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História Trust - Suas vontades


Escrita por: Deux

Notas do Autor


Mais um! Obrigada pelos comentários e favoritos no capítulo passado ♥

Capítulo 2 - Suas vontades


      

Seu pai é neurocirurgião, sua mãe é pediatra e sua irmã dança ballet.

Porque apenas ele não pode fazer o que sente vontade?

O loiro já estava acostumado com a ausência constante dos pais, acostumado a se ver sozinho dentro daquela casa desnecessariamente grande, mas aquilo estava longe de ser algo bom. Era manhã, estava frio, a neve caia lentamente lá fora enquanto o Kouyou esperava desesperadamente que o sol aparecesse para iluminar e trazer aquele calor gostoso consigo.

(ZzZzzZzZ estabeleceremos uma nova conexão em breve)

Eles estão descendo as escadas, é melhor você se apressar!

Correu para o banheiro, tomando um banho quente.

Você tem que ser rápido, essa é sua última chance!

(ZzZzzZzZ não esqueça de contar a novidade)

Exatamente dez minutos depois ele saiu com uma toalha amarrada na cintura e outra sobre os ombros.

Seque esse cabelo, não corra com os pés molhados, você não pode se machucar.

Abriu o guarda-roupas e tirou de lá seu uniforme.

Já mencionamos que Kouyou odeia vermelho?

Vestiu-se e jogou por cima o casaco do dia anterior, agora estava azul.

Desceu as escadas sem pressa, encontrando os três na mesa da cozinha, tomando café da manhã.

(ZzZzzZzZ conexão estabelecida)

— Bom dia. – ele disse assim que entrou no cômodo, vendo o pai tirar os olhos do jornal e o fitar.

— Bom dia filho. Sente-se, vamos tomar café. – sua mãe disse com sua voz doce, mas sua aparência não era uma das melhores. Ela estava cansada.

Ela já foi mais bonita.

Kouyou sentou-se ao lado da irmã enquanto dobrava o guardanapo e alinhava os talheres sobre a mesa.

Seus longos cabelos negros estavam molhados, e a franja grudava em sua testa.

Kouyou não gosta de cabelos molhados, e não estava nada confortável sentindo os dela tocarem seu braço.

Kanami, sua irmã gêmea.

(Mas essa conexão não é igual à Kouyou ZzZzZ)

Por mais que se pareçam, ambos são diferentes, porém, mostram compartilhar do mesmo gosto: a arte.

Ela dança ballet, ele gosta de desenhar e pintar quadros que mostram o que ele sente.

Ela é extrovertida, tem muitos amigos; ele não gosta de sair de casa, e só tem o Takanori.

— Mamãe... – o loiro chamou baixinho, e assim que ela o olhou, ele entregou o envelope amarelo.

Kouyou também odeia amarelo.

Ela pegou o mesmo e retirou dali de dentro um papel, lendo-o atentamente.

Por favor... Murmurou para si mesmo.

A mulher passou o envelope para as mãos do marido e suspirou baixo quando o homem jogou os papéis em cima da mesa sem ao menos terminar de ler.

— Você tem que focar no vestibular, sua faculdade de medicina não vem correndo ate você.

— Kou-chan... – a mulher notou o tom choroso do filho e virou-se para o marido. — Você sabe mais do que ninguém que ele não quer isso.

— É o que eu quero. Enquanto ele viver debaixo do meu teto ele me deve respeito e obediência. Eu já aceitei demais quando ele apareceu com esse cabelo loiro, está parecendo um... – ele se calou, os dedos apertando o jornal com força.

Sem pensar duas vezes, Kouyou levantou-se e correu em direção ao seu quarto, batendo a porta com força. Jogou-se na cama, sentindo a vontade de chorar inundar seu peito, mas não iria chorar... Não por causa dele.

Medicina não é História da Arte.

O Japão não é a França.

A vontade dele não é a minha.

(ZzZzzZzZ conexão se aproximando...)

Três batidas na porta foram ouvidas e a mesma se abriu.

A mulher de curtos cabelos negros entrou no quarto e Kouyou virou-se para olhá-la. Ela aproximou-se com o envelope em mãos, indo até ele e sentando-se ao seu lado.

— Você realmente quer isso, Kouyou? – ela perguntou e o garoto sentou-se, assentindo freneticamente.

— Sim, mamãe... Eu quero muito.

Ela sorriu e beijou a testa do filho, vendo o mesmo encolher os ombros com o toque repentino.

— Eu vou falar com ele, não se preocupe, ok? – Kouyou sorriu abertamente.

— Obrigado! Muito obrigado!

— Certo, agora é melhor você ir para a escola, ou vai se atrasar.

Atrasar?! Não podia se atrasar!

Ele pegou a mochila e correu em direção à porta, mas parou assim que ouviu a voz da morena o chamar.

— Ei, não está esquecendo nada? – hesitante, Kouyou voltou até ela e beijou sua bochecha rapidamente. Não gostava de beijar as pessoas, mas por sua mãe, tal esforço valeria a pena. — Tome, está frio. – ela retirou o cachecol de lã dos ombros e enrolou no pescoço do filho.

Ainda tem o cheiro dela.

— Coma algo no caminho, não fique de barriga vazia. – disse sorrindo. — Boa aula, Kou-chan.

— Obrigado. Bom trabalho pra você! – ela riu, vendo o garoto se afastar e sair de casa.

Seu filho estava crescendo, e era duro aceitar isso.

(...)

— Sua pontualidade me irrita. – ditou Takanori ao entrar na sala e ver o amigo ali.

— Sempre de bom humor...

— Sou legal assim apenas com você, cunhadinho.

— Ei, pare! – esbravejou emburrado. Não gostava quando Takanori falava aquilo.

— Ele vai viajar por uns tempos... Passou na Toudai.

— Hum...

— Não fale como se não ligasse pra isso, eu sei o que você sente por ele...

— Eu sinceramente preferia não sentir nada.

Kouyou se esqueceu de anotar que queria ser desprovido de sentimentos daquele tipo. Sentimentos que machucassem. Queria não saber o que era o amor, e não queria sofrer por isso.

Gostava de Takeshi desde que fora pela primeira vez na casa de Takanori e o viu saindo do banho. De cabelos castanhos e um pouco mais alto que o irmão, voz calma e um sorriso um tanto... único. A princípio, teve vontade de pedir pra que ele se enxugasse antes de sair do banheiro molhando tudo, mas quando o mais velho o cumprimentou, ele sentiu seu coração bater com pressa, e sinceramente, não gostou daquilo.

Ainda se lembra de ter contado várias vezes até dez depois que Takeshi entrou em seu quarto, deixando-o em transe.

Por mais estranho que pareça, nunca sentiu vontade de beijá-lo ou algo a mais, mas aquilo ainda o fazia flutuar.

Kouyou só queria não se sentir sem chão quando via ele com outra garota.

(Talvez você precise pintar algumas telas ZzZzZ)

(...)

O telefone tocou.

O homem viu o nome na tela do celular e levou as mãos à cabeça. Não queria atender, não queria!

Odiava ser cobrado, odiava pressão, odiava quando as pessoas queriam ser maiores do que ele.

(ZzZzzZzZ uma nova conexão  será estabelecida em cinco, quatro, três, dois, um...)

— Diga logo o que quer!

— Achei que eu tivesse sido mais direto... Eu quero meu dinheiro, Takashima. – o mais velho fechou os olhos e respirou fundo.

— Eu não tenho dinheiro agora, me dê mais algum tempo.

— Eu já te dei tempo demais... Pague o que me deve ou eu terei que dar meu jeito. Você paga por bem, ou por mal.

— Me dê só mais alguns meses, por favor... Eu não tenho tanto dinheiro assim!

— Se esse dinheiro não estiver em minhas mãos dentro de uma semana eu terei que fazer como eu quero, e vai ser bem fácil já que sei onde seus filhos estudam.

Naquele momento, o coração do homem parou de bater. Ele não podia tocar em seus filhos, não podia.

— Você não ousaria...

— Experimente não me pagar. – ele ouviu uma risadinha vinda do mais novo. — Eu estou em frente à escola onde eles estudam... Sua filha é bastante bonita, se eu fosse você, eu tomaria cuidado.

— Não faça nada com eles seu cretino!

— Você tem duas semanas.

(Essa conexão ZzZzZ foi temporariamente interrompida)

Apenas imaginar seus dois filhos nas mãos daquele homem fazia com que seu sangue fervesse, com que seu copo tremesse e sua cabeça ficasse a ponto de explodir.

Talvez mandar Kouyou para a França junto com Kanami não seria tão ruim assim.

(...)

Logo após desligar o telefone, o moreno sorriu satisfeito e olhou mais uma vez para os adolescentes que saiam da escola, focando principalmente a garota que conversava com as amigas e um loirinho que caminhava para fora do prédio com um baixinho.

Tirou mais uma vez o telefone do bolso e discou um numero rapidamente.

— Alô, Aoi? –sorriu de canto e olhou mais uma vez para os dois garotos na frente da escola. — Eu tenho um serviço pra você, me encontre daqui a uma hora no galpão.

(Conexão finalizada ZzZzZ)

     


Notas Finais


Espero que tenham gostado ;u;
Até semana que vem ♥


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