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História Transbordando Ódio - A primeira missão


Escrita por: MarcusArboes

Notas do Autor


Ação, intensidade e uma ambientação incrível, conheça a história de Jonatã em "O ladrão de Ossos" (Link na descrição)

Capítulo 11 - A primeira missão


Fanfic / Fanfiction Transbordando Ódio - A primeira missão

Não era fogo nem alegoria

Não era fuga também

Não era medo da melancolia

Era o dia de bem

 

— Eilif! — Já haviam se passado quase dois dias desde aquele ataque à casa dos Whillemberg, meu corpo incrivelmente se recuperou rápido, como aconteceu em todas as outras vezes em que eu fui ferido gravemente — Eilif! — Eu não sabia ao certo se estava de fato acordado, mas parecia que algo estava me chamando, ou enchendo minha paciência lá no funo — Abre essa merda! — Me levantei num susto, aquilo não era sonho — Anda logo! — Era Dea, do lado de fora da janela do quarto escuro. Olhei vagamente pro relógio na parede que era levemente iluminado pela luz da lua. Eram cerca de 23 horas da noite e eu não sabia o que diabos aquela menina tinha vindo fazer no meu quarto, mas ela me visitou naquele dia pela madrugada, assim como foi mais ou menos na madrugada em que a vi chegando pelo esgoto do dormitório. Talvez fosse esse seu horário de trabalho... trabalho? — Porra, seu idiota! — Me levantei, ainda nas vestes de dormir, e abri a janela para que ela entrasse — Temos trabalho pra fazer hoje — Disse antes que eu perguntasse o que diabos ela tava fazendo ao tentar entrar pela janela do meu quarto naquele horário.

— A casa tem porta da frente, sabia? — Vesti uma camisa por cima da regata de dormir.

— Whillemberg e sua esposa não gostam de misturar o mundo dos õnnis com a vida pessoal deles, então eu evito — Eu fiquei à encarando, esperando que ela entendesse que eu queria me trocar, mas ela ficou parada na minha frente.

— O que foi? — Ela perguntou após um breve silêncio inútil.

— Eu preciso me trocar...

— Anda logo com isso, você acha que eu nunca vi um cara nu antes? — Ela não sorriu, não tava brincando, mas ao menos se virou e foi saindo pela janela.

Após eu me trocar, a segui, saindo, ainda com certo cuidado — O que vamos fazer? — Após saltarmos do segundo andar, saindo pelos fundos da casa, ela respondeu, enquanto cobria a cabeça com o capuz do seu casaco branco.

— Vamos impedir que um encontro aconteça — Eu a olhei, sem entender exatamente o que era — Existe uma grande transportadora de drogas holandesa que está negociando com uma empresa financiada pela Col Blanc — Tinha que ter algo metido nisso — Um membro importante dessa empresa irá se encontrar com um representante do tráfico holandês, nosso dever é eliminá-los.

— Não podemos fazer justiça apenas prendendo-os?

— Você acha que a polícia é justa? Tem gente de todo tipo lá dentro — Ela sorriu, enquanto entrávamos na estação de trem. 

— Isso não parece certo pra mim — De fato, eu não via necessidade em matar pessoas que eu não odiasse. Ela apenas me olhou com uma expressão de poucos amigos e me ignorou.

Dea pagou as duas passagens e seguimos para a área de espera da estação. Ela ficou mexendo em um celular, que só Deus sabe como uma detenta de reformatório tinha, deixando o clima silencioso, já que o local onde estávamos parecia quase vazio. 
O trem finalmente chegou e nós entramos. Assim como estação, também tinha poucas pessoas.

Ao descermos do trem, Dea saiu das ruas principais e começamos a nos mover por becos escuros e fedorentos, aquele lugar parecia um subúrbio — Nosso alvo principal é o fornecedor holandês, mas ninguém deles e da empresa amiga da Col Blanc pode sair vivo disso, a ideia é que dê a entender que não houve um acordo e o grupo holandês desfaça acordos comerciais, prejudicando a sequência do tráfico aqui dentro. — Agora fazia um pouco mais de sentido, mas me incomodava ter que matar pessoas por isso, e eu não sabia como iríamos fazer isso só nós dois. 

Chegamos até um local que mais parecia a filial de uma fábrica, meio abandonado. Na frente havia um caminhão com a palavra "Geeders" escrito — É sério? — Perguntei. Eu conhecia aquela marca, era de uma empresa grande de sorvetes. Eu não podia imaginar que esse tipo de gente poderia estar ligada ao tráfico de drogas.

— Sim, são as empresas laranja — Respondeu — Elas são utilizadas pra disfarçar o trabalho sujo — Incrível como eles ganhavam tanto dinheiro com uma empresa de disfarce. 

Ainda haviam alguns outros carros no estacionamento, mas nada que se destacasse, além do caminhão. — Eilif, antes de entrarmos, precisamos conhecer nossos poderes — Ela me olhou, enquanto arrodeávamos os muros da fábrica — Eu posso parar a circulação de sangue de uma pessoa olhando nos seus olhos, ou seja, eu paraliso o inimigo durante cerca de três a cinco segundos — Ela subiu no muro com cera facilidade, havia uma parte onde a cerca era inútil — Mas o meu problema é que eu não posso mover as pernas enquanto estou paralisando alguém com o gesto de uma das minhas mãos.

— Entendo — Pulei o muro e continuei aos sussurros — Como você já deve saber, eu posso cortar as pessoas se elas estiverem no meu campo de visão e à uma distância de, mais ou menos, dois metros — Ela estava escutando e tentando caminhar devagar, saindo do beco traseiro ao prédio — E eu não consigo usar isso sem sentir ódio, é como se.

— Fosse algo saindo do seu corpo — Interrompeu.

— Isso.

— Nesse caso, tome isso — Ela me deu uma faca militar, era bem bonita, mas nada que eu devesse ficar admirando — Se não puder usar seu poder, use isso — Fiquei em silêncio olhando pra faca — Basta enfiar, não tem mistério.

Caminhamos até avistarmos uma entrada do local, onde tinha só um segurança olhando o celular. Ele parecia completamente despreocupado — Assim que ele for paralisado, ataque — O cara era um grandalhão, mas parecia burro. Dea saiu do beco e gritou alguma coisa, chamando a atenção dele. Eu estava logo atrás dela e pude ver tudo perfeitamente.

— O que você quer? — O cara se levantou e Dea ficou parada, tirando uma das mãos do casaco. Pude ver aquilo se contrair enquanto o cara se engasgava e ficava imóvel, como se estivesse caindo aos poucos. Com o canto do olho, Dea me deu o sinal. Corri na direção dele e, ao chegar perto, vi aquele homem agonizando na minha frente. Eu nunca havia o visto antes, eu não sabia se podia simplesmente matá-lo.
Me peguei pensando na frente dele, com a faca na minha mão e Dea me dizendo pra acabar logo com aquilo. Passei muito tempo imóvel, até que o cara se levantou de uma vez e me trombou, me arremessando pro chão — Bastardo! — Ele apontou a arma pra mim e eu fiquei sem reação, aquele homem não tinha nenhum remorso para matar.

Eu fechei forte meus olhos, mas vi algo rapidamente atravessar a cabeça dele, pela lateral, tal como seu corpo caía e seus olhos tornavam em vidro — Você vai mesmo me atrasar, Eilif? — Dea estava armada, e sua pistola tinha um silenciador. Ela sim não tinha remorso em matar — Levanta logo, e vê se não me atrapalha — Ela me ajudou a levantar e, logo depois, saqueou a sua vítima. Pegou as chaves, a arma e o dinheiro, achei essa última parte um tanto escrota. 

Entramos no estabelecimento, que realmente parecia abandonado. Fizemos o máximo de silêncio possível e seguimos pelo único corredor possível. O local fedia, como se não fosse usado e o material apodrecido lá dentro estivesse úmido, um ninho de bactérias nocivas. Eu realmente queria sair daquele breu frio. De repente, Dea se encostou na parede e me segurou, mandando-me fazer silêncio. Havia uma iluminação no corredor à direita, e vinham dois homens conversando alguma coisa daquele lugar.

— Eu prefiro as loiras, sabe? Minha mulher até é loira, mas muito gorda — Eles estavam conversando típicas conversa desse tipo de homem, enquanto davam boas risadas.

— Não me force a usar balas, esses caras são a escória da humanidade — Dea sussurrou e, rapidamente, apareceu na frente deles no corredor. Antes que ele falassem qualquer coisa, ela atirou em um e começou a controlar o outro com a mão livre. Eu corri pela sua lateral, com meu corpo arqueado pra frente e, dessa vez, consegui enfiar a faca no peito do homem que não estava caído. 

— SOCORRO! — O outro homem gritou, enquanto tentava se levantar e pegar a arma. Mas Dea era surpreendentemente rápida, ela apareceu num vulto, chutando arma do cara da mão dele, enquanto eu pude ver apenas a pistola na sua mão tendo o gatilho puxado, para matar o cara de fez. 
Me virei num segundo e vi o cara que eu havia esfaqueado se levantando. Antes que eu me virasse, ele me deu uma rasteira, mas Dea atirou com a arma silenciosa na cabeça dele — Aproveita, só tenho mais duas balas dessa aqui — Ela me olhou furiosa, enquanto guardava a arma silenciosa no coldre —Tome essa — Ela me deu a pistola do segurança da entrada, enquanto se armava com a submetralhadora que um dos seguranças usava. 

Quando decidimos seguir o caminho, fomos surpreendidos por outros três caras vindo correndo — Anda logo! Tenho certeza que ouvi gritos daqui — Dea se virou rapidamente e saiu correndo, me puxando pelo braço. Eu tentei acompanhar, mas ia cambaleando e quase caí. Nós conseguimos sair o mais rápido possível — Voltem aqui! — Eles gritavam. Dea saiu e ficou escondida na parede de fora da entrada do estabelecimento, esperando os caras saírem. 

Assim que o primeiro saiu correndo do lugar, totalmente desprevenido, ela colocou o pé para ele cair e o fuzilou com a submetralhadora. Aquilo foi frio e sanguinário, Dea tinha a minha idade e era uma assassina de primeira. — QUE MERDA É ESSA — O segundo homem saiu do local e Dea foi recuando, enquanto eu já me escondia atrás de um dos carros. Ela foi se escondendo junto comigo, enquanto o cara atirava sem nenhuma piedade. Eu pude ver pelo vidro do carro que haviam mais quatro com ele.

— Não vai dar.

— Nunca diga isso para Chilly Bleed — Deveria ser o nome de õnnis dela, foi o que ela falou para me interromper. — Saia correndo, agora! — Ela me empurrou e fui correndo rapidamente para me esconder atrás de outro carro. Naquele instante ela se levantou e metralhou um dos caras, fazendo com que a atenção dos outros fossem todas para ela, que se escondeu de volta atrás do carro.
Aquele frame de segundo, onde os outros quatro caras estavam distraídos foi o suficiente para que minha mente se esvaziasse e eu atirasse. O tiro foi longe, não bateu em ninguém, além do impulso da arma ter me desequilibrado... eu era inútil, nunca tinha sequer pegado num revólver. 

Pensei naquele momento que eu tinha estragado o plano, que tudo havia dado errado e que era minha culpa. Pude ver dali, de onde eu estava caído, uma dezena de caras saindo da fábrica, mas havia algo estranho. Do outro lado do estacionamento Dea parecia super tranquila. 
Não entenderia nesse momento, mas um segundo depois a resposta apareceu. Entre os dois lados do estacionamento, separando Dea e eu, um Cadillac Preto (Carro de luxo) entrou a quase 90 km/h, assustando os caras, que recuaram um pouco.  Eu vi rapidamente, talvez de relance, um braço — Sim, apenas um braço — para fora da janela do carro. 
Nenhum barulho, além do canto dos pneus do cadillac, mas dois corpos ficaram caídos.

Durante aquele susto, eu nem vi, mas Dea se ergueu e começou a mandar fogo contra os caras armados, aquilo sim era uma zona de guerra. Ela derrubou mais dois, e eles começaram a se dividir, e buscar esconderijos. Eu fiquei imóvel, mas pude ver um cara de jaqueta preta saindo do carro desarmado, ele era bem alto e tinha um cabelo negro, bem escuro, um pouco curto. Ele se agachou e deu um salto muito rápido contra o carro de onde três caras estavam escondidos atrás, meus olhos não acompanharam, mas o chute dele foi suficiente pra amassar o carro e esmagar os caras contra a parede... só pude ver o sangue espirrando. 

Um segundo cara, provavelmente aquele que atirou de dentro do carro, usava uma roupa branca e era mais baixo, com o cabelo preto liso e longo, tendo um sidecut do lado direito. Ele correu para pegar um bom ponto de visão e, apontando o dedo, como se fosse brincar de tiro, ele começou a matar os outros. Era como se ele pudesse atirar com as próprias mãos. 

Os últimos tentaram fugir pra dentro da fábrica, mas eu só pude ouvir os gritos deles, enquanto seus corpos estavam destroçados e sendo arremessados pra fora do pela pequena porta de entrada.

Dea olhou pra mim e sorriu, se levantando. Vi que estava tudo bem, e que essas pessoas eram amigas, me levantei logo em seguida.

 

— Então esse é o Schredder? — O cara que atirava com os dedos se aproximou de mim com uma expressão amigável, seu rosto era tatuado, assim como braços e mãos — Eu sou o Russ, mas como õnnis você pode me chamar de Trigger. — Eu fiquei em silêncio, olhando pra cara dele um pouco assustado — Aquele cara ali é o Ace, Justin para os íntimos — Ele apontou para o cara que deu um chute extraordinário no carro, usando uma jaqueta preta, que fazia-o parecer um greaser. Justin acenou pra mim, parecia estar fazendo um telefonema.

— Não seja tão direto, Russ, ele parece tímido — Uma garota com a roupa toda suja de sangue saiu pela porta, ela tinha aparência asiática e um cabelo preto curto com franjinha reta, tendo algumas mechas azul-claro — Eu sou conhecida como Angel of Darkness, mas pra você sou Setsuna — Ela tava completamente sorridente, apesar da cara completamente vermelha, suja de sangue, aquilo me deixou um pouco com medo.

— É um prazer... — Eles eram a P.U.R.G.E., logo mais pra frente eu entenderia que Dea e eu precisaríamos servir de isca para que eles completassem o trabalho.

— O Ciro disse que já conhecia ele — Ciro? Eu fiquei assustado na hora. Mas logo vi alguém pular do teto segurando duas cabeças, que seriam do fornecedor holandês e do traficante que trabalhava para a Col Blanc, era o Ciro.

— Olha só, parece que você venceu o jogo de xadrez — Senti um calafrio na barriga quando olhei nos olhos de cada um deles, então me toquei finalmente de que eu não havia percebido que Ciro também tinha me olhado nos olhos e feito eu sentir um arrepio sinistro. Eu fui burro o suficiente pra não perceber isso e que Bestia seria o seu nome de Õnnis, e não só de um assassino conhecido no país inteiro — Missão completa! — Ele finalizou, jogando as duas cabeças no chão. Ele estava sem camisa e seu corpo também parecia coberto de sangue.

 

CONTINUA

 


Notas Finais




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