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História Two Fingers - Family


Escrita por: niams

Notas do Autor


Opa! Nos 45 do segundo tempo, aqui está a atualização nova! Espero que gostem! :)

Capítulo 9 - Family


Louis’ POV

Dois dias sem ir para a radioterapia e minhas desculpas estavam ficando escassas. Na primeira vez, inventei que estava passando mal o suficiente para não conseguir ao menos levantar da cama – como conseqüência, minha mãe quase desmaiou de preocupação e Eleanor levantou acampamento do lado da minha cama, só indo embora na hora de dormir.

Estava ficando cada vez mais difícil olhar para ela da mesma forma, sem me sentir culpado ou um crápula. Eleanor era pura e uma mulher incrível, não merecia passar por aquele tipo de situação. Não conseguia nem imaginar o que ela faria se me pegasse cometendo aquele pecado.

Porém, pensando pelo lado bom: eu não via Harry Styles a dois dias.

E eu não parava de pensar nele há dois dias.

Meu subconsciente parece ter gravado cada detalhe dele e da sua voz rouca, cada centímetro de seu corpo parecia colado em meus olhos e, se eu os fechasse, podia até sentir a maciez do seu toque. Aquilo estava me enlouquecendo aos poucos.

Eu orava, todos os dias um pouco mais. Implorava a Deus por um fim naquele martírio, para que eu pudesse voltar a viver a minha vida como antes, sem aqueles pensamentos impuros e satânicos. Eu só queria voltar a ser normal e tocar a minha vida com Eleanor ao meu lado. Suspirei, passando a mão impacientemente pelo cabelo, na tentativa de parar o fluxo de pensamentos bizarros que se formavam.

- Lou? – ouvi a voz de Lottie me chamar e olhei curioso para a porta. Ela nunca aparecia sozinha ali.

- Oi, meu bem – respondi, sorrindo cansado para ela.

- Posso? – perguntou, entrando no quarto e apontando para minha cama.

- Claro – respondi rapidamente, encolhendo minhas pernas e puxando minhas cobertas para dar espaço a ela.

- Como você está se sentindo? – a voz doce de Lottie preencheu o quarto, seus grandes olhos azuis me encarando. Ela se parecia muito com minha mãe, embora sua natureza fosse mais doce e maleável. Lottie era como um anjo.

- Um pouco melhor – falei, tentando tranqüiliza-la -  Aconteceu algo? – perguntei, a fitando curiosamente.

- Não – ela respondeu sorrindo – Só que faz um tempo que a gente não conversa, senti sua falta – minha irmã confidenciou, abaixando o olhar timidamente, enquanto suas mãos brincavam com a colcha da minha cama.

- Hey – a chamei, abrindo meus braços e ela se acomodou ali – Sinto sua falta também – respondi, o que era totalmente verdade. Antes de adoecer, eu e ela costumávamos conversar durante horas na sala de estar, sobre qualquer assunto possível.

- Como está seu tratamento? – ela perguntou, a mão fazendo carinho em meu braço, e a voz ligeiramente abafada.

- Até agora está tudo bem – menti, já que não poderia falar o que estava acontecendo de fato ali.

- Sabe que pode contar comigo pra tudo, certo? – Lottie disse, erguendo um pouco o corpo e olhando para mim – Posso ser sua irmã caçula, mas sempre irei ficar do seu lado – continuou, os olhos carinhosos me encarando e eu senti um bolo se formar em minha garganta.

- Claro que sei, meu amor – falei, a voz embargada – Assim como você sabe que também pode contar comigo em qualquer situação, uh? – eu disse, a apertando em meus braços e beijando o topo de sua cabeça.

Minha mente estava dando um giro de 180º. Será que Lottie sabia de alguma coisa? Aquilo era totalmente impossível, já que eu não havia contado para ninguém sobre meus pensamentos e o que tinha acontecido comigo e o Styles. Aquilo era somente senso de proteção com o irmão mais velho, e era isso que eu tentava me convencer.

Ficamos conversando na cama durante um bom tempo, um cuidando do outro. Eu já havia me esquecido como era bom a sensação de ser o primeiro filho e o porto seguro de minhas irmãs. Apesar de ter uma boa relação com as outras, Lottie era a mais próxima de mim, já que era a mais velha.  Tinha 18 anos de idade e freqüentava uma faculdade próxima a nossa casa, já que não tínhamos condições financeiras para mandá-la para um lugar melhor. Era muito aplicada, e eu tinha a pequena impressão que não era tão religiosa e rígida quanto a nossa família. Lottie, agora eu observava, era a única que não colocava regras na vida alheia.

Eu queria ser assim, admiti para mim mesmo com uma certa inveja.

Queria ser livre como minha irmã caçula.

Queria ser livre como Harry Styles era.

Santo Deus, eu estava cada dia mais encrencado.

Não era certo pensar aquilo. Não era certo querer mudar a minha vida naquela altura do campeonato. Eu era Louis Tomlinson, católico fervoroso, professor de literatura antes de adoecer, namorado de Eleanor Calder e filho primogênito de Jay e Mark Tomlinson. Aquilo não podia mudar. Pela paz da minha família, eu teria de sacrificar mais uma vez meus monstros interiores.

Isso nunca foi tão complicado, pensei amargamente, enquanto rolava pela cama de madrugada. Esquecer um momento errado era pra ser simples, mas minha mente continuava me  traindo e puxando para emboscadas.

Eu tinha que me livrar daqueles pensamentos e conseguiria, mesmo se fosse a última coisa que eu fizesse na vida.

 

Harry’s POV

Sentia os braços de Nick ao redor da minha cintura, enquanto olhava para o teto de forma robótica. Estava naquela posição a duas horas, sem conseguir ao menos me mover. Dois dias sem ver Louis Tomlinson, três dias desde que ele entrou em meu consultório de forma aleatória e me chupou.

Louis Tomlinson me chupou.

Era tão estranho pensar nisso. Era bizarro imaginar que aquele aprendiz de pastor tinha de fato uma bicha enrustida dentro dele. E mais bizarro ainda lembrar que eu o tinha beijado. Senti Nick se movimentar ao meu lado e mudar de posição, me deixando livre para levantar da cama.

Com toda a cautela do mundo, saí de fininho do quarto, enquanto ele continuava dormindo e ressonando baixinho.  Fui em direção à cozinha na intenção de preparar um café bem forte; há dias que eu não pregava o olho de forma digna e meu corpo reclamava por isso. Olheiras já eram visíveis em meu rosto e a expressão de cansaço estava sempre presente ali. Nicholas estranhava aquilo, já que mesmo com toda a pressão do trabalho sono nunca me faltou. Mas, como explicar a situação para ele? Era impossível.

O pior de tudo é que eu teria que abrir o jogo e contar que Louis era meu paciente, o mesmo cara que nos ofendeu a meses atrás. O jeito era torcer para que ele não lembrasse do rapaz e a situação passasse despercebida, porém isso seria contar demais com a sorte, o que não vinha ao caso. A sorte já havia demonstrado que não estava muito ao meu favor.

A cafeteira apitou, avisando que o café estava pronto. Coloquei um pouco em minha caneca e me apoiei na bancada da cozinha. De repente, meu cérebro pareceu despertar e eu fui em direção ao celular; só havia uma pessoa no mundo capaz de acalmar meus pensamentos e meu coração.

- Mamãe? – chamei depois de quatro toques, torcendo para que ela já estivesse acordada.

- Hazz, meu bebê – a voz doce de minha mãe se fez presente e, mesmo a distancia, eu pude sentir todo o carinho que ela emanava. Meu coração se aqueceu automaticamente e um sorriso infantil nasceu em meus lábios – Que saudade de você!

- Eu também, mãe! – falei, minha voz doce e a vontade de abraçá-la somente cresceu – Como estão as coisas ai? – perguntei, tendo vontade de ir para casa e poder ver minha família.

- Está tudo ótimo, Rob está dormindo e Gemma ainda está em Londres – ela respondeu, e eu quase podia ver o seu sorriso carinhoso, devido ao seu tom de voz – E ai? Como Nick está?

- Tudo ótimo por aqui – falei, meu estomago dando voltas ao ouvir o nome de Nick – Ele está dormindo, chegou bem tarde ontem – falei. Minha mãe sempre adorou Nicholas e praticamente o adotou, após seus pais o rejeitarem por ser gay.

- Mande um beijo para ele, meu querido – mamãe falou e eu assenti, esquecendo por um momento que ela não poderia me ver.

- Pode deixar! – respondi, rindo de minha lerdeza – Estou pensando em ir para Holmes Chapel próximo fim de semana – informei, tomando de súbito aquela decisão.

- Isso é ótimo, meu amor! – minha mãe respondeu eufórica e eu ouvi duas palminhas, me fazendo rir – Irei arrumar seu quarto desde já! Essa casa fica tão vazia sem você, Hazz.

- A vida fica bem vazia sem a senhora por perto, mamãe – falei, as lágrimas começando a se formar em meus olhos – Algumas coisas aconteceram e preciso de seus conselhos – finalmente falei e notei a respiração de minha mãe alterar.

- É algo grave, Hazz? – ela perguntou preocupada e eu quase me bati.

- Não – respondi automaticamente – Apenas umas bobagens que seu filho andou pensando mesmo – desconversei, decidido a não tocar naquele assunto com ela.

- Sua casa estará sempre a sua espera, bebê – mamãe falou, a voz suave novamente – Não esqueça disso.

- Não irei – prometi, sorrindo novamente – Vou desligar, Nick está acordando – avisei, ouvindo passos no quarto.

- Ok, mande beijos para ele – mamãe disse – Amo você.

- Amo você também – respondi antes de desligar.

Fiquei alguns instantes parado na cozinha, pensando em como seria bom reencontrar minha família. As vezes me sinto tão perdido sem a companhia deles.

- Amor? – ouvi a voz de Nick me chamar do quarto e acordei do transe. Suspirei e mordi os lábios, pensando que algumas coisas talvez mudassem.

- Aqui – falei, indo em direção ao meu quarto.

Meu pensamento tinha voltado mais uma vez para Louis.

Aquilo estava me enlouquecendo, definitivamente.


Notas Finais


Obrigada por todos os comentários, é muito bom notar que Two Fingers está agradando tanto a vocês! Por favor, continuem! Além de ser legal ter um feedback sobre as atualizações, os comentários dão mais ânimo pra continuar a escrever. Um grande beijo!
Ellie xxx


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