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História Trickster: A ilha de Caballa. - Blooming Cora, a cidade onde os sonhos florescem


Escrita por: Reliearth

Notas do Autor


Gostaram da pixel art que eu fiz do Bernard? Tentarei usar no máximo de capítulos, especialmente porque acho linda a arte do jogo.
Um capítulo muito explicativo e também o desfecho do prólogo, tentei deixar o mais leve e fluído possível, mas algumas coisas não podiam passar batido...
Espero que gostem, de coração!
É altamente recomendável vocês escutarem as soundtracks do jogo pelo youtube enquanto leem, para uma experiência mais imersiva, mas não é um must, fica à critério de vocês.
Soundtrack - Blooming Cora Night.

Capítulo 3 - Blooming Cora, a cidade onde os sonhos florescem


Fanfic / Fanfiction Trickster: A ilha de Caballa. - Blooming Cora, a cidade onde os sonhos florescem

O navio atracou no porto da cidadezinha de Blooming Cora, e Bernard encantou-se com aquele pequeno pedaço do paraíso sob as luzes de balões iluminados, que pendurados por toda parte espantavam a escura noite. Com um toque do Havaí, a cidade era enfeitada naturalmente pelos coloridos e alegres corais, que cresciam até a altura dos joelhos, além das incontáveis espécies de flores tropicais, como os coqueiros e palmeiras de tons azuis e verdes que Bernard sequer imaginara que existissem.

A ilha estava em um ar festivo, haviam homens e mulheres trajados de saias e tops feitos de folhas dançando a hula! Assim como alguns balões flutuantes em forma de água-viva, que algumas crianças nativas puxavam enquanto brincavam entre si. As construções do local eram inacreditáveis de tão exóticas, pareciam ser feitas apenas da fauna e flora do mar.

Bernard desembarcou e foi andando pela passarela de madeira, tomada em partes pelos mexilhões, até que avistou o arco de boas-vindas, enfeitado por folhas de palmeiras. Maravilhado com a agradável surpresa, seus olhos refletiam a explosão de cores, e ele se via parado registrando aquele momento em sua memória, antes de voltar à realidade.

As pessoas passavam por ele, alegres, e logo a cidade estava cheia com faces desconhecidas e algumas familiares do navio, e em meio a aperitivos e danças, todos aproveitavam a festa de boas-vindas.

Bernard caminhava pelo local, passando do modo que podia entre as pessoas, especialmente as mais barulhentas e espaçosas. Com passos lentos e firmes sobre a areia e tijolos coloridos, sua atenção não tinha foco, pelo menos não até avistar uma pessoa. Era um rapaz de bandana, usava os apetrechos de animais que Esther falara mais cedo e mexia num aparelho em sua mão, parecia muito concentrado, mas deveras confuso.

— “Droga! Eu quase me esqueço!” — pensou ele, bufando impacientemente. — “Tenho que me inscrever!”

O músico procurou por Esther, até que avistou, perto de uma grande construção nativa, várias bancadas com uma espécie de cabine ao lado, e entre os funcionários atendendo alguns participantes que não estavam festejando, lá estava Esther, em uma bancada praticamente vazia.

— Olá! — ela disse alegremente para o músico que se aproximava. — Enfim mais um! As pessoas estão se divertindo tanto que esqueceram de vir se registrar. — disse balançando a cabeça, com um ar de desaprovação. — Embora esse não seja seu caso, certo?

— Eu?! — ele respondeu se sentando na cadeira frente à bancada. — Claro que não! — riu sem graça e pigarreou.

— Claro. — Esther disse num tom arrastado, enquanto revirava os olhos. — Então vamos começar, senhor...? — ela o fitou, esperando uma resposta.

— Bernard! Bernard Fowler.

— Muito bem senhor Fowler... — ela se virou e pegou um formulário e uma caneta, os colocou sobre a bancada azul marinho, que era muito elegante por sinal, e então o entregou. — Preciso que preencha com seus dados pessoais!

Ele se deparou com questões do tipo, “Nome Completo”, “Documento de Identificação”, “País/Cidade de origem”, “Língua Nativa”, “Sexo”, “Data de Nascimento”, e coisas do gênero, não demorou muito até entregar o formulário preenchido e assinado para Esther, que recebeu com um sorriso, e voltou sua atenção para uma caixa embaixo da bancada, da qual Bernard só pôde ouvir um barulho de embrulhos. Ela retirou um aparelho, e inseriu-o dentro de uma entrada na cabine ao seu lado. Bernard assistia curioso.

A mulher puxou da parede da cabine, logo acima da entrada que acabara de usar, uma espécie de compartimento, revelando um teclado e uma tela, então começou a digitar. Após um breve momento de espera ao som das batidas dos ágeis dedos no teclado, ela se virou para ele.

— Desculpe a demora, estava preparando o seu MyView!

— “Sabia!!” — pensou ele.

— Preciso que me responda algumas perguntas agora, senhor Fowler.

— Certamente. — respondeu de imediato.

Esther pegou outra folha, mas essa era menor que a anterior, então segurou a caneta em sua mão e começou o questionário.

— Por que veio para a ilha?

— Para realizar meu sonho. — Bernard respondeu num tom de voz confortável.

— Eu notei que você soltou um leve sorriso enquanto preenchia a lacuna do tópico “Profissão”. — ela sorriu como se tivesse o pego no flagra. — Isso tem a ver com seu sonho?

— S-sim! — Bernard corou. — Eu preciso do dinheiro...

— Então você não tem nenhuma intenção de administrar a Megalo Company, correto?

— Não tenho planos quanto a isso... — falou ajustando seus óculos.

— Entendo. — Esther disse enquanto transcrevia as respostas do rapaz, e após um breve silêncio continuou. — Me diga... — ela parou de escrever e voltou sua atenção completamente para ele, enquanto apoiava a cabeça em sua mão direita. — Você cogitou a ideia de desistir?

— Sinceramente...? — franziu o cenho. — Sim. Especialmente depois daquela conversa de “habilidades”.

— E por que não o fez? — ela cerrou os olhos.

— Eu... — ele fez uma pausa, com um olhar perdido. — Eu cheguei muito longe para desistir agora.

— Tem certeza que não foi por outra coisa? — Esther soou séria, e era como se ela enxergasse através dele.

— Não... — balbuciou e, ao notar o que escapara de sua boca, chacoalhou sua cabeça. — Espera, sim! Tenho certeza!

— Vou acreditar em você! — ela sorriu. — Finalmente acabamos a parte burocrática! — suspirou em alívio. — Agora preciso esclarecer alguns pontos.

— “Isso não acaba nunca?” — pensou ele, e com um sorriso disse. — Tudo bem!

— Senhor Fowler, como eu já havia dito mais cedo no navio, a “Benção de Posseidon” é feita de “Harkon”, que pode despertar “habilidades” nas pessoas. — Esther fez uma pausa para ter certeza que Bernard havia entendido, e com um assentimento do mesmo, ela continuou.

— As ondas emitidas pelo Harkon sincronizaram com sua energia vital no momento em que se aproximou da ilha, isso significa que as habilidades em você já foram despertadas e, enquanto você estiver no alcance das ondas, você pode usar as habilidades como quiser! Tudo bem até agora?

— Não. — respondeu sem hesitar. — Mas continue, por favor.

Esther riu e sua face expressou entendimento à situação de Bernard.

— Após inúmeros estudos nós conseguimos identificar que existem quatro categorias de ondas emitidas pelo Harkon, e funcionam como o espectro de luz. — ela gesticulava suas mãos, tentando tornar a explicação mais clara. — Acontece que sua energia vital serve como um filtro, captando apenas uma das quatro ondas. Nós nomeamos as categorias de ondas baseado no tipo de manuseio que ela permite para a pessoa que nela foi encaixada. Elas são Power, Magic, Sense e Charm.

— Supondo que eu tenha entendido! — ele a encarava com seus olhos castanhos, agora curiosos e excitados. — Em que categoria eu fui encaixado?

— É isso o que vamos descobrir agora!! — ela afastou sua cadeira da bancada e abriu uma gaveta, de onde tirou uma caixinha prateada extremamente luxuosa.

A bela moça colocou-a sobre a mesa e, com extremo cuidado, a abriu, revelando em seu interior uma pequena almofada branca, onde repousava uma espécie de brinco também prateado, com uma gema rica em cores dentro.

— Este... — anunciou, retirando o delicado ornamento de dentro da caixa. — É um fino adereço de Harkon que encontramos durante nossas expedições!

Os olhos de Bernard se arregalaram, ele parecia não acreditar no que acabara de ver.

— Eu quero que você o toque! — Esther disse para o músico, que imediatamente tornou sua face à ela, assustado.

Receoso, Bernard levou sua mão hesitante e timidamente para o ornato prateado, era irresistível, sentia como se a pequena gema, aprisionada pelos sólidos laços de prata que a circulavam, estivesse o chamando, e quando finalmente a superfície de ambos se tocaram, uma luz azul envolveu todo o ornamento.

Esther viu a face assustada de Bernard se tornar serena como num sonho agradável, e um sorriso escapou de seus lábios.

— Você é do tipo Magic. — afirmou com um tom melodioso e baixo, temendo acordá-lo do deslumbre.

— É inacreditável... — declarou anestesiado e numa voz trêmula, ele finalmente aceitara o irracional. — O-o que eu posso fazer?!

— O tipo Magic pode materializar as ondas do Harkon para auxiliá-lo, mas depende muito da sua personalidade, senhor Fowler.

Sua felicidade não cabia em seu corpo, o músico tremia em excitação, e seus dentes se chocavam levemente uns contra os outros, eram tantas possibilidades...

— Finalmente podemos terminar o seu registro! — Esther guardou a caixinha e pegou o questionário que fizera à Bernard, inserindo em outra entrada na cabine ao lado. Após alguns segundos a máquina avisou com um “bip” que o processo estava pronto.

— Aqui está seu kit! — ela entregou para ele uma caixa roxa, embrulhada em fitas amarelas. — Espero que goste do animal que vai te representar durante a caça ao tesouro!

Bernard desamarrou as fitas rapidamente, ansioso pelo que estaria dentro da caixa, seria uma girafa? Um camelo? O que diabos tinha dentro daquela caixa?! Mas quando a tampa foi colocada em cima da mesa, ele ficou imóvel, até que sua face tensa foi se transformando lentamente em uma largo sorriso.

— “É um tigre!!!” — gritou internamente, agarrando os apetrechos e os colocando imediatamente.

— Agora eu preciso que você entre na cabine! — Esther deu-lhe seu costumeiro sorriso cordial, enquanto se divertia com o rapaz que mais parecia uma criança. — Vamos tirar uma foto!

Assim Bernard fez, e após a singela foto, ele sentou-se em sua cadeira, recebendo, finalmente, seu MyView.

— Foi um prazer senhor Fowler! — ela lhe estendeu a mão, e ele retribuiu.

— O prazer foi todo meu! — disse com um sorriso sincero, e se virou.

— E Bernard... — Esther o chamou, para sua surpresa. — Aproveite a estadia, e ache aquela estátua!!! — ele assentiu para Esther todo faceiro.

Agora cheio de si e orgulhoso como um tigre, ele se dirigiu para festa que ainda acontecia, as pessoas finalmente começaram a se lembrar das inscrições, embora muitos já tivessem usando suas caudas e orelhas de animais, que segundo os olhos de Bernard, não haviam se repetido até agora.

Sem muito o que fazer, Bernard pegou o resto de seu kit, e se dirigiu para uma pedra perto da passarela de madeira, onde sentou-se para mexer em seu MyView.

Notou na interface azul, além de sua foto, o número mil seguido da palavra Galder, seria Don Cavalier tão rico ao ponto de distribuir mil Galders para todos os participantes? Era uma quantia alta, afinal? Não pôde deixar de notar também, algumas das informações pessoais que preenchera, e uma em especial lhe chamou a atenção.

— Profissão... — falou em um tom baixo. — Músico.

Não podendo conter seu sorriso, ele olhou para o céu... O estrelado e lindo céu que, mesmo a iluminação da festa tentasse ofuscar, ainda era possível ver a via láctea pavimentada de estrelas.

— Todas aquelas pessoas que desistiram tem sonhos que muitas vezes são considerados impossíveis, mas elas acreditam neles e seguem fortes... — pensava, mais uma vez, em voz alta. — Mas como podem acreditar verdadeiramente em seus sonhos, se quando o surreal, o impossível aparece, elas dão as costas e desistem...?

Por ali ele ficou, perdido em devaneios enquanto o céu escuro brilhava e seu coração transbordava de sonhos. O jovem tigre nunca tivera certeza de suas escolhas, mas talvez, para variar, tenha enfim acertado.


Notas Finais


Entãaao, Bernard é do tipo Magic!
Espero que tenham entendido como funciona essa coisa das habilidades despertadas, e não se preocupem que os outros tipos também serão explicados mais para frente!
Como disse nas notas iniciais, com o prólogo finalizado, podemos focar no que interessa: a competição já começou!
Muito, muito, muito obrigado por lerem <3
Caso encontrem algum errinho, por favor me avisem, porque eu revisei mas sei lá, vai que né. rs


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