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História Tradição da Caçada - Casualidade


Escrita por: Tulyan

Notas do Autor


Sim! Mais um horário novo de testes OwO

E sim! Podem comentar, q eu n vou morder... muito.. forte.

Capítulo 13 - Casualidade


A porta da viatura é aberta de uma vez, o cinto do carro arrebenta enquanto Tim sequer precisa olhar para saber quem é, o retrovisor avisa.

— Recarregando! – ele anuncia, mostrando os dentes pela fúria do combate, e tão logo, os disparos da pistola ecoa acima da sua cabeça enquanto o braço do Matt o envolve pela cintura e o retira do carro como se as suas pernas não estivessem úteis.

Sentindo o frio do chão com as patas, Tim arrepia as costas pela diferença de temperatura que seu corpo tem, e da cintura tira outro pente, só para colocar mais bala no cano, puxar a trava, e apertar o gatilho freneticamente, outra vez.

Com as orelhas baixas e a luz amarela dos disparos clareando o seu rosto e presas, o guepardo logo sente o seu amigo colocar mais um pente na sua cintura. Mas, logo depois, o carro é lançado para trás com tanta força que o paralamas arrasta no chão espalhando faíscas, no mesmo instante que ele se vira e cai com as rodas para cima.

— Essa merda não morre! – Tim recua dando meia dúzias de passos para trás. – O que é isso Mattew!?

— Eu sei lá caralho! – ambos veem aquela massa negra se erguer no alto, os braços com garras longas saem de dentro da escuridão, apenas rachados por conta das balas que tanto tentaram-no cravejar.

E com a sua bocarra arreganhada, o vórtice de trevas que o rodeia espirala e adentra a sua boca como um furacão de morte.

— Que isso! – caindo as orelhas, o agente Nanci sequer entende como algo assim é possível.

— Tim! – pelo canto de olho, ele vê o seu amigo que o fita, e dali, do fundo dos seus olhos, o brilho vermelho volta.

— Não! Agora não! Você não tá bem pra isso! – desesperado para pegar o próximo pente, o guepardo não quer admitir, mas contra essa coisa, que sequer balas fazem efeito, ele... – Não...

Mas, o seu corpo não aguenta, não agora.

Porém, antes que pudesse ver o vermelho aflorar dos olhos de Matt, algo enorme atinge a criatura negra com tudo, Nero a agarra e juntos batem contra uma janela do segundo andar de uma casa, o vidro estoura, gritos dos poucos que ficaram par ver soam alto, e tão logo, a criatura se ergue dentro do quarto de uma criança fã de Warcraft. Rosnando alto, o lobisomem tenta despedaça-la com as suas garras, mas, como se pudesse mudar de estado físico ao bel prazer, as garras negras dele simplesmente encontram o nada, o que não pode ser dito dessas da criatura.

— Tira a Muri daqui Tim! Os reforços vão chegar logo! – sem falar nas dezenas que devem ter chamado a polícia também.

— Você vem comigo! – o guepardo diz enquanto recarrega a arma, mas, o som pesado de vidro e metal é alto, pois, o lobisomem afunda-se contra o resto do carro, com cinco cortes imensos lhe talhando o peito.

Antes que pudessem reagir, aquela coisa preta se expande no céu, como se querendo dominá-lo e tirar a pouca luz que atravessa as nuvens cinzas. Porém, quando som de sirene chega até eles, aquilo, de alguma forma, perde o interesse e simplesmente espirala num fio negro que voa tão rápido quanto uma bala, semelhante as várias que iriam na sua direção se dependesse de Tim, que arfa pesado, com o coração na garganta.

Suas patas molham o chão pelo suor, seu focinho rosado chia pelo tanto de vezes que respira, e, finalmente, pode deixar a dor da batida tomar contra do seu peito, das suas pernas e do seu braço, que já nem aguenta segurar o fuzil, que sequer podia deixar de lado, já que estava quente com o inferno.

Porém, os seus olhos vão para trás, Matt apertava os punhos, e sua aura vermelha então, simplesmente diminui. E isso faz Tim se aliviar muito.

— Tim... está tudo bem? – o humano pergunta, mas, logo ouve as sirenes, o apoio chegou, finalmente.

 

• ────── ✾ ────── •

 

— Ele não atropelou ninguém. – um dos policiais ao lado explica para uma elfa que gritava sobre o que Matt fez a alguns minutos naquele bairro. – Senhora, com todo respeito, dá o fora daqui caralho. – por fim, o policial perde a paciência e joga fora a máscara de bonzinho que queria manter, mas ninguém merece.

O humano escora-se no metal da ambulância, e logo observa a escuridão da tarde, que, com o clima se sempre, era igual à noite. A comoção dos policiais se dispersa da sua direita, alguns até entram no hospital municipal enquanto um deles, com o rosto sério, segue em sua direção. O som de seu coturno contra o cimento grosso do chão é parecido com os de algumas viaturas que dispersam e saem para fazer as suas rondas diárias.

— Uma viatura capotada, dois feridos... três na verdade. – Anandra aponta para o fundo dessa ambulância, onde o guepardo antes foi consultado por alguns dos paramédicos. E que agora está lá dentro. – Eu diria que você é muito imprudente, que não pensou no que poderia acontecer com os dois sob o seu comando.

— Aquele lobisomem também está ajudando. – com a voz um pouco rouca e cansado simplesmente por ter evocado seu poder, Matt apenas relembra de Nero. Anandra vasculha na sua mente e recorda daquele rapaz que levaram junto nessa ambulância, estava muito mal, porém, a alguns minutos recobrou a consciência, até agradeceu seu amigo Agol por ter buscado sua jaqueta e coturnos, e claro, por terem dado roupas novas pra ele além.

— Um membro de tribo. – sem entender o que perguntava ao agente, a elfa simplesmente ri para o céu escuro. – Você sabe que isso é irresponsável e perigoso para toda a investigação, não sabe? – com o olhar indo ao lado, como quem estivesse recebendo um concelho do vento, Matt apenas assente com a cabeça algumas vezes.

— Alguns queriam acusar vocês de formação de quadrilha, coisas assim, mas... alguém lá de cima fez muita gente ficar quieta. – a mulher comenta, arrumando a postura que apertava a sua coxa contra a farda.

— Eu até acharia estranho tudo isso, mas, vindo de vocês... – ela escreve algo na sua prancheta, lembrando do cargo dos dois agentes, só que, Mattew em específico, é o mais curioso. – Bom, ao menos impediram o assassino de matar mais um, bom trabalho. – e mais uma vez, se restringindo a breves movimentos, ele acena com a cabeça, o humano vira o copo café forte que lhe deram, estava um pouco gelado, mas não importa.

— Obrigado. – havia muito mais alívio na sua voz do que pode parecer, mas.

— Um dos oficiais pegou a descrição do assassino com a sua prisioneira. – a mulher comenta, se sentando um pouco mais no fundo da ambulância, que estacionaram no fundo do hospital municipal. – “Eu sinceramente acho que você não devia deixar que ela usasse entorpecentes!” Seria o que ia dizer antes do Ross me contar que o Tim e o lobisomem descreveram o mesmo.

— E o que descreveram? – apesar de estar fresco na sua mente, como um holograma de ultra definição, seu desejo é saber se aquilo é realmente real.

— Uma criatura de porte grande, que parecia exalar fumaça enquanto flutuava sob nenhum meio visível. – ela lê o que está na prancheta. – E em meio a fumaça, ossos canídeos se projetavam, aparentemente sendo as únicas partes de seu corpo danificada pelos disparos de fuzil H471. Nenhum órgão foi observado, nenhum músculo ou sequer sistema muscular, sendo classificado, portanto, como um ser sobrenatural, e possivelmente mágico.

— O Tim que notou isso? – brincando com o seu amigo, Mattew aponta para o papel enquanto a mulher fica do seu lado, observando as viaturas restantes, paradas afrente.

— O delegado vai querer falar contigo sobre o caso, mesmo que sejam agentes federais, ainda temos que produzir o relatório com o depoimento de vocês, tudo bem?

Apenas balançando a cabeça, Mattew aperta os olhos, doloridos pelo que quase teve de fazer, de novo, não que devam saber disso, é melhor assim...

— Só estou preocupado Anandra, aquela coisa me parecia muito diferente de tudo que já vi.

— Diz que... não parece ser mágico? – afinal, Mattew é um dos mais bem treinados nessa ciência por aqui.

— Com certeza é algo de classe sobrenatural. Diria que está mais próximo dos Infernais de Singapura, talvez até seja alguma coisa parecida. – os olhos da elfa estalam, surpresa em ouvir sobre essas criaturas, monstros para muitos, que fazem do seu corpo a fonte de fogo.

— Um Infernal... – a elfa olha para a descrição que na sua mão estava, há semelhanças, principalmente na parte dos ossos.

— Só que uma versão muito mais forte, apenas sem a capacidade de falar, ou ao menos não estava afim.

Fazia muito tempo que não lidavam com algo assim, dessa magnitude, por isso, sua barriga torce, e enquanto deixa a prancheta de lado, Anandra respira pesado, e deixa de lado um pouco da formalidade, passando a mão sobre a cabeça, resolve deixar a situação mais clara, talvez mais para si do que para o agente a sua direita.

— Sabe quem é a vítima?

— Era um garoto, não prestei atenção. – ele confessa, por mais que pareça errado para um oficial da lei dizer isso, é a verdade.

— Yuri, 25 anos, filho do alfa da tribo do seu coleguinha.

— Ah merda...

— O que foi? – a elfa o questiona virando o rosto, que logo é iluminado pela luz que vem de dentro da ambulância na qual se sentam.

— Quem mais sabe disso?

Antes que ela respondesse, o som de motos pesadas e carros envenenados ficam cada vez mais alto pela rua larga e escurecida pela noite que vem da avenida logo a direita. Tarde demais.

 

(12 minutos e 4 ligações mais tarde)

 

— Foda-se a polícia! Eu quero ver o meu filho! – aquele lobisomem imenso range os dentes e punhos.

Mas, ao contrário de seus capangas, que estavam a um passo de se transformar, Mantis demonstra um controle absurdo de si, pois, dentre todos, é quem devia estar mais agitado. Talvez seja por conta dos quinze policiais ali, prontos para usar as suas armas, que mesmo de longe cheiram a mercúrio.

— Tem uma placa ali. – um dos policiais, trajado de preto como todos, aponta a porta ao lado. – Proibido animais.

— Seu filho da puta. – esse comentário tumultua os dois lados desse impasse, um pavio acesso que chegava à bomba se...

— Pessoal, vamos falar baixo? Estamos num hospital. – vindo pelo corredor iluminado por lâmpadas longas presas ao teto branco, como as paredes impregnadas com o cheiro forte dos produtos de limpeza.

Mattew a pouco saiu da sala onde estava Muri e Tim, não que tenham se machucado muito, mas precisam descansar bastante, merecem.

— Agente! – alguns policiais o identificam.

— Matt! Esses vândalos querem entrar aqui! – e com toda a confusão dos últimos anos, as leis podem ser torcidas.

— Esse é o alfa do Nero. – o humano comenta, colocando as mãos nos bolsos do seu traje de agente federal, mesmo que não seja considerado um.

— Os dois estão bem, se recuperam bem rápido. – aliviando, ao menos um pouco o desespero no coração de Mantis, Mattew estala a língua, decidindo por si mesmo. – Você pode entrar, mas os outros ficam aí fora.

Virando-se e seguindo hospital a dentro, ele tem as suas costas observadas por todos os policiais, surpresos, mas sabem bem quem manda aqui. O mesmo vale para os lobisomens, que por mais que avisem sobre os riscos de ser uma armadilha, não mudarão a decisão desse pai.

 

Na U.T.I., o som dos diversos aparelhos sequer incomoda os ouvidos daquele grande homem, que mal se vestiu, uma blusa cavada mostra suas tatuagens diversas e tribais, calças jeans um pouco rasgadas e botas pretas chegam até o chão acinzentado, que só por estar de pé não demonstra o nervosismo acelerado desse lobisomem.

Que é sombreado pela maca onde o seu filho estava, cheio de faixas e ataduras sobre o corpo, sem falar nos tubos e fios que se ligam as máquinas atrás.

— Ele foi atacado pelo assassino, o mesmo que vem aterrorizando na cidade. – Mattew escora da porta cinza do quarto, onde o número quinze é desgastado pelo tempo, que desbota o preto. – Consegue pensar em algum motivo?

Tentando ser o mais cuidadoso que pode, para não o desestabilizar mais do que está, Matt apenas o deixa quieto no seu quase silêncio, pois murmura alguma coisa que sequer deseja ouvir, não que isso por si só o impedisse.

Antes que o deixasse ali sozinho, saindo de cima da porta e por isso ativando o mecanismo que a força a ficar fechada, ouve a voz pesada daquele homem.

— O Nero tá bem? – acariciando o rosto do seu filho em coma induzido, mesmo que só por algumas horas, que precisa para a sua regeneração sobrenatural termine a sua parte.

— Quarto dez. – não seria Mattew que iria contar para ele o que houve, não é seu trabalho, sequer tem vontade. Porém.

— Ele estava vigiando o meu filho? Ele sabe porquê...

— Estava procurando ajuda pra achar o assassino, se tinha outras ideias, sugiro perguntar pra ele.

— Você tava lá... sabe o que era?

— Não, e é por isso que tenho medo.

— Hah... medo? – os olhos alaranjados viram-se ao humano. – Policia com medo?

— Não quero que os meus amigos acabem numa maca dessa. – apontando ao filho desse lobisomem imenso, toca no ponto que é frágil para as alcatéias.

— Nero disse que vocês eram gente boa, que bom que estava certo. – passando o antebraço nos olhos, ele segue na direção do agente, que sequer sai do lugar, abaixo do arco da porta. – Obrigado pelo que fez. – estendendo a mão, o alfa cumprimenta o humano a sua frente, que, sem medo algum, completa o gesto.

— Não fiz sozinho, todo mundo ajudou um pouco.

— E eu quero também, se eu deixar na mão desses merdas, metade da cidade morre antes de algo ser resolvido. – e só depois de lembrar com quem fala, Mantis sorri de canto de boca. – Desculpe.

— Não precisa, eu sei como é. – e antes que seguisse para o quarto dos seus amigos, Matt para outra vez. – Olha. – ele aperta os dedos contra o cenho, incrédulo de que diria isso. – Estão chamando reforços, vão prender vocês todos. – e por mais que isso não fosse surpresa pra ninguém. – Tem duas portas de emergência no final do corredor a esquerda. – o humano comenta.

— Quanto tempo? – se chamaram eles a uns dois minutos... Matt estima.

— Uns quatro minutos, o Nero está bem pra correr. – com as mãos a sua frente, comenta sobre a forma diferente que eles podem correr.

— Tranquilo. – e dessa vez seria Mantis a falar algo mais, porém, não vai confiar num policial assim fácil, não é burro, apenas precavido. – Boa sorte ae.

Era a única coisa que ele pensa agora, ao menos não ficou atrapalhado com as palavras como sempre. E claro, pode ser gentil no final das contas.

— Boa sorte pra você também. – fechando a porta do quarto para deixá-los a sós, Matt observa os policiais mais ao fundo do corredor, prontos para socorrê-lo caso algo acontecesse, ou melhor, prontos para eliminar o grande problema.

Caminhando rumo ao outro quarto, observa os médicos que transitam pelo corredor, afinal, como as caixas de som nos cantos entre a parede e o teto falam, um acidente dentre dois caminhões e alguns carros produziu algumas dezenas de “problemas”.

Apertando os lábios pelo absurdo que ouviu, Matt apenas se limita a seguir o seu caminho, afinal, ficar puto, a muito tempo, não muda nada.

 

Sentada na sua cama, Muri limpa os pequenos cacos de vidro das patas com um pano umedecido com anestésico, daqueles de spray, que a ajuda a resistir a essa dor fraca, mas chata que a impede de sequer apertar os dedos.

— Então, estão fazendo rondas intensivas, agora que sabemos como ele é, temos alguma chance. – Matt se senta ao lado de Tim, que, como ele, come a gelatina que veio num potinho pequeno e branco, o sabor de morango, mesmo que artificial, é maravilhoso.

— Hm, o garoto lá é filho do Mantis, a tribo dele é a maior daqui. Será um problema. – o guepardo comenta, lambendo o fundo do pote com as orelhas caídas.

— Não diria um problema.

— Acha que podem ajudar?

— Ter uma tribo inteira caçando o mesmo cara que a gente tem suas vantagens.

— E quanto ao líder deles? – e com o som dos policiais correndo do lado de fora do quarto simples, Matt sorri para o seu pote, enquanto espera pacientemente pela ligação.

Afinal, foi mais do que um aperto de mão, não foi?


Notas Finais


:3


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