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História Tokyo Ghoul: Reloading (Interativa) - Pulsação


Escrita por: Gojiyra

Notas do Autor


"Então agora como foi dito no cap anterior agora é o recomeço e ficou bem parecido com o anime, e decidi manter o nome Arthur(não me culpem, pois a maioria achou melhor manter assim ashahsu)por que antes seria Haru mas não teria logica já que ele não tem cabelos completamente brancos. (Um aviso quanto as diálogos, pois por conta de Andrew ter aquela personalidade, tive que usar uma linguagem bastante informal e cheia de gírias, que são necessárias para manter-me fiel ao personagem)."

Atualização; 02\10\2018~ reescrevi isso mil vezes, os leitores sabem disso tão bem quanto qualquer Adm. É o que eu faço desde 2014, onde falho desde 2014. Por isso, apenas aproveitem para me insultarem mentalmente por esta ofensa a qualquer texto sobre vidas secas. Só não vale compará-la ao original. Nem eu sou assim tão ruim.

Capítulo 2 - Pulsação


Tokyo 13º Distrito.

Havia uma história de Halloween entranhada às sarjetas ensanguentadas de Shibuya.

Sobre um aniversariante moribundo abandonado ao relento, no decorrer da longínqua noite em que se acreditava no retorno dos mortos à terra. E seu algoz, perante a pilha dos cadáveres esfolados dos hereges e malditos, de onde usurparia a pele a ser pregada desde à carne pútrida de seus músculos ao tutano de seus ossos, privando-os de se esconder da punição.

Bipp–bipp.

O monitor cardíaco apitava no quarto de hospital.

Inconsciente de analgésicos, era pouco menos que um cadáver.

Em seu despertar, seria pouco mais do que um animal.

O inferno havia lhe cuspido de volta.

Diriam mais tarde, que aquela cidade infernal ainda poderia ter sido salva se não o tivesse.

 

Universidade Seishin, Shibuya, salão de eventos, 22 horas atrás.

 

— ... inumanos que se passam por humanos... sua única forma de sobrevivência somente é possível através da predação à nossa espécie... nós os chamamos de Ghouls. — uma esbelta mulher com longos cabelos róseos que caiam próximos à metade de suas costas, se apresentava diante de um salão repleto de outros universitários como ela. — Embora se pareçam conosco em vários aspectos, possuem uma biologia interna única causada por uma mutação celular que lhes dá capacidades físicas superiores as de qualquer ser humano. 

Uma parte da plateia a observava, ouvindo cada palavra proferida por ela, quase como se fossem fanáticos. Ao mesmo tempo, numa fileira de trás, alguém havia acabado de chegar.

– Tira os olhos da minha mulher.

Ao redor, todos, exceto o rapaz para quem o recém-chegado disse aquilo, voltaram seus olhares para ele, irritados.

– E você, quem é? – disse Arthur, o rapaz de óculos e barba rala por fazer.

– Fingir que não me conhece não vai manter sua reputação, alteza. – respondeu o outro ao se sentar do lado dele, usando um headset espalhafatoso cujo som estava alto ao ponto de que todos presentes na apresentação pudessem ouvir. – Em breve, todo mundo aqui vai saber quem eu sou.

– Todo mundo sabe quem você é, Andrew. E odeiam.

– Racismo. Faz parte. – com um sorriso torto nos lábios, Andrew lhe entregou um maço de dinheiro. – E aí? Ela conversou com você, vocês trocaram conselhos de qual o melhor shampoo, ou sei lá... levou você pra assistir aquela série que ela adora do hako–otoko? Aquela por*& do "Wibbly Wobbly Timey Wimey"? 

Ele preferiu prestar mais atenção no dinheiro do que nele.

– Por que quer saber?

– Pra ver se encomendo o caixão ou te pago uma cerva.

— ... capacidades que seriam inconcebíveis não fosse o amontoado de células RC que também se encontram, em menor quantidade, no genoma humano. Novos métodos regenerativos estão em desenvolvimento através da extração de seu órgão predador. Atualmente, não há ligações conhecidas a respeito de onde os Ghouls vieram ou evoluíram. Tudo que sabemos é que...

As luzes dos projetores brilhavam em seus olhos, transformando-os a cada segundo.

— São inimigos naturais dos humanos.

Andrew praguejou e balançou a cabeça, levando um dos lados do headset ao ouvido.

– Essa merda que deram pra ela ler é do mesmo yankee que fez “Hitler, um Ghoul”? &%&%$.

– Se você diz...

– Ah, nem vem. Sabe do que eu tô falando.

– Não, não sei. Não ensinavam os hábitos alimentares de Hitler na escola.

– Conhece as regras, Arthur. – disse um asiático de cabelo esverdeado na altura do queixo e raspado nas laterais, sentado na fileira da frente. – Nada de dar atenção ao garoto-macaco, ou ele não para de agir como um.

Quando estavam prestes a discutir, Arthur interveio ao perceber que haviam ainda mais olhares irritados sobre eles. Era um dia importante, visitantes, representantes da Comissão de Contramedidas anti-Ghouls e até mesmo o prefeito da cidade se encontravam presentes, celebrando antecipadamente o futuro menor índice de mortes da história do distrito.

– Vão prum quarto. Aqui, não.

– Vou deixar o fã da Shakira aí em paz. – Andrew encolheu os ombros. – Voltando ao assunto... não quis ser racista nem meter o dedo na tua cara por tu ser forasteiro, saca? Não sabia que tinha um pôster do führer e dos parças dele no quarto.

Aquilo era tão grotesco que fez Arthur contrair ligeiramente o lábio em um sorriso sem humor.

– É assim que convence as pessoas de que o que você faz é humor negro?

– Aqui é a Ásia. Cada cachorro lambe a "caceta" do que foi seu país uma hora ou outra.

– É, seja lá o que isso for...

– Ah, não. Ficou ofendidozinho...

– Nem tanto. Sou de Nuremberg, onde eles foram julgados. Nós não esquecemos.

Por um instante, algo se moveu nos olhos escuros de Andrew.

– F*&%$ essa merda. Qual é, o cara era tão raça superior que não podia ser, sei lá, humano? Ah, que seja. Avise quando tiver mais cartinhas de virgem para vender. – disse ao cantarolar, arrancando gargalhadas dos demais. – AH! EU VOU GOZAAAAAR!

– Ok. Chega. – Izaya avançou contra Andrew e empurrou até a saída, segurando o riso. – Vem comigo.

– VEM QUE EU VOU TE TACAR O PERUUUUUU!

– ... retardado do ca&$%*. – a garota que estava sentada na frente resmungou em português. Pequena, de rosto angelical e visivelmente de saco cheio de estar ali, se chamava Misaki Lunna, uma Hafu, diferente de Andrew. – Volte quando tiver uma autorização do Primeiro Ministro. 

Ele parecia prestes a xingá-la, mas parou assim que recebeu um olhar mortal de Lunna, então balançou a cabeça, tremendo, e saiu de lá resmungando. Alguns começaram a dar risada por causa de suas calças largas chacoalhando enquanto andava.

Um homem discursava lá em cima.

— O que estão testemunhando essa tarde é o começo da vitória que acreditei durante meus anos prestados a este país. — seu tom era rouco e desprovido de calor, como se tivesse sido retirado dos documentários que seus professores costumavam exibir em sala sobre o Terceiro Reich. — O ressarcimento pelas vidas roubadas por esta cidade. Pelos terroristas que se proclamam de Aogiri Tree.

Em pouco tempo, sentindo os olhos arderem devido ao sono, atravessou os corredores, cumprimento os que aproveitaram a deixa para sair de lá. Ao abrir as portas da biblioteca, encontrou Krauliz Mei, a mulher que fizera a apresentação, fumando as escondidas.

O lugar estava vazio por conta da cerimônia, uma vez que de dez em dez minutos algum inspetor verificava se haviam alunos se escondendo, como faziam no ginasial.

– Da boa, é?

– Engraçadinho. Além de ser usada como garota propaganda duma comissão federal em guerra com o distrito mais perigoso do país, esta que vos fala também foi forçada a permanecer no palco enquanto uma das lentes quase arrancava sua retina. – ela resmungou, o cotovelo apoiado na janela. Manchas de hemangioma se destacavam, rosa-avermelhadas, em seu pescoço meio desnudo e mão esquerda. Na mesa à frente, o mesmo livro de Takatsuki Sen sobre as leis das piores histórias que todos os outros alunos de literatura. – Ter sorte nunca foi o meu forte. 

– Comigo vem sendo o contrário. Fiquei duzentos mil ienes mais rico.

– Quem trouxe o dinheiro saiu batendo com os chifres nas paredes.

– Antes ele do que eu. 

– Problemas no paraíso?

– Não, até agora. 

– Enfim vendeu a carcaça dos... como se diz? Dragon Rulers? Aquelas galinhas-elementais.

Ainda que não fossem próximos, ambos se conheciam desde a cerimônia de ingresso dos calouros.  

– Por aí. Turistas sempre têm a péssima ideia de confiar naquele idiota.

– E o professor, a péssima ideia de acreditar em você, em último na lista dos que leram o material semestral.

– Isso... faz parte.

– Faz, é? Desde quando aprendeu a falar como um universitário de verdade? – ela riu ao fazer uma careta, sempre com uma resposta na ponta da língua. – Ah, bosta. Dor de cabeça dos infernos...

– Já pensou em ir num templo?

– Vai se...

– Venho tentando provar que não fracassei como universitário... faria bem em não desacreditar de mim.

– Era pra ser uma piada, Kurosaki. Acabou de a estragar.

– Perdão. Tenho traumas até demais...

– E um desses traumas tem a ver com uma mulher.

– Como pode ter certeza?

– É a regra 34 das piores histórias. Sempre tem uma mulher. E um homem à beira do colapso.

Um sorriso cruzou o rosto dela.

— E, a partir deste dia — anunciava em alto e bom som o velho e sádico investigador Classe Especial Associada Frank Werner, o Zank, encarregado do décimo terceiro distrito. —, não descansaremos um só dia até que estes seres que se passam por humanos sejam erradicados. Sob as ordens da CCG.

 

Cafeteria Fuglen Tokyo, 13° Distrito, 20 horas atrás.

 

– E o livro, que tal? – dizia Kitsune Ayame, uma falsa ruiva vestida de garçonete com as cicatrizes do boneco assassino Chucky pelo rosto, de olhos heterocromáticos e assombrosos: o esquerdo, um profundo tom de castanho; o direito, vermelho como sangue. Era a responsável direta por atrair todos os clientes da cafeteria, uma vez que o café era responsável por afastá-los. 

Com uma mão sobre o queixo, Arthur observava o campo depois de adicionar uma carta à outra.

– Foi curto, o autor parecia só mais um serial-killer de personagens. – ele respondeu com uma expressão séria, tentando se lembrar do que a rosada lhe dissera ao mesmo tempo em que pensava no que fazer. – Mei diz que ele é bom em criar estereótipos baseado num ponto de vista geral para difamar outras etnias com seus personagens. Ou algo assim.

– Em outras palavras, não leu nada e fez nossa Taeyeon de cabelo rosa passar um resumo. – Aya observou enquanto embaralhava o deck dele, irônica e inquieta. – Quer beber algo? Essa merda de BA parece que nunca termina de fazer combo.

– Falou a senhora do Monarch. – respondeu, fazendo-a rir. – A ideia era entregar e ir embora, então, não, nada de café.

– E como vai a universidade? Difícil, moderadamente infernal? 

– Infernal suficiente de saber que não é pra mim.

— Até que demorou.

Ela olhou para a televisão onde passava o telejornal.

Sobre o caso do grupo de falsos investigadores de Ghouls que foram encontradas mortas semanas atrás, a CCG se diz próxima de capturar o Ghoul responsável pela chacina, que esteve envolvido numa disputa por território. Eles o chamam de Myers.

No décimo terceiro era comum aquele tipo de notícia aparecer na tevê. Afinal, ainda era um dos distritos mais perigosos onde se viver, principalmente depois da morte do Ghoul que os noticiários costumavam chamar de Jason do treze, que acarretou em uma onda de violência nas ruas causada por aqueles que haviam decido tomar o que era dele.

– Deveria tomar cuidado quando voltar. – a ruiva comentou com seu jeito debochado. Era uma conhecida dele desde antes dele entrar para universidade, antes de largar a faculdade de direito, sabia como provocá-lo.

– Eu iria dizer o mesmo.

– Ghouls podem não gostar do meu perfume tanto quanto você. Ah, caso algo aconteça, lembre-se de gritar "Kitsune-sama!!!" o mais alto que puder, pode ser que eu apareça para espantar os malfeitores.

– Prefiro a morte. 

Quando o rosto dele escureceu, Aya riu do quão sombrio alguém como ele conseguia ser em momentos assim.

– Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, estúpido. Não quando se trata dum Kurosaki.

– Se você diz...

Alguém se levantou do balcão, olhou para Aya por sobre o ombro e depois fez um rude aceno com a cabeça, num lugar cheio de pessoas cansadas o bastante para não darem a mínima para alguém que usava chapéu dentro de um estabelecimento.

– &¨$#@. – além do chapéu que estampava o brasão do Bayern de Munique, dos olhos cinzentos e estreitos, do jeans surrado e casaco de inverno marrom esfarrapado, o sotaque bávaro evidenciava sua ascendência.

– Com medo?

– Não enquanto ele estiver de costas.

Aya riu e pousou a mão sobre o próprio baralho, admitindo a derrota.

– Vem amanhã?

– Não sei.

– Então, feliz Halloween.  

Antes de ir, deslizou dois dedos pelo queixo do Kurosaki em forma de despedida, indo em direção daquele outro. 

Enquanto ele permanecia sentado, imóvel, decidindo. 

Como fazia desde o dia em que acordou num quarto de hospital — único sobrevivente do massacre de Shibuya.

 

Rua 12, Bairro de Shibuya, 15 horas atrás.  

 

Bipp–bipp... Bipp–bipp...

Não foi a briga de família na sua vizinhança — algo a ver com a namorada do irmão de alguém — interrompida pela polícia local que o fez sair sem rumo de casa em pleno Halloween. Ou a insônia que o fez parar de se masturbar encarando o teto e observar tudo pela janela. Ou o quão azulado estava o branco de seus olhos.

E sim a dor fantasma em todo seu corpo, reavivada pelas noites mal dormidas, que o fez se mover.

Parecendo prestes a ter um infarto, se encostou nas grades da calçada e escorreu em direção ao chão úmido. Foram os dez minutos de adrenalina mais patéticos de sua vida. A noite fervia, em celebração, com fogos de artifícios iluminando o céu noturno. 

Se enfiando de rua em rua, acabou numa onde um grupo de seis jovens se encontravam na calçada de um estabelecimento noturno que tocava música alta, em frente ao túnel onde costumavam estacionar bicicletas e motocicletas sob a linha de trem, gozando sobre algo que haviam acabado de fazer. 

– ... a cara dos policiais quando souberam que o outros vieram buscar a merenda primeiro. – dizia um rapaz da sua idade encostando-se numa parede, vestido como um aluno de ensino médio. – Bando de chupa-rolas. É imposto no lixo. 

– Vai se foder. Nosso primo é policial.

– Que se foda o seu primo.

Uma frágil risada escapou dos lábios dele. Sem serem chamadas, lágrimas escorreram, arrancadas pelo vento.

– Ei, olhem. – de olheiras quase tão escuras quanto as de Aya e vestida de colegial, a única garota que estava com eles, sentada e com os braços em volta dos joelhos, interrompeu seus amigos de continuarem irritando o irmão dela quando indicou-o com a cabeça. – Aquele gaijin, faz um tempo e é... bem bonitinho. Os olhos parecem azuis. 

– No gueto? Vadia burra, todo viado se fantasia de gaijin no halloween.

– É? Ai! Uma das minhas aqui... sabe, ela gostou de você. Tem dinheiro? Tem cara de quem tem dinheiro.

– Não fala merda, Hideo. Parece mais mendigo.

– Mendigo ou não, se conseguirmos um, fechamos a maldita noite. – aquele chamado Hideo deu uma risada, chutando-o por trás e se voltando para dele. – Não quer dar umazinha? Os primeiros cinco minutos com a Lolita são de graça. Promoção de Halloween.

O rosto dele escureceu sob o capuz.

– Ei, Hideo! – uma mulher que havia acabado de se juntar ao grupo gritava, rindo de maneira provocante. – Vai mesmo perder o cache de uma das nossas garotas? Pensei que compensasse a falta do pau com um pouco de moral. Especialmente quando se tratasse da nossa irmãzinha.

Hideo a ignorou e se abaixou, tragando um cigarro.

– E aí, vai se divertir ou não? Vamos lá. Quarenta, última oferta. 

– Tem... cerveja? – murmurou de volta.

– Cerva é pra maricas. Pela tua cara de cavalo, começou bem a noite. Ocasião especial? 

– Hoje é... a *$#&% do meu aniversário. 

– Ora, por que não disse logo? Pode apostar o teu rabo que ela vai sugar todo o seu cansaço, aniversariante. 

Quando segurou a mão dele, o outro interveio.

– De pé. 

– Ah, não estraga. Não tem como ser...

– Olhos azuis? Em Shibuya? Pff. Se houver a menor chance daqueles palhaços metidos à justiceiros voltaram a importunar... prefiro enterrá-los antes que venham pra cima de nós. Então, o que vai ser, gaijin? 

– Vai... se foder.

– Esse é o espírito.

Bipp–bipp...

Sem o menor aviso, algo obscuro se moveu no branco daqueles olhos gélidos e desalinhados.

Deu por si ao ser arremessado no ar, um impacto assolador percorrendo seu braço dominante. Quando o chão frio mordeu suas costas, ouviu o bramido expelido pelo Ghoul, que levou as mãos ao rosto em profunda agonia. 

Ele ofegou, sentindo os batimentos acelerarem, sangue escorrendo por entre seus dedos. 

O primeiro a vir se atracou com ele, enquanto os outros tentavam socá-lo e chutá-lo, mas ele ainda assim revidou dando uma cotovelada no rosto daquele que o agarrou pelas costas, e com um movimento de submissão o atirou ao chão. 

Bipp–bipp... Bipp–bipp...

O irmão da prostituta ofegou, o rosto esfumaçado em vermelho.  

– Deveria ter me cegado, seu monte de merda. – pôde ouvi-lo vociferar em meio ao zunido lancinante que ressoava em seus ouvidos enquanto sua cabeça era empurrada contra a parede ao ponto de fazer seu malar estilhaçar-se. 

Os dentes dele se encaravam em sua pele enquanto um urro vermelho de dor se perdia em sua garganta. Pessoas gritavam para que ninguém deixasse o estabelecimento noturno, para que os alertassem os outros de que os falsos investigadores de Ghouls que viraram notícia poderiam estar lá e, principalmente, para que levantassem seu casaco.

E foi o que Hideo fez enquanto o irmão da prostituta saia de cima dele e o sangue, meio inconsciente devido a dor, escorria por seu pescoço, nariz e boca. Havia uma tatuagem no peito dele — várias linhas como um kanji, marcas que todos daquela cidade deveriam reconhecer.

– Que @#$#$ cê tá fazendo?!?!  

– Ah, *%$$# que o pariu. – em choque, Hideo recuou quando compreendeu o que estavam fazendo, quem realmente estavam espancando. – É um Kurosaki!

Em algum lugar, talvez Aya pudesse tê-lo ouvido gritar. Ou talvez até mesmo rir. Seu campo de visão se reduzira a um túnel escuro e embaçado onde um velho corcunda o esperava ao final, com um estúpido focinho deformado de um porco grampeado nas laterais como uma máscara amarrotada e ensanguentada.

Clientes e prostitutas corriam desesperadas na direção deles, vociferando o nome do assassino que a tevê noticiara enquanto chamas tomavam o lugar. Era a prova de que um raio poderia cair duas vezes no mesmo lugar. Como em uma noite de Halloween.

Quando o velho rilhou os dentes, seus olhos cintilando em espirais de vermelho e negro.

– Amém.

Então, a carnificina começou do lado de fora. O irmão da prostituta uivou de dor, cuspindo um jorro brilhante de sangue, teve seu abdômen perfurado brutalmente por um tentáculo escamoso e cintilante. Com um enorme e monstruoso braço rubro atravessado em seu peito, o outro nem chegou a abrir a boca. Em meio a gritos e palavrões, e a chuva que começava a cair, sangue se esparramava no chão, formando uma horrenda trilha vermelha.

Bipp-bipp... Bipp-bipp.... Bipp–bipp...

Como um terremoto, o trem acima transitou, iluminando, entre momentos, a carnificina através das luzes de suas janelas.

Era o anúncio do seu fim. 

– E você, que &¨%$ está esperando...? – Arthur rosnou ao se colocar de pé, sangrando por entre dentes cerrados. Em seu quarto de hospital, súbito, o rosto dele se retorceu. Lacrimejando, a íris do olho esquerdo tornara-se quase vermelha, cintilante. A esclerótica, tão escura quanto o céu noturno esfumaçado que estava sobre ele naquela noite chuvosa. – Pode vir...


Notas Finais


Atualização; 02\10\2018; A cena final foi pensada como uma página dupla dividida entre o rosto mortificado e transformado de Arthur no hospital com o ensanguentado e cansado em meio à carnificina. No mais, o capítulo não valia tanta enrolação assim. Todo mundo sabe como uma fanfic de Tokyo Ghoul começa. É a regra 35 das piores histórias.


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