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História Tokyo Ghoul: Reloading (Interativa) - Saeko


Escrita por: Gojiyra

Notas do Autor


Fala Galeru tá ai o primeiro dos One-shots sera sobre Arthur e Saeko, bem eu não revisei o cap pois não gosto de fazer isso já que o senhor corretor gosta de me sacanear então se tiver erro( Claro que tem) avisem. e tambem eu mudei um pouco o meu jeito de escrever mas acho melhor voltar para o antigo

Capítulo 12 - Saeko


Tokyo 13° Distrito.

Os raios de sol da manhã de inverno atravessavam os vidros entreabertos das janelas. Ao redor, estantes de livros, velhos e novos. Sobre a cama, um rapaz se encontrava de bruços, com o rosto parcialmente afundado no colchão e um olhar perdido, vazio, encarando em silêncio as manchas carmim espalhadas pelo lençol. 

O espaço entre sua garganta e queixo, suas costas e seus braços, de onde pequenos escorrimentos de sangue fluíam, haviam enfim parado de arder em brasa. Ainda assim, parecia ter saído de uma briga contra um urso.

Quando a mulher ao lado levou a caneta aos lábios, recostando-se na cadeira, pôde ouvi-lo dizer seu nome. 

– Ora, Art. Até que enfim deixou de fingir que não existo. 

Enquanto isso, o vento soprava pela janela fazendo seus cabelos desalinhados e cortados na altura do queixo balançarem fracamente, dando ainda mais beleza ao olhar profundo com o qual o encarava fixamente.

– Que foi?​ – disse ele, ainda sentado na borda da cama. 

– Vai fazer algo hoje?

– Idiota. Sequer lembra da última vez que tive um dia livre? Segunda, tudo novo. Cada aula um martírio diferente escancarando que eu não sou bom em porra nenhuma. Ainda tenho que ir no Dr. Watari, mas só farei isso mais tarde... ainda estou dormente.

– Ah, maravilha. Aí está você resmungando outra vez.

Franzindo a testa, o Kurosaki colocou seus óculos sobre o rosto, pegou um livro que estava em cima da cabeceira e o levou em direção a uma das várias prateleiras que haviam em seus aposentos. 

– Ah, não tenho prateleiras o suficiente. – notou, procurando um espaço vago, até que então viu a azulada ainda semi-nua. – Ô @&#$&$#! 

– Depois de tudo que fizemos ontem, ainda fica assim só de me ver nua? Bocó. – Levantou as sobrancelhas enquanto sentia os leves raios de sol sob a pele desnuda das pernas. Então, lhe lançou um olhar risonho e sabedor que somente ela possuía. 

– Não provoca. 

Por um instante, permaneceu estático, analisando cada detalhe do corpo dela, pretendendo disfarçar o fato de tentar desesperadamente gravar aquele momento na memória. Entretanto, quando ela se levantou e parou ao seu lado, pigarreou.

– Esse livro... – Ela pegou o livro de suas mãos. – Takatsuki Sen... eu também estava lendo.

– Peraí, lendo?                

– As dez primeiras páginas... embora despreze essas coisas velhas que fedem a poeira e mofo.

– Nem terminei o prefácio ainda...

– Que tal praticar algum esporte?

– Que tal parar de encher o saco?

– Parecia mais atlético antigamente. 

– Meu porte atlético sempre foi uma ilusão.

– Bem, acima do peso ou não... com certeza sabe entreter uma garota entediada.

– Para... de.. me... bulinar. 

– Pressão baixa, o mal do novo século, hmm?

– Fick dich ins knie, du bürgerliche schlampe... – resmungou, ainda frustrado, fazendo-a rir. 

Vá se foder, sua vadia burguesa.  

Ao envolver os braços em volta do pescoço dele, os lábios dela se contraíram. E seu olhar o fez gelar. 

Não importava. Depois de todo o tempo que haviam compartilhado, talvez fossem os únicos no fundo que se sentissem daquele jeito, brincando e jogando um com o outro. Ela era o que ele precisava. E, mesmo sabendo que jamais a veria agindo daquela forma aos olhos de fora, não fazia a menor diferença. Então, quando enfim se separaram, a Kurosaki rolou os olhos para a porta à direita do quarto, notando a presença de alguém atrás dela.

– Não há necessidade de ficar escondida atrás dessa porta, a não ser que haja algo muito valioso dentro dessa coisa velha.

Diante disso, uma garota ruiva que aparentava ter a mesma idade que o rapaz de repente surgiu, abrindo vagarosamente a porta do quarto, com seu rosto rechonchudo parecendo um morango de tão vermelho.

– Me d-desculpem, mas.... antes de sair sem o senhor seu pai, minha senhora mandou-me avisar que vocês deveriam descer.

– Então ela já sabe que estou aqui...

– Espero que quando voltar ela não me mande fazer um dossiê em detalhes sobre o que aconteceu.

– Tem medo dela?

– Você não?

– Ela não é sua mãe.

– É a sua. 

Suspirando sem respondê-lo, ela seguiu na direção da porta, mas, antes de fechá-la atrás de si, disse, encarando-o por sobre o ombro com um olhar penetrante:

– Você amava incondicionalmente a sua mãe. querido. Eu não. Talvez venha a entender... agora que você me pertence. Espero que tenha aproveitado nossa diversão a três. Não voltará a acontecer. 

– O que é isso? Ciúmes?

– Talvez.

(....)

Ontem não foi nada além de patético.” – Hwang Jennie.

– Então, vai me dizer qual foi o truque que usou para levar minha filha para a cama ou terei que deserdá-lo, meu caro? – Dr. Kurosaki disse acima dele, com uma mão sobre o corrimão da escada, fazendo-o lançar um olhar penetrante para cima. – Sabe, devido a minha idade, acho sempre divertido ver como jovens iguais a você reinventaram os truques que seres primitivos como eu costumavam usar, se é que me entende.

– Nem mesmo sei o que isso significa para falar a verdade.

– Bem, reze para que minha esposa acredite nisso. Megeras japonesas como ela tendem a ser ainda mais desagradáveis que as do seu país.

– Isso... é mais uma das suas piadas, certo?

– O que acha? – lhe direcionou um olhar brincalhão, como se já tivesse dado a resposta. – A propósito, parabéns. Pensei que você nunca tiraria uma casquinha ou viraria o nome do momento como agora.

– Deseja alguma coisa, meu senhor? – Ao seu lado, a esguia Maristela ergueu o rosto após cumprimentar o mais velho. – A mesa já está posta na sala de jantar. Logo o almoço estará pronto.

– Ah, sim, é claro. Espero que dessa vez mantenha a média calórica exata que recomendei, pois este idoso de roupão diante de vocês não gostaria de ficar sem ir ao banheiro pelo resto do dia com um demônio se revirando dentro das tripas.  

– É-É claro. – A governanta em formação deu-lhe um sorrisinho constrangido.

– Excelente. – O Dr. Kurosaki desceu os últimos degraus da escada, observando o quadro que jazia pendurado no centro da sala de estar em homenagem a sua ex-esposa e então repousou a mão sobre o ombro de seu enteado. – Tome cuidado lá fora, a cidade costuma ficar ainda mais perigosa durante inverno. Ah, e não faça nenhuma idiotice, ou seja lá o que pretenda fazer com essa cara suspeita. – disse, deixando-os para trás com um risinho maroto.

– Ele é muito divertido, não é?

– É... muito.  

(....)

– Segundo os médicos, seu estado não apresenta nenhuma mudança aparente. – Seu psiquiatra estava dizendo enquanto lia a sua ficha, ambos estavam sentados de frente um para o outro. – Ao menos não nos últimos quatorze meses. 

– Isso é ruim?

– Não. Você só andava se estressando demais naquela época, nada demais. Onde já se viu um jovem quase milionário ainda no ensino médio desenvolver cabelos brancos iguais aos de um velho decrepito? Olhe para mim, veja como o meu está sempre fantástico e arrumado, sem ao menos uma única mecha de cor diferente salpicando minhas amadas madeixas. Hãã... esqueça a última parte, certo? 

– Pensei que você fosse o psiquiatra aqui.

– Hmm. Se não fosse pelas exigências do Dr. Kurosaki com esses exames periódicos, eu com certeza o libertaria desse caso na primeira chance que me aparecesse. Bem, sua próxima consulta será no próximo mês, por isso recomendo que tome cuidado com atividades que podem te causar estresse repetitivo. Não deve exagerar em exercícios físicos em excesso como malhação, corrida e.... sexo.

– Espere um pouco. Por que mencionou isso?

– Ora, acha que todos já não sabem que você está atualmente dormindo com a apaixonante filha da sua madrasta? Sabe, deveria aprender a fazer as coisas na surdina, e não escapar de uma festa repleta de convidados direto para o quarto com sua irmã-de-lei e uma acompanhante. Descrição, essa é a palavra.

– Certo, vou aderir... seja lá o que isso for.

– Quando se é nomeado herdeiro de uma família nobre com corvos da mídia atrás de você, deve ser mesmo difícil compreender o significado disso. Ainda assim, vocês não devem fazer esse tipo de coisa no hospital, só para constar. Repita comigo: Não, não fizemos nem faremos nada aqui. Nada que pudesse gerar um escândalo na mídia ou...

– Nós realmente não fizemos nada aqui que pudesse gerar um escândalo na mídia.

– Ah, claro, você é diferente do ex-namorado da enfermeira, que estava fazendo coisas obscenas com uma das recepcionistas enquanto ela trabalhava na enfermaria, certo? – Watari disse, rindo e colocando uma mão sobre queixo e fazendo uma cara pensativa.

– Está falando sério?

– Muito. Aquele maldito costumava se aproveitar dos momentos onde a enfermeira não estava olhando e transava com outra. As duas costumavam sair para beber no fim dos expedientes, vi com meus próprios olhos. Não acabou nada bem.

– Então, hmm-hã... Viu mesmo algo acontecendo entre eles aqui dentro?

– Se vi? Tenho o vídeo no meu smartphone. – O psiquiatra riu, fazendo-o dar uma risada ao ver que ele não falava sério. – Se tivesse, jamais teria convidado nossa querida Sakura para um jantar em minha casa seguido por uma visita ao sagrado quarto onde se encontra minha famosa Jacuzzi.

– Amém.

– Bem, voltando ao assunto... pelo que me contou, sexualmente, você não parece estar indo bem. Já está sentindo o peso da idade?

– Não tenho nem vinte anos.

– Ainda assim é um homem, e um futuro advogado que há um ano não sabia como lidar com a perda da mãe e estava prestes a explodir a qualquer momento devido ao seu transtorno de estresse pós-traumático. – O rosto do mais velho endureceu, quase como se estivesse esperando por aquele momento. – Ah. Finalmente chegamos aonde eu queria chegar.

Mais tarde, as palavras dele continuavam em sua mente. Fazia tempo desde sua saída do hospital. A tarde estava fria e escura, e os pequenos flocos de neve já começavam a cair do céu nublado. Por esse motivo passou a ir mais rápido, cortando caminho pelos becos, subindo e descendo os muros que encontrava em seu caminho como costumava fazer quando era mais novo no bairro onde nascera, para não acabar congelando antes de chegar ao fliperama onde havia combinado de se encontrar com Jennie, a herdeira dos Hwang.

Havia saído pelo caminho que sua mãe o ensinara, sem que as câmeras pudessem vê-lo. Não era louco de ligar para ninguém, uma vez que sua irmã-de-lei poderia descobrir que havia dado uma desculpa esfarrapada a ela para que pudesse se encontrar com a garota com a qual haviam transado na noite passada. Seriam apenas ele e Jennie. Mesmo que tivesse ouvido a história de seu psiquiatra, continuava seguindo em frente, como se necessitasse de ar. O cachecol em seu pescoço pesava, lembrando-lhe das marcas de mordidas deixadas em sua pele.

Era algo que não saberia descrever, muito menos explicar.

– “Você aparenta ter superado a perda, mas aquilo era apenas o começo. Não estou dizendo que a esqueceu, mas que arranjou forças para continuar vivendo. Quando a ... quanto a aparente falta que sua mãe faz na sua vida, que o faz buscar consolo nos braços de outras mulheres, amantes...”

– Sabe, por um momento, achei que não fosse vir. – A Hwang dissera rispidamente ao vê-lo, abrindo em seguida um sorriso, apoiando-se na máquina atrás de si. – Contou a ela que viria me ver?

– Não tem nenhuma coleira no meu pescoço.

– Uau. É sempre assim tão corajoso pelas costas dela?

– Você não faz ideia.

– “Não vou julgá-lo por isso. Mas não deve transformar isso numa forma de escapar de sua condição real, achando que não fará de você dependente de outras pessoas para mantê-lo sedado dos rumos que sua vida vem tomando...”

– Du bist so heiß, für einen kleinen schwanz bastard. – Jennie estava dizendo em meio a beijos e gemidos ofegantes de prazer ao sentir ele se movendo dentro dela, cujas pernas se encontravam envolta de sua cintura, enquanto a luz precária do beco na parte de trás do estabelecimento piscava.

Você é tão gostoso, prum bastardo de pau pequeno.

– Und du lernst schnell. – Arthur respondeu, com a mão dela atrás de sua cabeça, afagando seus cabelos. Os longos cílios dela faziam com que suas íris castanhas brilhassem com um brilho sedutor e apaixonante, envolvendo-o em um mar de paz e prazer. Suas respirações fumegavam no ar. Enfim, não iria falhar outra vez. 

E você aprende rápido.

A risada dela foi de escárnio.

– “É preciso viver, meu caro, viver e se divertir como os outros da sua idade. Assim como é preciso compreender o vazio dentro de você e enxergar o fato de que não está mais sozinho. Acredite em mim. Somente quando entender isso, alcançará o que chamamos de conclusão vital”.

– "Sinceramente, Doutor? Nem eu nem você sabemos o que isso significa de verdade."

Apartamento de Hwang Jennie.

 Você... não sabe mesmo usar essa coisa, sabe?

Enquanto o suor de ambos se misturava, manchando os lençóis, Jennie empurrou seu corpo para baixo com força, travando as pernas envolta dele, que estava com as mãos em sua cintura e os lábios quase se tocando com os dela, com dentes trincados e rosto retorcido. E, assim que ela enfim esparramou-se ao seu lado, nua como o dia em que nascera, o Kurosaki não se importava com mais nada. Nem mesmo com a dor intensa em seus músculos, sua incapacidade atingir o clímax como na outra noite, muito menos com o que havia acabado de fazer.

– Muito sangue circulando... talvez. Sou um homem que sofre de pressão baixa. – o rapaz deu um sorriso de lado afim de disfarçar sua raiva, ofegando após vê-la ao seu lado apoiando-se num cotovelo, retirando os cabelos castanhos grudados na testa e um sorriso impecável desabrochado em seu pequeno rosto de nariz arrebitado. – Achei que... não fosse mais sentir as minhas pernas.

– Não se preocupe. Vai passar. Ah, isso não. – Jennie deitou um olhar brincalhão sobre o peitoral vermelho e suado dele, repleto de marcas de arranhões deixados por suas unhas. – Importa-se?

– Nem tanto. – Arthur respondeu de cabeça baixa, vendo-a dar uma risada marota e se levantar usando o lençol vermelho da cama para encobrir sua nudez, indo em direção ao guarda-roupa. – Então, pode ser que precise de mais aulas de alemão... 

– Talvez... se você sobreviver depois do que sua irmãzinha fará com você quando descobrir que sou melhor do que ela na cama.

– Se ela descobrir.

– Blá, blá, blá. – Ela respondeu, sorrindo de lado. – Basta um olhar qualquer, uma boceta apertada e frases de pornô para que caras como você abaixem as calças e procurem consolo em uma boa foda. Mesmo morrendo de medo de quem espera por eles em casa. 

 – É, a rigor... seria isso. 

Ele se sentou no lado esquerdo da cama e apanhou as roupas que estavam no chão diante dele, observando seu próprio reflexo nas lentes de seus óculos por um instante. Foi quando percebeu que havia uma besta de caça, engatilhada com um longo dardo, no canto do quarto dela.

– Qual o problema? Nem parece o mesmo cara que suou durante horas tentando me fazer gozar. E broxar. – A morena inclinou-se apenas um pouco, divertindo-se ainda mais. – Imagina quando Saeko souber que em menos de um dia ensinei mais coisas você do que ela poderia em anos. E que você falhou outra vez, sem ela por perto pra poder culpar. Deve estar se sentindo péssimo agora.

– Acha que eu gosto disso? 

– Relaxa. Estava só brincando. Afinal, pode ser que não tenha essa sorte. – Jennie disse em um tom doce, com a luz do fim de tarde brilhando nas partes desnudas de sua pele. Então, assim que o rapaz ergueu o olhar, viu-a de relance levantando ambos os braços, apontando uma besta diretamente para ele. – De pé.

Zing!

(....)

 

– Gostosa como sempre, Saeko. – Hwang Leon estava dizendo, apoiando os braços no corrimão ao centro da escada que levava ao segundo andar da boate, enquanto ao redor as pessoas se divertiam ao som da música alta alguns metros atrás. – Mas nem todos temem uma pirralha mimada. Por que você não fugiu de nós se sabia que estávamos vigiando-a? Por que vir até aqui me encarar sem me questionar durante a ligação, ainda por cima sozinha?

– Eu fiquei curiosa... – Havia cinismo na voz dela. 

– Curiosa?

– Hmm-hmm. Eu realmente queria saber que tipo de estupidez você iria cometer dessa vez.

– Ainda bancando a durona, hm? Nada que não possa ser resolvido queimando essa sua língua.

– Oh, não sei. Sua irmãzinha, que você parece gostar tanto de foder as escondidas do seu pai, parece ter gostado bastante dela.

Enquanto isso, acima de todos eles, de todas as subcelebridades idiotas e pessoas com dinheiro o bastante para financiarem aquela boate que servia de faixada para a maior casa de prostituição da cidade, mancando com uma mão ensaguentada sobre as costelas e uma besta de caça armada com uma seta de nove centímetros apontada para a base de sua coluna, Arthur arregalou os olhos, sobressaltado.

– Saeko... 

– Qualé, Art...  achou mesmo que isso era sobre você? – Jennie exalou uma risada atrás dele. – Conheço você há anos, sei que nunca passou de um moleque mimado e broxa, mais um bebê chorão que somente uma mulher no mundo amou. – Fez ele dar alguns passos, sentindo a tensão em seu corpo. – Suas piadas de vez em quando têm graça, admito, mas... se não fosse pela aparência não teria deixado você entrar dentro de mim nem em um milhão de anos.

– Isso... é uma porra de pesadelo...

– É mesmo? Experimente ter de engolir esperma pra agradar degenerados como você.

– Três vezes. – Seu irmão Leon estava dizendo lá embaixo. – Você me fez ficar de joelhos no chão molhado e beijar os seus pés, prometendo que iria falar de mim para sua mãe. Acreditei em você, Saeko, sua cadela. Acreditei que queria livrar esse lugar das garras do bastardo cruel do Yamori. – rosnou entre dentes, demonstrando rancor em sua voz.

– E isso não é culpa sua? – Um sorriso debochado e desafiador se formou em seu rosto pálido. – Achou mesmo que alguém como a minha mãe daria atenção a um idiota deserdado como você, tomaria o comando deste lugar e o daria para você? Ela preferiria deixar a liderança com o idiota do Naki, sabe disso. Fracamente, não sei o que passou pela mente do Yamori quando o deixou viver, conspirando traições depois de tê-lo metido na prisão. 

Isso é culpa dos putos da sua laia! – Bateu com o punho no corrimão, irritado. – Vocês comem demais, vivem dentro de malditas mansões, nos pedem para acreditarmos em vocês e no seu poder de manter o controle da situação. Cagam em nós achando que estão em um nível diferente. São uma piada fodida. Vocês todos têm que morrer! Na guilhotina! Como toda realeza!

– Errado. – Saeko respondeu com divertimento. – Todos os homens têm de morrer.

– Então, por que não diz isso a ele? – Súbito, apontou com o dedão para onde sua irmã gêmea estava, dando-lhe uma visão inesperada. Então, com os óculos escuros cintilando em vermelho, um sorriu fez visita aos lábios dele. – Surpresa? Devia tê-lo colocado em uma caverna melhor, doçura. Porque no momento, se não quiser que seu irmão lá em cima participe do evento que sediaremos agora que a bomba que plantamos no caís explodiu, apostará o seu rabo em nós.

Luzes em toda parte oscilavam entre vermelho, azul e roxo, banhado as pessoas descontraídas ao lado de suas acompanhantes, que se apresentavam diante deles para lhes dar apenas um aperitivo do viria a ser uma noite memorável. E, no meio daquilo tudo, os olhos de Arthur e Saeko se encontraram por um instante, penetrantes, compreendendo imediatamente o que acontecera.

– A Yakuza ficará com essa parte do distrito. – Leon estendeu os braços sobre a cabeça enquanto seus comparsas anônimos se erguiam em cima e embaixo à esquerda e à direita, armados, tatuados e vestidos com o mais profundo negro. – Então, eis o acordo; seu trabalho é nos ajudar a matar Yamori e todos os porcos de branco que ele andou recrutando assim que arrombarem aquela porta. Depois, levará o Führer com você para contar a sua mãe que aquele javali grande e mal pretendia utilizá-lo para chantageá-la com a nossa ajuda...  mas que o paramos quando estava muito perto de conseguir, impedindo-o de abalar o império que ela construiu.

– Você só pode ter perdido a porra da sua cabeça.

– Ora, apenas fiz o que vem tentando me forçar a fazer desde o início.  – contradisse, sorrindo ofegante com as luzes oscilando em seu rosto. – A diferença é que você amoleceu.

A caminhonete desgovernada veio logo em seguida, arrombando a entrando com um som estarrecedor, transformando o interior daquela boate em um enorme formigueiro. Foi como se o tudo virasse de pernas para o ar. E, em meio a dúzia de homens de terno branco que surgiu ao longo do que restara da entrada do local, um avolumou-se sobre eles, ameaçador, inexorável, retirando vagarosamente a máscara de hóquei que estava sobre seu rosto.

– Que belo lugar você encontrou para nós, Leon. Não esperaria menos de você. Parece estar tentando garantir seu mais novo presente, estou certo? – Yamori disse, inalando o ar com um frio divertimento. – Receio que dessa vez o natal tenha chegado mais cedo para você.

– Corta o papo, Ghoul imundo do caralho. Já passou dá hora de você ir se foder por tirar o pão da nossa boca exatamente como os bastardos da sua laia. Esse não é mais seu território, é nosso. – Leon riu de lado, contraindo sua expressão enquanto todos sacavam suas armas e a música alta ressoava ainda mais alta. – Nenhum de vocês sairá com vida daqui. É quase uma promessa.

– Você não está entendendo. – Sem brilho no olhar, Yamori deslizou um dedo através da mão direita, e então no encontro de polegar e indicador, fazendo um estalo brutal ecoar. – Se quisesse ter no mínimo 1% de chance de me matar, deveria ter trazido um exército maior.

Quando as luzes em toda parte explodiram, disparos de armas de fogo varreram o ar ao mesmo tempo em que dezenas de pessoas de súbito se deslocavam aos tropeços, derrubando umas às outras, mesas, cadeiras e bebidas, fazendo com que o mundo inteiro se desvanecesse como num piscar de olhos em meio a sangue e uísque. Estavam todos gritando, vociferando, grunhindo. Sem o menor aviso, enormes tentáculos grotescos e repletos de espinhos afiados silvaram no ar, chicoteando aleatoriamente da parte de trás daquele gigante, espalhando sangue e vísceras.

Sombras de branco ao lado dele passaram como espectros ao redor, atacando tudo que estava em seu caminho sob uma densa chuva de disparos a qual derrubou três deles, que esparramaram-se ao chão com um baque indistinto, crivados de balas.

SAEKO, MATE O FILHO DA PUTA!! – Leon estava berrando ao disparar no ar, com um borrão negro saindo da parte de trás de seu corpo, cintilante. – AMATERASU, COMIGO!

– Idiota. – Saeko murmurou no meio daquilo tudo, no momento em que o líder deles avançou em sua direção. Das suas costas emergiram como névoas vermelhas, um contorno sem forma, cuja expansão súbita e os movimentos violentos tomava um longo formato retorcido, esvoaçando seu sobretudo.

Em choque, por um segundo ou dois, o coração de Arthur havia parado de bater em seu peito.

– Ah, porra...

– Aí, aí, e pensar que deixei bocas sujas como essas me chuparem. – Jennie ergueu um pouco a besta, mirando em seu peito com um risinho sugestivo no rosto. – Nunca lhe ocorreu, não foi? O fato de que todos ao se redor eram... na verdade... Ghouls. Assim como Saeko... e eu. – Seus olhos mancharam-se de vermelho e negro, fazendo os dele ficarem ainda maiores. – Então, qual a sensação de estar em um zoológico?

Súbito, quando as portas logo atrás se abriram através de estrondoso Bam que ressoou através da rajada de ar frio que adentrou o andar superior onde estavam, arremetendo para dentro os seguranças que estavam protegendo-as, viram o mais novo braço direito de Yamori, Naki, vociferando ao lado dos gêmeos trogloditas, Gaki e Guge, emergirem diante deles.

– SURPRISE MOTHERFUCKER! – disparou o débil mental de terno branco e olhar furioso, rilhando os dentes ao avançar sem pensar. – Hah! Tirem o guri da frente, essa maldita piranha é minha! Tá na hora de mostrar o que acontece quando tentam ferrar com o Yamori-aniki! Tá me ouvindo, vagaba?! HORA DE MORRER!!!

– Saco. – Jennie amaldiçoou, girando sob seus pés e apertando o gatilho da besta, cujo dardo certeiro atingiu o brutamontes chamado Gaki em um de seus olhos, fazendo-o arquear o corpo de dor. Em seguida, ergueu-a como um aríete sobre o rosto, defendendo-se do corte desferido pela lâmina grotesca e esverdeada que saia do ombro de Naki, evolvendo-lhe o braço. – Pessoal, preciso de suporte. Agora! É uma armadilha!

Lá embaixo, Kurosaki Saeko exalou uma risada.

– Tarde demais. – respondeu ela, de súbito liberando completamente seus inúmeros tentáculos vermelhos e pulsantes, que cortaram o ar ao seu redor, perfurando brutalmente todos que estavam diante dela, fazendo o sangue de cada um deles jorrar sobre as paredes, escorrendo pelos tentáculos dela. – Essa é a minha sala de cirurgia. E isso é o que mais me excita. 

– NÃO CHEGUEM PERTO DEMAIS! RECUEM! – Hwang Leon vociferou ao disparar sobre Yamori uma chuva de cristais Rc com sua cintilante Kagune Ukaku, explodindo no ar com seu peito jorrando sangue. Após estilhaçar suas asas, os tentáculos que projetaram-se para fora da fumaça que se ergueu naquele instante ferroaram, lançando-o para longe, seu rugir se perdeu enquanto as rajadas de disparos ressoavam, ascendendo ao piso superior.

Aconteceu rápido demais. Balas passaram zunindo aos ouvidos de Arthur, que inadvertidamente moveu-se, se desprendendo da vida. Seus dentes rangiam. Músculos se contraíram. Estava horrorizado demais para raciocinar, fazer planos, qualquer coisa. Viu Jennie rodopiar no ar como uma bailarina, derrubando seu adversário sobre o brutamontes que tentava arrancar o dardo de seu olho.

Meio segundo depois, grunhido como animal, o outro avolumou-se sobre o rapaz, estendendo os braços para pegá-lo... antes de ser atingindo por um chute demolidor desferido por ele entre suas pernas, e então desabar sobre ele. O ponto fraco dele é aqui, ele pensou de súbito ao lançar o punho aberto contra o rosto do Ghoul, mirando em um dos buracos da máscara do brutamontes.

Ao acertá-lo em cheio no maxilar, Guge o agarrou pelo joelho, arremessando-o na direção oposta com uma força sobre-humana, maior que a de um urso. Sirenes ecoavam. Ao seu redor, todo aquele inferno pareceu desacelerar, apenas a dor era real. Disparos continuavam zunindo a sua voltar. E, então, vislumbrou aquele olhar que somente havia visto uma vez, emoldurado naquele rosto banhado a sangue, quando a implacável silhueta feminina de Kurosaki Saeko disparou lá em cima, banhada pelas sombras da boate esfumaçada e destruída.

Da parte de trás de seu corpo, borrões rubros enormes e monstruosos surgiram naquele estreito corredor, destruindo tudo em seu caminho e fazendo um uivo de horror escapar dos lábios da Hwang, a qual imediatamente estendera os braços. Eclodindo furiosamente de seus ombros, suas deslumbrantes asas negras ergueram-se através dos instintos mais profundos que sua natureza poderia lhe trazer, dançando como chamas à sua volta.

– Vadia do car@&%. – Jennie rosnou, rindo.

Se isso for um pesadelo, alguém me acorde, o pensamento passou pela mente de Arthur num relâmpago, quando um tremendo zumbido tomou o ar. De repente, suas costas colidiram contra uma parede, depois contra um deposito de lixo, esparramando-o sob a neve banhada por uma chuva repentina de sangue e carne despedaçada....

Urk! – Quando Yamori o agarrou pela garganta com um aperto esmagador, as palavras rasgavam a garganta de Leon, cujo sangue do braço brutalmente decepado não parava de jorrar em meio a mais completa carnificina cercada por um mar de fogo, enquanto os demais ternos brancos terminavam de matar a essa altura o restante de seus homens. – A-acha que vou implorar? S-seu-maldito-cuzão. Meu pai... meu pai virá... e matará todos vocês, sabe disso. Você vai cair. Esse lugar nunca será seu. Pode apostar...

O demônio do décimo terceiro rilhou os dentes em um sorriso macabro e ensanguentando.

– Como eu disse, não deveria nos subestimar. – gargalhou, ofegando em excitação. – Seus pais o abandonaram. Enquanto brincávamos aqui com você, Arachne os deixou em tiras e os jogou aos cães, assim como a herdeira dela acaba de fazer a sua irmã. Sua família inteira está morta. E garanto a você... que sofrerá mais do que todos eles sofreram. – Yamori amaldiçoou, em frenesi. – Fim de jogo, Hwang.

Ao longe, uma mulher riu secamente, os cabelos azulados cobertos por uma pequena camada de flocos de neve, tornando-os reluzentes conforme seu calor os derretia. A distância, aquela que havia tentando lhe roubar o que era seu jazia morta ao chão com uma enorme fenda em seu torso, enquanto ele permanecia agonizando, grunhido, caído sobre um braço quebrado, sem forças para se levantar.... até que então um tentáculo serpenteou em sua direção, atravessando seu abdômen, erguendo-o contra a parede logo atrás.

Mais uma vez, a boca dele se abriu em um berro silencioso e vermelho.

– É uma pena... não posso deixá-lo ir. – suspirou, enquanto o sangue que sujava seu rosto escorria. – Esses últimos meses foram tão divertidos que eu por um instante desejei passar o resto dos meus dias com você, mas.... no fim das contas, eu ainda sou uma Ghoul. – Como um quebra-cabeça mal resolvido, seus olhos se encontraram com os sem vida dele, que tentava em vão se livrar, como já havia acontecido um milhão de vezes atrás. – E você, um bichinho de estimação... e sabe, no fundo, eu nunca acreditei em contos de fadas, e você também não. – sorriu, lembrando-lhe tanto a sua mãe.

Foi como se estivesse de volta à casa da sua infância, com as mãos dela esfregando suas costas mal lavadas. 

– “Se pronuncia "AASA", o que acha?"

Aquele sorriso seria a última lembrança que teria em vida. Por que estou lembrando disso agora? Afinal, eu sei que já estou morto, o sangue que escorria por sua boca, estômago e testa empoçava a neve diante dele. O mundo estava vermelho de dor. Pela primeira vez em todos aqueles anos dele naquele país, nevava na capital. 

Sua última lembrança seria o estalo seco de um osso ao se quebrar. 

– Disse a você que se me traísse, não deixaria barato. Por isso, odeie a si mesmo por ter vindo aqui hoje. Por uma noite... eu realmente amei você de todo coração. – Saeko confessou no instante em que seus outros tentáculos espreitaram-se atrás dela, pairando acima dele, que perdeu totalmente a consciência, sangrando. – Nada mais justo que eu arrancar o seu.


Notas Finais


Escolham qual deve ser o proximo One-shot tipo que personagem ira protagonizar ele, ( vote em um personagem que não seja o seu) lembrando que o proximo cap sera da fic normal, e depois sera o proximo one-shot


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