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História Uchiha: Boku no Hero. - Resgate pt2


Escrita por: Canjik

Capítulo 22 - Resgate pt2




A poeira baixava devagar, revelando o rastro de destruição deixado pelo impacto inicial. Mt. Lady jazia caída entre os escombros, com parte do rosto coberto de sangue e seu corpo gigantesco imóvel. Best Jeanist tentava se levantar, mas seus fios estavam emaranhados, queimados, sua respiração entrecortada. Outros heróis estavam tombados, feridos ou desacordados. O chão estava pintado de caos.


All for One caminhava calmamente entre os corpos, a longa capa negra ondulando ao sabor da destruição que deixava para trás. Cada passo seu ecoava com um peso sufocante.


— Que decepção — disse ele, a voz abafada pela máscara, mas ainda carregada de desprezo. — Tantos títulos… "Os Protetores da Justiça", "Símbolos de Esperança"… e, no fim, suas individualidades não passam de truques fracos e sem propósito.


Ele se agachou perto de Best Jeanist, observando o herói com a frieza de um cientista diante de um experimento falho.


— Vocês não passam de peças quebradas de um sistema falido.


Do outro lado do beco, escondidos entre sombras, Uchiha, Midoriya, Todoroki, Yaoyorozu, Kirishima e Iida observavam em silêncio absoluto. O mundo parecia ter parado.


Ninguém conseguia se mover.


O pavor era absoluto, quase físico. As pernas de Midoriya tremiam incontrolavelmente. Yaoyorozu segurava a respiração, com os olhos marejados. Kirishima apertava os punhos com tanta força que as unhas cravavam nas palmas. Até Sasuke, acostumado a estar diante do perigo, sentia um peso esmagador nos ombros, como se o próprio ar tivesse se tornado concreto.


All for One nem sequer sabia que estavam ali. E mesmo assim, ele já os dominava.


O céu parecia ainda mais escuro do que antes, como se a própria noite tivesse recuado diante da presença daquele homem. All for One ergueu o braço, e um estranho tremor percorreu o chão. Fendas negras, como rachaduras distorcidas na realidade, se abriram ao redor dele — portais de teleporte, repletos de energia maligna.


Um a um, os vilões começaram a surgir dos portais, como sombras invocadas diretamente do inferno.


Dabi apareceu primeiro, com as chamas azuis queimando ao redor de seus pés, o olhar frio como gelo, mas a boca curvada em um sorriso vicioso. Toga surgiu girando uma faca nas mãos, seus olhos famintos buscando por sangue fresco, e Kurogiri pairava ao lado de All for One, as distorções em forma de fumaça roxa zumbindo em silêncio.


Spinner, Muscular, Mr. Compress, o mago estranho com a língua esticada — todos estavam ali.


Mas então, um novo portal se abriu.


E dele… saiu Bakugou.


Ele estava de cabeça baixa, os braços presos por algemas pesadas que limitavam sua explosão. Seu uniforme estava rasgado, o rosto machucado, sangue seco ainda no canto da boca. Quando ele ergueu os olhos, seu olhar era puro ódio.


Mesmo naquele estado, mesmo com todas as dores, Bakugou ainda queimava por dentro.


Toga foi até ele, rindo, dizendo algo que ele ignorou completamente. All for One apenas olhou para o garoto, como se observasse uma peça valiosa.


— Nosso convidado de honra — declarou ele. — A nova era começa com os símbolos da resistência sendo quebrados… um por um.


E os alunos do outro lado do beco… apenas observavam. O medo em seus corações era palpável, mas agora misturado com algo mais: raiva. Eles estavam vendo um dos seus ser tratado como troféu — e aquilo, aos poucos, estava acendendo algo novo dentro deles.



O coração de Sasuke batia com força, como se quisesse rasgar seu peito.


Bakugou estava bem ali.


A apenas alguns metros. Ferido. Algemado. Humilhado diante dos próprios olhos.


Eu posso salvar ele… – pensava Sasuke, o suor escorrendo pela testa, o corpo tremendo não de medo, mas da luta interna entre razão e impulso.


Suas pernas mal se moviam, presas pelo pavor que aquela aura maldita provocava. Mas sua vontade... sua vontade gritava.


Ele rangeu os dentes, forçou o corpo a obedecer, e ergueu a mão, pronta para ativar sua individualidade. Bastaria um instante, um movimento, um teletransporte e—


Uma mão segurou a sua.


Sasuke virou o rosto, surpreso, encarando Lida, que o olhava com os olhos arregalados de tensão, mas firmes.


— Não. — disse Lida, num sussurro urgente. — Ainda não é a hora.


Sasuke tentou se soltar, mas a força de Lida era surpreendentemente firme. O Uchiha olhou de volta para os céus, os punhos cerrados, o coração explodindo em frustração.

Ele podia sentir... podia sentir que, se não fosse impedido, ele o traria de volta naquele momento.


Mas por mais que doesse, por mais que queimasse sua alma… ele sabia.

Se fosse sozinho…

Se fosse agora…

Seria suicídio.


E Bakugou… seria perdido de verdade.


— Maldito… — sussurrou, deixando a mão cair.


Mas seus olhos, negros e intensos, jamais deixariam ele novamente.


– Eu juro que vou te tirar daí.


..

..


Bakugou mantinha os punhos cerrados, mesmo algemado, mesmo ferido, mesmo exausto. Mas naquele momento…
Naquele momento, nada disso importava.

Diante dele estava a pura maldade.

All for One.

O ar ao redor parecia envenenado, pesado, como se o próprio mundo estivesse sendo sufocado pela presença daquele ser.
O vilão dos vilões estava ali, em pé, com a calma perturbadora de quem sabe que já venceu.

Ele falava. Sua voz ressoava grave, tranquila, conversando com Shigaraki como um mentor paciente. Mas Bakugou…
Bakugou não ouvia.

Não conseguia ouvir.

O som parecia distante, abafado, como se estivesse debaixo d'água.
Sua visão tremia, seus músculos se recusavam a responder. O suor escorria frio pelas têmporas.

Era o medo.
Mas não qualquer medo.

Era pavor absoluto.
Um terror primitivo que ele jamais sentiu. Nem mesmo quando quase morreu na floresta. Nem quando enfrentou vilões sozinho.
Aquilo era diferente.

Ele não estava apenas diante de um inimigo.
Estava diante de um monstro que havia destruído gerações.
De alguém que parecia… inalcançável.

E pela primeira vez…
Bakugou Katsuki não conseguia pensar em uma saída.
Não conseguia esboçar um plano.
Não conseguia sequer gritar.

Ele estava…
Congelado.


Do alto dos céus, um raio dourado rompeu as nuvens negras que cobriam a cidade.


O ar, antes sufocado pela presença de All for One, pareceu respirar de novo, mesmo que só por um instante.

O chão estremeceu. O vento se agitou.


E então—

Um soco.

Um impacto brutal e repentino atingiu All for One, lançado com toda a força possível.


— ALL MIGTH!


O símbolo da paz surgiu no campo de batalha, com seu punho cerrado ainda no ar, os olhos brilhando com fúria e determinação.


Mas All for One não caiu.

Com um movimento ágil e sombrio, ele revidou, atingindo o herói com uma onda de pura destruição, jogando-o metros para trás, rachando o solo sob seus pés.


O impacto fez todos sentirem o peso daquele confronto. Era algo muito além de qualquer outra luta.


E mesmo assim, All Might se ergueu, o sangue escorrendo da boca, o corpo cansado… mas firme.


— EU ESTOU AQUI! — rugiu com sua voz firme, potente, carregada de esperança.


Era o símbolo da paz…

Diante do símbolo do caos.


E o mundo, por um breve segundo, lembrou o que era ter esperança.


No beco ainda envolto pela sombra opressora de All for One, Sasuke cerrou os dentes. O coração batia com força no peito, não por medo, mas por urgência. Ele não podia deixar Bakugou ali. Não agora.


Ao lado, Midoriya tremia. O peso daquela presença ainda pressionava cada músculo do seu corpo. Foi então que sentiu algo —

Sasuke o segurando pela gola da camisa, com força, os olhos flamejando com determinação.


— Midoriya… agora. — disse entre os dente — Eu tenho um plano.


Midoriya piscou, confuso, ainda tentando processar tudo.


O plano de Sasuke era insano. Perigoso. Mas era tudo o que eles tinham.


A tensão era esmagadora, a presença de All for One dominava o ar como uma sombra sufocante. Bakugou estava ali, cercado, em choque, incapaz de reagir.

Sasuke olhou para os outros: Midoriya, ainda no começo de dominar o One for All, tremia mas estava determinado. Todoroki e Lida estavam prontos. Kirishima cerrou os punhos, enquanto Yaoyorozu ajustava uma pequena cápsula metálica que havia criado momentos antes.


— Vamos fazer isso rápido. Midoriya, Lida, vocês vão ser o isco. Corram pela lateral e joguem o foco neles. Todoroki, cobre com gelo e fogo, abram espaço. Yaomomo, você e Kirishima fiquem comigo.


Midoriya assentiu com força. Seus olhos estavam cravados em Bakugou.


— Vamos trazê-lo de volta. Nem que eu tenha que correr até minhas pernas não aguentarem mais!


O plano começou.


Lida segurou Midoriya pelo braço, e acelerou com sua supervelocidade, cortando a lateral do campo com um estrondo. Midoriya lançou faíscas do One for All, desviando a atenção dos vilões, que se voltaram ao movimento repentino.


Todoroki avançou logo depois.


Lançou uma torrente de gelo e em seguida um pilar de chamas, criando uma explosão visual que ofuscou por um instante o campo de batalha.


— AGORA! – gritou Sasuke.


Yaoyorozu jogou a cápsula no chão — que explodiu numa cortina de fumaça especial, feita para desorientar sensores e visão térmica.


Sasuke se teleportou direto para trás de Bakugou, surgindo como uma sombra silenciosa. Bakugou mal teve tempo de reagir.


— U-Uchiha...?


— Fica quieto. Peguei você.


Kirishima, endurecido ao máximo, surgiu em seguida, dando cobertura. Ele avançou contra Dabi, bloqueando seu fogo com o próprio corpo.


Yaoyorozu criou em tempo recorde uma plataforma de salto, semelhante a um canhão de mola, que lançou Sasuke e Bakugou de volta por cima dos prédios.


Sasuke trocou de lugar no ar com uma rocha posicionada previamente.


Eles reapareceram com segurança a algumas ruas dali, onde Midoriya e Lida já aguardavam.


Mas Dabi percebeu a fuga.


Ele lançou uma muralha de fogo para impedir que Todoroki escapasse.


— Você não vai—!


Todoroki ergueu sua mão e congelou o chão sob os pés de Dabi, quebrando seu apoio e derrubando-o com um impacto seco. Ele recuou deslizando pelo gelo até a rua onde os outros estavam.


Sasuke caiu de joelhos.

Sangue escorria do seu nariz, o corpo inteiro latejava, mas ele não soltava Bakugou. Kirishima o segurou pelos ombros.


— Conseguimos! Nós conseguimos!


Yaoyorozu apareceu logo depois, com a respiração pesada e uma expressão de puro alívio. Ela segurava mais duas cápsulas de fumaça, pronta para qualquer emergência.


Bakugou olhou ao redor, os olhos arregalados. Ainda tremia. — ...Vocês... — sua voz falhou — ...vieram por mim?


Midoriya se aproximou, sorrindo.


— Claro que sim.


O time recuou para os becos, sumindo nas sombras da cidade. Eles sabiam que a guerra não havia acabado.


Mas por enquanto… Bakugou estava salvo.


Bakugou abriu a boca, o olhar ainda selvagem, os músculos tensos como se fosse soltar algum comentário ácido. Seus olhos percorreram o grupo — Midoriya arfando, Lida com as mãos nos joelhos, Todoroki suando, Yaoyorozu com as roupas rasgadas pela ação, e Kirishima com algumas marcas de queimadura no braço. Então olhou para Sasuke, que ainda ajoelhado, sujo de sangue e exausto, não desviava o olhar nem por um segundo.


— Tsc... Eu nem—


Antes que pudesse terminar, Sasuke se levantou com esforço, limpando o sangue do rosto com o dorso da mão e falou com firmeza:


— Poupa o fôlego, Bakugou. Não é hora pra isso. Temos que nos reagrupar com os outros heróis antes que o pior aconteça.


O tom era sério, sem espaço pra discussão.


Bakugou cerrou os dentes, a mão se fechando em punho, mas não disse mais nada.

Ele apenas desviou o olhar e bufou.


— Tsc... Tanto faz.


O grupo então começou a se mover rapidamente, voltando pelas sombras da cidade para onde os profissionais estavam. Eles ainda tinham uma guerra pela frente — mas pelo menos, estavam juntos.


De repente, um som cortante invadiu o beco — como o rasgar de uma lâmina atravessando o ar e atingindo concreto. Todos pararam, em alerta. Um estalo seco veio logo em seguida, e então… passos pesados.


Da escuridão da entrada do beco, emergiu uma figura alta, musculosa, e grotescamente sorridente. A neblina começou a se formar em volta de seus pés, como se a própria presença dele afetasse o ambiente.


— Finalmente encontrei vocês… — Kisame rosnou, seus olhos arregalados e famintos, como os de um predador diante de presas feridas. — Vocês deviam ter continuado fugindo.


Ele girava Samehada em uma das mãos com facilidade, como se fosse uma simples extensão de seu braço.


— Mas não… tiveram que voltar pra brincar de heróis. Agora eu vou acabar com todos de uma vez.


A tensão no ar explodiu. Sasuke imediatamente deu um passo à frente, o olhar gelado, já preparando seu teletransporte. Kirishima ficou entre Yaomomo e Kisame. Lida se pôs ao lado de Midoriya, que tentava se levantar com dificuldade. Todoroki já tinha chamas e gelo dançando nas mãos.


— Merda… — Bakugou rosnou. — De novo esse maluco.


Kisame sorriu, ainda mais largo.


— É, vamos terminar o que começamos, Uchiha.


E então ele avançou.


Antes que Kisame pudesse dar o primeiro golpe, um clarão branco cruzou o beco.


— HÁÁÁÁÁÁ!


O som de algo rasgando o ar precedeu o impacto brutal.


CRACK!


O rosto de Kisame foi brutalmente acertado por um chute poderoso, lançado com precisão absoluta. Seu corpo gigantesco voou como um boneco, atravessando paredes e postes do outro lado da rua, até desaparecer em meio aos escombros e poeira.


— Cheguei na hora certa, hein? — disse uma voz rouca e selvagem, cheia de confiança.


Mirko aterrissou com um giro ágil, o punho cerrado e os olhos selvagens vasculhando os arredores.


— Tavam mesmo pensando em deixar a diversão só pra vocês?


Sasuke a encarou com um breve aceno de cabeça. Kirishima ficou boquiaberto. Todoroki, quase aliviado. Midoriya parecia estar vendo um símbolo de pura força física ali.


— A Caçadora chegou… — murmurou Sasuke com um meio sorriso torto.


Mirko parou ao lado de Sasuke, o analisando de cima a baixo com seus olhos selvagens. Sem aviso, agarrou-o pela gola, o rosto a poucos centímetros do dele.


— Você é um idiota corajoso, sabia disso? — disse com um meio sorriso, os olhos vibrando com adrenalina. — Igualzinho aos seus amigos.


Sasuke franziu o cenho, mas não disse nada. Ainda ofegante, observava o campo de batalha e o caos que ainda se desenrolava mais à frente.


— Mas agora é hora de recuar, Uchihazinho. — disse ela com firmeza, o tom mudando para algo mais sério. — O palco vai ser do All Might agora. E ele vai lutar com tudo que tem.


Ela soltou a gola de Sasuke com um leve empurrão e virou-se para os outros:


— Recuem! Deixem o símbolo da paz fazer o que ele faz de melhor!


Ao longe, o som de trovões e o impacto de socos colossais entre All Might e All for One ecoavam como uma guerra entre titãs.


Sasuke cerrou os punhos, mas deu um passo para trás. Era a hora de confiar.


Em meio ao recuo, os jovens heróis foram guiados por Mirko para um ponto seguro, onde alguns civis haviam improvisado um abrigo e um velho telão de LED transmitia a batalha colossal. A imagem tremia, mas o suficiente para todos verem.


All Might estava lá, enfrentando All for One com toda sua força. Cada soco parecia rasgar o céu, cada impacto fazia o chão tremer. Mas algo estava diferente.


— O corpo dele… — murmurou Midoriya, os olhos arregalados.


Na tela, era visível. Aos poucos, All Might começava a perder volume. Seu físico, outrora colossal e imponente, estava se reduzindo. Seus golpes ainda eram poderosos, mas havia um atraso, um cansaço profundo neles.


— Ele tá chegando no limite… — disse Kirishima, apertando os punhos com força.


— Não... — sussurrou Yao-momo, levando uma mão à boca. — Ele está... diminuindo.


Lida permanecia em silêncio, mas sua expressão era séria, os olhos fixos na tela.


Sasuke, de braços cruzados, observava com um misto de respeito e urgência. Ele sabia: aquela luta era mais do que um confronto. Era o símbolo da esperança tentando resistir ao próprio fim.


E o mundo todo assistia, em silêncio.


A transmissão tremia com o impacto dos golpes, os ruídos da batalha ecoando pelas caixas de som improvisadas. E então, All for One recuou por um instante, o suficiente para erguer a mão, como se estivesse apresentando algo a uma plateia invisível — mas sabiam que ele falava diretamente ao mundo inteiro.


Seu tom era calmo, debochado, carregado de veneno.


— Esse é o seu símbolo da paz? — sua voz ecoou, firme, como se atravessasse a alma de quem ouvia. — Esse homem... frágil... ofegante... mal consegue se manter em pé.


A câmera captava All Might arfando, sua forma musculosa começando a ceder visivelmente.


— Este é o verdadeiro rosto do seu herói. — continuou All for One, apontando com desprezo. — A mentira que vocês chamavam de invencível. Olhem bem. Gravem essa imagem. Porque depois de hoje... — ele sorriu por trás da máscara — Nem mesmo a esperança vai sobrar para vocês se apoiarem.


O mundo inteiro assistia.

O símbolo da paz... estava caindo.


Mesmo diante da brutalidade da cena, com a imagem de All Might quase de joelhos e All for One imponente à sua frente, as vozes não se calaram. Pelo contrário.


Das ruas de Tóquio aos vilarejos mais remotos, das salas de aula aos telões em praças públicas, o mundo inteiro assistia em silêncio... até que o primeiro grito se ergueu.


— “ALL MIGHT!”


E então, como uma onda, milhares de vozes ecoaram.


— “ALL MIGHT!!”


De dentro das casas, de dentro dos trens, hospitais, estações, abrigos, até mesmo dentro dos vilarejos mais afastados, todos gritavam, torcendo, chorando, pedindo.


— “Você consegue, All Might! Aguenta firme!”

— “Levanta, símbolo da paz!”

— “A gente acredita em você!”


As redes sociais explodiam, os hashtags com o nome dele dominavam tudo, transmissões ao vivo tinham milhões de visualizações simultâneas. Crianças seguravam os bonecos do herói com força. Pais e mães torciam com os olhos marejados.


Era como se todo o planeta estivesse reunido numa só voz.


O mundo inteiro estava com All Might.

Porque, mesmo caindo, ele ainda era o símbolo.

Mesmo fraco... ele ainda era a esperança.


Enquanto o mundo inteiro torcia com o coração na garganta, Bakugou apertou os punhos com tanta força que seus dedos ficaram brancos. Ao lado dele, Midoriya tremia, lágrimas escorrendo de seus olhos.


E então, os dois gritaram ao mesmo tempo, com a alma:


— VENCE ELE, ALL MIGHT!!


As palavras atravessaram o ar como flechas. E como se tivesse ouvido... All Might se levantou.


Cambaleante, seus músculos tremiam, seus olhos estavam pesados, mas em seu rosto se formou um sorriso. Aquele mesmo sorriso que fazia o mundo acreditar. O símbolo da paz... ainda estava ali.


Ele ergueu o braço.


— Porque eu... estou aqui!!


All for One avançou com brutalidade, sua mão pulsando com dezenas de individualidades acumuladas, pronto pra esmagar o herói.


Mas naquele instante... All Might explodiu em velocidade.


Cada passo era impulsionado por força pura. O chão rachava sob seus pés. O ar tremia ao redor de seu punho.


E então, ele concentrou toda sua energia, todos os seus últimos fragmentos de poder... e lançou seu golpe final:


UNITED STATES OF SMASH!!!


Seu punho acertou o rosto de All for One com uma força tão absurda que o vilão foi arremessado como um míssil pelos céus da cidade, destruindo tudo em sua trajetória.


O impacto reverberou por quilômetros. O chão tremeu. O ar explodiu.


E por um momento, o silêncio tomou o mundo.


E então, o grito de vitória começou a nascer...


O mundo explodiu em comemoração.


Na cidade, nas vilas distantes, nos telões das praças, nas salas apertadas, nas ruas tomadas por medo — as pessoas gritaram, choraram, se abraçaram. Alguns caíram de joelhos, outros batiam palmas freneticamente, e muitos apenas choravam em silêncio, sorrindo com esperança nos olhos.


Bakugou gritou com todas as forças, socando o ar, os olhos brilhando:


— ELE CONSEGUIU!!


Midoriya caiu de joelhos, as lágrimas escorrendo sem parar, o coração aliviado como nunca antes.


Kirishima, Lida, Todoroki, Yaomomo e Sasuke se entreolharam, ofegantes, como se tivessem saído de um pesadelo — mas sorriram. Porque eles estavam ali pra ver aquilo.


E então, no meio da fumaça... All Might se levantou, com seu corpo já mais fraco, mas ainda imponente como uma lenda viva.


Ele virou para a câmera, olhou diretamente para os corações de todos, e com sua voz enfraquecida, mas cheia de certeza, apontou com o dedo trêmulo e disse:


— Você é o próximo.


Um silêncio reverente se espalhou antes de mais uma onda de gritos tomar conta do mundo.


Naquele instante, nem todos entenderam. A era de All Might estava terminando...

Uma nova geração estava prestes a começar.


Midoriya caiu de joelhos, os olhos arregalados fixos na tela ainda vibrando com a imagem de All Might apontando para a câmera. As palavras “Você é o próximo” ecoavam como um trovão dentro de sua cabeça.


Seus punhos apertaram contra o chão, o corpo inteiro tremendo, e então as lágrimas vieram — quentes, intensas, carregadas de peso.

Ele chorava não só pela vitória, mas pelo legado que agora sabia que carregava.


— I-Isso... — balbuciou, a voz falhando — Ele falou comigo...


Ao seu lado, Sasuke estava calado. Seus olhos sérios, focados na tela que agora exibia apenas a fumaça da batalha. Ele entendeu de imediato.


— ...Foi pra você — disse baixo, cruzando os braços. — Ele escolheu você, Midoriya.


Midoriya virou o rosto em meio às lágrimas, surpreso que Sasuke tivesse dito aquilo tão diretamente.


— Então se prepare — Sasuke completou, encarando o céu, onde a fumaça ainda dançava. — Porque agora... tudo vai ser diferente.


Sasuke olhou para Midoriya ainda ajoelhado no chão, os olhos marejados e o coração pesado com o peso das palavras de All Might. O Uchiha respirou fundo, fechou os olhos por um instante... e então sorriu de leve, aquele sorriso raro, contido, mas verdadeiro.


— Mas você não vai estar sozinho nessa jornada — disse ele, com a voz firme.


Midoriya levantou o olhar, surpreso.


Sasuke continuou:


— Eu estarei ao seu lado. E não só eu... todos nós. Lida, Kirishima, Todoroki, Yaomomo... — ele apontou com o queixo para os colegas reunidos ali perto — ...ninguém vai deixar você carregar isso sozinho.


Midoriya sentiu o peito apertar de novo, mas dessa vez não era medo. Era força.

Ele assentiu, limpando os olhos com o braço, sentindo dentro de si o início de algo grande.


— Obrigado, Sasuke... de verdade.


Sasuke apenas cruzou os braços e olhou para o céu.


— Vamos dar conta disso, Izuku. A próxima geração já começou.
































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