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História Time to Rest - Sakata Gintoki x Reader - Just tired


Escrita por: KuroN_s

Notas do Autor


Yo! É raro eu postar algo sem ser para um desafio ou pra presentear alguém. É, e por isso mesmo que essa fic não é exceçãoKKKKKK

Mais uma vez estou escrevendo uma fic como presente de aniversário, uhuuuul ^-^)/ Mas pra quem? Vocês devem estar se perguntando (provavelmente não estão, mas me deixem sonhar). E a aniversariante da vez... SOU EU, UHUUUUL KSAKSAKDKASKKSA. É, eu resolvi fazer uma fanfic de mim para mim ;w; O narcisismo ultrapassou os limites, oof.

Eu amei muito escrever esse imagine do Gintoki, sério gente. Ele é muito um amor de pessoa ;w; Comecei a ver Gintama não faz tanto tempo e to no episódio cento e alguma coisa agora, mas é porque eu voltei a assistir justamente pra terminar de escrever isso. Eu tava com a ideia pra essa história desde junho, tinha já o rabisco do comecinho, eram quase mil palavras, mas eu nunca achava coragem (lê-se vontade) para terminar de escrever ;_; O meu aniversário foi uma boa "desculpa" pra me dar um prazo e continuar a escrever. É o que eu digo, só funciono com prazo, se não tiver... Só Deus sabe quando eu termino do escrever algokkk

Mano, essa capa foi a primeira que eu fiz no Photoshop (PirataCOF COF) e eu gostei bastante do resultado (por mais que não tenha ficado essas coisas todas, neah), ficou bem diferente das capas que eu costumo fazer (mesmo que eu não faça tantas ;w;). Orgulho de minha pessoa :'3

Enfim, é isso! Espero que gostem desse capítulo tanto quanto eu gostei <3

Boa leitura ~

[Reescrito dia 1 de novembro de 2022]

Capítulo 1 - Just tired


Gintoki observava de soslaio a situação atual. Segurando o mangá semanal da Jump em mãos, ele fingia ler quando seus olhares se encontravam ocasionalmente.

Já fazia algum tempo desde que desistira de ler. Sua mente decidiu que as figuras em preto e branco nas páginas não eram tão interessantes quanto aquelas em carne e osso à sua frente. Principalmente a moça de yukata laranja, deitada no colo de Kagura enquanto compartilhavam uma conversa casual sobre… alguma coisa. Ele não estava realmente prestando atenção no conteúdo da conversa para saber. Seu foco estava mais em seus gestos, seus movimentos e aquele sorriso que, mesmo pequeno, o fazia ter que segurar os próprios lábios de se curvarem.

Ainda que não conseguisse prestar atenção em sua leitura — muito pelo contrário, pois ele estava com medo de pegar algum spoiler quando virava as páginas — ele só não jogava o mangá para o lado por seu o seu único escudo quando [Nome] tirava os olhos de Kagura para encará-lo com curiosidade. Aquela era sua única forma de fugir daquele olhar afiado, porque mesmo que ele soubesse que ela já havia notado o quanto ele a estava observando, isso com certeza era melhor do que olhar diretamente para ela como um stalker desnaturado.

Havia algo estranho, no entanto. Diferente dos outros dias em que [Nome] os fazia uma visita, hoje ela parecia fora de si, como se algo a incomodasse. O ar a sua volta quando eles se encontraram mais cedo na porta da frente era quase melancólico. Gintoki na hora não soube dizer se a apatia que viu no rosto de [Nome] foi obra de sua imaginação ou não, pois assim que seus olhos se encontraram, a expressão usual dela estava ali como sempre. Foi como se aquela atmosfera negativa nem estivesse lá pra início de conversa.

As olheiras abaixo de seus olhos, contudo, diziam o contrário.

— O que será que Sadaharu está fazendo?

Gintoki foi puxado de seus pensamentos quando Kagura questionou. Só então ele notou os latidos vindo do lado de fora, claramente do cachorro mencionado.

— Provavelmente aprontando — [Nome] respondeu, levantando-se do colo de Kagura.

Shinpachi, que estava ocupado limpando a sala, concordou.

— É melhor ir olhar pra ter certeza — ele adicionou.

Kagura acenou com a cabeça e saiu para checar o que o cachorro gigante estava aprontando do lado de fora.

Vendo a saída de Kagura como a deixa de que precisava, Shinpachi segurou a vassoura ao seu lado e olhou para [Nome]. O olhar dela se manteve na direção em que Kagura saiu com uma expressão perdida. Ele chamou-a uma vez, mas sem resposta.

— [Nome]-san — ele chamou novamente, pacientemente esperando que a atenção da moça se voltasse para ele.

— Hum? Sim? — respondeu confusa, como se tivesse acabado de acordar de um sonho.

Shinpachi sorriu preocupado.

— Não quero me meter na sua vida pessoal, mas você parece cansada… Aconteceu alguma coisa?

Era exatamente isso que Gintoki queria saber.

— Ah, sobre isso. — Deu um meio sorriso para o garoto. — Eu não dormi essa noite, então…

— O quê?! Por que não?!

— Bem… — Ela desviou os olhos de Shinpachi para um canto qualquer da sala por um tempo, até voltá-los novamente ao adolescente. — Eu não lembro — confessou.

Gintoki observou-a atentamente enquanto falava com Shinpachi. Enquanto o mais novo ficava chocado pela resposta descarada, ele não tirou os olhos de [Nome] em nenhum momento. Aquela resposta com certeza era incomum vinda dela. 

[Nome] riu da reação do garoto.

— Na verdade, eu só me distraí com algumas coisas em casa e não vi o tempo passar — se corrigiu, ainda tratando o caso como uma banalidade. — Você não precisa se preocupar tanto, Shinpachi. Não é nada demais.

Ele suspirou, derrotado. Pelo que conhecia da moça, ela insistiria que está tudo bem mesmo que continuasse a se preocupar e fazer perguntas.

— Certo, mas se precisar de algo, não hesite em nos falar, [Nome]-san.

Ela sorriu levemente para ele em resposta.

— Pode deixar, quatro-olhos.

— Oe! — ele exclamou, reprovando o apelido, mas sem realmente conseguir esconder o sorriso legítimo que brotou em seus lábios.

Infelizmente, o momento não durou muito. Mais uma vez, latidos foram ouvidos vindo do lado de fora, dessa vez mais altos e acompanhados da voz de Kagura.

— E essa agora — Shinpachi disse, encarando a porta por onde Kagura saiu mais cedo. Ele notou [Nome] se levantar e fazer menção de sair para checar o que estava acontecendo. Imediatamente ele interveio. — [Nome]-san, não precisa se incomodar. Pode deixar que eu vou lá, ok?

Ela até chegou a abrir a boca para dizer que estava tudo bem, afinal não era incômodo nenhum, mas ao ver os olhos gentis e determinados de Shinpachi, [Nome] não pôde deixar de se sentir agradecida pela consideração dele.

— Certo — ela se rendeu, voltando a se sentar no sofá.

Shinpachi deu um sorriso contente com a resposta dela antes de deixar a vassoura em um canto da sala e sair em disparada para fora, deixando agora os dois adultos a sós em completo silêncio.

Não era incomum a falta de um diálogo entre os dois. Verdade seja dita, eles nunca foram de puxar assunto um com o outro desde que se conheceram. Isso vinha mudando pouco a pouco ultimamente — um cumprimento aqui, uma pergunta ali, uma pequena conversa casual e uma típica zombaria entre ambos. Eram interações agradáveis, na maioria das vezes, mas careciam de profundidade em muitas delas. O pouco sobre a vida pessoal de [Nome] que Gintoki sabia vinha das interações que eles tinham quando estavam com Kagura e Shinpachi. Esses dois sendo, inclusive, os principais motivos por trás da proximidade de [Nome] com Gintoki.

Desde que se conheceram, ela nutriu certa afeição pelos dois. O completo oposto do que fora com Gintoki. Se dependesse unicamente da relação inicial deles, [Nome] provavelmente teria se mudado para o outro lado da cidade. Mas ela estava grata por esse não ter sido o caso, senão estava certa de que perderia um dos melhores sentimentos que teve desde muito tempo: o de pertencer a algum lugar.

O sentimento de ter uma família.

Sem que [Nome] percebesse, foi isso que os yorozuya se tornaram para si — uma família. Eles se tornaram o pilar principal na vida dela, se tornaram o seu ponto fraco, assim como se tornaram seu motivo de decidir seguir em frente todo dia.

Para alguém que não tinha nada, eles se tornaram tudo que ela precisava. E ela era grata a eles por isso.

— Ei, você vai acabar caindo assim — Gintoki a alertou ao notar o modo como ela bambeava de um lado para o outro com a cabeça apoiada na mão, quase dormindo sentada.

Levantando suas pálpebras pesadas com certa dificuldade, ela o encarou curiosamente. Um pouco do sono que a consumia se afastou momentaneamente.

— Se eu cair, tenho certeza que meu cavaleiro de armadura brilhante, Gin-san, vai vir ao meu resgate — ela respondeu zombeteiramente.

— Confiar nesse seu “cavaleiro de armadura brilhante” vai acabar te rendendo uma queda de cara no chão e um nariz quebrado, porque ele não vai fazer questão de te segurar quando você cair — ele respondeu, ainda com o olhar fixo no mangá.

Ela abriu um pequeno sorriso de lado.

— Belo jeito de difamar a própria imagem, Gintoki. 

Sem mais nada para falar, a sala caiu em silêncio mais uma vez e eles se viram de volta à estaca zero. [Nome] estava, novamente, quase dormindo numa posição perigosamente instável. Gintoki tinha certeza que o número de vezes que ela quase caiu do sofá estava chegando ao limite e que logo a sorte dela ou seu autocontrole iriam ceder.

Bufando, ele resolveu se pronunciar.

— Por que não se deita logo, hein? Te ver balançando de um lado pro outro que nem uma bêbada é tão surreal que me desconcentra.

Era meio irônico o que tinha por trás da fala dele. [Nome] trabalhava com bebidas em um bar e já o acompanhou algumas vezes em noites de bebedeira, mas ele nunca a viu embriagada de verdade. Após várias garrafas tomadas, nem mesmo tropeçar a maldita tropeçava, enquanto Gintoki só faltava cair numa lata de lixo em meio a um de seus rodopios.

[Nome] abriu os olhos outra vez, agora menos do que antes. Suas pálpebras estavam mais pesadas, seu sono mais teimoso em permanecer firme e não deixá-la.

— Não, obrigada. Você não tem sequer uma almofada pra descansar a cabeça e eu já estou com torcicolo desde de manhã. — Voltou a fechar os olhos após respondê-lo, quase como se tivesse a intenção de realmente dormir naquela posição, o que Gintoki achou um absurdo.

Com um suspiro exasperado, ele afastou o mangá de sua frente, descruzou as pernas e deu leves tapinhas no colo.

— Aqui, venha.

O chamado fez [Nome] despertar mais uma vez. E se não fosse pela confusão com o ato de Gintoki, ela com certeza estaria perdendo a paciência com a insistência do samurai.

— Isso é um convite?

— O que você acha?

— Acho muito estranho esse tipo de convite vindo de você, Gin-san — ela provocou com um toque de deboche em seu tom, ainda o olhando interrogativamente. Aquela era uma situação deveras interessante. — Você não costuma oferecer seu colo como travesseiro muito regularmente, se é que me entende.

— Se você continuar com essa cara de morto-vivo Shinpachi e Kagura vão se preocupar e adivinha quem vai ter que ouvir os lamentos deles sobre a sua saúde? Isso mesmo, Gin-san aqui.

Ela soltou um riso soprado e decidiu não questioná-lo mais. Se levantou e foi até o outro sofá, aceitando a oferta de descansar a cabeça no colo dele.

— Agradeço por pensar em mim e nos nossos filhos, samurai. É muito gentil da sua parte.

Gintoki apenas revirou os olhos para a fala dela e a ignorou. Ele então voltou a enfiar a cara no mangá, dessa vez determinado a lê-lo de verdade e não mais se distrair com a mulher agora deitada em seu colo. Ele odiava quando ela fazia aquele tipo de comentário. Em certo ponto, após conquistar a amizade dela, [Nome] começou a brincar que Kagura e Shinpachi eram filhos dela e do yorozuya. Ela sabia que isso o irritava, mesmo que minimamente. E Gintoki sabia que não adiantava discutir com ela a essa altura.

[Nome] era uma mulher teimosa, dona de um humor duvidoso e irregular que constantemente vestia uma cara séria e não raramente uma carranca. Gintoki sinceramente não sabia como acabou construindo uma espécie de amizade com ela. E sabia muito menos os motivos de se sentir tão bem na presença dela quando, no passado, ambos eram como cão e gato. Além do fato de que agora eles se suportavam mais e conseguiam trocar algumas palavras sem farpas e olhares agressivos, não muito havia mudado desde que se conheceram.

Ainda havia muita coisa que Gintoki não sabia sobre [Nome]. Ela nunca falou sobre seu passado, familiares, de onde veio ou como aprendeu a empunhar uma espada. Ela era um mistério e isso deixava Gintoki mais submerso em suas questões sobre ela. Mas se [Nome] quisesse falar, falaria. Gintoki não seria aquele a se intrometer, não quando ele não via necessidade. O que realmente importava para ele era o agora; a forma como aquela mulher bipolar criou um vínculo tão forte e especial com os yorozuya, mesmo se mantendo ainda tão distante e reservada. Ele via a sinceridade no olhar dela ao interagir com eles, ele via a confiança e lealdade inabaláveis que [Nome] nutria, e isso era o suficiente.

Gintoki não tinha nenhuma pista de como chegaram a esse ponto, mas não diria que não gostava.

Ele suspirou ao notar que perdeu o foco mais uma vez. Encarou a página do mangá que não havia virado há alguns bons minutos, muito menos lido-a propriamente, e o jogou para o lado, enfim desistindo por completo de sua leitura. Gintoki inclinou a cabeça para trás com uma mão no rosto e a outra acidentalmente indo parar no rosto adormecido de [Nome]. Ele a sentiu se mexer e sentiu seu próprio corpo tensionar ao perceber o erro. Espiou por entre os dedos e relaxou ao constatar que ela continuava a dormir tranquilamente. Ele, no entanto, não se afastou.

Sem muito para o distrair da maior distração de todas, Gintoki deslizou a ponta dos dedos pela bochecha de [Nome] enquanto arrumava a postura para conseguir observá-la melhor. Ele começou com um carinho tímido, reconhecendo a pele alheia no mais sutil toque, até que tomou coragem para pressionar sua palma contra o rosto dela. Ele desenhou círculos com o dedão enquanto sentia a textura sob seus dígitos. Aquilo era estranhamente relaxante.

Quando Gintoki começou a brincar com o cabelo de [Nome], aos poucos bagunçando-o, o barulho do lado de fora começou a aumentar. Ele tentou ignorar, mas a confusão parecia aumentar e estava começando a afetar o cochilo de [Nome], que franziu as sobrancelhas em meio ao sono. Gintoki bufou e afastou a mão dos cabelos dela. Ele com certeza não queria que ela acordasse enquanto recebia um cafuné do yorozuya. Seria muito constrangedor de explicar depois.

Interrompendo os xingos mentais que Gintoki direcionava à Shinpachi, Kagura e Sadaharu, um estrondo alto explodiu do lado de fora. E se Gintoki já não estava surpreso com o barulho repentino, a reação de [Nome] o deixaria surpreso.

Nem um segundo depois do estrondo tomar seus sentidos, ela levantou-se como um relâmpago do sofá. Suas mãos voaram para o cabo e bainha da espada pendurada em sua cintura, ao passo em que seu corpo entrava instintivamente em posição para desembainha-la e atacar quaisquer ameaças. 

Ameaças essas que talvez nem existissem.

Alarmado com as ações da moça, Gintoki se pôs de pé assim que digeriu o revirar da situação. Ele rapidamente segurou a mão de [Nome], que agarrava com firmeza o punho da espada, para garantir que não iria desembainha-la desnecessariamente. Com a outra, ele segurou o ombro dela quando a primeira reação que [Nome] teve foi a de se afastar de seu toque. Gintoki podia sentir a tensão tanto no ar quanto no corpo dela.

— Ei, [Nome], sai dessa! 

Gintoki começou a chamar por ela, mas não houve resposta. Tudo que ela fazia era encarar o espaço com uma expressão tensa e retorcida, quase como se não conseguisse ver nem ouvir nada ao seu redor. Como se estivesse com medo; apavorada. E a respiração forte e curta dela contra o rosto de Gintoki e a teimosia em tentar se afastar dele não faziam as coisas melhores.

— [Nome]! — ele gritou enquanto a chacoalhava.

[Nome] puxou uma lufada de ar para dentro de seus pulmões com força, como se estivesse se afogando ainda há pouco e pudesse, depois de muito esforço, respirar novamente. Sua respiração se tornou mais acelerada e seus olhos, antes agitados e sem brilho, agora encaravam Gintoki com uma cascata de emoções engarrafadas, a ponto de jorrar. [Nome] olhou para Gintoki com quase desespero em seu rosto, mas, para ele, o desamparo escondido bem no fundo de seu olhar era mais nítido do que qualquer coisa.

— Gin… — ela pronunciou fracamente.

Antes que ele pudesse falar ou fazer qualquer coisa, um novo barulho foi ouvido e a atenção dele foi roubada. Quase ao ponto de não perceber [Nome] se afastando de seu agarre. Ele não pôde sequer tentar impedi-la de se afastar, pois logo uma voz interrompeu quaisquer tentativas que viesse a fazer.

— Gintoki! — uma voz mais velha rugiu da porta da frente.

Otose adentrou o lugar a passos firmes e fortes; em um instante estava logo à frente do yorozuya. Seu rosto enraivecido demonstrava muito bem que estava ali para um sermão, ou até uma briga.

— Eu esperava que você tivesse um pouco mais de controle sobre o seu cachorro! Esse monstro quase quebrou minha loja inteira! — reclamou em alto e bom tom a velha dona de bar, apontando para o cachorro gigante que a seguiu com Kagura logo ao lado.

— Otose-san, foi um acidente! — Shinpachi tentava acalmar a mulher. Infelizmente sem sucesso.

Agora não era hora para isso. Gintoki não estava com saco para brigar com aquela velha caduca depois do que acabara de acontecer. O rosto de [Nome], distorcido naquela expressão que ele nunca a vira fazer antes, estava fresco demais em sua mente para ignorar. Ele não conseguia tirar aquela reação repentina e incomum da sua cabeça, e a aparição de Otose num momento tão estupidamente inconveniente quanto aquele ironicamente foi o combustível para fazê-lo entrar com tudo naquela discussão.

— Hã?! O que você quer que eu faça se ele nem sequer me obedece?! Se vai pôr a culpa em alguém que seja Kagura! Ela que insistiu em trazer ele pra cá! — Gintoki gritou de volta e apontou um dedo acusador na direção de Kagura, que havia começado a brincar com Sadaharu como se nada tivesse acontecido. — Oe, Kagura! O que você foi fazer lá fora? Pensei que tinha ido checar Sadaharu, não se juntar a ele!

Kagura apenas deu de ombros e o ignorou.

— Você é o adulto aqui que tem responsabilidade por essa fera, não empurre seus deveres para os outros e tenha o mínimo de decência! — Otose retrucou, sem dar importância à discussão paralela que Gintoki puxou com a garota.

Ao passo em que os dois continuavam discutindo, Kagura, que claramente não estava nem um pouco interessada — ao contrário de Shinpachi, que ainda tentava os acalmar —, notou [Nome] no canto da sala. Imediatamente ela parou a brincadeira com Sadaharu e a chamou.

— Oi [Nome]-chan! — Após chamá-la, Kagura notou que havia algo diferente com ela desde que a viu mais cedo. — [Nome]-chan, o que foi? Você tá com uma cara estranha.

Todos olharam para [Nome], se esquecendo momentaneamente da discussão.

— Oh, [Nome], eu não tinha te visto aí — Otose comentou, vendo a jovem tentar dar um pequeno sorriso em cumprimento. Ela a olhou de cima a baixo com um ar de saber. — Você está bem? Parece meio abatida.

De canto de olho, Otose notou certa mudança no comportamento de Gintoki ao mudar o foco da conversa. Foi rápido, mas ela viu preocupação passar pelo rosto do samurai.

— Eu estou bem, Otose. Só um pouco cansada, mas não é nada que você tenha que se preocupar — [Nome] assegurou, abanando a mão de forma a dispensar a necessidade de preocupação. Ela logo recolheu a mão para fora da visão dos outros quando notou estar tremendo e tentou novamente dar um sorriso tranquilizador para firmar suas palavras. — O bar anda bem movimentado esses últimos dias, então estou ficando mais ocupada, porém não é nada que eu não possa dar conta.

Shinpachi pareceu se preocupar mais.

— Foi por isso que você não conseguiu dormir essa noite?

[Nome] hesitou por um momento, mas respondeu:

— Não… não exatamente.

Otose continuou a observá-la com cuidado. Sabia que a moça não queria preocupá-los e que muito menos diria o que realmente estava acontecendo. A conhecia há pouco tempo, mas tempo o suficiente para saber ao menos o quão teimosa e fechada ela era. Tentar fazê-la falar sobre sua vida pessoal e, principalmente, seus problemas, é o mesmo que tentar arrancar água de uma pedra.

— Se você estiver tendo problemas para atender todos os clientes, tem esses três aqui para dar apoio. Eles podem não parecer confiáveis, mas não serão completamente inúteis — Otose sugeriu, apontando com a cabeça para Gintoki ao lado dela, o qual a lançou um olhar irritado.

— Nós ainda estamos aqui, Otose-san… — Shinpachi comentou, mas logo relevou o comentário dela e abriu um sorriso. — Mas ela está certa, [Nome]-san. Se precisar de ajuda, nós estaremos prontos para te socorrer.

— Isso! Pode contar com a gente, [Nome]-chan! — concordou Kagura, pulando para os braços de [Nome] para um abraço. — [Nome]-chan… — sussurrou, sentindo o quão acelerado o coração de [Nome] batia. Kagura se afastou um pouco para encarar o rosto dela, recebendo um sorriso cansado da moça, que a abraçou de volta.

Kagura decidiu não comentar sobre o coração acelerado em seu peito ou as mãos trêmulas que a seguravam como se fosse sumir caso a soltasse. Ela apenas permaneceu imóvel, confortando [Nome] mesmo sem saber.

— Obrigado, eu vou manter isso em mente — agradeceu [Nome] com a voz abafada pelo cabelo de Kagura, verdadeiramente feliz pela consideração de todos ali.

— Bom — começou Otose —, eu vou indo agora, tenho uma loja para arrumar.

Antes de se retirar, ela desviou o olhar de [Nome] para Gintoki, como se para passar um recado sem palavras. Normalmente ela o faria arrumar tudo ele mesmo e ainda o lembraria do aluguel atrasado do mês, porém, astuta como era, percebeu que algo havia acontecido e o poupou dessa vez. Gintoki acenou a cabeça para ela, que voltou o olhar para [Nome], satisfeita com a resposta.

— Não exagere muito. Se estiver cansada é melhor ir para casa e descansar. Ficar aqui só vai te dar mais dor de cabeça, acredite em mim.

Otose olhou mais uma vez de soslaio para Gintoki e, enfim, saiu. Shinpachi a acompanhou mais uma vez, afirmando que iria ajudar na limpeza depois de se despedir de [Nome], e Kagura foi logo atrás junto de Sadaharu, não sem antes dar um tchau para [Nome]. Ambos com certeza não ficariam ali de bobeira esperando por um esporro.

E assim [Nome] e Gintoki foram deixados sozinhos mais uma vez.

[Nome] sentiu falta do abraço de Kagura, pois agora não sabia o que fazer com as mãos desocupadas além de mexer no tecido de sua yukata. Gintoki não estava muito diferente. Pouco tempo atrás estava xingando Deus e o mundo pela chegada de Otose, porém após a saída dela um silêncio indescritivelmente desconfortável os abraçou. Algo que nunca havia acontecido antes entre eles. Era tão estranho.

— Acho que talvez seja melhor eu ir para casa agora. — [Nome] tomou a dianteira. Ela decidiu que aquele não era o momento ideal para falar sobre o ocorrido.

A frustração de Gintoki apenas aumentou ao ouvir aquilo, porém ele não protestou.

— Sim, faça o que quiser.

Ele deu as costas para ela e foi até sua mesa com a jump em mãos. Sentou-se, pôs os pés em cima da mesa e começou a folhear o mangá como se a moça já tivesse saído.

Com um sentimento de peso no peito, [Nome] foi até a saída e, antes de sair definitivamente, ela se virou na direção dele.

— A gente se vê por aí, samurai.

E assim ela foi.

Com um suspiro, Gintoki desviou sua atenção das figuras do mangá para onde ela estava há poucos instantes.

Aquele com certeza não era um bom dia para ler.


Notas Finais


E foi isso, espero que tenham gostado desse capítulo. O Gintoki pode ter ficado um pouco OOC, mas foi o melhor que eu consegui fazer :') Espero que tenha ficado pelo menos plausível a atitude dele nesse capítulo e, bem, que vocês tenham gostado, claro ^^

Pior que é meu aniversário, mas meio que o presente é pra vocês, leitores e leitoras, hihi. Se puderem deixar um comentário, falando do que acharam deste capítulo, eu ficaria muito feliz ^^ E se der pra favoritar também, hihi (mendigando no próprio aniversário, a que nível eu cheguei, oof). Mas sério, eu gosto muito quando recebo a notificação de um novo comentário, me deixa tão feliz :'3 Então não tenha vergonha, pode comentar, vou adorar respondê-lo >:3

Enfim, essa é a primeira parte. Vai ser um two-shot, então pode ser que esse início não seja lá essas coisas todas (eu achei que ficou top, mas vocês podem achar o contrário, vai saber). A segunda parte já está em andamento, por agora tem umas quinhentas palavras (teria mais se eu não tivesse ficado com preguiça, já que a primeira parte já tava pronta mesmo e ia dar pra entregar no prazo bonitinho ;w;). Eu planejo postar ainda esse mês, PORÉM!, pode ser que saia lá pro final do mês, ou seja, daqui umas duas semanas. E se brincar, como estamos falando de minha pessoa, sai só ano que vemKKKKKK Mas eu prometo que vou tentar postar ainda esse mês. Tenham fé, amém ;w;


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