ao me ver.

– Oi – disse com a voz sensualmente rouca, trazendo a mão que acariciava meus cabelos até a maçã do meu rosto. – Sente-se melhor?

Concordei com um aceno leve de cabeça.

– Dormi como uma pedra durante o resto da madrugada inteira.

– Que bom – beijou brevemente meus lábios. – Ainda sente dor de cabeça? Eu pretendia lhe trazer um copo d'água e aspirina, mas quando voltei para o quarto você já estava em um sono pesado.

Sorri suavemente.

– Estou bem.

– Tem certeza?

– Sim, Jared, não se preocupe – subi minha mão até suas costas e passei a acariciar ali, sentindo os músculos firmes por sob meus dedos. – Desculpa ter aparecido daquela forma, e logo sendo tão tarde. Você não esperava e certamente não tinha a obrigação de fazer o que fez por mim, mas... obrigada.

– Não precisa agradecer por nada – murmurou, escorregando o polegar até o meu lábio inferior e o contornando suavemente. – Só preciso que confie em mim para me dizer exatamente o que aconteceu.

Meu corpo ficou tenso.

– Eu fiz uma grande estupidez... Foi o que aconteceu.

Jared franziu a testa, sem entender, e esclareci:

– Ele sabe.

– Ele...?

– Peter, Jared. Ele sabe sobre nós.

Ele fechou os olhos por um instante, como se processasse minhas palavras.

– Merda... Já imaginei que fosse isso. – Então estalou a língua e se afastou de mim, sentando-se na cama com um suspiro e correndo a mão de modo exasperado pelo cabelo. – Como ele soube? – sua voz era baixa e grave.

– Eu contei. Contei tudo.

– E isso explica o porquê de você aparecer aqui simplesmente do nada, após três semanas sem nos falarmos, e pior, estando descalça, na chuva, tremendo e chorando como se tivesse fugido de algo?

O meu silêncio já foi resposta o suficiente para sua pergunta.

– Droga! – levantou-se, correndo a mão furiosamente pelos cabelos e passando a andar de um lado para outro no quarto.

– Uma hora ou outra aconteceria, Jared. Quando ele soube ficou completamente cego de raiva, e principalmente por saber que era com você, o cara que há anos atrás também o traiu, e... Foi quando ele simplesmente perdeu o controle. – As lágrimas se acumularam em meus olhos, sem que eu pudesse contê-las. Expliquei: – Eu não fugi... Ele me expulsou depois que... – não consegui completar. – E quando me vi sozinha naquela chuva, só consegui pensar que precisava de você. E então eu vim para cá. Chovia muito e era tarde da noite, eu estava com muito medo.

Jared estreitou o olhar.

– Ele a expulsou depois do quê? Você não terminou de falar – sua voz assumiu um tom assustadoramente baixo.

Eu engoli em seco, sentindo um súbito nó formar em minha garganta e então percorri meu olhar nervosamente pelo quarto.

– Willa... Aquele desgraçado não fez com você o que eu estou pensando, fez?

Nem precisou que eu dissesse nada, ele já havia entendido tudo. Veio até mim e sentou-se na cama em minha frente, segurando meu rosto e examinando cada nuance com o olhar inquieto. Sua expressão mudou completamente em determinado momento, e eu logo soube que foi por só então ter notado as prováveis marcas de dedos em minha bochecha, consequência das duas bofetadas desferidas por Peter.

Uma fúria assassina tomou conta de sua expressão, e murmurou de forma tão decidida que me fez arregalar os olhos:

– Vou matá-lo.

– Não fale algo assim!

– Ele fez algo mais com você? – indagou, ignorando meu tom repreendedor. – Tentou algo à força com você?

– Não! Não chegou a tal ponto...

– Filho da puta! – levantou-se, com os punhos cerrados.

– Jared, se acalme...

– Willa, ele bateu em você! Nada justifica isso! Nada! Nem mesmo o fato de você tê-lo traído comigo! Nada dava a ele a porra do direito de bater em você! Como me pede para ficar calmo diante disso?!

– Ele nunca havia erguido a mão para mim. Nunca.

– Isso ainda não justifica!

Fui em sua direção. Jared andava como uma fera de um lado para outro e o segurei pelo braço, virando para mim.

– Ainda assim, você precisa se acalmar! – segurei seu rosto entre as mãos. – Não vale a pena se enraivecer agora. Já passou!

– Não vou deixá-lo sair impune disso!

– Peter é um homem influente, Jared. Assim como você. Só causaria escândalo na mídia, além de que mancharia completamente a imagem dele e...

– Acha que estou pouco me fodendo para a porcaria da imagem dele?

– Eu estou segura aqui com você, não estou? Com você, não ele. – Continuei segurando firme o seu rosto, não deixando que desviasse o olhar do meu, por mais que relutasse. – Brigar não vai ajudar em nada, Jared. Vocês só vão repetir a mesma história de antes, e nada vai melhorar!

Ele iria abrir a boca para discordar, mas antes que o fizesse, fiquei na ponta dos pés e lhe beijei. Forte.

– Willa... – Suspirou contra minha boca, relutante, mas enlacei meus braços em torno de seu pescoço de forma persistente e lhe beijei outra e mais outra vez. Quando finalmente se deu por vencido e segurou minha cintura, juntando nossos corpos, aprofundei o contato e permitiu que sua língua tivesse um atrito deliciosamente longo e cheio de desejo com a minha. Havia urgência e saudade em seu beijo, e foi impossível segurar um gemido.

– Eu sinto sua falta... – falei quando nos afastamos para tomar fôlego, soltando pequenas arfadas contra seu rosto. – Só vamos esquecer isso... Por favor.

– Não quero que o veja novamente, está ouvindo? – Seus olhos azuis estavam concentrados e firmes nos meus, e embora estivesse mais calmo, ainda permanecia sério. Trouxe uma mão até o meu rosto e limpou com o polegar uma solitária lágrima que ainda devia restar em minha bochecha. – A partir de hoje, qualquer envolvimento que você tenha com Peter acabou. E eu vou me certificar de que permaneça assim. Ele não irá mais tocar um dedo em você, Willa. É uma promessa.

Envolveu-me em um abraço o qual eu me surpreendi por não ter esperado, mas também não hesitei em retribuir, apertando-o contra mim e inspirando profundamente contra a curva do seu pescoço com a exata intenção de inalar sua inebriante fragrância à qual eu tanto amava e parecia estar sempre impregnada a ele. Seu cheiro delicioso imediatamente invadiu meus sentidos e serviu como um bálsamo para o meu corpo, fazendo-me relaxar sob seus braços.

Nem ao menos nos importamos com os minutos que se estenderam e apenas ficamos ali, o meu corpo sendo envolvido pelo seu em um abraço acolhedor e que só me fazia querer ficar ainda mais tempo me sentindo somente coberta pelo seu calor e a tão agradável sensação de segurança que seus braços me transmitiam.

– Obrigada por isso – sussurrei ainda com a cabeça recostada ao seu peito.

A mão de Jared subiu até minha nuca e então se afastou para me olhar.

– Você deve estar com fome.

– Um pouco, talvez. – Era realmente tentadora a vontade que tive de responder que não, só para ficarmos mais um tempinho ali, naquele clima tão agradável que nos envolvia. Meu olhar caiu sobre seus lábios entreabertos, e em seguida escorregou para os ombros largos e peitoral nu. Uma sensação de quentura inevitável se apossou do meu baixo-ventre. Como eu sentia saudade de me perder naquele corpo... Mas não pude ignorar o protesto alto que minha barriga repentinamente fez assim que passei a considerar a ideia. Droga.

Jared arqueou uma sobrancelha.

– Seu estômago parece dizer o contrário. Você está faminta, só admita.

Eu revirei os olhos e ele abriu um pequeno sorriso, recostando sua testa na minha.

– Vem comigo. Eu só tenho comida vegana na geladeira, mas posso improvisar algo para você.

Descemos e fomos até a cozinha. Fiquei sentada e recostada ao balcão de mármore enquanto o assistia abrir e fechar alguns armários, por vezes tirando alguns ingredientes e trazendo ao balcão, como um deles sendo pães integrais, um pote de geleia para passar nos pães e uma bandeja repleta de frutas ordenadamente fatiadas. Foi até a enorme geladeira de inox e a abriu, examinando o que tinha dentro.

– Eu não compro ovos nem bacon – avisou, olhando para mim por cima do ombro. – Espero que não se importe, já que este é o típico café da manhã americano para os carnívoros.

Eu ri, balançando levemente a cabeça.

– Eu não ligo.

– Prefere suco ou café?

– O que você preferir.

– Café, então. – Fechou a geladeira, trazendo uma fôrma de vidro com um pudim que só de olhar me deu água na boca e a depositou sobre o balcão. Em seguida foi até a cafeteira e a ligou à tomada. – Sabe, meu irmão é completamente maníaco por café. Então há todo o tipo de sabores de expresso que você possa imaginar por aqui.

– Gosto do sabor tradicional do café. Realmente não tenho preferências quanto a isso.

– Ótimo – colocou a cápsula no local de preparo e acionou o botão de ligar da máquina. – Eu também sempre preferi o normal.

– Seu irmão vem sempre por aqui? – indaguei com curiosidade.

– Quando quer vir encher minha paciência, ele vem.

Eu gargalhei.

– Você fala assim, mas aposto que não vive sem ele.

Jared revirou os olhos e fez uma careta de um jeito engraçado.

– É, mas ele não precisa saber disso...

Eu ri. Era bom vê-lo descontraído assim, e sem mencionar que estava uma verdadeira tentação enquanto se movia somente de calça moletom pela cozinha, preparando panquecas na frigideira, com aquelas costas definidas e largas proporcionando uma visão maravilhosa para o meu olhar desejoso. Merda, como eu o queria naquele momento...

– Sabe, você deveria conhecê-los... – olhou para mim de soslaio enquanto derramava uma espécie de molho que parecia ser de tomate sobre a massa já pronta. – Meu irmão e minha mãe. Pelo menos assim ela pararia de reclamar que eu nunca apresento as mulheres com quem saio.

– E por que não?

Deu de ombros.

– Não gosto de misturar minha vida sexual com a pessoal. Mas digamos que com você seja... Eu não sei, diferente.

– Diferente? – arqueei uma sobrancelha, segurando a minha vontade de sorri.

– Você sabe... – não olhava para mim enquanto falava, e essa era a primeira vez que eu o via intimidado ao se expressar. Chegava até a ser fofo. – Sempre gostei de você além do físico e nunca fiz questão de esconder isso.

Tentei não sorrir como uma idiota, mas foi impossível.

Claro, não era como se estivéssemos assumindo um envolvimento mais sério ou algo do tipo, uma vez que, em primeiro lugar, nem juntos estávamos – não de fato, pelo menos –, mas... conhecer mais à fundo o mundo particular de Jared, incluindo as duas únicas pessoas que ele dissera para mim uma vez realmente ter como família, era uma ideia que me deixava estranhamente intrigada.

– Acha que sua mãe e irmão iriam gostar de mim?

– Não há o que não gostar em você, Willa – olhou diretamente em meus olhos ao dizer, e meu coração palpitou descontroladamente.

Eu baixei a cabeça e me senti corar, sem graça. Murmurei:

– Então eu adoraria conhecê-los.

Jared sorriu lindamente para mim.

– Ótimo... Está combinado, então.

Tomamos o café da manhã dentro de um clima agradável. Eu apenas queria aproveitar o tempo que tínhamos na companhia um do outro, com o principal objetivo de dissipar o momento tenso que tivemos no quarto quando ele soube sobre Peter. E estava funcionando. Fiz perguntas curiosas sobre sua dieta vegana e carreira musical, uma vez que eu ainda sabia muito pouco sobre ele desde que o conhecera, e Jared respondeu a tudo com um humor tranquilo, rindo ao me contar algumas situações inusitadas com fãs, em entrevistas, a experiência de viajar pelo mundo concretizando milhares de shows, o amor e a admiração genuína do público a cada vez que os assistia apresentar – e o quanto ele era verdadeiramente apaixonado pelo que fazia, ainda que muitas vezes o trabalho árduo lhe deixasse esgotado.

– Mas no fim, vale a pena – acrescentou ele, com um brilho diferente no olhar. – Cada esforço.

Eu sorri com sincera admiração, e ficamos em um silêncio carregado de tensão sexual enquanto nos olhávamos. A atração estava ali, viva e latente entre nós, mas nenhum dos dois estava disposto a ser o primeiro a ceder.

Peguei nossos pratos junto com os talheres e me ergui, dando a volta no balcão e levando-os para a máquina de lavar louça. Eu vestia unicamente sua camiseta que me cobria até poucos palmos abaixo das coxas e a cueca boxer que ele me oferecera na noite anterior, devido minhas roupas estarem encharcadas pela chuva que levara. A intensidade do seu olhar em meu corpo à medida em que eu andava queimava minha pele ao ponto de me fazer sentir como se estivesse nua. Ele acompanhava cada movimento como se somente em me avaliar dessa forma fosse capaz de desvendar tudo o que se passava em minha mente naquele momento.

Ouvi sua cadeira ranger no assoalho de madeira e soube que havia se levantado para vir até mim. Pousei os pratos sobre a bancada e continuei de costas, parada, somente esperando e ansiando pelo seu toque, o meu coração tão acelerado que sentia o impacto das batidas na garganta.

Suspendi o ar quando a mão dele tocou minha cintura, a respiração quente soprando contra a pele sensível do meu pescoço, e arfei pesadamente ao sentir o primeiro beijo molhado que depositou bem no pé da minha orelha. Em seguida veio outro, e mais outro, trilhando um caminho vagaroso e torturante até minha nuca. Afastou todo o cabelo para o meu ombro e lambeu minha pele exposta. Meu corpo estremeceu e instantaneamente reagi com um gemidinho necessitado. Mais... Por favor, eu preciso de mais.

– Você me quer? – a pergunta soou rouca e abafada em meu ouvido, enquanto cravava mais forte os dedos em minha cintura e me prensava contra a bancada e seu corpo, fazendo-me ir ao delírio ao sentir em minha bunda o quanto já estava excitado. – Responda.

– Sim... Sim, mais do que qualquer outra coisa...

Jared xingou um palavrão baixinho e mordeu minha orelha. Não me contive e comecei a me esfregar nele, provocando-lhe um rosnado e me prensou ainda mais contra si. Meu ventre se contorceu com a gostosa sensação de sentir a extensão dura do seu pau friccionar em mim e uma onda de arrepio me tomou da cabeça aos pés. Meus mamilos já estavam tão duros que perfuravam o tecido fino da camiseta, e mordi forte o lábio inferior para conter o gemido sôfrego quando ele os beliscou.

– Eu também quero você... De muitas maneiras. Quero tanto que chega a doer.

Virou-me completamente até que ficasse de frente para si e recostou sua testa na minha, fechando os olhos com um suspiro, sussurrando bem próximo à minha boca:

– Não acredito que vou dizer isso, mas... – fechou os olhos e cerrou fortemente o maxilar, como se travasse uma luta interna sobre se concluía ou não suas palavras – nenhuma mulher me arrebatou como só você conseguiu, Willa. Nenhuma. Eu não sei o porquê de estar dizendo isso agora, mas estou.

Oh, Deus.

Meu coração batia tão forte que por um instante acreditei que pudesse parar.

– Nunca imaginei... Nunca imaginei que um dia fosse ouvi-lo me dizer algo assim. – Eu ri, estupidamente sem graça e tendo a certeza de que o maldito rubor tomava conta do meu rosto.

– Eu também não. Pra falar a verdade, me sinto um completo ridículo por sentir a necessidade de colocar isso para fora.

Dei outra risada, dessa vez em uma mísera tentativa de mascarar o quanto havia ficado bobamente emocionada com suas palavras.

– Não é ridículo... – murmurei, sentindo sua respiração morna bater em meu rosto, os lábios roçando sensualmente nos meus. – Também sinto o mesmo quanto a você.

– Sente?

– Sim...

Sua boca em um ímpeto me tirou o fôlego ao capturar a minha com uma urgência arrebatadora e a macia língua pediu passagem entre os meus lábios. Nem fiz questão de hesitar em permitir que ela entrasse e explorasse de cada cantinho, arrancando de mim um gemido arrastado de puro deleite, como só ele sabia fazer.

Uma de minhas mãos subiu até seu pescoço ao mesmo que a outra se emaranhava entre os fios lisos de seus cabelos e os puxava, fazendo-o rosnar baixinho e me apertar ainda mais contra si, as mãos outrora pousadas em minha cintura agora começando a passear livremente pelo meu corpo, apertando com vigor ao chegar em minha bunda por baixo da camisa e prendendo dolorosamente o meu lábio inferior entre os dentes antes de se afastar.

– Que vontade de passar minha boca por cada pedacinho desse seu corpo... – sua voz era rouca e a respiração pesada enquanto descia com os beijos de volta para meu pescoço. Arqueei minha cabeça para trás e deixei que seus lábios e língua percorressem ao longo de toda minha jugular, enlouquecendo-me de desejo ao senti-lo chupar e beijar continuamente, arranhando-me com sua barba áspera.

Ergueu-me com uma mão em cada lado do meu traseiro e imediatamente enrosquei minhas pernas ao seu redor, agarrando o seu rosto e trazendo-o para mim, tornando a beijá-lo com mais voracidade enquanto ele começava a andar rumo ao corredor que ficava logo após a saída da cozinha, seguia pela grande sala de estar e passava a subir em passos ágeis aos degraus da escadaria que levava ao andar superior.

– Odeio o fato de essa casa ser grande demais – resmungou ofegante quando já adentrávamos o seu quarto, percorrendo a distância que ficava entre a porta e sua cama e sem delongas largando o meu corpo sobre o colchão, fazendo com que caísse esparramada e olhando para ele com a expectativa sem nenhuma dúvida explícita em meu rosto e respiração que fazia meu peito subir e descer em um ritmo acelerado.

O assisti enquanto descia a calça moletom por suas pernas e a chutava para qualquer canto, revelando a ereção imensa que se mantinha tentadoramente escondida pela boxer escura.

Sentei-me de joelhos na cama enquanto ainda o tinha de pé à minha frente e comecei a beijá-lo, sua boca prontamente se abrindo e a língua se juntando à minha ao mesmo em que enchia sua mão com a minha bunda e fazia meu corpo colar ao dele. Soltei um gritinho quando desferiu um tapa forte na nádega direita que me pegou totalmente de surpresa e ecoou alto pelo quarto. Sorri contra sua boca.

Eu podia sentir a libido correr em minhas veias, fervente, carnal, e não tive dó alguma ao resvalar minhas unhas por seu peitoral e abdome, deixando rastros vermelhos por sua pele e descendo a cabeça para lambê-lo, chupando e rodeando minha língua sobre o mamilo. Parei com a palma da mão bem em cima da coluna ereta de seu pau e o apertei com vontade.

Jared soltou um grunhido grave e me jogou brutalmente sobre a cama, vindo para cima de mim e atacando sem delicadeza alguma meu pescoço com a boca enquanto suas mãos iam para minhas coxas abertas e as apertavam, agarrando a cueca boxer que eu ainda vestia e a descendo pelas minhas pernas até arrancá-la, fazendo o mesmo com a camiseta em seguida.

– Já está molhadinha pra mim? – desceu a mão até minha vagina e a massageou vagarosamente, levando-me ao delírio. Se inclinou para me beijar e eu retribuí sôfrega, esfregando-me em sua mão que me masturbava com habilidade, querendo-o tanto dentro de mim que poderia chorar de necessidade. Mas ele não parecia estar com a mesma pressa que eu, pois sorriu de um jeito sacana contra minha boca e se afastou para me olhar.

– Temos todo o tempo do mundo, meu bem – sussurrou e puxou meu lábio inferior em uma mordida. – Primeiro você vai gozar bem gostoso na minha boca, e só então partiremos para o prato principal.

Estremeci com suas palavras sujas. Elas tinham um efeito fora do normal sobre mim. Jared desceu os lábios pelo meu maxilar e pescoço, sua barba grande e grossa me arranhando de um jeito gostoso, distribuindo chupões ao longo de meu colo e seios, capturando um dos mamilos e o degustando com uma calma torturante, dividindo-se entre rodeá-lo com a língua, mordiscar e sugar fortemente para dentro da boca, deixando-o todo molhado de saliva e pontudo. Minhas mãos corriam por suas costas, sentindo os músculos flexionarem a cada aperto e arranhão que eu dava. Foi para o outro seio e lhe deu a mesma atenção por um torturante tempo, até voltar a descer sensualmente com os lábios pela minha barriga, os olhos em chamas a todo o tempo sem desviarem dos meus.

Agarrei seus cabelos quando sua mão ergueu uma de minhas pernas e a arreganhou para arrastar a língua na parte interna e mais carnuda da minha coxa, dando uma mordida firme no local que me fez gritar.

– Segure-se por sob os joelhos mantendo as pernas bem afastadas uma da outra. Quero que você me olhe enquanto estiver chupando sua bocetinha.

Oh...

Estava tão enlouquecida de tesão que nem pensei antes de somente fazer o que ele mandava, ficando exposta e aberta como nunca me deixei ficar para nenhum outro homem na minha vida antes.

Meus olhos encontraram por milésimos de segundos os seus, e então ele simplesmente me invadiu com a língua, passando-a de baixo para cima sem nenhuma cerimônia por entre minha fenda toda melada de minha própria excitação e chupando firme ao chegar ao clitóris inchado e pulsante. O que saiu de minha boca após isso não passou de gemidos incontrolavelmente altos e palavras que nem eu mesma entendia. Meu corpo ondulava involuntariamente e era impossível conter a onda de calor que me percorria como se fosse fogo, indo dos meus pés à cabeça, concentrando-se no meu ventre, consumindo-me ao ponto de que nem me importava com pudor algum e impulsionava cegamente os quadris de encontro ao seu rosto, esfregando-me nele – Jared somente agarrava minhas coxas em resposta e me assaltava ainda mais com a língua.

Cheguei a pensar que fosse morrer de tanto prazer. Meu corpo inteiro se retesou, o ventre contorceu violentamente ao ponto de doer, o clitóris pulsou como se houvesse um coração em seu lugar, e então explodi no orgasmo mais forte e arrebatador que já tive em toda a minha vida. Convuncionei em espasmos contínuos na cama, gemendo despudoradamente e agarrando com extrema força seus cabelos. Quando pensava que iria acabar, mais uma onda de tremor me percorria e então vinha outro e mais outro tão intenso quanto o anterior. Nunca nenhum homem fora capaz de me proporcionar orgasmos múltiplos antes e a sensação era simplesmente fenomenal.

– Se eu ao menos pudesse medir em palavras o quanto você é perfeita... – murmurou ele, rouco, antes de começar a distribuir beijos pela minha barriga, subindo até alcançar o meu rosto corado e todo suado, depositando um beijo molhado e estalado em meus lábios, para então afastar-se de leve e acrescentar, ofegante: – Ainda se sente disposta a me receber, ou prefere descansar um pouco?

– Não... Eu aguento. Vem, por favor, preciso de você.

Levantou-se com pressa e retirou a cueca que ainda o cobria, voltando a deitar sobre meu corpo em seguida. Os meus lábios vaginais estavam hipersensíveis e inchados, doloridos devido às contrações ao gozar, mas o desejo voltou a me varrer forte e imediato assim que senti a ereção firme e latejante roçando em meu ventre. Ele também precisava de um alívio, e seria inadmissível não retribuir o que me proporcionou.

Desci uma de minhas mãos por entre nossos corpos e o envolvi, sentindo-o grosso, rígido e longo contra minha palma, e, céus, como estava quente. Apertei, sem resistir à impulsiva vontade de masturbá-lo, só porque adorava sentir sua incrível vulnerabilidade ao meu toque, o quanto suas veias pulsavam desesperadamente sob meus dedos, meu polegar indo até a glande recém melada do líquido pré-gozo e passeando por ela devagarinho.

– Caralho... – ele deixou a cabeça pender para baixo até encostar sua testa à minha, abrindo a boca e soltando o ar denso e quente contra o meu rosto.

Posicionei-o em minha entrada melada e, em um único impulso, penetrou-me completamente, indo tão fundo que meus quadris deram um forte solavanco para trás. Estava tão duro e inchado dentro do meu canal apertado, que me contraí toda em sua volta, estrangulando-o e cobrindo inteiramente, sentindo-me cheia, mais completa do que nunca.

Fechei os olhos e... Deus, era inexplicável.

Por um momento apenas ficamos parados, arfantes, suados, os olhos fixos um no outro. Então, como em uma sincronia perfeita, começamos a nos mover juntos. Eu me inebriava somente em assistir a expressão no rosto de Jared sendo contorcida pelo prazer enquanto arremetia em estocadas fundas e contínuas. O fato de ter os lábios vaginais melados pelo orgasmo recente facilitava bem suas investidas, fazendo com que deslizasse tão gostosamente para dentro de mim que eu me sentia cada vez mais levada pela lascívia, movendo-me sedenta para recebê-lo, o ar escapando pesado para fora de meus lábios entreabertos, ensandecida com as depravacões que eram sussurradas em meu ouvindo.

Capturou minha boca em um beijo voraz e faminto, mantendo minha cabeça imóvel com uma das mãos ao mesmo em que me tomava em um assalto sedento com a língua e me estocava mais bruto, afundando-me ao colchão.

A cada vez que o sentia arremeter ao ponto de empurrar meu útero eu ficava mais alucinada, fora de mim, impulsionando meus quadris sem controle para encontrar suas investidas aceleradas.

– Porra, se continuar... contraindo essa bocetinha assim, eu não vou... – interrompeu as palavras com um gemido rouco e longo, o corpo enrigecendo sobre o meu e na hora senti o jato quente do sêmen grosso me inundando por dentro. Eu não suportei e vim logo após, choramingando, mordendo seu ombro na tentativa de aplacar o grito sôfrego que escapava de minha garganta.

Depois disso, só lembro de senti-lo desabar ao meu lado na cama, nossas respirações alteradas sendo o único som presente no grande quarto silencioso. Meu peito subia e descia como se tivesse corrido uma enorme partida de maratona, e um sorriso lânguido e preguiçoso se espalhava sem que pudesse conter em meus lábios.

Queria poder falar para ele... Me abrir verdadeiramente sobre o que sentia. O quanto estava completamente apaixonada, envolvida, entregue como nunca fui a absolutamente ninguém antes. Só ele. 

Mas tinha medo. Medo de ser rejeitada por não sentir o mesmo, e por esta razão optei pelo silêncio. Eu não suportaria sua rejeição.

Fechei os meus olhos e, com uma  maravilhosa sensação de leveza percorrendo todo o meu corpo, deixei-me ser levada pelo sono profundo.


Notas Finais


☺❤😘


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