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História The Zephyr - Estações II


Escrita por: Gabrielus

Capítulo 19 - Estações II


Estações II

Eu costumava gostar do outono...

Com suas brisas suaves e seus dias longos.

Lembro-me de me agasalhar pela tarde,

E caminhar, observando as folhas verdes de cada árvore,

Tornarem-se marrons com a chegada da estação.

Havia uma magia na mudança de tonalidade,

E eu percebia que aquilo me acalmava.

Era quiescente como meditar sob as nuvens,

Que traziam uma garoa sutil...

A verdade das coisas eram-me impossíveis de alçar,

Ainda que eu pensasse sob as folhas que sempre caem.

O outono era uma época melancólica,

E trazia um clima de característica monótona.

 

Eu costumava aturar a primavera...

Com suas flores e folhas sempre belas.

Entender que florescer era um verbo,

Ainda era difícil para mim.

Quase como desabrochar, certas coisas, na vida...

Passavam por transformações, exatamente assim.

Eu sei que o recheio das cores era quase sincero,

Mas, entendia essas mudanças de um marrom para aquarelo,

Uma afronta ao sentido do que é belo.

O que é belo?

A vivacidade trazida pelas cores era honesta,

Como o contraste de uma vida que não era esta.

Era uma época que me trazia alergias,

E certa lisergia conectada ao traço psicodélico das cores e flores.

A primavera era uma época viva,

Mas me afligia em minhas falsas crises de alegrias.

 

Eu costumava viajar no verão...

Sob um sol vermelho que não me queimava,

E um céu sem nuvens que me observava.

Creio que, aos passos que eu aos poucos dava...

Compreendia natureza inata da flora pelo sol.

Ele as alimentava e me alentava...

Tirei dali energias quase essenciais,

Para procurar, dentre tantos canaviais,

A vitalidade de ser um ser itinerante.

Era nômade numa terra quente,

Quase retirante de minha terra nascente.

Entreguei-me e guiei-me pelas estrelas cadentes...

Dormi sob as mesmas, em noites cálidas.

Uma brisa fraca me passava e contava,

Como o fogo era essencial num coração que palpitava.

O verão era uma visão de uma praia,

Onde eu repousava inerte nas areias da maré baixa.

 

Eu costumava compreender o inverno...

Sei que fui tolo em tentar entende-lo por completo.

Todavia, quando as chuvas fortes e frias me prendiam sob um teto...

Eu sabia, ah, como sabia, que havia mais ali que o sutil incerto.

Os ventos balançavam as poucas folhas,

Que sobravam nas árvores.

Não era belo como o marrom coberto,

Ou o colorido psicodélico,

Nem mesmo laranja dos desertos.

Era tudo cinza...

Tudo ranzinza.

A água descia fria,

As folhas caiam torsas,

As estradas ficavam vazias,

As flores jaziam mortas.

Mas eu entendia um pouco das mensagens não ditas...

Que cantavam que, na vida,

Não há só maresias, buquês lindos e chuvas finas...

O inverno era um sinal que dizia,

Talvez, nem tudo seja sobre flores na vida.

~Gabriel.



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