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História Tomorrow - Expulsão


Escrita por: Diabrete

Notas do Autor


OLÁÁÁÁ PESSOAS, VOLTEEEI c:
Finalmente, eu estava com saudades de atualizar essa fanfic, mds. Mais uma vez, perdão pela longa demora, me sinto horrível quando atraso assim, mas voltei ^^
Agora o capítulo :v

Capítulo 20 - Expulsão


 Apenas mais uma manhã terrível, fruto de uma noite mal dormida. Taehyung caminhava devagar para a escola com as mãos nos bolsos, cansado e acabado, sua cabeça doía e seu corpo parecia estar prestes a tombar a qualquer momento.

 Lentamente estendeu os braços e afastou as mangas de seu moletom, observando fixamente as marcas roxas de dedos que rodeavam seus pulsos. Aqueles hematomas ainda doíam. Estavam evidentes ali e provavelmente não sairiam tão cedo.

 Ao ouvir passos rápidos se aproximando, rapidamente escondeu os as mãos nos bolsos e olhou para trás, vendo o que já esperava. Jimin vinha lhe acompanhar para a escola todos os dias. Eles não eram vigiados naquele horário. O garoto baixinho aproximava-se usando o tradicional uniforme escolar, seu olhar também parecia cansado. Taehyung tentou evitar que seus olhos encontrassem os do moreno, não queria que ele percebesse o quão abatido estava.

 – Tae, bom dia... – Jimin cumprimentou.

 – Oi.

 O loiro olhava para baixo desanimado. Sua fala era seca, por mais que ele não quisesse aquilo, não tinha forças para responder animadamente. Grunhiu antes de chutar uma pedra que estava em seu caminho. Jimin percebeu toda aquela estranheza, mas decidiu não perguntar nada.

 – Jimin, me perdoe, eu estou...

 – Eu também não dormi bem esta noite. – Comentou e suspirou – Bem, você deve saber daquele cara que aparentemente é meu irmão mais velho... Ele é um saco. Ainda não estou totalmente convencido da história que Park contou.

 – Eu sei... Seu pai o apresentou à mim... Mas o que ele fez?

 – Acho que isso não é assunto para aqui fora, mas me conte sobre você... – Disse Jimin aproximando-se do maior e tocando seu braço, afastando-se um pouco assustado ao ouvi-lo soltar um baixo gemido de dor.

 Taehyung se encolheu e virou o rosto para o lado oposto. Não queria encarar Jimin naquela situação, queria desaparecer. Desconfiado, Park voltou a se aproximar e agarrou firmemente o mesmo braço, percebeu o loiro contraí-lo e apertou com mais força, puxando-o para si.

 Kim o observou assustado. Seu braço doía e Jimin, ciente daquilo, permanecia segurando-o com força desnecessária enquanto lhe encarava com olhar de seriedade. Implorou com olhos desesperados para que o menor parasse de lhe machucar, mas a única resposta que recebeu não foi a que esperava. Ele puxou seu pulso para fora do bolso e afastou sua manga, arregalou os olhos ao ver a pele arrocheada que estava evidente ali.

 – Jimin! ...Me solta! – Exclamou nervoso tentando puxar seu braço.

 – O que é isso, Taehyung? – Park perguntou sério analisando as várias marcas fortes contrastando com a pele bronzeada – Quem fez isso com você?

 Taehyung não respondeu enquanto evitava que seu olhar cruzasse com o do moreno. Em situações normais ele não era assim, não tinha vergonha de Jimin, mas o rapaz nunca lhe pressionava daquela maneira. E com os recentes acontecimentos ele não estava o mesmo.

 A dor que sentia em seu corpo não mais importava diante do tratamento que recebia de seu melhor amigo. De repente, seu braço foi solto, fazendo-o cambalear levemente para o lado. Voltou sua visão à pele dolorida pelo aperto momentâneo, alisando-a como se aquilo fosse ajudar a aliviar aquela horrível sensação de ardência.

 – Depois da aula, Taehyung... – Jimin iniciou com seriedade, fazendo com que o loiro o encarasse de forma brusca – Eu vou querer conversar com você, uma conversa séria. Você sabe onde.

 Sem mais palavras, dirigiu-se rapidamente ao edifício do colégio, em sua expressão fechada e pensativa. Odiava ter que agir daquela forma, mas não sabia o que fazer diante de uma situação daquelas. Perguntava-se se havia sido muito árduo quando seus pensamentos entraram em conflito, mas não importava, agiria da mesma forma muito mais vezes, se necessário. Tudo o que importava era a segurança de Taehyung.

 Enquanto isso, ainda imóvel ao lado de fora, o loiro permanecia com o olhar fixo em um ponto inexistente, repassando o infame acontecimento do dia anterior e imaginando como conseguiria explicá-lo para Jimin. O nervosismo resolveu tomar conta de suas pernas trêmulas enquanto adentrava, lentamente, o edifício escolar. Apesar da distração, a dor ainda não havia passado.

***

 Aos poucos seus olhos foram se abrindo, dando lugar à claridade. Espreguiçou-se debaixo das cobertas e passou a mão por seus cabelos morenos e bagunçados, inalou suavemente o cheiro presente no quarto e sorriu levemente reconhecendo o odor e o toque da pele macia na qual seu pescoço era apoiado.

 O garoto virou-se de bruços e pôs-se a admirar o semblante sereno do rapaz de cabelos rubros com seus olhos fechados em repouso. Observou atentamente as pálpebras e o traço que formava seus olhos fechados e bem desenhados. Desceu o olhar até os lábios rosados e delicados em contraste com a pele pálida totalmente lisa e riu baixo e contido percebendo os lábios levemente entreabertos. Levou o polegar até os mesmos, para fechá-los com cautela.

 Sentiu um sutil ardor em suas bochechas ao ver os cílios do rapaz ruivo adquirirem movimentação suave conforme seus olhos se abriam devagar. Aproximou-se com olhar curioso e um sorriso tênue, deitando-se por cima do outro com a barriga para baixo.

 – Bom dia. – Pronunciou-se enquanto inclinava a cabeça para esconder o rosto na curvatura do pescoço alheio.

 – Bom... Céus, como você é... – Yoongi disse aos risos baixos com a voz rouca de que acabara de acordar.

 Jeon estremeceu o corpo inteiro com aquela risada que era raramente ouvida, e com aquela voz... Apenas tornava a sensação mais agradável aos seus ouvidos.

 – Acho que deveríamos tomar um banho, não? – JungKook perguntou com a voz abafada.

 – Acabamos de acordar. Vamos esperar um pouco. – Yoongi sorriu e assumiu um pouco de malícia ao envolver as costas do garoto com os braços – Esperar...

 O moreno riu e levantou o rosto para unir os lábios num selar demorado. Separou-se e levou as mãos aos fios ruivos reluzentes, acaricando-os com ternura até que Yoongi o puxasse novamente para outro beijo. E outro. E depois outros mais suaves, alguns mais calmos e até um pouco desajeitados.

 – Quero uma coisa de você.

 Yoongi cessou os selares que desciam ao pescoço de Jeon, com sua fala súbita e o encarou em espera.

 – Quero que aceite recomeçar comigo. – O mais novo sorriu.

 – E o que você quer dizer com "recomeçar"? – Perguntou espremendo os olhos e acariciando com o dedo os fios negros.

 – Quero que seja meu. – O moreno fingiu um tom autoritário e colou sua testa sobre a do mais velho – Que esqueça do passado, do seu trabalho, de tudo... Vamos recomeçar do zero.

 – Tentadora a proposta... – Yoongi riu da expressão séria do mais novo, enquanto suas mãos delicadas percorriam a cintura magra do ruivo – Acho que... Posso pensar no caso.

 JungKook sorriu e uniu novamente seus lábios de forma lenta, calma e aconchegante. Finalmente as coisas pareciam voltar a dar certo para os dois enquanto descobriam um pelo outro novos sentimentos esplêndidos. Recomeçar era mesmo uma ótima ideia.

***

 Os olhos avermelhados e a pele branca contrastavam com seus lábios ressecados e com as marcas dos maltratos que seus próprios dentes neles provocaram. A expressão de desânimo permaneceu imutável enquanto girava a chave do portão de sua casa, e apenas um leve arregalar de olhos se fez presente ao ser recebido pelo loiro do qual ele havia totalmente esquecido estar em sua casa.

 A expressão do rapaz alto não parecia nada alegre com a chegada inusitada e extremamente atrasada do dono da casa. SeokJin sentiu a cabeça latejar e levou as mãos às próprias têmporas, massageando-as na tentativa de fazer passar a dor. Elevou o olhar num fracassado pedido de clemência e suspirou oferecendo ao maior um sorriso forçado.

 – SeokJin, onde você esteve desde ontem? Onde dormiu? Você não estaria no colégio a essa hora? – Namjoon perguntou direto, pondo-se de braços cruzados na frente da porta.

 – Eu adoro quando você finge que se preocupa comigo. – A voz do moreno saiu escassa e levemente falhada, ele empurrou levemente o mais velho para que saísse de frente da porta e que entrasse devagar – Na casa de uma amiga. – Mentiu e fez questão de responder apenas à segunda pergunta. Não seria oportuno dizer tudo o que havia feito com alguns de seus amigos naquelas condições.

 – Não me preocupo. – Soou seco e rápido – Eu não sabia que você dormia com amigas... Ou melhor, que se envolvia com mulheres.

 – Eu sou bissexual, Namjoon, já que você não sabe... – Falou ríspido, apoiando a testa na parede enquanto punha as mãos em sua cabeça dolorida – Mas não se preocupe, você é muito melhor que ela.

 – Não fuja do assunto. Por que você não voltou ontem?

 – Por que você quer saber? Queria ter ido comigo? Isso é algo muito pessoal de se pedir, sabia? – SeokJin se afastou da parede e seus passos cambaleantes foram parados pelas mãos do maior segurando seus ombros.

 – SeokJin, você está sóbrio? – Perguntou o loiro permanecendo com o olhar sério, inclinando-se um pouco para aspirar o cheiro do pescoço do moreno, em busca de algum odor diferente.

 – O quê? Ah... Por que está fazendo isso comigo?  – Perguntou em tom triste enquanto sua sensibilidade mais aguçada que o comum fazia seus pelos se arrepiarem e um suspiro escapar com a aproximação na pele de seu pescoço.

 – Você está drogado? – Afastou-se rapidamente, fitando os olhos do mais novo à espera de uma resposta, mas tudo o que recebeu foi um sorriso potencialmente obsceno enquanto os braços pálidos de Jin lhe envolviam o pescoço.

 Permaneceu imóvel quando os lábios impudicos tomaram os seus com necessidade. O moreno o empurrou até a parede, contra a qual o prensou e pôs-se nas pontas dos pés para ter melhor acesso à sua boca. Namjoon sentiu sabor de algo estranho, contudo o mais novo estava extremamente fora si para perceber o estremecer do corpo alheio.

 SeokJin mordeu e sugou o lábio inferior do loiro com força, porém apenas quando tentou deslizar a língua por entre os mesmos, acabou tendo seus pulsos segurados com força e rigidez, afastastando-o daquele contato. Grunhiu alto enraivecido tentando desvencilhar-se daquelas mãos indelicadas, porém sem sucesso.

 – O que você acha que está... Quem fez isso com você? – Perguntou o loiro, frazindo seu cenho.

 – E-Eu... Fui eu mesmo. Não importa mais. Gosto de ter a sensação de que está tudo bem, de sentir meu corpo mais leve e minha consciência menos pesada... Achei que você não se preocupasse. – Respondeu baixo levando a mão direita ao próprio pescoço, sentindo sua garganta arranhar – Eu tinha parado com isso... Eu juro... Foi a última vez... Eu juro...

 E continuou repetindo aquelas juras com os olhos arregalados. Percebeu sua voz se tornar cada vez mais fraca e escassa conforme a repetição das palavras era recitada, até que se tornasse apenas um fio quase inaudível e seus lábios se fechassem subitamente.

 Aos olhos de Namjoon, aquelas palavras pareciam ser pronunciadas por SeokJin mais para si mesmo, ou até para outra pessoa, mas não para Namjoon.

 – Do que você está falando? – Sua voz saiu confusa e mais exaltada, porém desconstruiu sua expressão rígida ao perceber os olhos do moreno cintilarem em lágrimas sendo formadas.

 – Eu não queria isso, ele me obrigou... Ele me persegue, Namjoon. É ele o motivo de toda essa... Insanidade... É ele quem eu vejo todos os dias antes de me deitar. Ele foi meu desejo, mas se tornou minha necessidade. É por ele que eu vivo, por ele eu respiro... Eu morreria por ele, ou melhor... Mataria. – Sua fala trêmula se tornou seca com a última palavra. Seus olhos escureceram em ódio lembrando-se do tal ruivo.

 – Espere. Jeon? – Fez uma pausa, mas logo continuou decidido – Ele está morto. E eu não estou sob o efeito de seja lá o que você tenha ingerido. Ele está morto, tenha certeza. – a voz do loiro saiu em um tom alto, ele queria deixar claro para Seokjin que o garoto se fora. Querendo ou não, teria que aceitar.

 – O quê? – O moreno perguntou em tom calmo e os olhos arregalados, focando o olhar em Namjoon – Mas eu o Vi... Eu não estou maluco... Eu o vi, você tem que acreditar em mim. Eu não sou louco.

 – Você precisa entender que ele morreu Jin, por que é tão difícil aceitar isso? Por que foi um amor não correspondido? Pois enquanto ele tava vivo, ele nunca precisou de você como você necessita dele.

 – Não... Isso é mentira...

 – É a verdade, Jin. Basta. Não queria ser direto assim com você, mas não tenho escolha. Apenas aceite.

 – Não... Não, não! Chega! – SeokJin levou as mãos aos próprios ouvidos enquanto fechava os olhos com força – Sai da minha casa.

 Namjoon não respondeu. Apenas recuou alguns passos para longe do moreno, encarando-o surpreso. Nunca imaginara que o mais novo reagiria daquela forma, mas também não revidaria. Provavelmente estava cego por sua paixão patológica. Era como algo tóxico, que consumia sua mente aos poucos.

 Pobre garoto, que tão jovem sentia as consequências de um coração e uma mente pertubados. Eis que chega ao estado mais deplorável de quando se está imerso em um sentimento profundo e não correspondido. Namjoon sentia pena.

 – Calma... Jin. Você não quer pensar melhor? Esperar esse efeito passar... – Sugeriu calmamente aproximando-se do moreno.

 – O que você ainda está fazendo aqui? Estou de saco cheio de você. – SeokJin segurou o braço do loiro e o puxou com toda sua força em direção à porta da frente, abrindo-a e arremessando-o para fora – Vá embora! Me deixe sozinho!

 Após estas palavras, Jin bateu a porta estrondosamente e a trancou, para logo se encolher sobre o chão agarrado às próprias pernas enquanto permitia que as lágrimas tomassem conta de seus olhos e os soluços atacassem sua garganta. Ouviu Namjoon berrar alguns xingamentos e continuar batendo na porta por mais alguns minutos, até que o barulho cessou e ele concluiu que o loiro havia ido embora.

 Se Namjoon estava com raiva, Jin sabia que estava fodido. Principalmente pois o tal efeito de substâncias químicas havia passado no dia anterior.

 O mais velho, por sua vez ao lado de fora, afundou-se no banco do motorista de seu carro após trancar as portas com força exagerada. Retirou o celular do bolso e encarou fixamente sua lista de contatos. Seus olhos ardiam em ódio apenas em avistar o nome "Yoongi" no início daquela lista.

 – Já chega de brincadeiras. – Murmurou para si mesmo com a voz firme e grave, apertando no ícone de chamadas do contato "Sr. Park".

 Observava a casa de SeokJin pelo canto dos olhos enquanto o telefone chamava continuamente pelo número do homem. Estava na hora de abrir o jogo. Park saberia de tudo o que Yoongi havia feito e, desta vez, Namjoon não pouparia argumentos para que uma punição severa fosse aplicada ao ruivo, depois que o encontrassem – e tinha certeza de que Park o encontraria –. Desta vez, o loiro queria e teria de revidar.


Notas Finais


Heeeey, obrigada por lerem, obrigado por todos que acompanham essa fanfic <3
Esse capítulo ficou menor do que eu esperava, mas é bem importante para o resto da história que virá a seguir. Peço que tenham mais um pouquinho de paciência por favor ahsuahau
Bye <3


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