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História Toxicidade (Kakuhida) - Deslize - capítulo cinco


Escrita por: mclaraqc

Notas do Autor


Oe Oe Oe! Já louvou Jashin hoje? Não? Olha que eu te passo a foice

Como vocês estão? Passaram bem a semana? Espero que sim!!

Então, boa leitura <3

Capítulo 6 - Deslize - capítulo cinco


Os pratos já estavam quase vazios e o ritmo da conversa não diminuía, até mesmo os mais sérios dali, como Itachi, faziam piadas e comentários bobos, pareciam de fato um grupo de amigos de longa data. Os que se conheciam há mais tempo, como o trio, compartilhavam histórias constrangedoras sobre a infância e os que estudavam juntos desde o início, como Deidara e Hidan, não perdiam a oportunidade de esfregar acontecimentos na cara um do outro.

-E então esse idiota achou que seria uma excelente ideia pular do ponto mais alto da cachoeira direto na água. Era fundo e próprio pra isso, não tinha problema, -Deidara contava entre risadas- isso se o Hidan não houvesse pulado ao lado de uma das hastes de segurança.

-Deidara, não ouse... -Hidan simulou uma expressão irritada, não estava, apenas gracejava.

-Vou terminar de contar sim! Você contou aquilo que eu fiz na praia, agora vou te expor! A bermuda dele enroscou naquele negócio e rasgou, só deu o Hidan voando pelado até afundar na água, deu uma excelente visão da bunda dele!

Todos na mesa começaram a rir e o Jashinista a distribuir vários tapas nas costas do amigo, sua face estava vermelha, mas não era de raiva. Kakuzu se impressionou e sentiu o peito apertar: era a primeira vez que o via sorrir tão honesta e abertamente e, cara, que sorriso mais lindo ele tinha, seus olhos se fechavam e os cantos da boca se curvavam sutilmente. Naquele instante, o moreno decidiu que precisava ver mais daquele sorriso no rosto do garoto, precisava entender os motivos de seus traumas e ajudá-lo a se recompor, para que pudesse ser feliz mais vezes.

-Olha, eu promovi isso e ainda nem falei o que preciso, - Kuro ficou de pé de forma dramática- então me escutem aqui. Olha, eu fui um idiota e, se não fossem vocês, eu teria me dado muito mal. Então, obrigado por tudo e sinto muito, de verdade, eu sei que tem gente aqui nada a ver com a história, mesmo assim, obrigado. Ah, e Dei, foi mal pelo soco, mas o chute quem deu foi meu irmão, bate nele, não em mim.

-Vai ter volta, seu pirralho revoltado, vai ter volta. -não, ele não se vingaria, mas precisava manter sua pose.

-Tá, acabou? Porra, assim era só pedir desculpas na faculdade e sucesso! -Yahiko falou em tom de brincadeira, recebendo esporádicos “cale a boca” e um tapa de Konan ao seu lado.

Conversaram por mais meia hora e então começaram a ir embora. Itachi e Kisame saíram juntos, deixando Hidan para trás, ele não queria carona de volta. Obito e Deidara saíram alguns minutos depois cambaleando de sono, sendo seguidos por Kuro que iria embora a pé. Sobraram o trio, Kakuzu e Hidan; o último se despediu dos outros quatro e pagou sua parte da conta, fechando os botões antes abertos da camisa antes de sair no ar gélido do fim de noite.

Ele se sentia leve, mais leve do que a noite em que teve a oportunidade de dormir abraçado com alguém, sentia que teria paz naquela noite, sem pesadelos para atormentá-lo.

Desceu as escadas para o metrô pulando um degrau, passou seu bilhete pela catraca e se atirou em um banco na estação vazia, esperando seu trem chegar. Reclinou a cabeça no encosto, fechando os olhos e balançando os pés para não acabar dormindo; de repente, seus ouvidos o alertaram de passos se aproximando apressados, ficou na defensiva e abriu os olhos. Relaxou apenas quando constou ser Kakuzu se aproximando em passos largos, então, sua expressão mudou e arqueou uma sobrancelha.

-Está me seguindo é?

-Não, eu não andei de carro hoje, economizar gasolina.

-Entendi, mas você não mora no centro? Esse trem vai dar do outro lado.

-Moro sim, mas deu vontade de dar um passeio noturno.

-Stalker.

O mais velho se jogou ao lado de Hidan, mas não ficou muito tempo, logo ambos precisaram se levantar para entrar no trem vazio. Era início da madrugada, então não precisariam se preocupar com lotação ou falta de lugares, nem mesmo com o horário, era sexta-feira e não haveria aula no dia seguinte.

Sentaram lado a lado bem no meio do vagão e quase caíram um em cima do outro com a arrancada inicial. Se recompuseram e logo estavam entretidos em seus respectivos celulares, vez ou outra mostravam algum meme e riam fraco, mas nenhuma vez Hidan voltou a rir daquela maneira sincera, Kakuzu deveria se esforçar mais. Seis estações depois, estavam no ponto do Jashinista e absurdamente longe da casa do outro; ele se despediu e levantou, porém, acabou parando na porta e virando de volta.

-Ei, Kakuzu-chan, -ele não demonstrou, mas ficou feliz com o apelido, principalmente considerando que “se conheceram” naquela semana e era raro alguém tão fechado para relações apelidar outra pessoa assim- amanhã não tem aula. Passa na minha casa amanhã, vamos beber com os meninos.

Dado o recado, saiu do vagão antes que o maquinista aparecesse para enxotá-lo por segurar a porta, deixando o outro surpreso para trás. Não minto quando digo que ele estava surpreso e, agora sozinho, poderia pensar sobre; sabia que não possuía a total confiança do Jashinista, mas era um grande avanço para ele ser incluído em um programa entre amigos assim. O único dilema que rondava sua mente era: revelar que o conhecia há muito mais tempo pelo pseudônimo Shinigami ou esconder e manter a vida dupla? Era complicado, pelo menos não passava mais pelo transtorno de diferenciar “os dois” e agora poderiam muito bem juntar as duas personas e tentar decifrar o verdadeiro “eu” de Hidan.

Não sentiu as estações passando e, ao tomar consciência da realidade, já estava em casa. Saiu do trem pensando que a conversa com Hidan estava encerrada naquele dia, mas ainda precisava assumir o posto de Go Ares e responder às mensagens de Shinigami. Mesmo assim, mantendo a duplicidade, não precisava apagar de sua mente o sorriso bonito e raro visto mais cedo.

 

=

 

Como imaginado, Hidan passou bem naquela noite, pôde descansar tão bem quanto a vez em que dormiu com Itachi; concluiu que seu problema não era dormir sozinho, mas sim, passar o dia todo isolado e remoendo seu passado. Quando se distraía, tinha uma chance de paz. Sentou-se na cama e esticou a coluna, alongando os braços e estralando os dedos dos pés, girou o pescoço e soltou um grunhido pelo som alto dos ossos se mexendo; levantou sentindo a pele arrepiar pelo contato com o chão frio, andou diretamente para a cozinha a fim de preparar algo de café da manhã, optando por uma salada de frutas simples. Não era uma pessoa saudável, simplesmente estava sem paciência para preparar algo mais complexo.

Sentado no balcão da cozinha enquanto comia, começou a pensar na proposta feita para Kakuzu. Não tinha o hábito de reunir os amigos em sua casa, mas decidiu que poderia ser uma bela iniciativa, o único problema seria ter que passar em um mercado para comprar bebidas e algo para servir. Abrindo seu aplicativo de mensagens notou um grupo novo intitulado “Akatsuki”, um grupo com todas as pessoas que conheceu nos últimos dias, não entendia como conseguiam criar laços tão rapidamente ou o que significava aquele diabo de nome, só sabia que agora fazia parte da tal “gang”. Enviou alguns e-mails para Go Ares e desligou o aparelho, tirando as roupas na em frente a máquina de lavar e deixando-as lá mesmo, iria tomar um banho antes de sair.

Enquanto esfregava shampoo em seus fios, riu sozinho pensando em como tudo estava diferente. Mal falara com o dono do blog nos últimos dias e, há pouco tempo, ele era basicamente seu único contato; agora estava mais ocupado com as verdadeiras pessoas, verdadeiras e que poderia tocar... odiava pensar que estava virando um bobo sentimental, não queria se apegar tanto a eles e não gostava de pensar sobre como sua companhia o fazia bem. Puxou a toalha e desligou o registro, ao secar o rosto sentiu os fios quase transparentes da barba por fazer e optou por não a fazer naquele momento, precisava antes decidir quem convidaria para a confraternização.

Não poderia simplesmente chamar todo mundo, muito menos gostaria de tamanho alvoroço em sua casa. Queria convidar Nagato e Kuro, se estavam forçado irmandade iria “chutar o balde” e forçar também, era divertido pelo menos; hesitou em chamar Deidara e Itachi, se viessem, seriam acompanhados por seus namorados, também amigos de Hidan, mas então já atingiria o número máximo de pessoas que aceitaria então, desta vez, ficariam de fora; Kakuzu já estava convidado, precisava apenas enviar seu endereço. Três pessoas já estava bom, não queria gastar muito com o saquê também.

Vestiu a mesma roupa do dia anterior, acrescentando apenas um casaco. Preparava-se psicologicamente para enfrentar muita gente na rua, era sábado, dia dos desocupados, assim como ele.

 

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Kakuzu estava se sentindo eufórico por alguma razão que desconhecia, dirigia com uma velocidade acima de seu normal, ainda na faixa de segurança, porém, e apertava o volante. Sabia que gostava da companhia de Hidan e, mesmo com o jeito rude e introvertido, o considerava um bom amigo. Todavia, sua euforia não estava apenas nisso, estava muito concentrada no que Hidan representava para si: ele era o exemplo do quão poluído o mundo estava. Como Shinigami, relatava histórias de violência diária vivenciada e descrevia raivosamente seu repúdio pela humanidade; como pessoa física, era mais discreto quanto a seus pensamentos mais profundos e muito menos preocupado, aparentava estar sempre desleixado e alheio para com as outras pessoas. Ele era o exemplo perfeito do que o mundo nos forçou a ser para que não fossemos linchados.

Estacionou o carro na garagem de visitas do prédio em que ele vivia e tocou a campainha do andar de Hidan, recebendo permissão para entrar em menos de um minuto. Foi recepcionado por Nagato e adentrou o pequeno apartamento analisando cada detalhe, era minimalista, a cara de seu dono. O ruivo trancou a porta e voltou para o tapete onde estava sentado com Kuro e Yahiko.

-Ué? Yahiko? Não sabia que você iria vir.

-Nem eu. -ele se levantou e apertou a mão de Kakuzu- Vim de penetra.

-Entendi, cadê o Hidan?

-Aqui. -Hidan saiu de um cômodo que parecia ser seu quarto, ele usava apenas suas calças e o colar com um símbolo estranho, seu cabelo não estava coberto de gel como de costume, estavam bagunçados, substituiu os piercings de argola na orelha por alguns em formato de hastes- Oe, Kakuzu-chan, você viaja demais! Pegue na pia uma garrafa, senta por aí, fica de boa.

Ele obedeceu, pegou alguns copos também e se sentou ao lado dos outros meninos. Eles falavam sobre assuntos aleatórios enquanto viravam copos, as palavras começaram a ficar bastante enroladas, mas ainda entendíveis. As cinco garrafas compradas pelo anfitrião já estavam acabando e os assuntos só começando, falavam cada vez mais alto e riam atoa, assuntos cada vez mais dispersos e as mentes nubladas. Algumas horas depois, Yahiko estava deitado no assoalho da cozinha enquanto chorava, dizendo que Konan não o amaria da maneira que ele a amava, Nagato e Kuro estavam dividindo uma poltrona e estavam fazendo uma guerra de polegares enquanto chutavam suas canelas; Hidan e Kakuzu estavam lado a lado no sofá e dividiam a última garrafa, suas cabeças estavam inclinadas e encostadas no encosto, se encaravam de perto e possuíam consciência para manter um assunto razoável.

-Mentira que você tá fazendo Economia só pra ganhar dinheiro. Por que não pegou um daqueles cursos duvidosos de investimento na internet?!

-Ah, para. É, é verdade, ser um agiota não daria certo, fui pelo caminho mais difícil mesmo. -Kakuzu puxou a garrafa da mão do outro e tomou um gole considerável- Não sei, ultimamente acho que o dinheiro é a única coisa que tem salvação.

-Você é um fútil.

-Talvez eu seja. -de repente começou a dar alguns tapinhas no ombro de Hidan e a apontar em direção a poltrona, onde Nagato e Kuro trocavam um beijo um tanto quanto acalorado- Ei, olha lá.

-Ah, não! Não mesmo! Se eles inventarem de transar aqui eu vou forçá-los a comprar uma poltrona nova e depois jogo os dois de mãos dadas pela sacada!

-Deixa eles, deixa os rapazes viverem. Falando nisso, você ficaria com alguém que acabou de conhecer, Hidan? -ele já nem entendia mais o que perguntava.

-Não. Não sei, já fiquei com muita gente mas, sei lá, hoje em dia, a ideia de tentar algo assim me assusta.

-Por que? -a expressão dele se fechou e puxou a garrafa de volta das mãos do moreno, jogando-a no canto do sofá, com uma feição acanhada no rosto.

-Não confio em pessoas, aprendi que não vale a pena. -como um passe de mágica, sua expressão se suavizou um pouco- Vem, vamos lá no meu quarto. Tenho sorvete guardado em um frigobar, vamos dividir.

Ele se levantou e puxou Kakuzu pela mão. Diferentemente do resto do apartamento, seu quarto era todo decorado por algumas imagens de personagens e uns símbolos estranhos pintados no armário, a roupa de cama era estampada em preto e branco e a parede de cabeceira era pintada em um tom cinza escuro. Abaixo da janela tinha uma escrivaninha e um pequeno freezer, de onde Hidan tirou um pote de sorvete de creme e menta com chocolate e duas colheres; Kakuzu se sentou sobre os travesseiros da cama e o outro se jogou ao seu lado, entregando-lhe uma das colheres congeladas e abrindo o pote para dividirem. O mais novo tinha colocado um moletom preto com um bolso frontal quando começou a escurecer em decorrência das correntes de ar pelas janelas abertas, agora ficava mexendo em uma bolinha de gude guardada ali, parecendo alheio a tudo.

-Hidan... -a mente de Kakuzu girava um pouco, mas ele sabia que deveria perguntar algo, o que era mesmo?- Deixe de lado, eu esqueci.

-Não! Agora estou curioso, trate de lembrar.

-Bem, eu... o que era? Ah! Lembrei: o que que aconteceu com sua mãe?

Hidan ficou tenso e se sentou na cama, sentindo o entorpecimento da bebida se esvaindo, seu semblante era confuso e sério, encarava fundo os olhos verdes.

-Kakuzu, eu nunca mencionei minha mãe para você... Como sabe que alguma coisa aconteceu com ela?

 

 

 

Continua


Notas Finais


Kakuzu: eu não preciso de ninguém pra fazer merda comigo, eu sozinho boto minha vida em perigo! *desce até o chão*
É, parece que alguém vai virar janta de deus do mal

Olha, eu não revisei nem as notas iniciais e nem as finais, meu olho está dilatado graças a um exame de visão que fiz hoje, então mal estou enxergando um palmo. Qualquer erro ou besteira que tenha escrito, culpem meu globo ocular

É isso, espero que esteja gostando!! Até segunda <3


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