História There's Nothing Holding Me Back - I love it when you go crazy

– Posso te confessar uma coisa? – perguntou Shawn com a boca próxima ao meu ouvido, deixando até meu último fio de cabelo em pé. Ele percebeu que conseguiu me arrepiar porque soltou um risinho maroto, me fazendo revirar os olhos.

– Claro – respondi. Shawn se remexeu no sofá até que estivéssemos frente a frente e eu tive o privilégio de observar cada traço seu, agradecendo mentalmente por já estarmos devidamente vestidos. Bem, não devidamente... – É algo ruim? – perguntei. Por um momento, a ideia de ele ter conseguido o que queria e esse, apenas esse, ser o pretexto para tudo isso me assustou de um jeito terrível. 

– Não! Não é algo ruim! – disse rapidamente quando viu minha feição de choro se tornar proeminente. – Você está muito emocional, Ellieboo. – Sorri com o apelido. – Quase chorou quando eu demorei demais no banheiro – comentou, beijando a ponta de meu nariz.

– Hormônios. – Revirei os olhos.

– Só transamos algumas vezes e com camisinha, como diabos você engravidou? – brincou e eu deitei a cabeça em seu peito.

– Você tem super espermatozoides – ironizei e senti as vibrações de seu peito quando ele riu, me fazendo rir junto. – Deve ser TPM, afinal, não são todos os dias que eu uso um saco de lixo – expliquei dando um suspiro cheio de sono. – O que queria me confessar? – Retomei o assunto e fechei os olhos ao sentir seu cafuné.

– A ideia de te convidar para o meu show não foi de Aaliyah. Na verdade, foi minha – diz. – Eu que pedi para que ela voltasse ao café e não foi Aaliyah quem pediu para que eu te ligasse naquela noite.

Não me diga.

– Você faz sua irmã passar por muita coisa – observei e ele riu. – Mas eu já sabia. – Dei de ombros e tratei a situação como o grande descaso que não era.

– O quê?! – Segurei o riso. – Como assim você “já sabia”? Ela te contou?

– Não foi preciso, Shawn. Você deixa as coisas muito na cara – digo e levanto a cabeça para conseguir olhá-lo.

– E eu achando que seria muito romântico te contar isso – resmungou, com um mau humor repentino, me fazendo achar graça. Dedilhei seu peitoral e rocei nossas pernas desnudas, e, como um passe de mágica, toda sua pose se desmontou.

– Foi romântico. Você não tem noção de como ficou minha cara quando eu me dei conta – quando Katy se deu conta por mim, na verdade; completei mentalmente. – Passei duas horas pulando nesse mesmo sofá. – Sorri quando ele se demonstrou mais satisfeito, até um pouco convencido. – Eu só estava brincando com você.

– Não gostei dessa brincadeira – diz e, quando me dei conta, ele já estava em cima de mim. Pontos pela agilidade.

– É uma pena eu não ligar – disse e ele sorriu, provavelmente já esperando por uma resposta como essa.

Shawn se aproximou de mim lentamente, descobrindo uma nova forma de divertimento recorrente que era a doce tortura. Ele sabia como me torturar como ninguém. Quando roçava nossos lábios, quando passava a ponta dos dedos em qualquer parte do meu corpo, quando parava na melhor parte... E eu, totalmente dependente de seu toque, fico a mercê de tanta maldade. Senti meu coração palpitar quando ele decidiu ter um pouco de piedade e finalmente tomar meus lábios. Shawn faz muito isso. Toma meus lábios como se fossem seus, como se fossem o pudim mais delicioso do mundo. Os lábios dele são como o pudim mais delicioso do mundo pra mim. Ele me beija com desejo, enquanto desce sua mão direita pela minha perna, não a deixando parada no lugar, deixando-a descobrir os segredos de meu corpo, mesmo que ele já os conhecesse. Abarquei sua cintura com minhas pernas, tentando, de alguma forma, nos aproximar ainda mais e, ao sentir a protuberância em seu short, me perguntei se ele poderia sentir o pisca-pisca se reluzindo aos poucos em minha calcinha.

Seria engraçado se pudesse.

– Ellie, você tem um quarto!

Quando me dei conta, já era tarde demais. Shawn já tinha caído de costas no chão por conta do susto e eu fechei os olhos com o baque surdo, rezando para que fosse somente um sonho. Ele se levantou rapidamente, me fazendo levantar rapidamente, ambos com a vergonha explicita nas bochechas.

– Eu... Hm, eu... – Shawn tenta dizer alguma coisa e eu abano a cabeça. Ele coça a nuca desengonçadamente e caminha até meu quarto, com nossos olhares ao seu encalço. Fiquei em dúvida se ele foi até lá apenas para deixar a vergonhar passar ou, quem sabe, terminar algumas coisas. Fiquei vermelha apenas ao imaginar.

– Isso foi divertido – comentou Katy depois de um tempo em silêncio, ponderando se sentaria no sofá ou não. – Vocês transaram aí, não foi? – Cruzei os braços, sem coragem para olhá-la. – Porra, Ellie! Logo no sofá? Eu gostava desse sofá. – Lamentou, se sentando na poltrona. – Eu sabia que vocês iam transar, mas pensei que iriam ter a decência de ao menos ir para o quarto – diz e eu senti meu rosto ficar ainda mais quente, me sentando no sofá. – Foram?! Deus, vocês fizeram em todos os lugares dessa casa? – perguntou indignada, mas eu sabia que ela estava adorando me deixar embaraçada.

– Não – respondi com uma careta, finalmente a olhando. – Só mais uma vez no banheiro – digo tentando conter o sorrisinho besta se formando nos meus lábios, fazendo-a gargalhar. – Precisávamos de um banho! – Joguei uma almofada nela, rindo também.

– E, então? Como foram suas três primeiras vezes? – perguntou e eu revirei os olhos.

– Você era virgem? – indagou Shawn vindo do meu quarto como se nada tivesse acontecido. – Eu não sabia que você era virgem! Se eu soubesse, eu...

– Shawn, eu não era virgem – o interrompi com um sorriso divertido e ele se sentou ao meu lado, parecendo mais aliviado. Perguntei-me como seria se eu fosse. É provável que ele decorasse todo o local e deixasse tão especial a ponto de me fazer chorar. Mas nada se compararia a nossa primeira vez, mesmo que tenha sido no sofá da avó de Katherine. – Quem me dera fosse – comentei.

– Como foi sua primeira vez? – perguntou e eu deitei em seu peito nu, constrangida. Ele realmente gostaria de saber? Katy riu, ela sabia como tinha sido.

– Bem, depois de passarmos do ponto da dor e afins, eu já estava de quatro e o cara, meu ex, me deu uma mais forte, bati a cabeça na cabeceira da cama e desmaiei. Foram mais ou menos cinco segundos, por conta que a pressão caiu. Quando acordei, ele estava no canto do quarto abraçando os joelhos chorando porque achava de tinha me matado.

Eu não sabia se era Katy ou Shawn quem ria mais, mas os dois pareciam estar se esforçando para ganhar o título. Fechei a cara e cruzei os braços, emburrada. Não era tão engraçado assim. Ok, só um pouco.

– Me desculpe, mas foi uma ótima primeira vez – diz Shawn, tentando cessar seus risos. Bufei.

– Como foi sua primeira vez, Shawn? – perguntou Katherine, limpando os resquícios de lágrimas benevólas nos cantos de seus olhos.

– Muito boa, comparada a da Ellie – respondeu e eu revirei os olhos, recebendo um beijo na cabeça. – Foi com minha primeira namorada, tínhamos 16 anos e foi...

– Eu não quero saber como foi você transando com outra pessoa! – Resmunguei, tampando os ouvidos. Hoje eu estou insuportável.

– Mas eu ouvi você! – Acusou com um sorriso divertido.

– Você quem quis saber! Você acha mesmo que eu saio contando essa história pra todo mundo?

– Deveria, o mundo seria o lugar muito melhor – diz e eu acabo dando uma risada.

– Deixa ele contar, Ellie – pediu Katy.

– Contar o quê? Como foi perfeita? Como ele ajeitou tudo? Como tinham rosas na cama? Como provavelmente era aniversário dela? – perguntei com deboche.

– É, foi basicamente isso – diz Shawn. – Eu sou tão previsível assim?

Katherine e eu demos de ombros.

– Enfim, tenho que ir. Única exigência de minha mãe é não chegar atrasado ao jantar – diz Shawn checando a hora e eu balanço a cabeça em concordância, querendo dizer um “fique um pouco mais”, mas não querendo passar uma imagem de grudenta. – Quer ir comigo? Posso te deixar aqui depois – propõe, me fazendo sorrir.

– Não. Eu vou ter uma noite de garotas com Katy – digo e ela concorda. Não é algo que tenhamos combinado, mas é algo que faríamos.

– Tudo bem. – Ele se levanta e vira-se pra mim, tentando falar alguma coisa pelo olhar.

– O quê? – digo confusa e Shawn revira os olhos.

– Meu moletom. Quer que eu vá para casa assim? – perguntou apontando para o seu próprio corpo.

– Não, mas... Eu gostei muito desse – resmunguei, abraçando a mim mesma.

– Ellie, desse jeito eu vou acabar sem roupa nenhuma – diz rindo e eu faço o meu melhor olhar de cachorrinho abandonado. – Está bem, você tem alguma das blusas que roubou de mim aí? – Eu teria ficado ofendida se não fosse verdade.

– Estão no meu quarto – digo e ele vai até lá. – E não cogite em pegar minha favorita, eu a uso para dormir! – grito para que ele possa ouvir do quarto, e, quando Shawn volta vestindo uma camisa branca, vejo o sorriso bobo que se instalou em seus lábios.

– Dorme com uma blusa minha?

– Bem, eu... Eu não tenho um pijama e... – Depois de tentar dizer algo, percebi que nada faria seu sorriso sumir. – Ah, cala a boca.

Shawn caminha até a porta, depois de calçar seus sapatos e vestir seu casaco, e eu o acompanho. Paramos um frente ao outro com sorrisos gigantes e os corações alegres. Eu não me contenho e acabo puxando-o para um beijo, ficando de ponta de pé pela diferença de altura, ouvindo o som do vômito falso de Katherine como música de fundo. Nada mais romântico.

– Me ligue depois – diz e eu concordo com a cabeça. Shawn me beija uma última vez e se despede, indo até o elevador. Quando ele finalmente se vai, fecho a porta, me escoro nela e desço lentamente como em qualquer filme adolescente.

– Você parece feliz – comenta Katy e eu assinto. – É bom ele não partir seu coração, senão parto a cara dele – diz e eu assinto novamente com um sorriso, sentindo o incômodo de estar sentada no chão. – Eu tenho uma pergunta.

– Qual? – pergunto indo até ela.

– Você realmente presumiu a primeira vez do Shawn?

– Claro que não. Eu li em uma entrevista – digo rindo.

– Sabia!

(...)

– Ellie! Acorda! O Shawn vai acabar vindo aqui pensando que eu estou te mantendo em cativeiro!

Desperto rapidamente, sentindo minha visão ficar turva por um momento, fazendo-me piscar repetidas vezes tentando normalizá-la. Olhei para a janela e senti o sol queimar a visão que me restava. Levanto da cama meio cambaleante, amarrando meu cabelo e caminhando sofridamente até a cozinha.

– O quê? – pergunto à Katherine que tomava café enquanto mexia em seu celular. – Por que você me acordou em pleno domingo? – Ela me olhou e eu consegui finalmente olhá-la de volta.

– Shawn te ligou trinta e oito vezes, depois me ligou trinta e oito vezes, pra depois ligar para a portaria trinta e oito vezes para que o porteiro ligasse para cá trinta e oito vezes – respondeu bebericando seu café, milagrosamente sem nenhuma irritação na voz. 

– Deus! O que ele quer? – perguntei retoricamente, tentando achar meu celular pela sala.

– Não sei. Talvez queira a garantia que vocês são mais do que um caso de uma só noite – diz e eu reviro os olhos.

– Ele não me ligaria trinta e oito vezes pra isso. Ele viria até aqui – digo retornando a sua ligação.

– Até que enfim! Você tinha morrido, por acaso? – diz Shawn do outro lado da linha. Revirei os olhos para o seu drama.

– Desculpe! Meu celular estava na sala – digo e ouço seu resmungo. – O que houve?

– Hoje eu tenho um jogo beneficente de hóquei, você quer ir?

Hóquei?

– Claro, eu... Eu adoro hóquei! Você vai jogar? – pergunto, roendo as unhas.

– Vou! Podemos até andar de patins no gelo depois, se você quiser.

Então é no gelo?

– Eu mal sei andar no chão e você quer me fazer andar no gelo? – digo e ouço sua risada.

– Vai ser divertido – comentou. – Estou passando aí em trinta minutos, diga à Katy que ela também vai – diz e eu assinto.

– Até daqui a pouco! – digo e encerro a chamada. – Vamos sair. – Aviso para Katherine, que me lança um olhar curioso. – Shawn vai jogar em um jogo beneficente de hóquei e nos chamou.

– Eu aposto que você não sabe nem o que é hóquei – diz e eu reviro os olhos.

– Claro que sei! É jogado no gelo – digo empinando o nariz.

– Quais são as regras? – pergunta estreitando os olhos em minha direção.

– Tudo bem, eu não sei o que é.

Depois de muito ponderar sobre qual roupa eu deveria ir – para a surpresa de ninguém – acabei por escolher uma calça jeans justa, meu all star branco não tão mais branco, minha touca listrada e o moletom de Shawn. Não sei se o reconheceriam e eu esperava do fundo do meu coração que não. Estava tão frio e aquele moletom era tão confortável que não consegui evitar, mas levaria outro caso ele se sentisse incomodado.

– Então, Ellie, me fale um pouco sobre hóquei – diz Katy imitando a voz do Shawn, me fazendo rir. O esperávamos na calçada do prédio e ele estava cinco minutos atrasado.

– Bem, Shawn – enfatizo – é basicamente um bando de pessoas de times contrários brigando por um disquinho, tentando enfiá-lo no gol. Ah, e é jogado no gelo – disse orgulhosa e ela me olhou da mesma maneira.

– Fala isso pra ele que tenho certeza que vocês se casam – diz e eu nem tenho tempo de reagir ao seu comentário, porque o carro de Shawn aparece bem na nossa frente.

Entro no banco da frente, enquanto Katy entra no de trás, e fico em dúvida do que fazer. Deveria beijá-lo? Ou só abraçá-lo? Talvez um simples “oi”? Um aceno de cabeça acoplado com um “e aí”? As dúvidas acabam quando ele se inclina e sela nossos lábios. Nunca imaginei que ele estivesse falando sério quando disse que iria descomplicar.

– Oi, Katy – cumprimentou minha amiga que sorriu para ele. – Você fica muito bonita com meu moletom – elogiou-me e senti minhas bochechas ganharem outra tonalidade.

– Você também fica bonito com seu moletom – digo e ele ri. Tinha soado estranho? – E, então, quem seu jogo vai beneficiar?

– Ah, quem se prejudicou pelo terremoto no México – diz concentrado na estrada e eu não consigo evitar o largo sorriso orgulhoso que consome meu rosto. – Vários amigos meus vão vir, também. Estamos recebendo doações de todo o mundo – diz sorrindo.

– Isso é incrível! Vou ficar feliz em ajudar.

Chegamos ao estádio sem muita chateação por ser um domingo, mas ao chegarmos lá, pudemos ver a proporção do que esse jogo seria. Todos cumprimentavam Shawn ao seu caminho e eu me amaldiçoei por não ter vindo mais bem vestida, mas ele não parecia se importar, pois em nenhum momento soltou minha mão e me apresentou para todos com quem falava. Avistamos sua família na primeira fileira e fomos até lá. Assim que Karen e Aaliyah me avistaram, deram um enorme sorriso.

– Ellie, querida, como é bom te ver! – cumprimenta-me Karen me abraçando e eu não tardo em retribuir.

– É um prazer te rever, também! – digo e ela logo me solta para cumprimentar Katy, me fazendo desviar minha atenção para Aaliyah. – Oi, Ali! Como você está? – perguntei a puxando para um abraço.

– Estou bem – respondeu. – Vocês estão mesmo namorando? – perguntou baixinho se referindo a Shawn e eu. Olhei para o seu irmão que abraçava uma garota morena, dando um suspiro.

– Combinamos que não iríamos rotular nada por enquanto – digo dando de ombros e ela assente, parecendo satisfeita com minha resposta. Migrei meu olhar para ele novamente. Shawn e uma garota morena conversavam animadamente, ela usava uma blusa de algum time e parecia entender de hóquei como eu jamais entenderia, mesmo que eu tivesse lido tudo sobre ele na Wikipédia. Ali percebeu para onde meu olhar ia, fazendo questão de explicar:

– Aquela é a Laura, ex namorada do Shawn. Eles sempre acabam juntos quando ele volta para casa, mas dessa vez foi diferente.

Franzi o cenho, surpresa. Shawn nunca tinha me contado sobre namorada nenhuma para quem ele sempre voltava e, se ele não viu necessidade para isso, acho que não tenha nada que eu tivesse que saber. Mesmo assim, não consegui não me sentir incomodada.

– Quem é aquela? – perguntou Katy ao se aproximar.

– Ex do Shawn – respondi desviando o olhar.

– Você está com ciúmes? – perguntou com certa cautela e eu abanei a cabeça forçando um sorriso. Ela reforçou o olhar e eu bufei.

– Ali disse que eles sempre voltam quando Shawn está na cidade. - Cruzei os braços. Antes que ela tentasse amenizar a situação, falei: – Eu assisti Friends, Katherine! E se ela for sua lagosta?

– Eu acho que já criei anticorpos paras as besteiras que você me fala – diz revirando os olhos. – Ellie, independente de eles sempre voltarem, dessa vez foi diferente. Você apareceu e mudou isso, ok? – Assenti. – E que tal você perguntar a ele antes de endoidar de vez? – perguntou me segurando pelos dois ombros.

– Tudo bem. – Ela continua me olhando. – Quer que eu vá agora?

– Agora!

Katherine praticamente me joga em direção a eles e quando o casal me olha, sinto minhas bochechas esquentarem.

– Oi. – Dou um aceno e desistindo de questionar qualquer coisa.

– Ellie, essa é a Laura – apresenta Shawn e eu a olho. – Laura, essa é a Ellie, minha namorada. – Pisco atônita, sem saber bem o que fazer. Namorada? Eu sei que a ideia de levar um relacionamento sem rótulos foi minha, mas não sabia que ele estava me apresentando para as pessoas como sua namorada, nem mesmo sabia que queria que eu fosse sua namorada. A garota me lança um sorriso sem graça junto com um “prazer” quase inaudível, e eu faço o mesmo, enquanto Shawn nos olhava como se fôssemos um experimento em ação. – Bem, tenho que ir me trocar. Você vai ficar bem aí? – perguntou para mim, se aproximando e eu senti o olhar de Lauren queimar sobre nós dois.

– Vou. – Ele assentiu já se distanciando novamente. – Shawn – chamei e ele olhou para trás. – Só não perca nenhum dente, tudo bem? Claro que eu ainda vou gostar de você, mesmo banguela, mas eu vi umas fotos na internet...

– Relaxa – diz rindo. – Eu prometo não perder nenhum dente. – Shawn vem até mim e sela nossos lábios rapidamente.  

– Acabou de comprar sua cara na maioria das revistas – digo sorrindo.

– Valeu a pena.

Depois disso, depois que meu sorriso conseguiu estabilizar-se, foco no rosto dolorido de Laura, que sai correndo quando se sentiu observada. Olho para trás e procuro apoio em Katy, que apenas dá de ombros, tão perdida quanto eu. Sem saber como proceder, eu sigo Laura para onde quer que seja que ela tenha ido e a encontro tentando não chorar no banheiro feminino.

– Hey, você está bem? – pergunto me aproximando, sentando ao seu lado no chão.

– Estou. Eu acho.

– É sobre Shawn? Você achava que vocês iriam voltar?

– Quase isso – respondeu não parecendo surpresa por eu já saber sua história. – Nós não estávamos mais dando certo e decidimos desistir de vez – continuou e eu tentei não me sentir desconfortável. – Mas eu não pensei que seria tão difícil vê-lo seguir em frente. Ele foi meu primeiro amor e eu sempre pensei que terminaríamos juntos.

Ross e Rachel terminaram juntos mesmo depois que um deles se casou, minha mente fez questão de lembrar.

– Eu entendo. – Ela direciona seu olhar para mim. – Você ainda o ama?

– Não da mesma forma. Assim como ele também não. – Assinto com a mente um pouco mais tranquila. – Ele parece gostar bastante de você, Ellie. Espero que as coisas deem certo entre vocês – diz e eu dou um pequeno sorriso.

– Eu também.

Mesmo com a conversa que tivemos, ainda deu tempo de vermos Shawn entrando no jogo e deu tempo de torcemos como líderes de torcida para ele. As pessoas que nos conheciam estavam surpresas com nossa mais nova aproximação, eu também estava pra falar a verdade, mas estava feliz e toda vez que Shawn olhava para nós juntas, ele parecia feliz também. E isso conseguia deixar meu coração ainda mais saltitante.

Quando ele marcou o gol da vitória, o dedicou a mim e Laura praticamente me arrastou até a pista, me fazendo correr até ele e pular em seus braços, o beijando logo em seguida, ouvindo os aplausos de quem estava na arquibancada.

– Você quer namorar comigo? – perguntou baixinho quando nos separamos. Fitei seus olhos castanhos e senti vontade de rir.

– Pensei que já fosse sua namorada – respondi.

– É, mas nunca te perguntei. Vai que você só tenha concordado por educação e...

– Seria uma honra ser sua namorada, Shawn Mendes – interrompo sorrindo, voltando a beijá-lo. 

I love it when you go crazy. 

(leiam as notas)