Uma vida sem voltas.
Quatro letras e algumas combinações de números até chegar aos 21. Essa é a minha vida de mesa em mesa. De cidade em cidade. De brilho em brilho. De carta em carta.
Blackjack!
Quando os jogos começaram pensei que eram apenas de brincadeira, mas com o passar do tempo a travessura foi se tornando algo cada vez mais excitante. Quem não gosta de dinheiro fácil? Uma casa na praia comprada depois de liquidar uma mesa e seus 11 peões?
O verde lustroso que trouxe o dourado do ouro e os neons da ostentação. Mas que infelizmente também ocasionou o vazio da alma, o medo da perda, as perseguições e alucinações recorrentes. Sem pensar atravessei uma ponte de águas turbulentas que não consigo mais retornar.
Tento voltar cada dia. Primeiro um pé e depois o outro, mas a força das águas sempre me assusta fazendo retroceder o caminho que percorri no dia anterior.
Persisto lutando, reprimindo o desejo de retornar para as mesas, pois sei que não devo retornar. Um dia estive na glória absoluta, hoje luto na ruína para um dia me estabilizar e não será nas mesas que conseguirei isso. Uma travessia dolorosa me espera.
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