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História The Wind - Amigas


Escrita por: HikariBibii

Notas do Autor


Heyou, pessoas!!!
Sentiram a minha falta? :3 /apanha
Já vou logo avisando que esse capítulo saiu antes do esperado porque eu consegui escrever metade dele enquanto eu ainda estava de férias! A outra metade que foi um pouco mais complicada para escrever já que as minhas aulas da facul já voltaram.
Ah, avisando também que esse capítulo não contém romance nenhum, ele é completamente voltado para BROTP, mais especificamente Touko X Bianca.
Espero que vocês gostem desse cap que explica mais sobre essa amizade tão linda, e ao mesmo tempo espero que não tenha ficado estranho postar algo assim no meio de tantas tretas. xD
Enfim, é isso, espero que gostem e lembrem-se: o próximo capítulo não tem previsão rápida para sair já que eu estou em aulas, mas eu juro de mindinho que não vou abandonar a fic e que continuarei escrevendo essa história que tanto amo para vocês!! :3

Capítulo 11 - Amigas


Meus pulmões ardiam. Minha respiração estava ofegante. O mundo ao meu redor estava girando e tudo o que eu conseguia enxergar eram os fios loiros de cabelo sacudindo na minha frente.

– B-bianca!! Eu já disse para esperar! – berrei, ao esticar a minha mão frente ao corpo, na tentativa de alcançá-la.

– Não precisa me falar nada, Tou!! Eu já entendi!! – ela exclamou de volta, entre soluços, que iam sendo provocados pelas suas lágrimas.

– Não! Você não entendeu nada! Você quer, por favor, parar de correr pra gente poder conversar?! – gritei com tudo o que tinha dentro de mim, tentando manter as minhas pernas firmes enquanto corria, por mais que estivesse sendo difícil.

O ritmo de Bianca diminui um pouco com a minha fala, parece que ela tinha se assustado com meu grito estridente. E-essa é a minha chance! Agarrei as costas de seu suéter de lã verde com toda a força de meus dedos.

– Kyaaah! Me soltaaa! – ela gemia ao se debater contra os meus braços que a envolviam por trás.

– Não! Eu não vou soltar! Não até você me ouvir! – berrei de volta, quase perdendo o equilíbrio com os movimentos bruscos da loira.

Ela ficou se debatendo, com toda a força que tinha, por algum tempo, até que percebeu que eu realmente não estava de brincadeira, e começou a ficar cansada, dando-me espaço para mais uma investida. Rapidamente, prendi-a entre os meus braços, contra a parede da rua em que estávamos.

– Agora você finalmente vai me deixar falar? – indaguei em um tom sério, sério até demais, mirando seus globos verdes com muita compenetração.

– Eu já falei... que você não precisa falar nada... – ela começou, entre fungadas – Eu já entendi que o Cheren está interessado em você! Não seria surpresa depois do que eu fiz! O que me surpreende é você ter se interessado por ele também... e tão rápido assim... a ponto de... já estar até mesmo indo na casa dele!! – ela exclamou, com toda a raiva que deveria estar sentindo no momento.

Não me segurei. Minhas ações de repente passaram a ser controladas pela minha angústia, fazendo-me lançar um tapa no rosto branco da loira, que logo, foi tomado pelo vermelho da marca da minha mão.

– Se você me deixasse falar, saberia que não é NADA DISSO!! – berrei, deixando escapar gotas de saliva na loira, que me encarava, completamente assustada, e com lágrimas escorrendo ainda mais intensamente do que antes. – Pra início de conversa, o Cheren se ofereceu para me ajudar a estudar para as provas, como agradecimento por eu ter o consolado ontem! Eu mesma não me senti confortável de ir até a casa dele para isso, mas você sabe tanto quanto eu que eu preciso de ajuda nos estudos!

– M-mas isso não impede que vocês estejam se gostando! – ela exclamou de volta, trêmula, com uma das mãos sobre a bochecha machucada.

– Impede sim!! – exclamei ainda mais alto, mirando-a enfurecida, com a respiração tão ofegante quanto as batidas do meu coração – Porque... porque... – podia começar a sentir o meu rosto esquentar violentamente, e a vontade de chorar ficando ainda mais incontrolável – Eu estou apaixonada pelo professor N!

Os belos globos da loira arregalaram-se. Suas lágrimas,ficaram secas. E nós ficamos nos encarando por alguns segundos. Segundos que para mim, pareciam eternos. Meu rosto não parava de se avermelhar enquanto a loira não dissesse mais nenhuma palavra. Meu coração estava agitado, e faíscas gélidas dançavam na minha barriga.

– Tou... – ela sussurrou o meu nome, aproximando-se da minha orelha – Você sabe que isso é insano... não é?

Apenas assenti de leve com a cabeça, deixando as lágrimas escorrerem. Eu sabia mais do que ninguém que se apaixonar por um professor era proibido. Mas quando eu me lembrava do seu rosto, do seu sorriso, dos seus olhos... tudo o que eu mais queria era poder abraçá-lo. Abraçá-lo com toda a força dos meus braços e chamá-lo de meu. Meu e só meu.

– Mas... eu não consigo simplesmente esquecê-lo só porque amá-lo é proibido... Já... já... aconteceram tantas coisas entre nós... – comentava, entre soluços, ao enxugar as lágrimas que escorriam.

– Coi...sas...? – a loira perguntou com o rosto passando de branco (tirando a marca da minha mão) para vermelho – Você quer dizer... que vocês... já...?

– O-o que v-você está p-pensando Bianca?! – indaguei com o rosto completamente corado, conseguindo até mesmo parar de chorar.

Assim, comecei a contar para ela, todas as coisas que já haviam acontecido entre nós até então. Desde ele ter me salvado de um assédio, até o abraço da noite passada. Enquanto eu contava tudo, seu rosto era estampado por diversas caras e bocas. Será que tudo o que tinha acontecido era tão... estranho assim?

– Puxa... eu estou... wow... chocada... – ela comentou ainda meio desacreditada com o que contei – Mas parece que o professor N está realmente brincando com o perigo...

– O q-que você quis dizer com isso? – indaguei, com o coração batendo bem forte, eu quase não conseguia acreditar que eu tinha realmente contado tudo para ela.

– Eu não sei... digo... com base no que você me contou, ele definitivamente sente alguma coisa por você! Nem que seja só um pouquinho! – as palavras da loira só contribuíam mais para a vermelhidão que se intensificava em meu rosto – E... eu estarei disposta a te ajudar, afinal... apesar dos últimos acontecimentos... nós ainda somos amigas... não somos? Digo... amigas apoiam uma a outra, não é? Então... se eu te apoiar você vai me apoiar também... né?

Isso mesmo. Era isso mesmo. Eu e a Bianca somos amigas. Amigas há bastante tempo. Como nós pudemos deixar uma confusão dessas, envolvendo garotos, abalar a nossa amizade? Nossa amizade sempre fora maior do que qualquer coisa, e com algo assim... não poderia ser diferente! Sem nem sequer pensar duas vezes, voei na direção da loira, fazendo o que eu mais queria fazer desde que a vi, abraçá-la. As lágrimas voltaram a escorrer pelo meu rosto e a única coisa que eu podia pensar no momento era em como eu sou feliz e sortuda por ter uma amiga como a Bianca.

– M-me desculpe... Bianca... por ter te machucado... Eu não quero mais que briguemos... nós sempre fomos tão amigas, e-

– Boba... – ela começou, ao acariciar meus cabelos – Não precisa se desculpar por isso. Afinal, nós estamos quites agora... já que sou eu quem deveria te pedir desculpas por ter se machucado ontem por minha culpa. Mas, deixando isso de lado... já que somos amigas e prometemos nos apoiar... preciso de um conselho seu. – apesar de todas as palavras bonitas e de sua voz sentimental, Bianca terminou a sua fala um tanto séria, fazendo-me desfazer o abraço e fitá-la nos olhos novamente, como quem diz “vai em frente, pode falar”, e assim ela o fez – O Black me pediu em namoro. E eu fiquei devendo uma resposta. O que devo fazer?

Sua pergunta arregalou meus olhos por completo. Eu realmente não esperava por essa. Mesmo assim, eu já devia ter percebido que ele tiraria vantagem de uma situação dessas para dar o seu próximo passo.

Mas a Bianca é minha amiga e precisa de uma resposta que só eu posso dar. Sim... ela é minha amiga... minha melhor amiga...

x-x-x

~Touko’s Flash Back~

– Eu me chamo Touko Rosa White, eu odeio o meu nome do meio, tenho 13 anos e espero me dar bem com todos vocês! Ah, e só mais uma coisa, eu não sou o tipo de garota que perdoa gente idiota! – me apresentei confiante, ao sorrir e fazer um sinal de positivo para a minha mais nova turma, na minha mais nova escola, Unova Special School.

Depois de fazer a minha apresentação, percebi que a turma era bem dividida, tinham tantos meninos quanto meninas, que se separavam entre o lado esquerdo e direito da sala, respectivamente. Infelizmente, pela falta de lugares do lado feminino, eu tive que me sentar perto de alguns meninos do fundão. Eu sempre odiei o fundão, porque sabia que lá, sempre ficavam as pessoas mais idiotas de qualquer turma e além disso, dava para ouvir perfeitamente qualquer cochicho e conversa paralela da sala.

Não demorou muito para que eu pudesse escutar algumas garotas cochichando sobre mim, e isso era muito irritante, principalmente porque na minha antiga escola tinha sido a mesma coisa, eu era conhecida pelos meus hábitos estranhamente não femininos. Mas elas não eram o maior dos problemas, mas sim os garotos do fundo da sala. Eles sim eram desprezíveis.

– O quê?! Quer dizer que você nunca beijou uma garota, Tory?! Que tipo de lixo você é? – um dos garotos, aparentemente na minha diagonal de trás esquerda dizia para o garoto que devia estar atrás de mim.

– Parece que alguém tá precisando sair mais! Ah é né, mas é por isso mesmo que você não sai, você não tem sequer amigos! HAHAHAHAHAHAH! – um outro babaca, na minha diagonal de trás direita, comentava do jeito mais escroto possível.

– Teve uma social ontem na casa do Gary, cheia das garotas. Eu peguei três. Mas até parece que elas iam dar bola para um merdinha como você! HAHAHAHAH! – o nojento do lado esquerdo provocou o tal do Tory mais uma vez, fazendo uma veia saltar na minha testa.

– HAHAHAHHAHA! É verdade! – o merda da direita continuou – Mas não se preocupa Tory, pessoas como você servem para um propósito na vida, para serem distrações para caras como a gente! HAHAHAHAHAH!

Uma segunda veia saltou na minha testa. Isso não era bom sinal... para eles. Eu não queria ser forçada a estragar tudo, junto no meu primeiro dia na escola nova, mas pelo visto isso não seria possível, já que pessoas idiotas existem. Não importa para onde você vá, não importa se você tentar fugir delas, elas vão aparecer de novo, pelo simples fato de que elas precisam ser idiotas para se sentirem alguém especial.

Virei meu rosto bruscamente para trás, e aproveitando que já estava na hora do intervalo, me levantei da carteira:

– Escuta aqui, seu bando de merdas, suas mães não te deram educação para saberem como tratar os outros não?! – exclamei, com toda a raiva de meus pulmões, fitando-os com o olhar mais feroz que pude.

– Hã? O que? Cara, essa garota nova tá achando que tá com a moral toda ou o quê? – o babaca da esquerda questionou ao da direita.

– Não sei não. Vai ver ela ainda não percebeu que está no nosso território. – o da direita retrucou ao da esquerda – Parece que vamos ter que ensinar para ela quem é que manda por aqui. – ele comentou, ao sorri maliciosamente para mim.

– A única pessoa que vai mostrar alguma coisa para vocês aqui, SOU EU!! – exclamei ao apontar para mim mesma com o polegar.

Logo depois, lancei um soco no rosto do da esquerda e um chute na barriga do da direita, que facilmente jogou-os contra o chão, imobilizando-os por completo. Achei que a minha missão já estivesse cumprida, e no exato momento que dei de costas para os dois, sinto uma mão puxar fortemente o meu rabo de cavalo, com tanta força, que eu não conseguia parar de gemer e pensar na possibilidade de ficar careca.

– Aaaaaah, aaaaaah, me solta seu maldito! – exclamava, ao me debater loucamente pelo chão.

– HAHAHHA, não até você ficar CARECA! – ele comentou, debochando de mim com a sua risada estúpida – Vai lá, e dá uns pegas nela, cara.

– Ih, cara, mas não tem nem onde pegar. Mais fácil dar uns socos mesmo! – comentou o outro do jeito mais nojento possível, ao se aproximar de mim.

Felizmente, a dor que eu estava sentindo na cabeça não foi o suficiente para parar com a minha boa mira nos pés. Rapidamente, acertei em cheio um chute no ponto fraco do idiota que tentaria me socar. Que depois dessa, começou a chorar e a rolar pelo chão de dor. O idiota do amigo dele, se assustou tanto com a minha reação, que até livrou o meu cabelo da dor.

Contudo, eu sempre tinha um grande azar quando se tratava de brigas, e exatamente naquele momento, um professor entrou na sala, e interpretando pelos seus próprios meios, me levou para a coordenação, achando que os outros dois eram inocentes. A partir daí, passei a ser conhecida como a menina-macho.

Após ouvir todo o lero lero do diretor, que obviamente não acreditou em mim por ser uma aluna nova, fui advertida, e passei o resto do dia de castigo, sentada no banco do lado de fora da coordenação. Pelo menos ali era melhor do que ficar sentada perto daqueles dois babacas na sala de aula.

– Uh... com licença! Você é a Touko da 7ª série, não é? – uma voz doce se direcionou para mim, fazendo-me levantar a cabeça.

Se tratava de uma menina loira de cabelos cumpridos até a cintura, e olhos verdes como esmeraldas, que sorria timidamente ao acenar para mim.

– Sou sim... por quê?

– Ah, eu me chamo Bianca, estamos na mesma turma! E eu estava procurando por você! Sabe, foi realmente muito legal o que você fez pelo Tory! Ele está até agora muito envergonhado para te agradecer!

– Ele não precisa me agradecer. Eu apenas fiz o que senti que era o certo a fazer. Mesmo o diretor não tendo acreditado em mim, e tendo me dado uma advertência, eu ainda estou feliz por ter conseguido defender esse menino.

– O quê?! Ele não acreditou em você?! – ela exclamou, ao pousar as mãos sobre o rosto – Espere aí que eu vou dar um jeito nisso!

– E-espera aí! – exclamei ao segurar o seu braço – Eu não quero você recebendo bronca por minha causa, o meu problema nem te envolve e-

– Ei, pode ficar calma. Eu tenho uma fama de boa menina aqui na escola, o diretor sempre acredita em mim! Eu vou arranjar uma punição para aqueles dois! Afinal, eu apenas estou fazendo o que eu acho que é certo! – ela comentou, ao me encantar pela primeira vez com o seu sorriso, um sorriso que eu nem sequer imaginava que iria poder ver ainda tantas vezes.

Depois disso, os dois babacas foram suspensos por três dias, e eu continuei com a minha advertência, pelo simples fato de tê-los agredido. Bom, isso não importa, tem certas pessoas que só aprendem com violência mesmo. E afinal, por mais que eu tivesse ganhado dois inimigos, um apelido, e uma advertência, eu também ganhei algo muito maior do que qualquer uma dessas coisas: uma amiga.

x-x-x

O pôr do sol do fim da tarde anunciava o final das aulas do dia. Nessa hora, o hall principal da escola sempre ficava lotado, seja de estudantes mexendo em seus armários ou jogando conversa fora.

– Tou! Você não sabe o que eu descobri! – exclamou a loira de cabelos cumpridos, ao se aproximar de mim, arfando, enquanto eu descarregava o meu armário.

– O que houve, B? – perguntei, um tanto preocupada, ao trancar o meu escaninho.

– Parece que o Tory não voltou para a escola esse semestre porque ele pediu transferência... E aparentemente isso tem a ver com aqueles meninos que andaram importunando ele... – ela comentou cabisbaixa.

Minha reação de raiva foi automática. Acabei chutando os armários com toda força que pude, causando um estrondo tão forte, que chamou a atenção de todos para mim.

– Aqueles malditos... Eles vão pagar... – murmurei para mim mesma, ao retirar o meu pé dos armários, que ficaram amassados devido à intensidade do chute.

Dei de costas para a loira e saí andando em passos rápidos para fora do hall onde estávamos, sem deixar de ser seguida por sua voz, que me acompanhava:

– Tou, aonde você está indo?!

– Dar uma lição neles que jamais irão esquecer! – exclamei com a raiva aquecendo o meu peito. Somente idiotas como eles fariam alguém mudar de vida assim... e por algo tão estúpido!

Eu sabia que todos os dias depois da aula, aquela dupla de retardados ia para a Marvelous Bridge jogar conversa fora, e se eu quisesse encontrá-los naquele momento, eles definitivamente estariam lá.

– Ei, idiotas! – exclamei com as mãos na cintura, chamando as suas atenções, ao chegar na entrada da ponte – Vocês por acaso sabem o que vocês fizeram ao Tory?!

– Ahn? O quê? Aquele patético? – um dos garotos resmungava ao franzir a testa – Não é como se alguém fosse sentir falta dele. Ele era apenas nossa distração. Nós, na verdade, fizemos um favor àquela turma por eliminar alguém tão insiguini-

Calei as suas palavras com um soco no rosto, fazendo-os cuspir algumas gotas de saliva.

– A única existência patética aqui é a sua e a do seu amigo aí, que precisam ser babacas e destruir a vida de alguém para se sentirem superiores. Os verdadeiros merdas aqui são vocês! – berrei ao ranger meus dentes. Eu já estava saturada do papinho idiota daqueles dois.

– T-tou... Chega de comprar briga agora, certo? Acho que eles já entende-

– Não! Eles não entenderam! Se realmente tivessem entendido, já teriam parado de importunar o Tory desde a primeira vez que arrebentei com eles! – exclamei ao cortar Bianca, esticando meu braço na sua frente, na tentativa de protegê-la.

– Ora, ora – o outro continuou, começando ao me tirar ainda mais do sério – Por quê você não ouve essa sua amiga aí, completamente feminina e diferente de você? Você sabe muito bem que no final é você quem vai sair ferida. Somos dois contra uma e não estamos em território escolar para algum professor interromper a nossa vitória.

– A vitória de vocês?! – gritei – Vocês realmente se consideram dignos de alguma vitória?! Vocês são os maiores perdedores e fracassados que eu já vi! Não possuem orgulho próprio e ficam tentando conseguir isso diminuindo os outros e-

Antes que eu pudesse terminar a fala, percebo que um terceiro deles, que nem sequer usava o nosso uniforme escolar, me agarra por trás.

– Ei, eu não gosto de ouvir você falando assim dos meus parceiros. Acho bom você ficar quietinha aí enquanto eles acabam com você. – ele murmurou no meu ouvido, fazendo uma onda fria percorrer a minha espinha.

Ao olhar para frente novamente, percebo que aqueles dois caminhavam lentamente na minha direção, com punhos preparados nas mãos e com sorrisos extremamente maliciosos estampados em seus rostos.

Por mais que eu tentasse me mexer, ou mesmo me debater, era em vão. Os braços, extremamente musculosos, desse terceiro garoto, aparentemente mais velho que qualquer um de nós, me apertava com tanta força, que até mesmo repirar se tornava um desafio. Eu definitivamente estava fodida.

– P-por favor, não machuquem a Tou! E-ela só estava tentando defender nosso amigo Tory! P-por que vocês tem que ser tão malvados?! – a voz da Bianca soava pelos meus ouvidos em meio ao seu desespero. O que essa idiota está tentando fazer?! Ela sabe que isso só vai provocar eles!

– Cala a boca loirinha! Isso aqui é entre meus camaradas e a vadia da sua amiga! – disse o fortão, ao soltar um de seus braços de mim para empurrar a Bianca no chão.

– Aah! – a loira gemeu ao cair no chão – T-tou! Agora, aproveite para fugir!

Então foi por isso que ela provocou eles! Para que eu conseguisse uma brecha para sair daqui!

Infelizmente, eu fui lerda demais, e Bianca anunciou o plano alto o suficiente para que o grandão que agarrasse novamente.

– Aonde você pensa que vai, vadia? Meus chapas ainda não te mostraram quem é que manda! – ele berrava de modo tão grosseiro, que até mesmo gotas nojentas de sua saliva atingiam o meu rosto. Que merda!

Prensei meus olhos com força, ao ver que um soco já vinha na minha direção. Senti uma força enorme atingindo a minha barriga, fazendo com que eu tossisse um pouco de sangue. Logo depois, um soco atinge meu rosto, e por sorte não quebrei nenhum dente, mas consegui sentir o meu lábio sangrar.

Alguns minutos depois, eu já estava completamente deitada no chão, possivelmente com um dos braços quebrados, e com diversas marcas roxas pelo corpo. Os três imbecis formavam um círculo ao meu redor, me encarando e gargalhando do meu estado patético.

Ao desviar o olhar pros lados, percebo que Bianca não estava mais ali. Segundos depois, um carro da polícia chega, e noto que a loira estava na carona.

– São eles, senhor policial! São eles!! – ouço sua voz exclamar, ao mesmo tempo, que o rosto dos idiotas é preenchido pelo desespero.

– Merda! – um deles resmunga – Vamos cair fora daqui!

Infelizmente, eles foram mais rápidos que os policiais, e conseguiram fugir. Mesmo assim, a polícia anotou a nossa queixa sobre esses meninos que sempre ficam importunando as pessoas na Marvelous Bridge, e também na escola. Contudo, o policial afirmou que os problemas da escola deveriam ser resolvidos na escola.

Depois disso, os policiais nos levaram de carro até a casa da Bianca. Era a primeira vez que eu estava indo na sua casa desde que nos conhecemos. Quando chegamos lá, a loira me envolveu com um de seus braços, me ajudando a andar até o seu quarto, onde nos sentamos na sua macia cama e ela começou a fazer curativos em mim.

– Bianca... você se machucou aquela hora? – perguntei preocupada, fitando seus olhos esverdeados, ao mesmo tempo em que sentia meus ferimentos arderem enquanto ela os limpava com um pano úmido.

– Tou, você não deveria se esforçar tanto! – ela me respondeu com um sorriso – Eu sou sua amiga e estou aqui para te ajudar!

– M-mas... eu estou sempre te envolvendo nas minhas brigas de alguma forma... eu... sinto muito!

– Eu já disse que não precisa se desculpar! Como falei antes, eu sou sua amiga, e como sua amiga, estarei com você em todos os momentos e te apoiarei em todas as suas maluquices! Se você achou que era certo dar uma lição neles, era óbvio que eu iria te ajudar!

Meus olhos se encheram de lágrimas. Não sabia se era pela dor que eu sentia no corpo, ou pela felicidade de ter conseguido uma amiga tão maravilhosa como a Bianca.

– Ei... – chamei sua atenção timidamente – Nós seremos amigas pra sempre, certo? Nós vamos ficar juntas pra sempre também, né?

– Claro que sim, Tou! E nada, absolutamente nada, pode mudar isso! É uma promessa! – ela finalizou sorrindo, ao estender seu dedo mindinho na minha direção.

– Sim... uma promessa! – correspondi ao seu sorriso, selando a nossa promessa com o meu mindinho.

Naquela noite, eu tive a certeza de que, por mais que as coisas estejam difíceis, alguma hora algo incrivelmente bom vai acontecer. E quando isso acontecer, você definitivamente vai saber! Pois essa coisa tão incrível e maravilhosa, nunca vai sair da sua vida. Como numa promessa.

x-x-x

Era uma aula de inglês comum, logo antes do intervalo. Aquela típica aula em que ninguém consegue ficar parado, seja por estarem morrendo de fome ou por simplesmente serem assim por natureza. A segunda opção, se encaixava perfeitamente bem nos alunos do fundo da sala.

– Ei, Touko, é verdade que você gosta de meninas? – uma garota de cabelos ruivos perguntou.

– Q-quê?! C-como assim?! Claro que não! De onde você tirou isso?! – balbuciei sentindo o meu rosto esquentar. Como assim, eu, apaixonada?! E por uma garota?!

– Ué, se você gosta de meninos, por que vive comprando briga com eles? – a mesma continuou a perguntar.

– Eu não compro briga com eles! E eu não faço isso com todos os garotos! Eu apenas dou uma lição naqueles que merecem ser punidos! – comentei um pouco nervosa. Eu sempre ficava assim quando começavam a me tratar como se eu fosse uma delinquente.

– Mas então por que você só anda com a Bianca da nossa turma? Vocês vivem grudadas! Aposto que você deve gostar dela porque ela é bem feminina e tem um cabelo incrível! – a ruiva estava realmente querendo me provocar hoje, não era possível!

– N-não é nada disso! Ela é a minha preciosa amiga, a minha única e preciosa amiga! Nós não somos mais nada além disso! – afirmei, sentindo o meu rosto esquentar com a vergonha novamente.

Eu estava me sentindo muito envergonhada por envolver a Bianca nesses rumores. Principalmente porque ela deveria estar ouvindo tudo. Hoje foi a primeira vez, desde que nos conhecemos, que ela chegou atrasada na escola, e por conta disso, teve que sentar lá no fundão comigo, ou seja, ela com certeza devia estar paralisada de tanta vergonha!

– Ué – ouço a voz de um dos dois garotos mais irritantes e babacas do mundo – Se não é nada disso, por que não arranja um melhor amigo? Já que você mesma diz que gosta de garotos.

– Eu simplesmente não tenho interesse em nenhum garoto dessa turma! São todos imaturos e-

– Ou será que talvez no fundo você desejasse que a Bianca fosse um garoto? – perguntou o segundo mais babaca da turma, sentado logo atrás da Bianca, em um tom estranhamente malicioso, enquanto mascava um chiclete.

– Oh! Oh! – exclamou o primeiro babaca – Eu não consigo imaginar uma garota feminina como ela parecendo um cara!

– É fácil. Eu posso mostrar pra vocês. – o segundo sorriu maliciosamente.

Rapidamente, ele começou a fazer uma bola de chiclete, que ia ficando cada vez maior conforme ele assoprava. E ele não parava de assoprar. Por nada. Foi então que eu percebi as suas intenções, e antes que eu pudesse me levantar para fazer alguma coisa, a bola de chiclete já havia estourado ao alcançar o cabelo de Bianca, colorindo-o completamente de rosa.

Os olhos verde-esmeralda da loira arregalaram-se, e cristais de água formaram quase que instantaneamente nos mesmos. Ela sabia o que tinha acabado de acontecer. Ela definitivamente sabia. Seu longo cabelo loiro agora estava todo sujo de chiclete. Chiclete o qual, não iria sair dali.

Eu estava imobilizada, minha vontade de chorar havia me paralisado por completa. Eu só conseguia assistir aquela cena sem me conformar. Sem me conformar que isso só havia acontecido com a Bianca por ela ser minha amiga. Se eu não brigasse com aqueles dois, eles certamente não iriam saber como a Bianca é especial para mim,e foi por isso que eles fizeram isso! Eles fizeram isso com ela porque sabem que ela é importante para mim!

Eu não consegui falar mais com a Bianca naquele dia.

No dia seguinte, ela apareceu na sala como se fosse outra pessoa, com os cabelos tão curtos quanto os de um menino. Com a sua nuca completamente exposta.

Logo, ela veio na minha direção sorrindo, pronta para me cumprimentar, como se nada tivesse acontecido:

– Booom dia, Tou!

– Bom dia? – dei uma pausa, cabisbaixa – Me desculpa, eu sinto muito... pelo seu cabelo...

– Ahaha! Que isso, não foi sua culpa! E se bem que eu já estava querendo dar uma variada no estilo dele mesmo! – ela respondeu, sorrindo do jeito mais falso possível. Eu sabia, com certeza sabia, que aquele sorriso era falso.

Bianca sempre amou a sua feminilidade, e o seu cabelo cumprido mais do que tudo. Eu sempre soube disso, sabia que ela estava mentindo, e mesmo assim... por minha causa... ela perdeu algo tão precioso para ela. Algo que vai demorar muito até que ela recupere de volta. Tudo porque... eu brigo com as pessoas.

A partir desse dia, eu tomei uma decisão. De que a menina-macho não iria mais existir. A Touko Rosa White nunca mais iria arranjar briga com ninguém, não importa quão idiota a pessoa fosse. Isso porque... eu amo a Bianca, e não quero nunca mais que alguém a machuque por minha causa.

~Touko’s Flash Back END~

x-x-x

– ...Tou? – Bianca me chamou para a realidade em um tom inseguro – Eu disse que o Black me pediu em namoro e eu queria saber o que você acha disso antes de dar a ele uma resposta...

– Ah, me desculpe! É... Eu acho que... – dei uma pausa, e ao abrir um grande sorriso, continuei – “Como falei antes, eu sou sua amiga, e como sua amiga, estarei com você em todos os momentos e te apoiarei em todas as suas maluquices!” – imitei o jeito dela de falar, com a sua velha frase, abrindo um sorriso em seu rosto.

– Tou... – ela sorriu, com as bochechas coradas.

– Basicamente, o que eu quis dizer é: faça o que o seu coração mandar, que eu estarei aqui. Não importa como, mas eu estarei. – finalizei, ao sorrir mais uma vez.

Assim, Bianca se inclinou para um abraço, e eu logo a correspondi. Simplesmente porque somos amigas, melhores amigas e nada, realmente nada, pode mudar isso.

Continua...


Notas Finais


Se você leu o capítulo até aqui, muito obrigada! E por favor, não se esqueça de comentar, a sua opinião é muito importante pra mim! ♥
P.S: Continuem acompanhando a fic, não vão se arrepender!! ♥ ♥ ♥

AH E NÃO SE ESQUEÇAM!
De clicarem nesse negócinho aí em cima da caixa de comentário para acompanhar a fic!! Obrigada!! :3


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