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História Thin Ice - Tudo no seu tempo


Escrita por: helenafurnier

Notas do Autor


Mais um capitulo! Espero que gostem <3

Capítulo 11 - Tudo no seu tempo


Fanfic / Fanfiction Thin Ice - Tudo no seu tempo

Suas mãos deslizavam pela lateral do corpo de Willow como um escultor fazendo as curvas de sua obra de arte, dedos rápidos que seguiam um caminho que fluía com agilidade até suas costas, voltando a sua cintura e a usando como base para se agarrar, até subir novamente pelas costelas da garota até chegar em seu pescoço, tendo a palma de sua mão preenchida pela lateral do rosto da morena, sempre a puxando para mais perto e mais perto, até seus corpos não terem um milímetro de espaço para os separar. O roçar de seu corpo no dela, o pressionar de sua pélvis contra a cintura da garota, os seios de Willow espremidos contra seu peitoral, sua blusa amassada pelos movimentos incessantes de um beijo quente e molhado, desesperado pelo toque mergulhado no carnal enquanto suas línguas dançavam em pura sincronia, um sorriso no rosto de Willow, contagiante a ponto de transferir-se para os lábios de Axl, cada vez mais sedento por ela, por seu toque, por seu cheiro, por seu gosto, por seu ser.

A queria por completo, a queria por inteiro, só para ele, seu corpo preenchendo a palma de suas mãos, sua boca domada por ela, os cabelos bagunçados roçando contra seu rosto a ponto de fazer cosquinha bem de leve, mas não o suficiente para incomoda-lo de qualquer maneira, as mãos pequenas da garota deslizando por sua nuca, subindo por seus cabelos e os agarrando com uma força crescente que o puxava para perto, seu nariz pressionado contra o dela, arrastando em sua pele enquanto se moviam em um beijo que parecia não ter fim, até deslizar pelo maxilar da morena, dando beijos quentes que sugavam sua pele e provavelmente a deixariam avermelhada, uma gota de rubro na pele de algodão da garota, escorrendo pela linha definida de seu queixo, fazendo uma pausa no lóbulo de sua orelha sem brinco, aproveitando para mordisca-la de leve, o que, para o agrado de Axl, fez com que a garota gemesse bem leve, o puxando ainda para mais perto, a mão aberta agarrada em seu pescoço, até descer mais e mais, deixando um rastro de saliva por onde passava, aproveitando para deslizar, bem calmamente, sua mão pela lateral da costela de Willow, até chegar na beirada de seus seios, e sem pressa, preencher suas mãos, rentes a costela, pelo volume que pendia em suas mãos.

Esperou pela reação certa de Willow para ter certeza que devia continuar e com uma confirmação verbal em forma de gemido, seguiu seu caminho como uma cobra, escorando seu dedão na área onde se encontra o mamilo, já duro, da morena. Ficou um tanto surpreso ao nota que ela não estava usando sutiã, o que só fez com que seu tesão aumentasse e um sorriso sacana dominasse seus lábios, escorrendo para suas bochechas levemente coradas. Um calor possuiu sua intimidade e Willow pode sentir o membro ereto de Axl pressionando contra sua virilha.

Willow sentiu suas costas se chocarem contra o piano, aproveitando o impacto para escorregar sua mão com afinco até a cintura de Axl, descendo um pouco até sua bunda e a apertando de leve para que ele esfregasse sua virilha na dela por cima da roupa, o que ele entendeu e fez sem pestanejar, com seu jeans roçando vigorosamente a ponto de fazer o vestido de Willow levantar até a cintura, diminuindo pouco a pouco o espaço entre seu membro e a virilha dela, somente faltando sua calça e a meia calça de Willow.

A patinadora jogou a cabeça para trás, aproveitando as ondas de calor que passavam por seu corpo como um choque elétrico pelo toque de Axl brincando com seus mamilos, seu antebraço apoiado no piano enquanto sua outra mão o puxava para mais perto, querendo sentir mais forte a sensação gostosa que era, mesmo por cima da roupa, ter o pau de Will esfregando em seu clitóris, o suficiente para lhe trazer prazer em um tesão tão grande que sentia que se ele continuasse por mais tempo iria gozar sem sequer ficar nua.

O ruivo traçou outro caminho, dessa vez agarrando a bainha da meia calça de Willow, a puxando para baixo. Ouviu outro gemido, esse um pouco diferente, não sabia exatamente se vinha de prazer, mas continuou, acreditando que estava no caminho certo. Jogou a meia calça em cima do piano e aproveitou para passar as mãos com delicadeza, em uma provocação bem pensada, pelas pernas desnudas de Willow, o que fez com que a morena jogasse sua cabeça para frente, escorando sua testa na clavícula de Axl e apertando com força o ombro do homem.

E sem pensar muito, pegou Willow no colo, a colocando em cima do piano, só que dessa vez, algo estranho fez com que ele parasse, entre as pernas da morena, enquanto ela puxava o vestido para baixo, em um grunhido de dor que o assustou. Olhou confuso para a garota que se recusava a olhar em seus olhos e ficou perdido por um segundo, tentando entender como prosseguir. Conquanto Willow foi mais rápida, o puxando pelo pescoço e o posicionando novamente perto de sua intimidade, mas Axl não conseguia prosseguir, pois a respiração da garota estava rápida de mais e seu beijo rígido.

-Não para – ela disse, com a voz fraca, ainda se recusando a olhar Axl nos olhos.

Axl arqueou o rosto da garota com seu dedão no queixo da morena, a obrigando a olha-lo nos olhos e pode notar que seus olhos brilhavam, refletindo como água, uma fina camada rente a suas pupilas e prestes a derramar pelo canto interior de seus olhos, pois a garota estava prestes a chorar.

-O que foi? – Willow tentava desviar o olhar, mas Axl se mantinha firme – Willow, eu e machuquei? – sentiu seu coração despencar e sentiu que podia vomitar naquele momento, completamente desesperado pelo pensamento de possivelmente ter ferido a garota. Por um momento havia esquecido que era frágil, que seu corpo era como porcelana, pelo menos era assim que ele a via, depois de observa-la patinar tantas vezes com a graça de algo que não parecia sequer real, leve como uma pena, precisa como uma faca afiada. Nunca se perdoaria por machuca-la, nunca.

-Não, Axl, não é você – respirou fundo, um olhar de dor preenchia sua expressão fechada, repousando a mão sobre a barriga e então a apertando com força – é só uma dorzinha chata que eu to, não deixa ela atrapalhar a gente.

-Não parece uma dorzinha – fez um teste, apertando, de leve, a coxa da garota, que quase urrou de dor – Willow...

-Axl não é nada é serio – sabia que a garota estava mentindo, não tinha duvidas, então levantou o vestido da garota, sem pretensão sexual alguma, pois sabia que algo havia acontecido com sua coxa.

E lá estava, uma marca roxa manchada de verde, azulada, de quase dois palmos, começando na barra de sua calcinha e descendo até metade de sua coxa, tão grande que o assustou, não fazia ideia de como ela estava andando com um machucado tão feio, não sabia como estava aturando a dor e pondo um sorriso no rosto, fingindo que tudo estava normal, quando na realidade ela estava longe de estar bem. Ficou puto consigo mesmo, por não notar o estado da garota, por não notar que estava tão machucada, que estava em dor, como não havia percebido? Como não havia visto? Algum sinal tinha que ter aparecido, como ele não captou nenhum dos sinais? Das pistas que o corpo da morena havia dado?

Respirou fundo, tentando não se desesperar, se importava demais com a garota e sabia que ela seria cabeça dura em relação a isso, que provavelmente teria que arrasta-la até o hospital, amarra-la a porra da picape abandonada e dirigir na estrada sinuosa da montanha infernal do retiro. Tentou fazer um plano em sua cabeça para convence-la e o que faria caso suas palavras fossem em vão, pensou com cuidado no que falaria, qual tom usaria, pois queria que ela ficasse bem, mas sua mente teimosa de atleta, a mente de alguém que escondeu isso por tempo suficiente para ficar tão grande e tão manchado, era a mente de uma pessoa teimosa e persistente.

-Como você se machucou? – foi a primeira frase que conseguiu formular, segurando a mão de Willow que permanecia em seu ombro, enquanto a outra mão da morena se apoiava no piano, tentando fazer com o peso de seu corpo tombasse para o lado oposto de seu machucado.

-Não foi nada

-Willow, como você se machucou?

-Axl, é só um machucadinho, é normal quando se patina.

-Foi patinando então? – não conseguia tirar o olhar do roxo em sua perna, como uma galáxia perdida em uma pintura caseira.

-Sim, eu fui tentar pular e como era de se esperar eu cai – suspirou – é só eu não patinar por uns dias que passa.

-Isso foi quando?

-Por que isso importa?

-Por que você tava patinando ontem.

-Axl...

-Willow, isso é sério, se você não se cuidar pode acabar fraturando a perna e nunca mais patinar.

-Talvez isso não fosse lá um grande problema – se afastou de Axl, apoiando as duas mãos no piano e jogando a cabeça para trás.

-Que? De onde tá vindo esse pensamento? – escorou a mão no joelho da garota.

-Talvez eu devesse ser só o seu despertador mesmo – deu um riso fraco – é a única coisa que eu sei fazer ultimamente.

-Willow, olha pra mim – falou, mas a garota ignorou, - Willow, olha, pra, mim – trouxe o rosto dela para perto dele mais uma vez, o que a fez olhar para ele – nós vamos ao médico, vamos tratar a sua perna e assim que estiver boa, eu vou te trazer o melhor treinador da porra do mundo inteiro e você vai voltar a saltar, mas antes disso, você precisa de ajuda.

-Eu não....

-Você precisa – apertou seu nariz de leve – você mesmo me ensinou que nós temos que conhecer nossos limites e aceitar ajuda quando precisamos.

-Eu disse isso? – riu, de leve.

-Sim, senhorita – sorriu de volta.

-Eu sou bem sábia, você devia me ouvir mais.

-E você acha que eu não escuto? – debochou, revirando os olhos e em seguida, a pegando no colo.

-O que você está fazendo?

-Cuidando de você.

°°°

Willow se segurava forte a Axl, seus olhos fechados com brutalidade, um reflexo da dor que sentia, seu rosto enfiado no pescoço pálido do ruivo, seus braços enroscados em sua nuca, deixando que ele a guiasse para onde fosse, confiando plenamente nas decisões que viriam dele. Estava com medo do que Lis diria, então optou por fazer algo que lhe era muito comum, principalmente como mais nova, viajar em sua mente para os mais diversos lugares, a ponto das vozes se tornarem zumbidos e sua visão nada além de pontinhos brancos na escuridão a caminho de onde sua criatividade ou suas memórias a levariam. Podia sentir que Axl estava falando, pela vibração que sua voz tinha em seu corpo, aponto de atingi-la, bem de leve, em ondas das frases que pronunciava. Também conseguia notar que outra voz conversava com ele, provavelmente Liz, mas não se importava, ela estava no colo dele, envolta em seus braços, preenchida por um sentimento de segurança que não sentia desde que seu pai havia morrido, aproveitando cada segundo da sensação de ser cuidada, de ter alguém que se importasse com ela por completo, não somente sua lesão, não era uma preocupação financeira e em relação a seu nome como patinadora, não era um “deus, será que ela voltará a patinar? Ela tem as nacionais na semana que vem” como foi em seu último acidente, era uma preocupação profunda, verdadeira, real, de seu ser, de um lugar de carinho, de amor.

Optou por pensar nos dias de pescaria com seu pai, a maneira em que a guiava com tanta firmeza, com uma auto confiança invejável, em como sua mão, tão maior que a dela, envolvia seus dedos, a ajudando com o movimento de jogar a isca no lago. Também se recordava em como havia ficado completamente apavorada a primeira vez que viu seu pai em um lago congelado, a alguns passos dela, abrindo um buraco no gelo para poder pescar. Implorava para que ele voltasse, completamente apavorada que ele cairia no buraco ou quebraria mais do que deveria e uma grande cratera se abriria e os dois cairiam no lago, para se afogarem e atingirem o fundo do frívolo lago de Minnesota. Conquanto, seu pai sempre sabia o que falar, era tão bom com as palavras que sua avó sonhava que ele fosse pastor, dizia que ele conseguiria convencer qualquer um a qualquer coisa, até mesmo pular de uma ponte, não que ela quisesse que seu filho induzisse alguém a pular de uma ponte, mas era só seu jeito de provar seu ponto.

Seus irmãos por outro lado falariam que Marshall, pai de Willow, era tão bom de oratória que poderia ser líder de a porra de um culto. Marvin, o irmão mais velho de três, sempre dizia que Marshall faria Minnesota toda entrar seu culto com uma só frase. Ele era assim, um homem carismático, um homem que exalava confiança, que transmitia segurança, era assim que conquistava todos, as vezes somente com um olhar, as vezes com algumas palavras.

Se recordou de quando aprendeu a patinar e o pânico que ficou com sua primeira queda, o coração acelerado, a respiração descompassada, o medo de ter se cortado com a lamina do patins, simplesmente petrificada a ponto de não conseguir sequer abrir os olhos, sequer chorar. Sua mãe resmungava e já insistia em tentar convencer sua irmã, Abby, a patinar, mas a garota nunca teve o dom e na época, sua mãe tinha certeza que a patinação tinha parado na sua geração e não fluido para o resto da linhagem. Seu pai, sem desespero algum, patinou com calma em direção a pequena Willow, e segurou suas duas mãos e disse “vamos mocinha, é hora de levantar”. Nunca fez nada por ela, queria que Willow fosse forte o suficiente para se levantar sozinha e seguir seu caminho, queria que tivesse essa determinação dentro de si, de ser uma mulher guerreira, o que acabou, no final das contas, dando certo, talvez um pouco demais, enfiando os dedinhos em um mar de teimosia que a tornou quase arrogante a ponto de não confiar em ninguém para ajuda-la, para cuidar dela, queria fazer tudo sozinha, sempre. Se tornou tão “forte” que em seu primeiro grande acidente de patinação, não contou a seus pais e aconteceu o que havia acontecido com Axl, em um deslize, deixou transparecer a dor e foi parar em um médico.

Tudo que queria era sentir as pequenas lascas de gelo rasgando do chão e atingindo como flocos de neve sua pele fina, o frio do gelo respirando em sua pele quente, o suor mesclando temperaturas, a sensação do vento em seu rosto e o esquecimento de todos os problemas reais e irreais que poderiam aparecer em sua mente.

Pois patinar era sua vida e se não pudesse patinar, tinha certeza que se afogaria de vez.

Voltou a realidade ao sentir o corpo de Axl se movimentar, caminhando em direção a porta. Manteve os olhos cerrados, confiando que Axl faria o certo, que a acompanharia por cada momento, sem duvida alguma de que assim que abrisse os olhos, ainda estaria lá.

Estava morrendo de dor, mas não queria transparecer isso, não queria que Axl pensasse que estava a machucando e o que ajudava muito com a dor era seu cheiro amadeirado, essa fragrância de colônia cara perfumando seus pulmões e servindo quase como um sedativo para seu sofrimento. Sorriu, sem sequer notar, seu corpo balançando calmamente, sentindo uma sonolência abrigar sua mente, quase como um bebê sendo acalmado em um colo, no ritmo dos passos de Axl. Sentiu o frio ao saírem do retiro e depois o calor do aquecedor de um carro e continuou lá, no colo de Axl, as mãos frias e grandes do ruivo contra suas bochechas quentes, seus olhos sonolentos fitando as esmeraldas que orbitavam as pupilas negras do homem e seu sorriso reconfortante aquecendo o interior de Willow como uma lareira com brasa fervente. E foi assim até o hospital, com um pequeno sorriso na boca, algo cutucando a dobra de seu braço, antes de adormecer fitando a face angelical do homem tão conturbado a sua frente.



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