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História The Voice Of My Heart - Mudo?


Escrita por: Syatha

Notas do Autor


Oi pessoal! Como seis tão hum? Eu não quero ser chata nem nada, só quero pedir que deixem comentários nos capítulos. Mesmo que sejam poucos, isso me motiva pessoal, eu li um comentário e fiquei com a porra de um sorriso bobo na cara por quase uma hora!

Quem é escritor vai entender o que eu sinto. A alegria de ver que tem gente realmente gostando do que escrevo, a animação ao ler aquelas palavras, mesmo sendo poucas. Podem não acreditar, mas eu passei um dia inteiro me culpando e me sentindo triste, com pensamentos negativos, tentando achar algo que fiz de errado, eu não culpo ninguém de não comentar algo, muito menos exijo, mas me sinto muito bem apenas com um "continua" ou "amei". Palavras simples, eu sei, mas isso motiva qualquer um a continuar.

Sei que muitos vão ignorar isso, pois também faço isso muitas vezes, mas isso foi mais como um desabafo da minha parte. Bom, espero que gostem do capítulo e o aproveitem, vou postar logo.

Capítulo 2 - Mudo?


 

LEIAM AS NOTAS DO AUTOR!!!

 

Acordei com a luz do sol, coisa que não é muito normal já que normalmente no meu quarto as janelas ficam fechadas e cortinas bloqueiam a claridade do dia. Então eu provavelmente estou em algum outro lugar que não é minha casa. Abri os olhos aos poucos me acostumando com a claridade que habitava o local, olhei ao redor e vi que eu estava em uma quarto, completamente branco. Deduzi estar no hospital. Tentei me levantar e quando finalmente consegui uma mulher aparentemente jovem entrou no quarto com um sorriso enorme estampado no rosto.

-Finalmente acordou Katsuki!-Ela disse animada.-Fiquei cuidando de você esse tempo em que estava em coma.

-Q-Quem diabos é você?!-Isso foi isso que eu pensei em falar, mas não saiu nem um som da minha boca. Aregalei os olhos e olhei para a enfermeira assustado.

-Não consegue falar?-Ela perguntou e eu afirmei.-Espere um pouco, vou chamar Rayden e ele irá te examinar.-Ela saiu e suspirei.

Minutos se passaram e um homem alto entrou ao lado da enfermeira. Ele tinha cabelos castanhos e olhos azuis, era um homem bonito na minha opinião, mas devia ter em torno de 25 anos.

-Naomi me contou que você não consegue falar. Viu fazer mais alguns exames em você.-Ele se aproximou sorrindo.-Você terá que ficar aqui por mais uma semana.

Apenas afirmei e ele começou a fazer vários exames. Depois de 30 minutos ele saiu dizendo que voltava depois de uma horas e Naomi ficou.

-Então...-Ela se aproximou e sentou ao meu lado.-Sabe falar libras? Eu entendo.-Sorri afirmando.-Vamos às apresentações!-Ela bateu palmas.-Olá, me chamo Henshin Naomi e tenho 20 anos.

-Oi, me chamo Bakugou Katsuki e tenho 15 anos.-Falei com sinais de libras.

-Kat.-Ela riu e acabei sorrindo ao ouvir o apelido.-Me fala mais de você.

-Bom... Eu tenho dois melhores amigos, Mina e Kirishima. Mina tem a mania de ficar me dando um selinho desde os 13 anos.-Gesticulei e acabei rindo sem querer.

-Sua risada é estranha, mas de uma maneira fofa!-Ela apertou minhas bochechas enquanto eu corava.

-Então... Será que você podia não avisar aos meus pais que acordei?-Perguntei com as mãos olhando para baixo.

-Acho que tudo bem, não vai fazer mal.-Ela disse e agradeço silenciosamente.

Ficamos um bom tempo conversando, a tarde inteira para falar a verdade. Naomi é muito divertida e me faz rir fácil. Até que Rayden apareceu.

-Oi...-Ele disse e sentou em uma cadeira na minha frente.-Pelo resultados dos seus exames aparentemente você está mudo por conta de uma complicação que ocorreu na cirurgia que fizemos em você.-Balancei a cabeça pedindo para ele continuar.-Isso já aconteceu algumas vezes, normalmente as pessoas tem 2% de chance de voltar a falar, ninguém nunca conseguiu tal ato. Você é diferente, teve a sorte de ter ao menos 5% de chance de voltar a falar. Mas mesmo assim ainda vai ser difícil que isso ocorra.

-Mas vai ficar tudo bem com ele né?-Naomi perguntou.

-Sim, além disso ele está bem. Com exceção de uma coisa que notei a pouco tempo.-Rayden disse e o olhei.-Você tem depressão.-Apenas suspirei abaixando a cabeça.

-Ele também entende libras, se quiser pode falar com ele.-Naomi disse.

-Sim, eu tenho depressão. Se não me engano desde os 14 anos, no caso, ano passado.-Eu disse com os sinais de mão.-Problemas em casa não são legais.-Ri sem emoção.-Só não tentei me matar até agora por que penso nos outros além de mim.

-Humm... Se precisar de qualquer ajuda você tem meu número e o da Naomi no seu novo celular.-Ele disse e apenas afirmei.

Os dias logo se passaram, eu saí do hospital no domingo a noite, exatamente às 21:00. Rayden me deixou ficar na casa dele naquele dia. Eu já estava com meu material da escola e o uniforme, como? Naomi foi lá em casa pegar dizendo que eu acordaria em pouco tempo.

No dia seguinte acordei com a claridade do Sol batendo em meus olhos.

-Bom dia Suki!-Era Fumiko, a esposa do Rayden e eles tem um filho, Satoro. Esse que pulou na minha barriga quando abri os olhos. Eu ri e dei um beijo na testa do pequeno, apesar de ter apenas 6 anos ele me diverte muito e é como um irmão mais novo para mim, mesmo o conhecendo ontem.

Levantei e me espreguicei, sorri ao ver o horário e fui me arrumar para ir ao colégio. Quando terminei desci as escadas e fui até a cozinha vendo a família reunida e sorrindo em meio a conversas. Sorri melancólico, sei que nunca vou ter uma família assim... Sentei na mesa suspirando e logo comecei a comer. Quando acabei de comer Satoro cutucou meu braço, o olhei e ele sorriu.

-Me leva na escolinha hoje com a mamãe?-Ele perguntou e eu afirmei sorrindo.-'Tá vendo papai o Katsu é mais legal que você, ele não reclama quando eu pulo na barriga dele.-Não contive minha risada ao ver a cara que Rayden fez.

-Seu...-O de olhos azuis bufou.

Quando estávamos saindo da casa do Rayden o mesmo gritou má de dentro.

-Até mais garotos! Boa aula!-Ele disse e sorri de canto. Me sentei no banco de trás ao lado de Satoro e fomos deixar ele na escola.

-Tchal mamãe!-Ele deu um beijinho na bochecha de Fumiko e me surpreendeu com um abraço.-Tchal Katsu!-Logo saiu correndo.

-Ele gostou mesmo de você.-Fumiko disse e apenas sorri. Depois de alguns minutos cheguei na escola, um pouco atrasado. Desci do carro e acenei com a mão para Fumiko me afastando.

Entrei na escola e não vi ninguém nos corredores, corri até minha sala e quando me encostei na porta sem querer ela foi aberta. O que aconteceu? Eu caí de cara no chão.

-Katsuki!-Ouvi Mina gritar e me levantei aos poucos, sorri para ela e olhei para Aizawa.

-Sente-se. Depois fala com seus amigos.-Ele disse e revirei os olhos.

Ri internamente ignorando os olhares dos meus colegas e sentei no meu lugar. A aula se passou normalmente, com exceção da minha curiosidade sobre o garoto de cabelo verde atrás de mim. O sinal tocou indicando o início do intervalo e eu fui o primeiro a sair da sala.

Comprei meu lanche e fui para a mesa da minha turma, todos já estavam lá, eles não ficaram na fila igual a mim.

-Eu estava com tanta saudade loiro!-Mina me abraçou e eu sorri.-Milagre você não ter falado nada durante as aulas...-Ela riu.-Se apresente Izuku, sei que o Katsuki está curioso sobre quem é você.

-Huumm...-O esverdeado começou e olhou para mim.-E-Eu me chamo Midoriya Izuku e tenho 15 anos. Eu sou gay, espero que não se importe.-Ele sorriu corando e eu sorri. Ele é tão fofo! E se não me engano ele é o filho da tia Inko.

-Se apresenta agora!-Mina cutucou meu braço e sorri.

-Oi, me chamo Bakugou Katsuki e tenho 15 anos também. Você é muito fofo Deku!-Falei com sinais de mão. O que todos estranharam.

-Deku?-Izuku perguntou.-Não significa inútil?

-Sim. Mas também tem um ar de você consegue entende?-Falei com as mãos.

-Ok!-Ele sorriu.-Por que não fala?

-Sou mudo.-Sorri sem dentes após terminar de gesticular.

-Mudo? Mas a Mina disse que você falava!-Ele disse.

-Como assim? O que tá acontecendo?-Mina perguntou desentendida como todos.

-Fala para eles o que eu te explicar.-Gesticulei.-Fiz uma cirurgia após o acidente que tive e ocorreram complicações, por causa disso agora sou mudo.

-Por conta de complicações na cirurgia que ele fez agora ele é mudo.-Deku repetiu e todos me olharam surpresos.

-Você aceitou assim tão fácil?-Kirishima perguntou e eu afirmei.

-Não falo muito espeto.-Izuku repetiu o que eu disse por sinais e no fim riu.

-Como assim não fala muito?! Você vivia gritando!-Kaminari riu.

-Sim. Mas fora da escola eu vivo como um mudo, não falo muito.-Deku novamente repetiu o que eu gesticulei olhando atento para minhas mãos

-Hum.-Kirishima fez bico e Denki riu dando um selinho nele.

As aulas continuaram e, apesar de meus amigos ainda não terem se acostumado com minha mudez eles aceitaram bem.

Voltei para casa no fim da aula e quando cheguei em casa fui recebido por um soco de surpresa no estômago.

-Seu idiota! Inútil!-Minha mãe dizia e meu pai a acompanhou me xingando e batendo também.

Me deixaram no chão com vários hematomas pelo corpo. Levantei com dificuldade e fui para meu quarto fazer as atividades. Quando acabei fui tomar banho, tirei minhas roupas e entrei debaixo do chuveiro com uma pequena lâmina em mãos.

Logo comecei os cortes, gotas de sangue e lágrimas se misturavam com a água que caia pelo ralo. Fiz isso por uns 5 minutos até que decidisse realmente tomar banho. Quando saí do banheiro já vestido e com o curativo feito no braço me deitei na cama e dormi.

Acordei mais cedo hoje, minha mãe e meu pai devem estar dormindo ainda então aproveitei para sair mais cedo. Depois de comer e me arrumar saí de casa com um moletom na cintura, talvez precise dele hoje.

Fui andando até a escola calmo, eu provavelmente chegaria minutos antes do sinal tocar com a velocidade que estou indo no momento, mas não importa.

No meio do caminho levantei a manga da camisa e olhei meus cortes depois de retiras um pouco do curativo, estavam fundos e demorariam a cicatrizar... Quando ouvi um grito abaixei a manga da camisa rápido e virei para trás me deparando com Mina e Izuku.

-Bom dia!-Eles falaram juntos e sorri de canto.

Fomos para a escola enquanto os dois conversavam, eu permanecia em silêncio esperando ver algo interessante pelo caminho. E não é que eu vi! Fumiko, Rayden e Satoro estavam vindo na nossa direção. Sorri e Mina e Izuku notaram. Assim que Satoro me viu arregalou os olhos sorrindo.

-Olha papai é o Katsu!-Ele gritou e veio até mim. Me abraçou e retribui sorrindo, dei um beijo na sua testa e os adultos se aproximaram.

-Olá Kat.-Fumiko disse.

-Oi.-Rayden disse seco e estranhei. Ele pegou meu braço e me puxou para longe.-O que fez?-Ele perguntou serrando os olhos.-Tem gotas de sangue no seu braço, quase imperceptível.

-Eu me cortei.-Fui direto ao ponto enquanto gesticulava.

-O QUÊ?!-Ele disse e me encolhi. Ouvi um suspiro.-Falei para me ligar Katsuki.

-Desculpa! Quando cheguei em casa minha mãe e meu pai...-Parei de gesticular aos poucos.

-Sua mãe e seu pai?-Ele tentou me fazer continuar.

-Nada...-Gesticulei e ele sorriu compreendendo que eu não queria falar. Me abraçou e retribui.

-Só toma cuidado e liga pra mim se precisar, ok?-Afirmei sorrindo pequeno.

Depois de alguns minutos chegamos na escola, fomos para a sala e as aulas começaram. Hoje, até agora, foi o dia mais pacífico da minha vida.

Quando cheguei em casa minha mãe me bateu, assim como meu pai, me cortei e tomei banho.

E aqui está a representação do meu dia a dia. Ir a escola, voltar para casa e ser praticamente espancado pelos pais, me cortar enquanto tomo banho e dormir. Perceberam que não tem pausa para comer certo? Faço isso na escola, ou seja, como duas vezes no dia.

Dois meses se passaram. Já não tenho vontade de botar o pé para fora de casa. Acabei de sair do banho e fiquei parado me olhando no espelho do meu tamanho

Sabe quando você se olha no espelho e se sente feio? Também me sinto assim, diariamente, a cada minuto ou segundo, e isso dói. Eu não sei mais o que é sorrir, sempre estou forçando sorrisos ou os mostrando falsamente. Minha alto estima está no zero e não me ajuda em porta nenhuma. Hematomas do recém espancamento são vistos pelo meu corpo, eles nunca me batem no rosto, talvez não queiram ser presos por violência domiciliar...

As vezes eu penso, será que todas essas pessoas que dizem ser minha amigas são verdadeiras? Elas podem estar mentindo, talvez saiam da minha vida agora mesmo ou em alguns meses, até mesmo anos. Não duvido que isso aconteça.

Olhei para meus braços. Cortes profundos e com um pouco de sangue eram perceptíveis ali. Sorri pequeno, seu que isso é errado mas não posso fazer nada. Não consigo parar, e minha forma de aliviar a dor que me consome a cada dia vivo.

Suspirei. Enfaixei os braços e vesti o uniforme do colégio, desci as escadas já com a mochila nas costas e saí da mesma. São exatamente 06:50 e eu provavelmente vou chegar atrasado.

Você pode me perguntar, você foi espancado de manhã pelos seus pais?! Sim, no momento os mesmos estão dormindo. Eles vem fazendo isso a algum tempo, me surpreendi quando meus amigos não notaram nada em mim. Eu eu acho que não notaram.

Cheguei na escola, como disse antes, atrasado. Andei calmo até a sala e bati na porta, ouvindo um "entre" de Aizawa segundos depois. Abri a porta e sentei no meu lugar.

Desde que o Izuku chegou no colégio nos tornamos ótimos amigos, ele me ajuda em muitas coisas e é muito carinhoso. Já que é meu vizinho nos falamos pela janela do quarto todos os dias, mesmo não aparentando não sermos próximos na escola...

O intervalo chegou mais rápido do que pensei, já estávamos na mesa da cantina e todos estavam comendo.

-Então Kacchan, por que chegou atrasado hoje?-Deku perguntou ao meu lado.

-Não é nada de importante.-Gesticulei e ele apenas afirmou suspirando.

Horas depois eu estava em casa, Rayden e Satoro vão vir hoje aqui conferir umas coisas. Meus pensamentos foram interrompidos com fortes batidas na porta do meu quarto.

-Abre essa porta Katsuki!-Minha mãe quase gritava do outro lado.

Abri a porta como foi pedido levei um soco no estômago. Saí do quarto correndo, não aguento mais! Caí da escada após tropeçar nos próprios pés e me levantei. Tive tempo suficiente para destrancar a porta da frente.

-Vem aqui!-Meu pai apareceu com um cinto na mão.

Logo minha mãe apareceu também. Em meio a xingamentos e socos ouvi uma buzina de carro, meus pais provavelmente não notaram. Eu tenho certeza que eram Satoro e Rayden.

Meu pais me batiam e eu já cópia sangue. Continuo assim por mais alguns minutos até que ouvi sirenes e tentei sorrir. Meus pais se afastaram e olharam a janela, arregalaram os olhos ao verem a polícia do lado de fora.

A porta foi aberta por alguns policiais e logo meus pais foram presos por violência domiciliar. Rayden e Satoro se aproximaram de mim com os olhos arregalados.

-Katsu você 'tá bem?-Satoro me ajudou a sentar e afirmei.

-Vamos, vou pegar suas coisas, você vai passar a noite lá em casa.-Rayden falou antes de subir as escadas e vi um policial se aproximar.

-Garoto? Está tudo bem?-Ele se apoiou no joelho.-Pelo que pude notar, você aparenta ser mudo, por isso eu vim falar com você, entendo libras.-Ele sorriu pegando um bloquinho de anotações.-Muito bem, quero que me diga desde quando esses espancamentos acontecem e com que frequência.

-Acontecem desde sempre, começaram quando eu tinha cinco anos. Eles faziam isso todos os dias e eu não sei porquê.-Gesticulei enquanto o policial anotava.

-Ok, tem algum parente ou adulto próximo a você?-Ele perguntou.

-Meu pai!-Satoro disse e Rayden apareceu.

-Eu o quê?-Perguntou e sorri de canto.

-Você é próximo desse garoto?-O policial perguntou e Rayden afirmou.-Ok, peço que vá para o conselho tutelar. Ele é menor de idade e aconselho você a pegar a guarda dele.-Rayden afirmou.

Depois de algumas horas eu já estava deitado na cama do quarto de hóspedes na casa do Rayden. Peguei o remédio que normalmente tomo para dormir e deitei na cama fechando os olhos.

 

 


Notas Finais


Oie! Espero que tenham gostado do capítulo de hoje, postei o mais rápido que consegui.


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