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História Uchiha: Boku no Hero. - Resgate pt1


Escrita por: Canjik

Capítulo 21 - Resgate pt1



Toga, com um sorriso alucinado no rosto e um brilho doentio nos olhos, girou nos próprios pés e, num salto ágil, sumiu no meio da floresta. Seu riso ecoou entre as árvores, como um sussurro sinistro que ia se perdendo com o vento.


Logo em seguida, o vilão da cartola — o tal "mago" — olhou em volta, viu o caos instalado e deu um passo para trás, rindo baixinho.


— Hora do grande desaparecimento! — disse, e então começou a correr por entre as árvores com passos surpreendentemente rápidos, segurando a bolinha flamejante onde Bakugou explodia furioso em miniatura.


Kisame continuou parado, o olhar fixo em Sasuke, enquanto o corpo ainda exalava sede de batalha.


— Talvez seja melhor vocês irem atrás do maguinho… — disse ele, a voz grave e zombeteira. — Parece que ele vai levar o amiguinho de vocês com ele.


Uma provocação descarada, que fisgou de imediato os nervos de Sasuke.


O Uchiha rangeu os dentes, girou o bastão na mão e lançou um olhar para os aliados ao seu redor.


— Vamos.


Sem perder tempo, Sasuke disparou floresta adentro, os olhos atentos rastreando o rastro de energia deixado pelo vilão. Shouji correu atrás, ainda carregando Midoriya com firmeza, mesmo com o peso e o cansaço já se acumulando em seu corpo. Ao lado deles, Todoroki manteve o ritmo, alternando calor e gelo para abrir caminho entre os galhos.


Eles precisavam alcançar o vilão.

Eles tinham que trazer Bakugou de volta.


Correndo entre as árvores, com os galhos cortando o caminho e o mago se distanciando cada vez mais, Sasuke apertou o passo, analisando rapidamente o terreno e os recursos ao redor. Seu olhar afiado cruzou com os de Ochako e Tsuyu, que vinham logo atrás, ofegantes mas determinadas.


— Esperem! — gritou Sasuke, erguendo o braço, forçando todos a pararem por um segundo.


Ele apontou para o céu aberto entre as copas das árvores e então olhou diretamente para Ochako.


— Você vai nos fazer flutuar.


Ochako arregalou os olhos por um instante, surpresa com o plano, mas assentiu rapidamente.


— Certo!


Sasuke então virou-se para Tsuyu, seu tom firme e direto:


— Quando estivermos no ar, você vai usar sua língua e nos arremessar com toda a força que conseguir. Mire na direção que o mago foi. Se errarmos, eu teletransporto a gente de volta ao rastro.


Tsuyu piscou, surpresa, mas logo assentiu, determinada.


— Entend!


Ochako rapidamente ativou sua individualidade, tocando Sasuke, Shouji (ainda com Midoriya nos braços) e Todoroki. Todos começaram a levitar, flutuando levemente acima do solo.


— Agora, Tsuyu! — gritou Sasuke.


A língua da garota se estendeu com uma velocidade impressionante, enrolando-se ao redor da cintura de Sasuke primeiro, e depois de Shouji e Todoroki, um de cada vez. Com um movimento poderoso, ela os arremessou em alta velocidade por entre as árvores — como se fossem projéteis humanos voando em formação.


O plano era maluco. Arriscado. Mas era o tipo de coisa que poderia dar muito certo…

Se funcionasse, eles alcançariam o mago em segundos.

Se não funcionasse… bom, aí Sasuke cuidaria do resto.


O impacto da aterrissagem foi brutal — folhas voaram, a terra tremeu, e galhos se partiram com o peso dos quatro heróis sendo arremessados com força pelo ar. Eles caíram exatamente onde os vilões estavam reunidos, como se o destino tivesse empurrado a justiça para o centro do caos.


Sasuke foi o primeiro a se mover, seus reflexos aguçados agindo antes mesmo do corpo tocar completamente o chão. Ele se abaixou rapidamente, desviando por centímetros de uma estocada vinda do nada — era Toga, com um sorriso insano no rosto, empunhando uma faca suja de sangue.


— Você de novo — disse ele, num tom seco, antes de girar sobre o próprio eixo e lançar um chute na direção dela, afastando-a com violência.


Do lado, Todoroki mal havia recuperado o equilíbrio quando uma rajada azul flamejante veio em sua direção. Ele contra-atacou no mesmo instante, suas chamas escarlates colidindo com as chamas frias de Dabi. O som do impacto foi um rugido ensurdecedor, luzes pulsando em tons opostos, brigando por dominância. Era fogo contra fogo, calor contra destruição.


E então, com um baque surdo, Shouji caiu exatamente em cima do mago, que mal teve tempo de gritar. O vilão se esparramou no chão, surpreso, seus dedos soltando as duas pequenas bolinhas que levava consigo.


Sem perder tempo, Shouji pegou ambas — uma delas estava claramente pulsando, vibrando como se contivesse pura fúria.


— Bakugou... — murmurou, sentindo a energia transbordar.


A outra bolinha, no entanto, estava completamente diferente. Estática. Misteriosa.


— E essa aqui…?


Ele não fazia ideia de quem ou o quê havia sido aprisionado ali. Mas sabia de uma coisa: ninguém mais cairia naquele truque maldito.


Sasuke deu um passo à frente, os olhos ainda fixos no mago que se levantava com dificuldade após ser esmagado por Shouji. O Uchiha então falou com firmeza, a voz pesada pela batalha e pelo cansaço:


— Já conseguimos o que viemos buscar. Recuem.


Todoroki olhou para ele por um segundo, entendendo. Shouji assentiu, segurando com força as bolinhas que havia recuperado.


Mas antes que dessem um passo, Dabi se adiantou, com o fogo azul crepitando nos dedos:


— Atacam agora. Eles estão cansados. Vamos acabar com isso.


O mago se colocou entre os dois grupos, estalando a língua e balançando o dedo.


— Não, não. As bolinhas que ele pegou? — disse, apontando para Shouji — São só truques. As verdadeiras… estão aqui.


E então, ele puxou a própria língua para fora, revelando duas pequenas esferas presas a ela como piercings grotescos e brilhantes. Os olhos dos heróis se arregalaram.


De imediato, os corpos de todos os presentes se tensionaram. Sasuke se preparava para usar sua individualidade, Todoroki já concentrava fogo e gelo nas palmas das mãos, e Shouji abriu seus braços extras, pronto para agir.


Mas antes de qualquer movimento...


Um portal negro se abriu acima dos vilões. Ele crescia como uma sombra viva no céu, sugando o vento e as folhas, prestes a engolir os criminosos e tirá-los dali.


— Merda, eles vão fugir! — gritou Todoroki.


Então, um feixe de luz atravessou a floresta, vindo de algum ponto oculto. Um laser roxo certeiro atingiu o rosto do mago, fazendo-o gritar e cambalear para trás. As bolinhas foram lançadas ao ar no impacto.


Sasuke avançou num impulso, a energia concentrada em seu corpo para se teletransportar. Seus olhos brilharam, mas...


Sua cabeça pesou subitamente, a visão embaçou, e o sangue escorreu do nariz. Ele caiu de joelhos no chão, ofegante, tentando não desmaiar.


— Tsk... não agora...


O mesmo aconteceu com Midoriya, que caiu desmaiado no chão, exausto. 


Todoroki e Shouji saltaram ao mesmo tempo, ambos indo em direção às bolinhas suspensas no ar. Shouji conseguiu agarrar uma com precisão, protegendo-a com seus braços.


Mas Dabi apareceu num clarão azul, veloz como uma labareda, agarrando a outra esfera antes que Todoroki pudesse chegar.


Ele sorriu com desdém, segurando a bolinha entre os dedos queimados.


— Uma pra vocês... uma pra nós. Justo, não? — provocou, antes de ser sugado pelo portal junto aos demais. – Todoroki Shouto...


O silêncio que ficou foi preenchido apenas pela respiração pesada dos heróis.


Sasuke se arrastou até onde Shouji estava ajoelhado, ainda protegendo com firmeza a bolinha mágica em suas mãos. O Uchiha olhou para o objeto com o olhar turvo, suando e respirando pesado, o sangue ainda escorrendo do nariz.


— Quem está aí dentro... — murmurou, sua mente lutando contra o cansaço e a frustração. — Bakugou... ou...


A bolinha começou a brilhar.


O encanto do mago estava se desfazendo.


Lentamente, o brilho se dissolveu, como fumaça levada pelo vento, revelando uma figura encolhida, deitada e ainda inconsciente. Cabelos roxos e curtos. O rosto machucado. Um dos fones desconectado e pendendo do cinto.


— Kyoka... — disse Sasuke num sussurro, os olhos se arregalando.


Dois motivos o atravessaram como facas: Bakugou havia sido capturado. E... ele não havia sido capaz de proteger Kyoka.


Por um fio, ela havia sido levada. Por um maldito segundo.


Sasuke fechou os olhos por um instante, os punhos tremendo. A raiva queimava por dentro, mas era a culpa que doía mais fundo.


— Eu devia ter visto. Eu devia ter feito alguma coisa...


Seu olhar voltou para Kyoka, agora sendo cuidadosamente acolhida por Shouji, que checava se ela estava bem.


Sasuke permaneceu imóvel por alguns segundos, engolindo em seco. Depois, lentamente se levantou, os olhos voltando a brilhar com determinação. Eles haviam perdido Bakugou. 


Sasuke apoiou uma mão no chão, rangendo os dentes. Seu corpo inteiro gritava por descanso, mas sua mente não aceitava parar. Ele precisava agir. Precisava ir atrás de Bakugou. Precisava garantir que todos estivessem bem.


Forçou as pernas a se moverem, tentando se levantar. Um joelho subiu. Depois o outro. E por um instante, ele até pareceu conseguir.


Mas então, a visão escureceu.


Um zunido cortou seus ouvidos.


E antes que pudesse dar mais um passo, seu corpo cedeu.


Sasuke caiu de joelhos, depois tombou para o lado, apagando completamente, com o rosto virado para o chão. Seu corpo exausto, a mente saturada pelo uso excessivo da individualidade, e a dor pulsando no corte que Kisame havia deixado em seu corpo. Ele não aguentou mais.


Shouji se virou assustado ao ouvir o baque seco e correu até ele.


— Uchiha!


Mas o Uchiha não respondeu. Tudo ao redor dele agora era silêncio e escuridão.


..

..


Os olhos de Sasuke se abriram de súbito.


A luz branca da enfermaria quase o cegou, e por um instante ele não soube onde estava. Mas assim que reconheceu o teto, o cheiro de álcool e curativos, e o som abafado de vozes... ele entendeu: estava na ala médica.


E no instante seguinte, ele se sentou com tudo, como se um choque percorresse seu corpo.


— Bakugou...!


O movimento brusco fez os monitores apitarem e assustou os presentes. Midoriya, deitado na maca ao lado, arregalou os olhos. Kyoka, que estava sentada perto da cama, derrubou a garrafinha de água que segurava.


— Sasuke?! — ela exclamou, assustada. 


— Você não devia se mexer ainda! — disse a enfermeira ao lado, correndo até ele.


Mas Sasuke já estava com os pés no chão. O olhar intenso, as veias da testa saltadas, como se seu corpo estivesse sendo movido unicamente pela urgência que carregava.


— Onde está ele? — perguntou, sua voz firme, ofegante, como se já soubesse a resposta.


Todos ali estavam em silêncio. O clima ficou pesado de novo.


Antes que Sasuke pudesse dar mais um passo, mãos firmes o seguraram pelos ombros. Ele virou o rosto bruscamente, pronto para reagir — mas parou ao ver o olhar severo de Aizawa bem diante do seu.


— Já basta, Uchiha.


A voz do professor era firme, mas não agressiva. Ele apertou os ombros do garoto com força suficiente para impedi-lo de avançar.


— Se acalma. Não é hora pra pânico. Ainda não perdemos ninguém.


Sasuke tentou soltar os braços, mas Aizawa o manteve firme no lugar. Seus olhos cansados, mas experientes, não piscavam diante da fúria contida no olhar do Uchiha.


— Se você desmoronar agora, como vai ajudar a trazer o Bakugou de volta?


O silêncio caiu pesado na enfermaria. Sasuke cerrou os dentes, a respiração acelerada. As palavras de Aizawa ecoaram fundo — e mesmo que sua alma gritasse por ação, ele sabia... o professor estava certo.


Aos poucos, ele foi abaixando os braços, e seu corpo cedeu, voltando a sentar-se na cama. O olhar ainda carregava o peso da culpa e da raiva, mas agora... havia controle.


Sasuke se deitou na cama em silêncio, virando o rosto para o lado e encarando o teto branco da ala médica. A respiração ainda estava pesada, e os olhos, mesmo abertos, pareciam perdidos.


— Fraco... — murmurou, a voz baixa, amarga. — Não consegui salvar nem o maldito Bakugou...


Seu punho se fechou sobre o lençol, os dedos trêmulos pela frustração e exaustão. A imagem de Kyoka se desfazendo da magia, o rosto de Bakugou desaparecendo pelas mãos de Dabi... aquilo pesava demais.


Ao lado, Midoriya estava sentado numa maca, envolto por curativos e com um braço imobilizado. Ele ouviu as palavras do Uchiha, mas não disse nada por alguns segundos. Apenas baixou a cabeça, os olhos sombrios.


— Eu também pensei que poderia fazer mais... — murmurou, quase para si mesmo. — Eu falhei com ele. De novo.


O silêncio entre os dois dizia mais do que qualquer grito. Eram heróis em formação, mas a realidade... era cruel. E agora, mais do que nunca, sentiam o gosto amargo da derrota.


Aizawa observou os dois por um momento, os olhos cansados mas ainda atentos. Ele sabia que aquilo estava pesando muito nos ombros dos garotos, mas a pressão era inevitável.


— Descansem. Pelo menos por agora. — disse num tom firme, porém mais suave do que o habitual.


Virou-se e caminhou até a porta. Ao abri-la, lançou mais um olhar para eles.


— Vocês ainda vão ter chance de consertar isso… mas não adianta se destruírem antes da hora.


Com isso, Aizawa deixou a sala, fechando a porta atrás de si.


Poucos segundos se passaram até Kirishima empurrar a porta devagar, entrando junto a Yaoyorozu e Todoroki. O ruivo caminhou até o lado da cama de Sasuke, com um olhar sério, mas determinado.


— A gente tem um plano.


Sasuke ergueu os olhos, encarando Kirishima, enquanto Midoriya também levantava levemente a cabeça, curioso.


— A Yaomomo teve uma ideia — continuou Kirishima, olhando para a garota ao seu lado, que assentiu com confiança.


— Durante a confusão… eu consegui criar e esconder um pequeno rastreador em um dos vilões. Um que estava perto de Dabi.


Todoroki completou, com os braços cruzados:


— Se a sorte estiver do nosso lado… conseguimos uma pista do esconderijo deles. E talvez... de onde o Bakugou está.


Sasuke se ergueu um pouco na cama, o olhar voltando a brilhar com a mesma intensidade de antes, mesmo que seu corpo ainda não estivesse 100%.


— Então a gente tem uma chance...


Midoriya apertou os lençóis com força.


— Uma chance é tudo o que a gente precisa.


Lida entrou logo em seguida, com seu andar firme e o semblante sério. Seus olhos estavam repletos de preocupação, mas também de convicção.


— Isso é perigoso demais! — ele disse, com a voz alta o bastante para chamar a atenção de todos na sala. — É trabalho para os profissionais. Não deveríamos nos intrometer dessa forma!


Kirishima tentou argumentar, mas Iida ergueu a mão, ainda sem dar espaço.


— Estamos falando de um grupo de vilões perigosos, e de um de nossos colegas sendo mantido como refém! Vocês querem se jogar nisso sem preparo, sem apoio? Isso pode custar mais do que uma vida!


O clima ficou tenso por um instante. Foi quando Kyoka, que estava parada próxima à porta, finalmente se pronunciou.


— E o Sasuke mal acordou da última luta… — sua voz saiu mais baixa, mas carregada de emoção. Ela olhou para ele, claramente preocupada. — Você ainda tá fraco, seu nariz mal parou de sangrar e você já quer sair correndo por aí de novo?


Sasuke olhou para ela, surpreso por um breve instante com a sinceridade em seu tom. Kyoka desviou o olhar em seguida, cruzando os braços.


— Eu só... não quero ver ninguém se ferindo mais.


O silêncio pairou por um momento. Mesmo com a adrenalina queimando por justiça, todos ali sabiam: estavam em uma linha tênue entre bravura e imprudência.


Kirishima fechou os punhos com força, os olhos fixos no chão por alguns segundos antes de erguer a cabeça. Sua voz saiu firme, mas carregada de frustração:


— Eu... eu não consegui proteger ele. O Bakugou... ele é meu parceiro, meu amigo. E eu fiquei parado. Vi ele sendo levado e não pude fazer nada.


O silêncio se instalou novamente. Todos o observavam em silêncio. Ele respirou fundo, tentando conter a raiva e a culpa que o consumiam.


— Se eu não for atrás dele agora… se eu não tentar salvá-lo, mesmo com tudo contra, então... — ele engoliu em seco, os olhos brilhando. — Então eu nunca vou conseguir me tornar o herói que eu sonho ser.


— Um herói não vira o rosto quando um amigo precisa de ajuda.


Havia uma verdade crua em suas palavras. Um peso que tocou cada um ali. Ele não estava só falando de Bakugou. Estava falando do que significava, pra ele, ser um herói de verdade.


Sasuke, ainda deitado na cama, virou o rosto para o lado, olhando para o teto por alguns segundos. Depois, lentamente, levou a mão à testa, como se tentasse organizar os próprios pensamentos. Então falou, com a voz rouca, mas firme o suficiente para ser ouvida por todos:


— O sentimento da derrota... é algo que todos nós vamos experimentar.


Ele fez uma breve pausa, fechando os olhos por um instante.


— Mas ela não é o fim. É só mais um degrau. Uma escada que a gente tem que subir... passo por passo. Se a gente ficar parado, preso nesse degrau, a derrota vai ser tudo o que sobra.


Sasuke virou o rosto, encarando Kirishima e os outros.


— Sentir a dor de perder alguém, a impotência de não conseguir proteger quem você queria… é isso que nos faz crescer. É isso que nos empurra pra frente.


— É assim que a gente se torna verdadeiros heróis.


Sasuke respirou fundo e, com algum esforço, se sentou na cama. O lençol escorregou um pouco por seu tronco, revelando parte dos curativos em seu abdômen. Todos os olhares na sala se voltaram pra ele no mesmo instante — Midoriya, Kyoka, Kirishima, Yaoyorozu, Lida... todos o observavam em silêncio.


Seus olhos estavam mais sérios do que nunca.


— Eu não vou ficar parado aqui — disse ele, com a voz firme. — Enquanto o Bakugou estiver nas mãos deles... enquanto um de nós estiver em perigo... não faz sentido ficar deitado fingindo que não tá acontecendo nada.


Ele olhou diretamente para Yaoyorozu.


— Essa noite mesmo vamos por em prática o seu plano.


Um leve silêncio pairou por um segundo, até Midoriya apertar os punhos com força, Kirishima se levantar com os olhos cheios de determinação, e Kyoka desviar o olhar, preocupada, mas sem força pra contestar.


O grupo, sem dizer uma palavra, já sabia que aquela noite não seria de descanso.


A noite caiu silenciosa sobre a escola, o céu escuro sendo cortado por poucas estrelas visíveis entre as nuvens. Do lado de fora da ala médica, Sasuke estava encostado em uma árvore, o corpo ainda dolorido, mas o olhar firme, como se a dor já não importasse mais. O vento frio balançava seus cabelos escuros enquanto ele fitava a escuridão da floresta à frente.


Ele não precisava olhar para saber — sentiu a presença antes de ouvir os passos.


Midoriya foi o primeiro a aparecer, com a respiração contida e uma expressão tensa. Estava com as mãos enfaixadas, mas o olhar era determinado.


— Achei que já estaria no caminho — disse, tentando quebrar o clima, mas a voz saiu mais séria do que o esperado.


— Eu esperei por vocês — respondeu Sasuke, sem tirar os olhos da floresta.


Poucos minutos depois, Yaoyorozu apareceu com uma pequena mochila nos ombros. Seus passos eram silenciosos, mas sua expressão demonstrava o peso da responsabilidade. — O rastreador ainda emite sinal. Ainda temos tempo.


Todoroki foi o último a chegar. Seu cabelo bicolor se destacou na luz da lua, e seus olhos encontraram os de Sasuke por um instante, em silêncio, como se trocassem uma confirmação sem precisar dizer nada.


Agora estavam os quatro ali, prontos, mesmo feridos, mesmo sob risco.


A noite ainda era longa. E eles estavam prestes a quebrar todas as regras.


Kirishima surgiu logo depois, correndo com certa ansiedade no olhar, mas também com um brilho firme de convicção. Atrás dele, andando com passos precisos e postura ereta, estava Iida, o representante da classe, com seu uniforme impecável e o semblante sério.


Sasuke estreitou os olhos ao vê-lo se aproximar.


— Veio tentar nos impedir de novo? — perguntou com um tom direto, sem rodeios.


Iida parou diante deles, respirou fundo e encarou cada um com firmeza.


— Eu entendo o que estão sentindo. A dor da impotência, o peso da derrota… já estive lá. Já agi sozinho, movido por vingança e desespero — ele apertou os punhos, a voz oscilando levemente. — E quase paguei caro por isso. Não é covardia seguir as regras, é maturidade. Confiar nos profissionais, naqueles que têm anos de experiência, não é fraqueza… é reconhecer nossos limites.


Ele olhou diretamente para Sasuke.


— Mas também sei que quando o coração de um herói decide proteger alguém, nada o impede. Por isso estou aqui. Não para impedir vocês… mas para garantir que essa decisão não seja tomada às cegas. Se vamos fazer isso, que seja juntos. E de forma inteligente.


Houve um breve silêncio entre o grupo. As palavras de Iida não eram apenas uma repreensão — eram um apelo por responsabilidade, sem sufocar o desejo ardente de agir.


Lida respirou fundo mais uma vez, como se jogasse fora o último resquício de hesitação dentro de si. Então, com um brilho determinado nos olhos e a postura firme, ele encarou o grupo reunido à sua frente.


— Eu vou com vocês.


As palavras foram claras, diretas, carregadas de um peso honesto. O silêncio que se seguiu foi quase respeitoso.


— Não posso permitir que enfrentem isso sozinhos — continuou. — Se algo acontecer com qualquer um de vocês… eu jamais me perdoaria. Então, se essa é a decisão, quero estar lá para garantir que todos voltem vivos.


Kirishima abriu um sorriso orgulhoso. Midoriya assentiu com gratidão. Yaomomo e Todoroki também não disseram nada, mas era nítido o respeito que haviam depositado em Iida naquele instante.


Sasuke o observou por um momento, os olhos intensos e sérios como sempre. Depois, virou de leve o rosto e falou:


— Então se prepare. A gente parte hoje. E não vai ter volta até trazermos o Bakugou de volta.


Lida ajustou seus óculos com um movimento decidido, os olhos fixos em Sasuke.


— Eu confio totalmente em você, Uchiha… mas não acho que seja uma boa ideia chegarmos com tudo. Se formos imprudentes, podemos perder mais do que já perdemos.


Sasuke permaneceu em silêncio por um segundo. Então, um leve sorriso surgiu em seu rosto, quase imperceptível, mas real.


— Não se preocupe. A gente não vai atacar de frente — disse ele, com um tom calmo, mas firme. — Muito pelo contrário… a ideia é salvar o Bakugou sem nem precisarmos lutar.


Todos se entreolharam, sentindo a tensão mudar. Aquilo não seria um resgate explosivo, seria algo cirúrgico. Frio. Estratégico.


Sasuke deu um passo à frente, olhando para o céu escuro.


— A gente entra… e sai… como sombras.


O trem cortava a noite silenciosa, iluminado apenas pelas luzes fracas que piscavam no interior dos vagões. Lá dentro, o grupo seguia em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos. O destino era a cidade onde, segundo o rastreador de Yaoyorozu, os vilões estavam escondidos.


Sasuke estava de pé próximo à porta, encarando o vidro que refletia seu rosto com expressão séria. As luzes que passavam lá fora riscavam seu semblante como lembranças do que havia acontecido. Ele não podia falhar de novo.


Midoriya olhava para suas mãos, apertando e soltando os dedos, como se se preparasse mentalmente para tudo que poderia vir. Yaoyorozu segurava com cuidado um pequeno dispositivo brilhando em azul — o rastreador estava ativo. Todoroki permanecia calado, encostado na parede metálica, com os braços cruzados e os olhos semicerrados, atento a tudo ao redor.


Kirishima tentava manter o clima mais leve, mas sua expressão firme mostrava que ele também carregava o peso da missão. Já Iida permanecia sentado, ereto, olhando de tempos em tempos para Sasuke, como se analisasse suas palavras anteriores.


O som constante do trilho era o único que preenchia o ambiente, até Sasuke quebrar o silêncio.


— Assim que chegarmos, Yaoyorozu vai nos guiar. Nada de agir por impulso. A prioridade é o Bakugou… e sair com todos vivos.


O trem seguiu seu curso. A cidade se aproximava… e com ela, o início da verdadeira operação.


O celular de Sasuke vibrou discretamente no bolso. Ele o retirou com um movimento quase automático, os olhos semicerrados pela luz da tela em contraste com a escuridão do vagão.


Uma nova mensagem.


Era de Kyoka.


"Sasuke… boa sorte nessa missão. Sei que você vai fazer o que for preciso. Eu queria ir com vocês, de verdade… mas... eu tô com medo. Medo de falhar de novo, medo de atrapalhar, medo de... perder vocês. Me desculpa por não estar aí com você."


Sasuke encarou a tela por alguns segundos em silêncio. Seu polegar hesitou antes de bloquear o aparelho e guardá-lo de volta no bolso. Seu olhar endureceu, mas por dentro, algo doía — mais do que ele gostaria de admitir.


Ele virou o rosto discretamente em direção à janela, os pensamentos viajando longe por um breve momento. Kyoka não estar ali pesava… talvez mais do que deveria.


Mas não podia deixar que isso o abalasse agora.


Sasuke puxou o celular de volta do bolso, encarando a mensagem mais uma vez. Seus dedos se moveram devagar sobre a tela, e depois de alguns segundos de silêncio, ele digitou:


"Está tudo bem, Kyoka. Você não precisa se desculpar. Eu entendo. O importante é que você está segura. Isso já me alivia mais do que você imagina."


Ele olhou a mensagem por um momento antes de enviá-la. O trem seguia seu caminho pela noite, e mesmo em meio à tensão que crescia a cada estação, aquela simples conversa o fez respirar um pouco mais fundo.


..

..


Assim que o trem parou, os seis desceram silenciosamente na estação quase vazia. As luzes fracas da cidade refletiam a tensão em seus rostos. Mas Kirishima não perdeu tempo — já havia dado meia dúzia de passos rua adentro, ansioso.


— Qual direção é?! Vamos logo, não podemos perder mais tempo! — gritou ele, olhando de um lado para o outro, cheio de energia.


Antes que pudesse dar o próximo passo, Sasuke apenas ergueu dois dedos, e num piscar de olhos, Kirishima desapareceu, reaparecendo no mesmo instante ao lado do grupo.


— Ei! — reclamou Kirishima, assustado, mas Sasuke apenas cruzou os braços, sério.


— Não sozinho — respondeu o Uchiha com firmeza.


Foi quando Yaoyorozu deu um passo à frente, ajustando o capuz que agora usava para cobrir parte do rosto.


— O Kirishima está certo em estar ansioso… mas não podemos agir como estudantes aqui. Estamos em território desconhecido. Precisamos nos disfarçar antes de qualquer coisa. Se alguém nos reconhecer, o plano vai por água abaixo.


Todos assentiram, e Todoroki já começava a congelar partes do chão ao redor para apagar seus rastros. A operação havia começado — e nenhum erro seria perdoado.


Atravessando algumas ruas e evitando as câmeras de vigilância, o grupo encontrou uma pequena loja de conveniência 24h, com uma área de roupas ao fundo. Nada chamativo, perfeito para o que precisavam. Yaoyorozu foi direto ao caixa, puxando discretamente um maço de dinheiro que havia criado pouco antes.


— Tudo por conta da herdeira da Yaoyorozu Corp — disse ela, com um sorriso calmo e a confiança de quem estava acostumada a resolver as coisas com elegância.


Os disfarces foram escolhidos rapidamente:


Sasuke: vestia um sobretudo preto, com capuz e óculos escuros pequenos, quase colados ao rosto. Em vez da habitual roupa colada de combate, usava calças jeans escuras e uma camiseta cinza, com uma bandana cobrindo parte inferior do rosto. Ainda assim, sua postura permanecia séria e marcante.


Midoriya: colocou um moletom azul-marinho largo com um boné virado para frente e óculos de grau falsos. Seu rosto estava levemente coberto por uma máscara comum de tecido, e uma mochila falsa completava o visual de um estudante qualquer da cidade.


Yaoyorozu: optou por algo simples, porém refinado: uma saia longa preta, um casaco bege, óculos escuros e o cabelo preso em um coque. Seu visual passava totalmente despercebido, quase como uma universitária em troca de turno.


Todoroki: trocou seu visual habitual por um casaco grande cinza com capuz e touca, o cabelo metade branco metade vermelho escondido sob um gorro preto. Tinha um cachecol envolvendo seu pescoço e parte do rosto, ficando quase irreconhecível.


Kirishima: tentou esconder os cabelos vermelhos com uma touca grossa de lã e colocou uma jaqueta de couro marrom com calça jeans rasgada, tentando se misturar como um adolescente rebelde da cidade. Também usava óculos escuros exageradamente grandes.


Iida: vestia um conjunto esportivo azul-marinho e uma jaqueta comum, além de tampar o rosto com uma máscara branca e usar um boné com a aba baixa. Tentava andar com menos rigidez do que o habitual, mas mesmo assim parecia… formal demais.


— Pronto, agora estamos prontos pra cidade — disse Yaoyorozu, ajeitando os óculos no rosto.


— Parecemos um grupo indo pra um festival underground — comentou Kirishima, com um meio sorriso.


Sasuke os observou, puxando o capuz sobre a cabeça. — E ninguém suspeita de um grupo indo pra um festival. Vamos.


Enquanto o grupo caminhava pelas ruas noturnas da cidade, ajustando os últimos detalhes dos disfarces, Todoroki olhou para Yaoyorozu com sua expressão neutra de sempre e soltou:


—bPor que não simplesmente criou as roupas? Teria sido mais rápido… e gratuito.


Ela parou por um segundo, ajeitando os óculos escuros com um sorrisinho meio nervoso.


— B-bem, claro que eu poderia, Todoroki… Mas onde estaria a graça nisso? Precisávamos de algo com… autenticidade! Textura real! E… e comprar também nos ajudou a entrar no clima da missão, certo? Trabalho em equipe e tudo mais. Blá, blá, blá…


Kirishima riu alto, cruzando os braços enquanto ajeitava a touca vermelha.


— Pode parar, Yaomomo. A verdade é que tu só queria gastar teu dinheiro mesmo. Aposto que tava com saudade de usar a grana da empresa.


Ela fez uma careta leve, mas não negou.


— Talvez só um pouquinho…


Midoriya riu baixinho, tentando esconder a risada com a manga do moletom, enquanto Lida suspirava, visivelmente se esforçando para não comentar sobre desperdício de recursos em missão.


Sasuke, como sempre, só lançou um olhar de canto para Momo e seguiu andando.


— Gastar dinheiro ou não, tanto faz. Contanto que ninguém perceba quem somos.


E assim, disfarçados e com uma leveza rara entre eles, seguiram pelas sombras da cidade, com a missão ainda batendo forte nos corações.


..

..


O grupo caminhava com passos contidos, atentos aos arredores, até que Sasuke parou subitamente diante de um beco estreito, cercado por prédios baixos e janelas fechadas. As lâmpadas tremeluziam acima deles, lançando sombras longas e irregulares nas paredes manchadas.


— É por aqui — disse o Uchiha, a voz baixa, mas firme.


Iida se aproximou, ajustando os óculos, tentando enxergar algo além da escuridão.


— Tem certeza? Não parece ter passagem.


Sasuke assentiu com um movimento sutil da cabeça.


— O sinal do rastreador da Yaoyorozu está vindo da outra extremidade. Eles estão do outro lado desse beco.


Kirishima apertou os punhos, o rosto sério pela primeira vez desde que chegaram na cidade.


— Então é aqui que a coisa começa…


Midoriya engoliu seco, olhando para as sombras como se cada canto pudesse esconder um inimigo. Ele estava mais quieto do que o normal.


Yaoyorozu respirou fundo, colocando uma das mãos no bolso do casaco falso que usava.


— Temos que nos manter em silêncio absoluto. Qualquer som pode alertar os vilões.


Todoroki caminhou até a entrada do beco, o olhar firme.


— Vamos acabar com isso e trazer Bakugou de volta.


Sasuke olhou por cima do ombro, fitando o grupo com seriedade.


— Sem movimentos precipitados. A gente só tem uma chance. Vamos.


E então, um por um, os jovens heróis adentraram o beco, a tensão aumentando a cada passo. Do outro lado, em algum lugar invisível naquela escuridão, o esconderijo dos vilões aguardava… e com ele, Bakugou.


Sasuke parou repentinamente ao fim do beco, seus olhos semicerrados encarando a escuridão do outro lado. Entre eles e o galpão, apenas um terreno baldio com alguns containers e vegetação alta. O galpão em si parecia abandonado por fora, mas havia um silêncio estranho no ar… como se até o vento hesitasse em soprar ali.


— Kirishima… me empresta o binóculo de visão noturna — disse Sasuke, estendendo a mão sem tirar os olhos do alvo.


Kirishima pegou o item da mochila improvisada que carregava e o entregou.


— Aqui, mano.


Sem perder tempo, Sasuke subiu nos ombros de Todoroki, que permaneceu imóvel como uma estátua. Ao lado, Midoriya imitou o gesto, subindo com agilidade nos ombros de Iida.


O Uchiha ajustou o foco, procurando por qualquer movimentação suspeita… até que seu corpo enrijeceu.


— Não pode ser… — murmurou ele.


— O que foi? — perguntou Todoroki, sentindo o peso nos ombros.


Sasuke não respondeu de imediato. Seus olhos arregalados estavam fixos numa cena que fez seu estômago revirar. Dentro do galpão, mal iluminado por luzes verdes e roxas fracas, estavam dezenas de tanques de contenção, com formas humanoides mergulhadas neles.


— São… vários Nomus. Talvez dezenas… — disse Sasuke, baixando o binóculo lentamente. Sua voz saiu pesada.


Midoriya, ao ouvir aquilo, arregalou os olhos, o coração disparando.


— Isso é muito pior do que esperávamos…


Sasuke desceu dos ombros de Todoroki, ainda com a expressão tensa.


— Eles estão se preparando pra algo grande… algo enorme. E Bakugou tá no meio disso.


O silêncio tomou conta do grupo por um instante. O perigo agora era muito maior do que qualquer um ali imaginava.


Antes mesmo que o grupo pudesse bolar qualquer plano ou esboçar uma movimentação, um estrondo absurdo sacudiu a terra sob os pés deles. O ar pareceu vibrar, e o som metálico de estruturas desabando preencheu o silêncio da noite.


— O que foi isso?! — exclamou Kirishima, instintivamente se colocando à frente do grupo.


Sasuke ergueu o olhar e viu uma sombra colossal se projetando na direção do galpão. Num piscar de olhos, a parede de metal do galpão foi reduzida a poeira e estilhaços por um punho gigantesco.


— Aquilo é…?! — murmurou Midoriya.


Mt. Lady se ergueu em meio aos destroços, a expressão determinada no rosto colossal.


— NÃO SUBESTIMEM A LEI! — ela gritou, seu tom ecoando por vários quarteirões.


Ao lado dela, surgiram mais figuras pela rua iluminada pelos holofotes de um helicóptero que os seguia de cima. Best Jeanist, elegante como sempre, apareceu ajustando as fibras do seu casaco como se controlasse o próprio vento. Atrás dele vinham outros heróis conhecidos, todos com expressões sérias e determinadas.


Todoroki estreitou os olhos.


— Eles descobriram também…


Sasuke rangeu os dentes.


— Isso muda tudo…


O plano sutil de infiltração tinha acabado. A guerra já havia começado.


Escondidos ainda no beco estreito, o grupo de Sasuke observava tudo com atenção máxima. A poeira dos destroços do galpão ainda se espalhava lentamente pelo ar, e no meio do caos, os heróis ali presentes começavam a se comunicar pelos rádios.


Sasuke estreitou os olhos e fez sinal de silêncio com os dedos. Midoriya e Lida se aproximaram, enquanto Kirishima e Yaomomo ficaram atentos na retaguarda.


Pelo comunicador de Best Jeanist, foi possível ouvir claramente:


— "O grupo do All Might acabou de confirmar: o alvo está no outro esconderijo, ao norte. Bakugou Katsuki está lá. Vamos manter esta área limpa para impedir qualquer recuo dos vilões."


O coração de Kirishima disparou, mas antes que ele pudesse dizer algo, Lida respirou fundo e tomou a frente, encarando os outros com seriedade.


— Isso significa que os heróis profissionais já estão no caminho certo. Que bom... então nós não precisamos mais nos preocupar com isso.


Houve um breve silêncio entre eles.


— Podemos... deixar nas mãos deles agora — completou Lida, com um tom mais calmo, embora seus olhos ainda estivessem atentos a cada detalhe.


Mas no fundo, todos sabiam: Sasuke não seria do tipo que recua tão facilmente.


Tudo parecia sob controle. Os heróis profissionais haviam assumido o ataque ao galpão, e os garotos no beco começavam a respirar com mais calma, aliviados por ver que os adultos estavam à frente da situação. O plano parecia desnecessário agora. Por um breve instante, tudo parecia caminhar para um final seguro.


Mas então…


Um estrondo colossal rasgou o céu, sacudindo os prédios ao redor como se um terremoto tivesse atingido a cidade. O chão tremeu sob os pés deles, e uma onda de pressão insuportável percorreu o ar, como se o próprio ambiente tivesse sido distorcido por uma força sinistra. As luzes piscavam, e os sons da cidade foram engolidos por um silêncio aterrador.


Os olhos de Sasuke se arregalaram. Midoriya caiu de joelhos. Yaomomo estremeceu.


Aquela presença…


Era como se o próprio conceito de medo tivesse tomado forma. Uma aura maligna, densa e sufocante, começou a se espalhar por toda a área, cobrindo até mesmo os pontos onde os heróis profissionais estavam.


— O que... é isso...? — balbuciou Todoroki, seu corpo involuntariamente dando um passo para trás.


Uma figura, ainda envolta em sombras e pó, surgiu no centro do caos.


E em questão de segundos, ele havia tomado as rédeas da situação. A atmosfera mudou completamente. O medo passou a controlar até os mais experientes. A luta não estava mais equilibrada. Os vilões agora tinham um líder no campo.


All for One havia chegado.


Próximo capítulo: Resgate pt2
































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