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História The Power Of Three - A Conversa


Escrita por: SoulMaster845

Capítulo 4 - A Conversa


Fanfic / Fanfiction The Power Of Three - A Conversa

Os dois estavam sentados em silencio na mesa, olhando um para o outro com suas canecas cheias de café, mas ninguém conseguia tocar em nada.

- Então? – Eduardo quebrou o silencio.

- Então! – Julia bufou.

Eles continuaram a se olhar por um tempo, então a garota pegou sua caneca e deu um gole grande, o que a levou fazer uma careta.

- Droga Eduardo, esse café ta forte pra caramba – ela disse sacudindo a cabeça.

- Desculpa, eu não gosto de café, então eu não sei fazer essas coisas – falou afastando a sua caneca.

- E porque fez pra você?

- Porque precisava acordar rápido – falou voltando a olhar pra garota – precisamos conversar.

- Acho que sim, quem começa?

- Você, a minha história você já sabe, fui pra la e fim.

- Você nunca mais voltou depois?

- Seis meses depois que eu viajei, minha avó ficou muito doente e morreu, eu e minha mãe voltamos pro Brasil pra ficar com ela, eu passei um dia la na nossa cidade, fui até sua casa e ninguém sabia o que tinha acontecido com você e quando fui na casa do Arthur, ele também não estava lá.

- Aconteceu muita coisa em tão pouco tempo que é até difícil de organizar tudo em um único pensamento.

- Então comece de onde eu sei, do dia que eu vi vocês pela ultima vez.

- Bom, desde aquele dia as coisas ficaram mais difíceis – ela falou esfregando as mãos – minha mãe quando viu a tatuagem no meu pulso quis me bater até isso sair daqui, ela achou que era influencia das meninas da rua, então depois de duas semanas arrumando tudo, nós nos mudamos pra casa da minha vó, mas ainda continuei la na escola, minha mãe me fez achar que a culpa de sairmos de lá era minha, por muito tempo eu acreditei nisso, na verdade ela tinha perdido a casa, não tinha mais como paga-la.

- E o Arthur?

- Um mês e meio depois de você ter ido embora, ele parou de ir pra escola, uma semana de sumiço eu fui procura-lo e tive a pior noticia do mundo – ela disse abatida.

- O que aconteceu com ele? – o garoto estava nervoso.

- Eu fui até a casa dele, bati na porta, chamei, gritei e ninguém saiu, mas tinha um garoto que veio e disse que se eu quisesse achar alguém daquela casa, eu tinha que ir até a policia, pois eles haviam sido presos por porte de drogas e outras coisas.

- Drogas? O Arthur nunca faria isso, o irmão dele morreu por causa disso, ele nunca entraria nessa vida.

- Eu sei, eu pensei a mesma coisa na época, mas eu nunca mais encontrei ele, eu fui até a secretaria da escola falar com a diretora e perguntar sobre o Arthur e ela disse que não podia falar nada sobre isso, ele sumiu de verdade.

- Isso ta errado – suspirou Eduardo.

- Eu sei – a outra fez o mesmo.

- E como você veio parar aqui no Rio?

- Quando a fofoca sobre o Arthur chegou na minha mãe, ela ficou louca de raiva e disse que não queria mais me ver com essa gente, então ela me mandou pro meu pai em São Paulo, nós não morávamos juntos porque ele viaja muito, então era impossível pra mim viver com ele e na época eu chorei e implorei pra ficar, mas ela não me ouviu e me mandou pra la – ela disse olhando fixo para um ponto tendo um pequeno sorriso se formando no canto da boca – foi a melhor coisa da minha vida ter ido morar com meu pai, eu deixei aquela louca psicótica e fui morar com a melhor pessoa do mundo, mas a vida com ele não era fácil, ele nunca estava em casa, mas quando estava o mundo dele era eu – ela sorriu por completo – ele começou a me levar para as viagens de trabalho então eu conheci o Canadá, a França, o México, a Itália e tudo foi maravilhoso, o único problema é que nunca ficávamos no mesmo lugar, eu nunca tive amigos até me mudar aqui pro Rio, então eu me focava em filmes, séries e quadrinhos, eu aprendi a gostar disso com meu pai, ele tem um gosto maravilhoso, nossa casa é cheia de discos de vinil, livros e tranqueiras que a gente compra nas viagens.

- Então não faz muito tempo que você está no Rio.

- Não, faz sim – ela disse balançando rápido a cabeça – quando voltamos pro Brasil, fomos para Salvador, lugar lindo, comida maravilhosa, mas ficamos pouco, quando viemos para o Rio iriamos ficar por mais tempo, então resolvi arrumar um trabalho pra poder comprar minhas próprias coisas, arrumei alguns amigos na escola, comecei a ser a garota popular, claro que eu tive que ser uma pessoa que eu não era já que não tinha amigos até então, mas assim que eu fiz amigos eu percebi que eu não poderia mais sair do Brasil, eu tinha que aproveitar, então disse pro meu pai que não viajaria mais com ele, disse que ficaria aqui e me daria bem sozinha, eu tinha trabalho, podia me sustentar e essa época foi perfeita, pois as viagens dele não duravam mais que um mês.

- Seu pai parece ser uma pessoa incrível.

- E é.

- Mas e sua mãe, como ficou nessa história?

- Ela morreu a uns dois anos atrás, ela tinha uma doença degenerativa, ela me mandou embora pra que eu não a visse daquele jeito, ela não conseguia pagar a casa porque gastava nos remédios e por conta da doença não podia mais trabalhar, ela me fez ter raiva dela por tanto tempo e eu nem imaginava que ela poderia estar morrendo.

- Eu sinto muito – ele falou segurando a mão da garota.

- Obrigada, hoje eu me arrependo de cada coisa ruim que já pensei sobre ela, mas ela não precisava ter me afastado, eu queria tanto estar do lado dela até o fim, mas ela era tão cabeça dura – ela quase começou a chorar, mas se controlou – mas já passou, hoje eu faço faculdade de moda e moro numa republica de garotas e isso explica o porque de eu ter te pegado.

- Sério? Como assim?

- Sim, era o desafio da suprema da semana.

- Suprema?

- É a garota que fica no comando da casa, ela administra os gastos e arruma tudo o que precisa na casa, sem contar que a suprema tem o próprio quarto com uma cama maravilhosa e uma banheira cheia de luxo, o desafio dessa semana era quem beijava mais gente.

- Então você só saiu comigo pra ganhar a banheira?

- Sim, mas também porque te achei muito gato na hora.

- Ah! Então quer dizer que agora eu não sou mais?

- Ainda é – ela disse envergonhada – mas agora você também é o Dudu.

- Entendo – ele disse meio envergonhado também – então quer dizer que o Arthur foi preso ou coisa do tipo?

- É o que todo mundo dizia, mas a gente o conhecia, nós sabemos que isso não poderia ser verdade, ele era aventureiro e tudo mais, mas ele sabia dos riscos.

- Eu me lembro do dia que o irmão dele morreu, ele não sabia nem como respirar sem ele.

- Naquela época nem mesmo a gente sabia como ajuda-lo, mas ele se recuperou bem.

- Nós precisamos achar ele, você sabe disso né?

- Como é que é? – ela se surpreendeu incrédula – você ta brincando que agora a gente vai atrás dele.

- É, me parece o certo a fazer, nós dois nos encontramos por acaso, agora a gente tem q encontrar ele, não importa onde ele esteja.

- Você está louco que eu vou te ajudar com isso – ela falou se levantando.

- Você não quer saber o que aconteceu com ele? Ele era seu melhor amigo assim como era o meu – ele disse seguindo a garota – olha, nós três fizemos um juramento de sermos amigos pra sempre, isso significa que temos que saber por onde nossas vidas nos levaram.

- E o que você tem em mente – ele perguntou sem se virar.

- Eu não sei, procurar pelo facebook dele seria um começo, qual era o sobrenome dele?

- E-Eu não lembro – ela se virou e pegou o celular – talvez podemos procurar em amigos em comum ou se ele colocou que estudou na mesma escola que a gente, talvez achemos ele, isso se ele não foi preso ou sei lá.

- Não fala assim, ele não era esse tipo de pessoa.

- Eu sei – ela disse pondo o celular na mesa – o que a gente faz?

- Eu não sei – ele se virou e teve uma ideia – essa semana eu tirei uns dias de folga, é aniversario de 6 anos do filho da minha prima e ela quer que eu vá.

- E o que uma festa de um pirralho ajuda?

- Ela mora na nossa cidade, eu teria que ir la de qualquer jeito, poderia ir até a nossa escola e procurar pelos dados dele.

- Ótima ideia Edu, mas e depois? Vai sair gritando o nome dele na rua.

- Eu vou ver o que posso fazer, vamos torcer pra dar certo.

Naquele exato momento o celular de Julia toca e ela mais que depressa atende toda contente.

- PAI! – grita.

- Filha, onde você está? As meninas aqui da republica disseram que você não voltou pra casa, ta tudo bem?

- Ta tudo ótimo pai, eu já estou indo pra casa me espera que eu chego logo mais.

- Ta bom então, até mais filha.

- Até, pai – desligou – ele chegou – disse para o outro a sua frente.

- Ótimo, quer uma carona?

- Seria ótimo Edu.

Os dois começaram a se arrumar para sair e assim que estavam prontos entraram no carro de Eduardo. Julia dava as instruções para chegar a sua casa e o garoto ia dirigindo e conversando com a garota, os dois riam de coisas estupidas, como sempre fizeram antes e sabiam que esse pouco tempo junto já tinha sido suficiente para reaproximar os dois.

Quando o carro de Eduardo parou na frente do sobrado em que Julia morava, varias garotas saíram pelo portão para ver quem foi leva-la.

- Acho que você vai ter que sair do carro e matar a curiosidade das garotas – Julia disse ao ver varias parando na calçada e esperando ela sair.

- Isso vai ser constrangedor e embaraçoso? – ele perguntou.

- Sim.

- Então ta.

Os dois saíram do carro assim que esse parou e todas as garotas rodearam a outra para ela contar as novidades enquanto riam e cochichavam olhando para Eduardo que estava ficando vermelho.

- Então, o que vocês fizeram a noite toda? – uma das meninas perguntou.

- Conversamos sobre o passado – Julia disse,

- Como assim? – outra se espantou.

Julia e Eduardo se entreolharam e ergueram o braço mostrando para todos suas tatuagens combinando, as meninas se entreolhavam até que uma gritou.

- Ele é o seu passado embaraçoso?

- Por ai – ela respondeu.

- Eu preciso ir agora Ju, tenho que arrumar as coisas pra viagem – Eduardo disse chegando perto da moça.

- Tudo bem, me ligue se precisar de alguma coisa ok? – ela disse pondo os braços em volta do pescoço do rapaz.

- Digo o mesmo – fez o mesmo com a cintura da garota.

Os dois se despediram com um beijo no rosto e um abraço. Eduardo acenou para as outras garotas, entrou em seu carro e foi embora. Julia sorriu para as meninas que estavam eufóricas e entrou para falar com seu pai.

Julia entrou na casa e viu seu pai se levantar do sofá e correu em direção a ele o abraçando de forma necessitada.

- Pai, ele voltou, pai – Julia disse eufórica.

- Ele quem, Ju? – perguntou confuso.

- O Eduardo, o Dudu – ela respondeu quase sem ar.

- Aquele Eduardo? Aquele que foi pros Estados Unidos?

- Esse mesmo, eu to tão feliz, mas sinto que as coisas estão viradas de cabeça pra baixo agora.

- Por quê?

- Porque há muito tempo eu não pensava nele.

- Então recomecem a amizade oras e vai ser como se nunca tivessem se separado.

- Eu espero Papi – ela disse o abraçando forte – eu também senti sua falta, eu te amo velho.

- E eu senti muito a sua falta também querida – ele disse afagando o cabelo da filha – bom parece que as coisas ficarão bem melhores daqui pra frente.

- Eu espero, pai, eu espero!



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