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História Tomorrow - Recordação


Escrita por: Diabrete

Notas do Autor


Heeey, pessoas, eu disse que conseguiria postar mais rápido, aqui estou eu XD
Eu ia postar ontem, mas eu precisava adicionar mais algumas coisas e não deu tempo pois tive que sair. Estou feliz que não demorei tanto para terminar esse capítulo, espero que não tenha ficado muito pequeno e que gostem. ^^

Capítulo 22 - Recordação


 Yoongi paralisou e soltou o celular, deixando-o cair em seu colo. Não conseguia raciocinar direito, tanto que mal acreditara no que havia acabado de ouvir. Olhou para a tela e viu que a mensagem estava na caixa postal haviam dois dias. Era uma decisão difícil, mas ele só teria três dias para pensar.

 Com os olhos presos na parede, sua expressão era pensativa. Por que Park o chamava? E por que havia demorado tanto para fazê-lo? Ele sabia que não fazia assim tanta falta na máfia, então qual era o motivo de tanta exigência?

 Park havia citado as tentativas de contato de Namjoon, então aquilo queria dizer que o loiro havia aberto o jogo. Yoongi suspirou nervoso. Não importava o quanto as coisas parecessem estar indo bem, Namjoon estaria sempre lá para estragar tudo e acabar com sua calma. Parecia uma maldição.

 Às vezes preferia estar em um orfanato do que ter sido salvo.

 Estava tão distraído em pensamentos que nem percebeu quando JungKook apareceu na porta do quarto. Aproveitou que o garoto analisava o quarto distraidamente e escondeu o celular em seu bolso antes de levantar e caminhar até ele.

 – Seu dedo já está melhor? – Perguntou preocupado e segurou sua mão com cuidado para analisar a pele ferida.

 – Só arde um pouco... – o garoto sorriu – Hoseok pediu para chamar para o jantar.

 – Não estou com fome. – Suspirou soltando-o e sentando-se na cama – Podem ir sem mim, ok? Vou depois...

 – O que aconteceu? – JungKook se aproximou e tocou seu ombro – Parece mal...

 – Nada. – Forçou um sorriso fraco e segurou o rosto do garoto com as duas mãos – Está tudo bem, Jungkook. Só estou pouco enjoado... Só quero que vá lá e se alimente bem, ok?

 Jeon fez sim com a cabeça enquanto abria um sorriso tímido. O sorriso de Yoongi se tornou um pouco maior e ele aproximou o rosto para selar seus lábios brevemente antes de se despedir do mais novo. Suspirou e levou uma mão aos cabelos quando ele deixou o quarto.

 Sabia que não havia feito certo em omitir a mensagem de Jeon, mas achava que seria melhor não deixá-lo preocupado ou triste, por ora. Preferia decidir-se antes em cumprir ou não a exigência de Park. Eram muitos riscos, muitos fatores em jogo.

 Sua casa... Yoongi sabia que Park não estava falando da casa onde morava com Namjoon. Era a única coisa realmente sua, seu primeiro lar, sua primeira e última lembrança.

 Havia também uma possibilidade que o deixava assustado, a de Park encontrar sua localização. Ele apenas imaginava aquelas pessoas invadindo a casa de Hoseok... Yoongi se repreendeu. Desde quando era tão covarde? Toda aquela força e bravura construídas em todos os anos morando com Namjoon estavam desaparecendo.

 Mas o que aconteceria se fosse? Por que toda aquela exigência? Certamente, Yoongi sabia que não seria nada agradável.

***

 O pequeno menino pálido de cabelos negros corria desesperadamente pelos corredores daquela casa enquanto tinha seu braço puxado por seu pai.

 "O que aconteceu com a mamãe?"

 Ele perguntava com a voz embargada, mas sem respostas.

 "Cadê ela, papai?"

 Sua voz parecia não atingir o cérebro do homem. Ele estava inerte. Seu belo rosto naturalmente empalidecido parecia sem expressão, seus olhos tristes e a boca fechada. A mão de seu pai suava, mas o menino segurava forte para não soltá-la.

 Seu pai o encarou, pegou-o em seus braços e começou a caminhar devagar para dentro do quarto do casal. A atmosfera não era a mesma acolhedora de quando o moreninho caminhava até a cama dos pais nas noites de pesadelos assustadores. Ele podia sentir a tensão, a seriedade, o medo.

 Mais um tiro foi ouvido ecoando do andar de baixo. O pai estremeceu e apertou seu filho mais forte contra seu peito. Era a primeira vez que o garoto via seu pai chorar. Ele foi colocado de pé no chão e o homem de rosto molhado se ajoelhou em sua frente para que tivessem o mesmo tamanho, acariciando seus braços.

 "Eu não pude proteger sua mãe, mas estamos juntos agora, tudo bem? Eu quero que se acalme, quero que faça tudo o que eu mandar e não me desobedeça... Eu juro, Yoongi, nada vai acontecer a você."

 As orbes do pequeno estavam vermelhas e irritadas devido às lágrimas que seu pai agora enxugava com delicadeza. O homem o puxou para um abraço e acariciou seus cabelos com cuidado.

 "Eu te amo."

 A voz do mais velho saiu como um sussurro antes de se afastar e forçar um sorriso calmo para disfarçar seu medo. Ele se levantou e foi até a porta rapidamente para trancá-la. Olhou em volta à procura de janelas, mas estavam no segundo andar, morreriam se pulassem dali.

 Ordenou que o garoto se escondesse debaixo da cama e, mesmo hesitante, ele se arrastou até ali soluçando.

 "Você precisa ficar aí, não importa o que acontecer comigo, não importa o que ele fizer... Não saia daí... Eu..."

 As palavras do homem cessaram quando passos lentos e pausados foram ouvidos do lado de fora do quarto aproximando-se. Ele se afastou e arrastou a cômoda para frente da porta enquanto a maçaneta começava a mexer incessantemente. Ele estava tentando abrí-la.

 Os movimentos na maçaneta pararam por alguns minutos. Yoongi arregalou os olhos. Será que ele havia desistido? Havia acabado? Estavam salvos! A resposta era não.

 Um tiro foi desferido de repente na fechadura e a porta aberta instantaneamente. O pequeno viu apenas um vão entre a porta e o móvel que a bloqueava. Móvel este que foi empurrado e afastado com brutalidade.

 Tudo o que o garotinho podia era ver os pés e canelas dos dois homens e ouvir suas vozes como se estivessem discutindo. Apesar de saber que eles trocavam palavras, não conseguia entender, tudo o que escutava era como se fossem ruídos.

 "O meu filho não!" O pai berrou.

 Foi então que seu coração acelerou e a vontade de gritar tomou sua mente. O estrondo da arma foi tão grande que o som do tiro chegou arranhando impiedosamente os tímpanos da criança, porém o mais chocante foi a imagem do corpo de seu pai tombando diretamente ao chão e o sangue que manchava a blusa num ponto em suas costas.

 O menino não teve reação. Não gritou, não chorou, apenas arregalou os olhos observando os pés do segundo homem que vagavam de um lado para o outro de forma inquietante nos pisos daquele quarto. Seu corpo todo tremia e ele suava frio de medo. Não queria morrer. Seu pai prometeu que nada aconteceria, mas ele não estava levantando, não conseguiria protegê-lo enquanto dormia.

 "Papai, acorde."

 Era tudo o que o garoto conseguia pensar enquanto as lágrimas finalmente desciam silenciosas por seu rosto.

 O outro homem vasculhava incessantemente o cômodo, abria os armários, baús, até aproximar-se da cama em passos lentos. O moreno achou que era sua última chance para fugir, mas seu pai ordenara que ficasse sob a cama. Sendo assim, continuaria ali mesmo assustado.

 O homem se ajoelhou e o menino estremeceu, ele murmurou algo e então um grito estridente ecoou da sala. Era a voz de sua mãe. Ela estava bem?

 "Fuja, mamãe!"

 

 – Yoongi? Yoongi, acorde! – O ruivo despertou assustado deparando-se com Jeon de testa franzida sacudindo-lhe de um lado para o outro – Hyung, você... Estava gritando e se debatendo... – O garoto se afastou com o rosto corado.

 Confuso, Yoongi levou a mão até a testa e olhou em volta. Estava no sofá da sala de Hoseok. Estava escuro e ele estava suado deitado numa posição torta sobre o estofado. Arregalou os olhos e voltou a encarar o mais novo.

 – Você teve um pesadelo, hyung? – Pesadelo? Aquilo tudo foi um sonho? Nunca havia tido lembranças tão vívidas.

 – Eu... – Suspirou nervoso ainda trêmulo e sentou-se – Jeon JungKook, eu preciso te contar algo.

 Ele, então, pegou o celular que estava em seu bolso com as mãos ainda trêmulas e analisou a expressão confusa do garoto. Sinalizou para que ele se sentasse ao seu lado e assim o fez. Yoongi forçou um sorriso fraco e segurou seus ombros, desviando o olhar para baixo nervosamente.

 – Me perdoe. – Pediu em um sussurro apertando mais os ombros do mais novo.

 – Yoon... O-O q... – Jungkook teve sua fala interrompida quando o menor o abraçou e puxou seu rosto para um beijo suave e sem pressa, apenas para acalmá-lo e acalmar a si mesmo também. 

Quando separou seus lábios, sorriu ao ver suas bochechas rubras, porém mais relaxado. O abraçou novamente e começou a contar tudo, até mesmo sobre os infames acontecimentos de sua infância. Apenas esperava que ele o compreendesse e que pudessem decidir sobre a exigência de Park juntos.

***

 O tick-tack desconcertante do relógio parecia machucar os ouvidos do jovem louro sentado sobre o chão frio. Namjoon havia tomado a última gota da garrafa de cerveja, agora encarava a escuridão. Pela primeira vez, Yoongi não era o centro de seus pensamentos.

 Obviamente, ainda estava ansioso para o reencontro que Park requisitara ao ruivo, mas havia um sentimento de preocupação por parte de outra pessoa. Quando se viu, Namjoon estava pensando sobre como SeokJin deveria estar após expulsá-lo. Ele não tinha condições psicológicas para ficar sozinho, já que até em sua companhia o moreno parecia carente e sozinho.

 Sua vida se resumia ao garoto Jeon, e aquilo o levava a delirar e acreditar que estava vivo, presente e acessível. Sua mente não era saudável, pelo menos aos olhos de Namjoon, SeokJin era desiquilibrado, instável e... Frágil. Precisava de cuidados. Cuidados estes com os quais Namjoon havia se acostumado a oferecer, e até mesmo os apreciava.

 Espremeu os olhos e esforçou-se para enxergar algo que não fosse a penumbra e o breu total. Os pequenos pontos de luz que emitiam os eletrônicos daquela sala estavam turvos, como se ele estivesse usando óculos sujos. Apenas um objeto reluzia a luz da lua que vinha da janela.

 Um porta retratos de vidro.

 Namjoon levantou-se e pegou-o em suas mãos, aproximou-se da janela para que a claridade lhe permitisse ver melhor a gravura entre a fissura do material transparente.

 Yoongi, naquela época ainda com os cabelos negros, tinha os pequenos olhos espremidos quase fechados por conta do flash da câmera, os lábios entreabertos como se estivesse prestes a resmungar algo e as sobrancelhas franzidas. O próprio Kim havia tirado aquela foto de surpresa e contra sua vontade quando eram mais novos, inúmeras eram as vezes em que Yoongi pedia para retirar aquela imagem de cima da estante. Namjoon a mantinha apenas para irritá-lo.

 Num impulso de ódio, grunhiu e largou o porta retratos, ouvindo o vidro se espatifar no chão em um som estridente. Caminhou por cima dos cacos e da foto, amassando-a com seus sapatos nervosamente, então fechou os olhos e contou até dez para se acalmar.

 A lembrança de Yoongi pequeno, fraco e indedeso, tão dependente de si... Namjoon realmente tentou mantê-lo ao seu lado, o prendeu, fez de tudo para evitar que ele o deixasse, mas no final foi falho.

 Foi quando, de repente, o toque de notificação de seu telefone o assustou, fazendo-o encará-lo com as sobrancelhas franzidas. Apressou-se em recolhê-lo e abriu um largo sorriso quando as seguintes palavras apareceram em sua tela:

 "Min aceitou, ele virá à casa. Esteja lá às 16:00 comigo para encontrá-lo. Agora venha à minha casa pra que explique o que faremos. -Park."

 Sem hesitar, Namjoon deixou a casa em menos de um minuto. Seu rosto estava reluzente, finalmente teria seu Yoongi de volta.


Notas Finais


Este capítulo foi escrito à base de várias músicas depressivas de bad, não culpem a mim, culpem ao BTS e outros artistas por lançar álbum assim. -q
Apresentei um pouco da história do Yoongi, mas as outras partes vêm nos próximos. Espero que tenham gostado e por favor não arranquem minha cabeça e.e
Aos que comentaram no último, vou responder logo, estava apenas esperando terminar esse e postar.
Até o próximo, bye ^^


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