Primeiro encontro ------------- MG ∞ TR ------------------------------------
Na mesma tarde, Mérope saiu de casa para colher frutos, caminhou pelo vale pegando morangos e amoras silvestres, colheu folhas de hortelã, poejo e menta para fazer chá, com a intenção de "pegar emprestado" algumas laranjas, limões e o que mais achasse invadiu a terra dos Riddle e sem cerimônias pôs-se a catar as frutas, tão concentrada em sua tarefa de colher as frutas rapidamente não percebeu a aproximação de alguém.
- Peguei uma ladrazinha!
O som de uma voz fria e cortante, assustou Mérope e ela caiu sentada no chão, deixando os limões que segurava cair. Ela olhou assustada para cima e arregalou os olhos ao ver quem era. O objeto de seus sonhos, em carne e osso próximo dela, por Merlin, de perto ele era ainda mais lindo e perfeito.
- Vai ficar ai sentada o dia todo babando?
Só então ela percebeu a situação em que estava, foi flagrada furtando frutas, estava toda descabelada e havia colocado seu vestido mais velhos para andar no mato, sentiu seu rosto arder de vergonha e abaixou a cabeça.
- Desculpe. - sussurrou tão baixo que o rapaz não conseguiu ouvir.
- Fala igual gente! Não consegui te ouvir.
- Des... des.. culpa. - gaguejou ainda sentada no chão.
- Levanta logo! Não tenho o dia todo para ficar ouvindo você gaguejar. Qual o seu problema?! - Ele levou a mão para segurar o braço dela e puxar para cima, na mesma hora a garota se encolheu toda. "Será que ela acha que vou bater nela?" pensou, mas não se importou e com grosseria levantou a jovem.
Seu rosto se contorceu de nojo, quando viu aqueles cabelos espetados e cobrindo parte do rosto da garota, que usava trapos e parecia morta de fome.
- Pega as frutas que catou e some daqui. Nunca mais volta! Se te ver de novo, vou denunciar você para a polícia. Entendeu? - Esperou ela balançar a cabeça afirmativamente antes de soltar o braço fino da garota e ficar olhando-a enquanto pegava a cesta e saia correndo de perto dele.
- Que impertinência, nem agradeceu! Preciso lavar as mãos. - Disse para si mesmo fazendo cara de nojo. E seguiu seu caminho até o lago.
Mérope correu sem parar até em casa, quase sem fôlego se jogou na cadeira da cozinha. Não acreditava que ele a viu furtando, será que ele sabia quem era ela? Seu coração bateu triste quando percebeu o abismo que os diferenciava, não era só por ela ser uma bruxa sangue puro e ele um trouxa. Mas ela viu as roupas elegantes que ele usava, como estava limpo e cheiroso, como era bonito, enquanto ela... era o que era, não havia nada que pudesse fazer para mudar isso, ela precisava cuidar da casa, de seu pai e irmão, mal havia dinheiro para comprar comida e o pouco que tinha, seu pai gastava com bebida. Ela sabia muito bem que seu pai e irmão fazia serviços sujos no mercado negro, como contrabando de pequenos animais, entrega de objetos roubados e coisas do tipo, mas ela nunca via o dinheiro. Ficou sentada abraçando os joelhos e olhando a nova cobra de irmão deslizar pelo frio assoalho de pedra.
Enquanto isso, na beira do lago Tom refletia sobre a conversa com o pai, tinha conhecimento que não poderia fugir do trabalho, afinal como herdeiro, tinha que cuidar de sua herança! Já abrir mão de Cecília, a garota mais linda que ele já viu na vida, toda sorridente e tímida, mas se casar? Por Deus! Ele só tinha vinte e três anos! Mas se casar com Cecília...
Sem chegar em conclusão alguma, Tom deixou sua mente vagar, sem perceber estava pensando na ladra, por Deus, o que era aquilo que ela vestia? Será que não tinha nenhum senso de moda? Já vira mendigos mais bem vestido que ela! Aborrecido afastou o pensamento da aberração esquisita e voltou a pensar em Cecília, talvez casar com ela não fosse uma má ideia.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.