História The surprise inside the cake - Happy Birthday, John!

— Cinco mil?! — Praticamente berrou o coreano de cabelos negros exaltando-se. — És a puta mais cara que já vi na vida! 

O segurança aproximou da mesa já em alerta pelo modo irritado que Doyoung se levantara da cadeira. Já Jaehyun revirava os olhos com tédio. 

— Primeiro; não sou puta. Segundo; se não pode pagar, então procure outra pessoa. Fácil, rápido e prático. 

Doyoung estalou a língua incerto. Conhecia Jaehyun há tempos, com ele era total certeza que seu plano daria certo. E também tinha procrastinado bastante. Maldita mania de ver as coisas na última hora, era tudo ou nada. 

— Existem os riquinhos que gastam, esbanjam o dinheiro que têm, e existe Doyoung, que se nega a pagar míseros cinco mil para um stripper. — Doyoung nunca quis tanto estapear a cara bonita de Jaehyun, aquele sorrisinho fazia o sangue ferver. 

— Quatro mil e quinhentos! — Tentou barganhar e o que ganhou foi uma risada do acastanhado. 

— Cinco mil e duzentos, então. — O garoto moreno arregalou os olhos, incrédulo com a ousadia. — Sou o melhor stripper da casa e você quer pagar menos, está brincando, não é? 

— Tsc, espero que faça bem feito por esse preço. 

— E alguma vez eu já te decepcionei? — Kim se deu por vencido com aquela piscada. — E quando será? 

— Amanhã, por volta das 22hrs. Eu venho buscar você e pode se trocar em um dos quartos de hóspedes. 

Juntaram as mãos em um aperto, oficializando o trato e com muito custo, o Kim também entregou um envelope com o dinheiro para Jaehyun, que sorriu satisfeito. 

No dia seguinte, mais especificamente na casa de Seo YoungHo acontecia um desastre. Doyoung, Yuta e Taeyong discutindo sobre qual decoração ficava melhor. Era dia nove de fevereiro e queriam fazer uma festa do caramba para o americano que estava completando seus vinte e três anos. Johnny não era mais criança para ganhar uma festa com decorações e afins, mas Yuta e Taeyong insistiram que ficaria mais fácil com um tema (tema lê-se tudo-ser-de-cores-que-julgavam-serem-as-favoritas-do-americano) e Doyoung, com muito custo, aceitou. 

Pelo menos eles haviam concordado em uma coisa; pregar uma peça no amigo. Seo ainda era virgem. Virgem, virgem. Só não era bv também por milagre, mas os amigos desconfiavam disso. Enfim, Johnny nunca havia saído com ninguém, nunca havia namorado, sempre fora muito tímido e seus melhores amigos do mundo tiveram a brilhante ideia de contratar um stripper gostosão para pular do bolo, igual naqueles filmes americanos. Nakamoto mesmo já tinha trazido sua câmera para gravar a cena que com certeza seria hilária. 

Para quê inimigos? Sequer pensaram em como o maior poderia se sentir. Verdadeiras pestes que só cresceram no tamanho. 

— Eu acho que copos vermelhos ficam mais bonitos. — Alegou o mais baixo dali, não perdendo tempo em posicionar os copos sobre a mesa. 

— Que vermelho, o quê! É melhor roxo! Johnny gosta de roxo. — Yuta retrucava, retirando cada copo que o outro colocava ali. 

— Roxo? Não era azul? — Taeyong encarou confuso o japonês e os dois ficaram pensativos por um tempo. 

— Sim, é azul. Eu já disse isso um milhão de vezes! Mas será possível! — Uma voz lá do fundo surgira parecendo uma mãe dando sermão, mas era apenas o Kim nervoso.  — E não temos mais tempo para discussões, mistura as cores aí e me ajudem no resto, porra! 

— TPM que se fala, né. 

— Eu tô ouvindo você, Nakamoto Yuta! — Berrou. 

Os acontecimentos seguintes foram cômicos. Os três patetas conseguiram entrar em um acordo sobre tudo, as empregadas que a mãe de Johnny disponibilizou ajudaram nas comidas e o jardim, onde ocorreria a festa, estava muito bem enfeitado.

Uma faixa gigante escrita "Happy Birthday" com a letra toda garranchada enfeitava a entrada, alguns balões no canto para deixar ao menos fofo também estavam ali. A mesa mediana estava coberta por uma toalha na cor azul, assim, os copos ficaram na cor vermelho e roxo. Havia vários pratinhos de salgado, doces, uma variedade de bolos. Até uma fonte de chocolate tinha no centro. Também alugaram um pula-pula, afinal não havia idade exata para se brincar naquele troço. 

— 'Tá muito bosta. — Os três olhavam de longe tudo finalizado. Na cabeça deles tinha ficado mais bonito.

— Realmente… — Doyoung e Taeyong disseram juntos. 

— Quando geral trazer as bebidas alcoólicas vai ficar mais aceitável.

Deram de ombros. Eles precisavam dar um desconto para si próprios. Claro que aquilo fora o fim do mundo para os três, tiveram que tirar dinheiro do próprio bolso, afinal seus pais se recusaram a bancar mais uma festa doida daqueles garotos. Sempre dava em polícia. Somente a mama Suh havia concordado em disponibilizar a comida e só. Johnny tinha que amar muito seus amigos. 

Era por volta das 21hrs da noite, o jardim da casa estava lotado. Um verdadeiro formigueiro de universitários, conhecidos e pessoas que ninguém conhecia. Um caos, mas o importante era que todos estavam se divertindo de sua forma; alguns bebiam, jogavam cartas, sinuca, brincavam no pula-pula, na piscina, saíam flertando por aí igual certo Taeyong… Aquela festa ficaria para a história da universidade Neo, os três amigos não podiam estar mais felizes. 

Estava perto do horário de Johnny chegar de viagem e Doyoung já tinha saído da muvuca para buscar o presente principal. A ida até o Club havia sido calma, assim como o caminho de volta. Quando chegaram, Doyoung e Taeyong ficaram encarregados de levar Jaehyun até o quarto sem ninguém desconfiar. 

— Aqui. — A sacola rosa fora entregue ao Jung por Taeyong. 

— Comprou naquela loja que eu recomendei? 

— A mais cara? Sim, exatamente ela. — Resmungou o Kim com a maior cara feia para Jaehyun que apenas sorria. — Se a madame puder se trocar rápido, eu agradeço porque o aniversariante já está vindo. 

— O virgem? — Indagou com a maior naturalidade. 

— Você contou pra ele, Doyoung?! — Esbravejou o Lee querendo esganar o amigo linguarudo. 

— Foi preciso, tá? 

— Os dois bonecos podem sair para eu me trocar? — Questionou, por mais que já estivesse praticamente expulsando-os. Fechou a porta ouvindo alguém gritar – provável que Doyoung – “Cinco minutos”.

Era cada uma que passava naquele trabalho. Há mais ou menos dois anos que estava naquela vida. Começou após entrar na faculdade, não conseguia arrumar emprego de jeito nenhum e viu a oportunidade no club. Um trabalho que não podia se orgulhar, porém conseguia se bancar, sem contar que teve uma baita sorte de ter uma boa chefe, Joy. Por ser um club onde recebia pessoas de classe alta, seguranças estavam por toda parte, prezando pela segurança de qualquer stripper que trabalhava ali, além de não ser obrigado a fazer programas. Apenas passava por umas loucuras feito essa que estava prestes a cometer. No fundinho tinha dó do garoto virgem. Na mente de Jaehyun, Johnny era um nerdão com óculos e todo desengonçado, apesar de que Doyoung só andava com caras bonitos. Jovens idiotas e seus amigos gostosos. 

De qualquer forma, estava enrolando demais naquele quarto. Daqui a pouco uma voz irritante surgiria alegando que não pagou cinco mil e duzentos para tolerar demoras. Jaehyun abriu a sacola, vendo que os garotos não haviam mentido. Eles realmente tinham ido àquele sex shop caríssimo - ficaria com aquela fantasia, sim -. Após retirar todas as suas roupas casuais vestiu a fantasia de coelhinho que ficava extremamente colada em si, colocou a tiara de orelhinhas e finalizou com a gravata borboleta no pescoço. Irresistível. Era assim que Jaehyun estava. 

— Alguém pediu um coelhinho gostoso para viagem? — Brincou o rapaz de cabelos castanhos assim que abriu a porta para os dois rapazes impacientes, que agora estavam boquiabertos com a beleza exuberante do stripper. 

— Tragam ele para o meu aniversário também, por favor. 

Murmurou Taeyong arrancando risadas dos outros dois. 

Agora sim tudo estava pronto. Jaehyun dentro do bolo gigante falso, a casa em silêncio com tudo apagado e todos no aguardo do aniversariante que era guiado por Nakamoto. Johnny falava afobado do quanto a viagem tinha sido fantástica e o japonês dava corda, adorando ver a animação do outro e também ansioso para ver a reação do americano. 

Passaram pela entrada principal tranquilamente e assim que pisaram perto do jardim as luzes foram acesas e diversas pessoas gritaram “Feliz aniversário!” super alto. John levou um baito susto, sem conseguir acreditar que a festa toda era para si. Logo, os dois amigos se aproximaram, pulando sobre Johnny e comemorando feito crianças. 

— Meu deus, vocês realmente não tem jeito. — Comentou com um baita sorriso nos lábios. 

— A gente te ama. — Foi a vez de Doyoung dizer conforme adentravam no meio da multidão, mostrando para o americano tudo que eles haviam feito. 

— Tem até um pula-pula, eu não acredito nisso. 

— Deu trabalho, viu? Acho bom você comemorar bastante e nos amar até o fim da sua vida. — Taeyong disse ao sair das costas do mais alto. 

— Gente, tô com a câmera. — Comentou o japonês que havia voltado sabe lá deus aonde. Os garotos nem tinham o visto sair de perto. Johnny ainda se perguntava como que os vasos de sua mãe estavam intactos com aquela quantidade de pessoas. 

— Câmera pra quê? 

Com esta pergunta todos gelaram e fuzilaram Nakamoto com o olhar. Seo podia ser meio atrapalhado, porém era o mais esperto do grupo. Seu sexto sentido já estava apitando. Arqueou a sobrancelha ao cruzar os braços esperando uma boa resposta daquelas pestes e Taeyong apenas pediu para que Seo o seguisse. 

— Ei, cambada!!! — Gritou Yuta em plenos pulmões chamando a atenção de todos no recinto. — Vamos cantar parabéns agora. CANTA TODO MUNDO BONITO, HEIN. 

E assim começaram a cantar em coro enquanto seguiam em direção ao bolo enorme que se encontrava no meio da sala de descanso. Ninguém entendeu o porquê de um bolo tão grande, nem mesmo o aniversariante, mas continuaram cantando até o momento que a frase “Happy Birthday, Johnny” fora dita em meio a tantos gritos e Jaehyun saiu do bolo dizendo o mesmo. 

O mundo de Seo parou por uma fração de segundos, não entendendo bulhufas do que estava acontecendo enquanto gritavam feitos loucos pelo garoto super gato que sorria sapeca. Ficou estático lá com uma baita cara de tacho sem saber o que dizer, sua boca abrindo e fechando. Seus amigos estavam do lado cascando o bico, Yuta gravando, Taeyong quase se mijando de rir e Doyoung trazendo uma cadeira. 

— Senta aí, campeão. Paguei muito caro por ele pra você ficar parado igual uma batata. — Falou ajudando o maior a se sentar. 

— O quê? Mas… — Disse num fio de voz. Olhou para frente e se sentiu encurralado com o garoto de cabelos castanhos vindo na sua direção. A última coisa que precisava era uma ereção no meio daquela galera toda, mas porra, aquele stripper era melhor que qualquer edição da playboy que guardava debaixo da cama. 

— Posso saber seu nome, big boy? — Jaehyun indagou divertido. Esperava tudo, menos um jovem de quase dois metros e gostoso pra caralho. Como ele ainda era virgem?! 

— Jo-... John… — Gaguejou com seus músculos rígidos feito pedra conforme o outrem pousava as mãos em suas coxas e mantinha o olhar fixo em si. Seus hormônios estavam à mil. 

Yoonoh sorriu travesso. Poucas pessoas ainda mantinham a atenção sobre o que acontecia, estavam mais ocupadas em pegar gente por aí e beber, típico. Mas o menor até preferiu assim, pois teria John todo voltado à si e o pequeno show que iria fazer. 

— Mostra 'pra ele, Jae! — Doyoung não tinha jeito mesmo, pelo menos o incentivo serviu para descontrair o clima e fez o grandão tímido rir. 

Então, Jaehyun começou a se mover. Com as mãos ainda apoiadas nas coxas fartas de Johnny ele pôde descer e subir lentamente para logo virar, ficando de costas para o maior. Os quadris se mexeram para direita e depois para a esquerda enquanto as mãos dedilhavam ambas laterais delineadas que tinha. Seo estava encantado. Seguia os movimentos de Jaehyun feito um cachorro louco por um osso, era como se aquela barulheira toda no fundo não existisse e estivesse em uma sala somente com Yoonoh. 

O corpo do stripper desceu novamente o bastante para sentar-se no colo de Seo. Ainda que estivesse longe do membro, o rebolar do acastanhado era intenso fazendo o grandão querer que ele subisse um pouquinho mais. Apesar de estar imerso na dança, Jaehyun sabia muito bem o que fazia. Analisava cada expressão feita por Johnny, ficando mais instigado com aquele garoto. Sem mais demoras, o menor levantou-se somente para trocar a posição e ficar frente a frente com Seo, este que quase teve um enfarte. Mal podia acreditar que um rapaz daqueles estava sentado no seu colo, praticamente comendo-o com os olhos por mais que fosse pago. 

A vergonha fora tanta que Johnny tampou o rosto vermelho com ambas mãos arrancando uma risada dos três amigos e do stripper. Estava levando numa boa, sim, porém a timidez não estava cooperando. Se sentia um idiota. Qualquer um com uma oportunidade daquelas teria agido diferente e Seo estava tão encolhido. 

— Ei… — Separou um pouquinho os dedos, conseguindo ter uma visão mínima de Yoonoh e se sentiu melhor ao ver que ele sorria gentil, longe de alguma reação desprezível. — Não precisa ter vergonha, tudo bem? — Deixou que as mãos do menor retirassem as suas de seu rosto. — Você pode tocar a minha bunda, se quiser. — E quando deu por si as mesmas foram guiadas para as nádegas redondinhas do outro. Não estava acreditando naquilo. Aquele garoto era pior que seus amigos juntos. 

— Eu não acredito que vocês fizeram isso comigo… — Balançou a cabeça para os lados, negando a aceitar o que tinha acontecido. 

— Como eu disse; a gente ama! — Taeyong respondeu mandando um beijinho. 

— Feliz aniversário, você merece! — Doyoung já batia palmas, satisfeito. 

— Porra, John! Pega na bunda dele com vontade 'pra ficar gravado aqui. Vai ser lindo. — O japonês dizia animado, ninguém acreditava que ele ainda estava gravando. 

— E não desliga a câmera ainda não, Yuta, tem mais uma dança que eu paguei. — Alertou o de cabelos negros. — Que paguei super caro, né. 

Jaehyun apenas riu com aquela confusão toda. 

— Nesse caso, com licença, Jae… 

Cautelosamente desceu a destra para perto das coxas do rapaz enquanto a outra livre ia para as costas. Levantou-se da cadeira com Jaehyun no colo feito uma princesa, já o coreano arregalou os olhos surpreso com a ação repentina, mas nada disse, só arrumou o arquinho com orelhinhas antes de Johnny começar a caminhar. 

— Qual é, John! — Ouviu seus amigos reclamarem mais ao fundo e gargalhou. 

— Minha dança, meu aniversário, minhas regras! Vou receber longe dos olhares curiosos! Boa festa para vocês.