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História Uchiha: Boku no Hero. - Mudando-se para os dormitórios


Escrita por: Canjik

Capítulo 24 - Mudando-se para os dormitórios




Os portões da U.A. estavam abertos, revelando o enorme e moderno campus dos dormitórios que agora abrigariam os alunos por tempo integral. Era um espaço gigantesco, com vários prédios e áreas abertas, e todos estavam visivelmente impressionados com o tamanho e estrutura do lugar.


Um a um, os alunos da Classe 1-A foram chegando, carregando malas, mochilas, travesseiros e, em alguns casos, até bichos de pelúcia escondidos. A animação estava no ar, misturada com uma leve tensão pelo novo começo.


Kyoka chegou cedo, andando ao lado de Yaoyorozu, tentando parecer tranquila, mas seus olhos escaneavam discretamente cada rosto que surgia pelo portão. Não muito longe, Asui conversava com Uraraka e Iida, mas sua atenção também estava dividida — ela olhava de canto, esperando alguém.


E então, finalmente, Sasuke apareceu.


O Uchiha passou pelos portões com as mãos nos bolsos e uma mochila jogada de lado. Os raios do sol pareciam fazer questão de destacá-lo, o que fez todos os olhares se voltarem imediatamente em sua direção. Um silêncio breve caiu no grupo.


Kyoka arregalou levemente os olhos, engolindo em seco. Asui parou no meio da frase que dizia, e sua língua quase escorregou para fora num reflexo nervoso.


Sasuke, como sempre, parecia alheio à atenção. Mas por dentro, ele notava cada olhar, cada reação. Ele passou pelos colegas em silêncio, mas seus olhos se cruzaram por meio segundo com os de Kyoka... e depois com os de Asui.


Sasuke mal havia dado mais alguns passos pelo pátio dos dormitórios quando foi surpreendido por uma onda de entusiasmo.


— Uchih! — gritou Kaminari, quase tropeçando nos próprios pés enquanto corria até ele com um sorriso largo no rosto.


— Cara, você sumiu! — disse Kirishima, vindo logo atrás, jogando um braço por cima dos ombros do Uchiha com seu jeito caloroso habitual. — A gente ficou preocupado, irmão!


Ashido chegou pulando de leve, com sua energia contagiante. — Ainda bem que você apareceu! As coisas andaram tensas demais ultimamente… Ver você bem já é um alívio!


Sasuke olhou para os três, e por um breve instante seu semblante relaxou. Ele deu um pequeno aceno com a cabeça, algo discreto — mas para quem o conhecia, era o suficiente pra mostrar que ele também estava feliz em vê-los.


— Tô bem — respondeu, simples. — E é bom ver vocês também.


Aquela recepção calorosa quebrou um pouco do peso que ele sentia no peito. Mesmo que não demonstrasse muito, Sasuke sabia que aquele grupo o considerava parte de algo maior. E ali, cercado pelos amigos, ele não se sentia tão sozinho.


Mais alguns alunos já se preparavam para se aproximar de Sasuke — Sero deu um passo à frente, e até mesmo Tokoyami parecia inclinado a dizer algo —, mas antes que qualquer um pudesse abrir a boca, a voz firme de Aizawa ecoou pelo pátio, cortando o burburinho como uma lâmina.


— Chega de conversinha. — disse ele, com o olhar sério e cansado de sempre, mãos nos bolsos e uma postura rígida. — Prestem atenção.


Todos os alunos automaticamente se endireitaram, atentos.


— A partir de hoje, vocês estarão sob vigilância constante. Esse dormitório não é só uma medida de segurança… É uma forma de garantir que todos permaneçam protegidos e próximos o suficiente para agir como uma equipe.


Aizawa caminhou devagar pela frente do grupo, observando cada um.


— Vocês terão seus próprios quartos, liberdade vigiada, e horários a cumprir. Eu estarei de olho em tudo. Não esperem moleza. — ele parou e olhou diretamente para Sasuke por um breve segundo, antes de voltar a encarar a turma inteira. — Vocês são o futuro. Comportem-se como tal.


O silêncio que se seguiu foi quase solene. E ali, mesmo com todas as tensões não ditas, cada um dos alunos sentia o peso e a importância daquele novo começo.


Aizawa parou diante do grupo e, por um instante, o silêncio pesou mais do que o ar. Ele então cruzou os braços e disse com firmeza:


— Uchiha. Midoriya. Todoroki. Yaoyorozu. Lida. Kirishima. — Ele falou os nomes em ordem clara, o olhar sério varrendo cada um deles. — Todos vocês... desobedeceram ordens diretas. Foram atrás de Bakugou em uma operação completamente imprudente, sem qualquer autorização, colocando suas vidas e as de outros em risco.


Os nomes citados ficaram tensos. Midoriya abaixou um pouco a cabeça. Iida manteve a postura firme, mas o olhar vacilou. Kirishima apertou os punhos discretamente. Todoroki manteve-se em silêncio, e Yaoyorozu parecia nervosa. Sasuke apenas o encarava, impassível.


— Vocês se acham heróis? — Aizawa continuou, sua voz cortante. — Porque heróis de verdade sabem seguir ordens. Sabem quando agir e quando recuar. Sabem a diferença entre coragem e estupidez.


Ele deu um passo à frente, o tom mais duro:


— Só há um motivo pelo qual vocês não estão sendo expulsos agora... — Aizawa fez uma breve pausa, e os olhares se ergueram em expectativa. — All Might se aposentou. O mundo já está de cabeça pra baixo. E nesse momento, o que mais precisamos... é de esperança.


Seu olhar suavizou, ainda que minimamente.


— Mas não confundam isso com perdão. Vocês terão que reconquistar a confiança de todos aqui. Isso é o que significa ser um herói.


O silêncio voltou a dominar o ambiente. Uma lição tinha sido dada — e ninguém ali ousaria esquecê-la.


Sasuke deu um passo à frente, os olhos escuros fixos nos de Aizawa. A tensão ainda pairava no ar, mas sua voz saiu firme e direta:


— Com todo o respeito, professor… se a gente não tivesse ido, o Bakugou podia muito bem não estar aqui agora.


O murmúrio entre os outros alunos foi imediato. Alguns olharam para Bakugou, que cruzou os braços, desviando o olhar como se não quisesse admitir nada. Aizawa manteve a expressão neutra, apenas fitando Sasuke em silêncio por alguns segundos.


— Eu sei que a gente agiu por impulso — continuou o Uchiha. — Mas a verdade é que funcionou. E nós fizemos isso porque nos importamos. Não foi por glória. Não foi por desobediência. Foi porque era o certo a se fazer.


Por um instante, Aizawa nada disse. Depois, soltou um suspiro leve, cansado, mas compreensivo.


— Não confundam um resultado positivo com a decisão certa. — Ele respondeu. — Mas... entendo. Só não esperem que o mundo sempre recompense boas intenções.


Sasuke assentiu uma única vez. Ele não estava buscando aprovação. Apenas deixando claro por que havia feito o que fez.


Aizawa cruzou os braços, seu olhar sério e cansado fixo em Sasuke.


— Você fala como se tivesse autoridade pra isso, Uchiha — disse em um tom mais rígido. — Mas você não está em posição de dizer nada.


A sala ficou em silêncio.


— Você sumiu por quase uma semana inteira. Sem aviso, sem contato. Ninguém sabia onde estava ou se estava bem. Seus colegas estavam preocupados. Professores, também.


Sasuke manteve o olhar firme, mas seu maxilar travado denunciava que ele sentia o peso daquelas palavras.


— Não é só poder ou talento que faz um herói — continuou Aizawa. — É responsabilidade. E desaparecer sem explicação não é comportamento digno de alguém que espera ser confiável em campo.


O silêncio que se seguiu foi denso. Até mesmo Kaminari e Kirishima, que ainda estavam próximos de Sasuke, abaixaram um pouco a cabeça. Sasuke respirou fundo, mas dessa vez, não respondeu de imediato. Ele sabia que Aizawa estava certo.


Sasuke respirou fundo, sua expressão séria começando a ceder um pouco. Ele olhou ao redor — Midoriya, Todoroki, Lida, Yaoyorozu, Kirishima... todos estavam ali, em silêncio, observando-o. Por fim, ele encarou Aizawa e disse com a voz firme, mas mais baixa:


— Eu me desculpo, professor. Por ter desaparecido. Por não ter dado notícias.


Seu olhar então se voltou para os colegas, um a um.


— E me desculpo com vocês também. Eu devia ter confiado mais em todo mundo. Não foi certo me afastar daquele jeito.


Kaminari assentiu com um pequeno sorriso, Kirishima cruzou os braços e murmurou um “tudo certo”, e Midoriya sorriu de leve, aliviado. Yaoyorozu pousou a mão no ombro de Sasuke por um instante, e Iida fez um gesto formal com a cabeça.


Aizawa observou a cena por alguns segundos, antes de virar as costas e dizer:


— Espero que isso signifique que você está de volta... de verdade. Porque a partir de agora, tudo vai ser mais difícil.


E com isso, ele caminhou até o centro do dormitório para continuar suas instruções.


Aizawa, com seu semblante cansado de sempre, conduziu os alunos até o saguão principal do enorme prédio. Parou bem no centro, olhou para todos e começou a explicar com a voz monótona, porém firme:


— Este é o dormitório que servirá de moradia para vocês até segunda ordem. A U.A. decidiu que, por segurança, os alunos devem ficar aqui em tempo integral.


Ele então esticou o braço para a direita.


— Dormitórios masculinos, nesse corredor. Cada um tem seu quarto individual, com cama, guarda-roupa, escrivaninha, banheiro próprio. Nada de dividir espaço.


Depois apontou para a esquerda.


— Dormitórios femininos ficam daquele lado. A mesma estrutura. E é claro... sem visitas fora de hora. Regras rígidas de horário e conduta serão entregues em mãos.


Ele então virou-se de costas e apontou para trás de onde estavam.


— A área comum está ali: refeitório, sala de estar, cozinha compartilhada — não que vocês devam cozinhar, mas está lá. Temos também uma sala de estudos, uma pequena academia e espaço ao ar livre nos fundos. Vocês podem se reunir, conversar ou treinar, contanto que respeitem os horários e os limites.


Aizawa suspirou.


— Isso aqui não é colônia de férias. Mas também não é uma prisão. O objetivo é manter vocês seguros... e juntos.


Os alunos se entreolhavam, alguns animados, outros ainda digerindo toda a mudança. Mas todos sabiam: as coisas estavam diferentes agora.


No meio do silêncio respeitoso após a fala de Aizawa, uma mão se ergueu timidamente — mas com um sorriso nada discreto no rosto.


— Sensei… — Mineta começou, com aquele brilho malicioso nos olhos. — Como assim "visitas fora de hora"? Tipo, se alguém quiser... sei lá, fazer uma visita inocente durante a noite, isso é proibido?


Alguns alunos bufaram. Kaminari segurou uma risada, Ashido revirou os olhos, e Tsuyu simplesmente soltou um "gergh" baixinho. Aizawa o encarou por um longo momento, como se ponderasse se valia a pena responder.


— Mineta... — disse, com a paciência por um fio. — "Visitas fora de hora" significa exatamente o que parece. Nada de atravessar os corredores entre dormitórios depois do horário estabelecido. Você não vai ter a menor chance.


Mineta pareceu murchar, mas ainda assim murmurou:


— Sempre há uma chance...


— O que foi que você disse? — Aizawa perguntou, já ativando seu olhar ameaçador.


— Nada! — Mineta levantou as mãos em rendição, tremendo um pouco.


O clima se aqueceu com algumas risadas abafadas, e Aizawa continuou a explicação como se nada tivesse acontecido. Mas, no fundo, todos sabiam que Mineta seria o primeiro a tentar burlar as regras.



..

..


Sasuke terminava de colocar seus poucos pertences sobre a prateleira. Seu quarto era simples, organizado, sem muitos detalhes — exatamente como ele gostava. A janela estava entreaberta, deixando uma brisa leve passar, e a porta do dormitório permanecia escancarada.


Foi por ela que Todoroki apareceu.


— Quarto tranquilo — comentou ele, encostando-se no batente com as mãos nos bolsos. — Combina com você.


Sasuke lançou um breve olhar por cima do ombro e deu um leve assentir com a cabeça.


— Prefiro assim. Silêncio ajuda a pensar.


Todoroki entrou mais um passo, observando os poucos itens ali. Um estojo de armas tradicionais, alguns livros técnicos e uma muda de roupa dobrada com perfeição.


— Não trouxe muita coisa — observou Todoroki.


— Não tenho muita coisa — respondeu Sasuke com naturalidade, fechando a última gaveta.


Houve um pequeno silêncio confortável entre os dois, até Todoroki dizer:


— Você sumiu. E agora voltou como se nada tivesse acontecido. Mas... acho que todos entenderam que você precisava de um tempo.


Sasuke olhou para ele, sério por um instante, antes de responder:


— Foi necessário. Mas agora, estou aqui. E vou ficar.


Todoroki assentiu lentamente, aceitando aquelas palavras como sinceras.


— Bom. Porque as coisas vão ficar mais difíceis daqui pra frente. Vamos precisar de todos... inclusive de você.


Sasuke cruzou os braços, olhando pela janela. — Estou pronto.


— Que bom — disse Todoroki, com um leve sorriso. — Porque todo mundo ainda tá meio quebrado... e você sempre foi o tipo que mantém os pés no chão.


Ele então se afastou da porta.


— Termina de arrumar aí. Depois vamos descer com o pessoal.


Sasuke apenas assentiu novamente, observando seu amigo ir embora. Por mais que não demonstrasse com palavras, aquela visita tinha sido bem-vinda.


..

..


A sala de estar do dormitório estava cheia de vida. Todos os alunos da 1-A estavam ali, espalhados pelo sofá, poltronas e até pelo chão com almofadas. Risadas ecoavam, conversas paralelas se cruzavam e a sensação de que, pela primeira vez em dias, havia um pouco de paz era reconfortante.


Foi quando Ashido, com seu sorriso travesso e energia contagiante, se levantou e propôs:


— E se a gente fizesse um tour pelos quartos? Tipo, pra ver quem decorou melhor! Vai ser divertido!


— Eu topo! — respondeu Kaminari, animado. — Já deixei o meu no jeito!


Midoriya, sentado ao lado de Iida e Uraraka, empalideceu um pouco.


— E-Eu não sei se é uma boa ideia... — murmurou, começando a suar.


— Opa! Quem recusa primeiro é o primeiro a ter o quarto invadido! — gritou Ashido, apontando animadamente para ele.


— E-Espera! Não, não, pera aí—!


Mas já era tarde. O grupo se levantou em conjunto, rindo e arrastando Midoriya consigo pelos corredores até seu quarto.


Ao abrirem a porta... o choque foi geral.


O quarto de Midoriya parecia um santuário ao All Might. Pôsteres cobrindo quase todas as paredes, action figures organizadas com precisão milimétrica, almofadas personalizadas, revistas antigas, autógrafos emoldurados, canecas temáticas, uma luminária com o formato do símbolo da paz... e, no centro de tudo, um recorte em tamanho real do herói número um sorrindo com o polegar levantado.


— Uau... — exclamou Tsuyu, arregalando os olhos.


— Isso é... assustador e admirável ao mesmo tempo — murmurou Todoroki.


— Esse é o quarto de um verdadeiro fã! — riu Kirishima, batendo no ombro de Midoriya.


— Eu... eu só... é que eu admiro muito ele, tá? — gaguejou Midoriya, envergonhado, cobrindo o rosto com as mãos.


Sasuke, parado na porta, observou com uma sobrancelha levemente erguida.


— Obsessão ou devoção? Ainda não sei.


— Os dois! — respondeu Uraraka, tentando não rir.


O quarto de Midoriya definitivamente havia deixado o padrão alto… e o constrangimento dele maior ainda.


Depois da comoção no quarto de Midoriya, todos voltaram rindo e comentando sobre cada detalhe do santuário ao All Might. A empolgação só crescia, e Ashido já ia puxando o grupo para o próximo alvo:


— Ok, agora é o do Tokoyami! Ele tava todo misterioso desde o início, quero ver se é por causa do quarto!


Tokoyami, que estava parado bem em frente à porta do próprio quarto com os braços cruzados, balançou levemente a cabeça.


— Preferiria manter minha caverna em sigilo…


— Ah, qual é — disse Kaminari —, isso só aumenta a nossa curiosidade!


Antes que Tokoyami pudesse dizer mais alguma coisa, Sasuke surgiu silenciosamente atrás dele, ativou seu poder e, em um piscar de olhos, teletransportou o colega para o lado.


— Desculpa, mas a maioria venceu — disse Sasuke com um tom tranquilo, enquanto girava a maçaneta e empurrava a porta devagar.


Assim que a porta se abriu, um clima diferente tomou conta do grupo.


O quarto era escuro — não por falta de iluminação, mas por escolha. As paredes eram pretas com detalhes em vermelho, várias velas falsas de LED criavam uma atmosfera dramática e mística. Havia livros de capa dura empilhados com títulos como “A Filosofia da Sombra” e “Espíritos da Noite”. Um corvo empalhado (falso, mas bem realista) repousava sobre uma prateleira. Cortinas pesadas bloqueavam a luz externa. E, ao centro, uma cama arrumada com lençóis escuros e uma estatueta sinistra de um guerreiro em pose meditativa.


Dark Shadow estava flutuando calmamente ao lado, como se aquilo tudo fosse seu habitat natural.


— Nossa… — disse Tsuyu, baixinho. — Isso é bem… gótico.


— Estiloso. Diferente. Mas estiloso. — disse Jirou, analisando os detalhes.


— Ele dorme ou invoca demônios aqui? — sussurrou Kaminari, ligeiramente arrepiado.


— Admito que é mais interessante do que eu esperava — comentou Sasuke, cruzando os braços, observando o ambiente com atenção.


Tokoyami voltou a se aproximar da porta com a mesma calma de sempre.


— Cada um se sente confortável em sua própria escuridão.


— Profundo — disse Ashido, batendo palmas.


— Tenebroso... mas tem personalidade — completou Kirishima com um sorriso.


Era oficial: o quarto de Tokoyami era uma mistura entre um santuário da sombra e uma meditação profunda. E ninguém ousaria mexer em nada ali dentro.


Depois de saírem do quarto do Tokoyami com uma aura sombria ainda grudada nos ombros, todos respiraram fundo no corredor.


— Ok… esse definitivamente foi uma experiência — comentou Kirishima, ajeitando os cabelos como se tentasse se livrar da densidade daquele ambiente.


— Agora, vamos equilibrar isso aí com algo mais… leve? — disse Ashido, já virando o rosto na direção do próximo quarto.


— O próximo é… Aoyama! — anunciou Kaminari, lendo a listinha improvisada que haviam feito.


— Ohohoho! Mas é claro que vocês querem ver o meu quarto! — Aoyama surgiu dramaticamente na porta, com uma pose extravagante e um brilho no sorriso. — Preparem-se… para brilhar!


Com um gesto largo, ele abriu a porta com uma elegância teatral.


Uma onda de luz refletida os cegou momentaneamente.


O quarto de Aoyama era o completo e absoluto contraste do anterior. Havia espelhos por todos os lados, paredes cobertas com papel laminado dourado e prateado, luzes LED de várias cores contornando o teto, e um tapete felpudo branco impecável no centro. Sobre uma cômoda estavam expostos diversos frascos de perfume e uma coleção de tiaras e lentes de contato coloridas.


— Uau… — murmurou Tsuyu, piscando rápido para se acostumar com o brilho.


— Eu… acho que tô ficando cego — sussurrou Kaminari, tapando os olhos com uma mão.


— Isso aqui é uma explosão de glamour — disse Jirou, chocada, mas sorrindo.


— É um crime contra o bom senso — comentou Tokoyami baixinho atrás de todos, ainda se recuperando da invasão à sua caverna sombria.


Sasuke ficou parado, observando tudo em silêncio, com uma sobrancelha levemente arqueada.


— Tem tanta luz aqui que é capaz do All Might usar como farol se precisar pousar em um avião — comentou Kirishima, rindo.


Aoyama, por sua vez, estava radiante. Literalmente.


— Je brille! Como sempre! Vocês não esperariam menos de mim, não é?


— É… o universo realmente precisa de equilíbrio — murmurou Midoriya, pensando na mudança abrupta de atmosfera entre os dois quartos.


E assim, entre brilhos, espelhos e glitter, o tour pelos dormitórios da U.A. continuava, cada quarto revelando mais sobre os jovens heróis e suas personalidades únicas.


Depois do espetáculo de luzes no quarto do Aoyama, o grupo seguia animado pelo corredor.


— Tá, próximo da lista é… — Ashido olhou para o papel e fez uma careta. — …Mineta.


O grupo inteiro trocou olhares desconfortáveis. Houve um silêncio pesado por alguns segundos.


— Vamos pular esse, né? — disse Jirou com um olhar sério, cruzando os braços.


— Por favor — acrescentou Tsuyu, já desviando o olhar da porta de Mineta.


— Concordo — respondeu Iida, ajustando os óculos. — Em nome da preservação da integridade de todos nós, é mais prudente evitar surpresas desagradáveis.


Mineta, que tinha colocado a cabeça pra fora da porta com um sorriso suspeito, suspirou derrotado ao vê-los passarem direto.


— Que cruéis… — murmurou ele, voltando para dentro.


O próximo foi o de Lida.


Quando a porta foi aberta, todos sentiram como se tivessem entrado numa sala de aula extra organizada. Cada objeto estava perfeitamente alinhado. A escrivaninha, impecável. Os livros organizados por tamanho e cor. Até o lixo estava limpo.


— Esse é o quarto de um presidente de classe mesmo — comentou Kirishima, impressionado.


— Nem parece que alguém dorme aqui — disse Kaminari, coçando a cabeça.


— Disciplina é a base da convivência! — anunciou Iida com orgulho, fazendo um gesto robótico com o braço.


Logo em seguida, chegaram ao quarto de Ojirou.


A decoração era simples, funcional e acolhedora. Tatames no chão, uma pequena estante de livros, uma espada de madeira apoiada no canto e algumas plantas que davam um ar tranquilo ao ambiente.


— É… bem a cara dele — comentou Midoriya com um sorriso.


— Gosto da vibe zen — disse Asui, observando as plantas com interesse.


— Dá vontade de meditar aqui — acrescentou Ashido, se jogando no chão.


Por fim, foi a vez de Kaminari.


Ao abrir a porta, todos soltaram um "ooh" misturado com risadas.


Cartazes de bandas, jogos espalhados pela mesa, fones de ouvido por todos os cantos, e uma TV de bom tamanho com um console ligado. Era uma verdadeira "caverna gamer" com iluminação de LED amarela contornando as prateleiras.


— Esse lugar grita "Kaminari" — disse Jirou, cruzando os braços.


— Só falta a tomada com aviso de "não encoste, risco de choque" — provocou Sasuke com um leve sorriso.


— Ei! Isso aqui é minha zona de relaxamento, ok? — respondeu Kaminari, jogando uma almofada em Kirishima.


Todos riram, o clima estava leve. Era o tipo de interação que fazia aquele novo capítulo da vida deles começar com o pé direito — mesmo com alguns quartos sendo evitados com sabedoria.


O grupo mal terminava de comentar sobre o quarto de Kaminari, ainda rindo e trocando provocações, quando Kyoka cruzou os braços e apontou diretamente para Sasuke, com uma sobrancelha arqueada e um sorriso levemente desafiador nos lábios.


— Bem, senhor Uchiha — disse ela, com a voz carregada de ironia — o seu é o próximo.


Todos viraram na direção de Sasuke, que estava encostado na parede com as mãos nos bolsos. Ele ergueu o olhar com calma, cruzando com o de Kyoka por um breve segundo.


— Hn... — resmungou ele, com aquele típico ar indiferente, mas com um leve levantar de canto de boca.


— Vai fugir agora? — provocou Ashido, empolgada.


— Se o quarto dele for tão frio quanto ele, acho que nem lençol tem — comentou Kaminari, arrancando risos.


— Vamos ver se é verdade — completou Kirishima, já se adiantando no corredor.


Sasuke suspirou, empurrou-se da parede e andou lentamente até a porta do próprio quarto, os olhos se cruzando com os de Kyoka por mais um instante. Sem dizer nada, ele girou a maçaneta e empurrou a porta.


Assim que Sasuke abriu a porta, os colegas se empilharam atrás dele, espiando com curiosidade. O quarto do Uchiha era surpreendentemente simples — quase minimalista.


As paredes estavam praticamente nuas, exceto por uma pequena estante com alguns livros organizados de forma meticulosa. A cama estava impecavelmente arrumada, com lençóis escuros. Uma escrivaninha limpa, com apenas um caderno fechado e uma caneta. Nenhum pôster, nenhuma decoração, nada que denunciasse um gosto pessoal específico.


— Uau… — comentou Ashido, franzindo a testa. — Isso é... quase assustador de tão limpo.


— Parece um quarto modelo de catálogo — disse Kaminari, olhando ao redor. — Tem certeza que você dorme aqui mesmo?


— Isso é o que eu chamo de disciplina — comentou Iida, cruzando os braços em aprovação.


— Na moral… nem uma almofadinha com estampa divertida? — brincou Kirishima, cutucando o travesseiro como se esperasse alguma surpresa.


Sasuke apenas deu de ombros, encostado no batente da porta, observando as reações.


Kyoka olhou em volta com um sorriso discreto, sem dizer nada de imediato. Mas por dentro, ela sentia que aquele quarto era a cara de Sasuke. Reservado, direto, sem distrações… mas com uma ordem que deixava tudo em paz.


Depois do quarto de Sasuke, os alunos continuaram a pequena excursão curiosa pelos dormitórios.


— Beleza, o próximo é o do Sero! — anunciou Ashido, batendo palmas com empolgação.


Sero abriu a porta com um sorriso tranquilo no rosto. O quarto dele era descontraído e acolhedor, com alguns pôsteres de bandas e filmes, uma rede pendurada num canto e várias latas de refrigerante vazias empilhadas na lixeira.


— Isso sim tem cara de alguém que vive aqui — disse Kaminari, jogando uma almofada em cima da rede.


— Meio bagunçado… mas estiloso — comentou Kyoka, olhando os pôsteres com interesse.


Em seguida, Kirishima se adiantou, animado.


— Ok, pessoal, se preparem, porque o meu quarto é Plus Ultra! — disse ele, abrindo a porta com entusiasmo.


O quarto de Kirishima era uma explosão de vermelho. A decoração era vibrante, com fotos de lutas de artes marciais, alguns pesos no canto e até um saco de pancadas pendurado na parede.


— Isso é tão você, mano! — disse Kaminari, rindo.


— Muito masculino — comentou Aoyama com um ar dramático. — Très viril!


Por fim, todos pararam diante do quarto de Shouji.


Ele abriu a porta silenciosamente, sem dizer nada.


O quarto era o mais funcional de todos: extremamente limpo, com um tatame no chão, uma cama dobrável encostada no canto e quase nenhum item pessoal visível. Havia uma aura calma e respeitosa no espaço.


— Minimalista… mas forte — comentou Todoroki, de braços cruzados.


— A vibe é total de guerreiro solitário — disse Midoriya, admirando a simplicidade do ambiente.


Shouji apenas assentiu com a cabeça, sem esboçar muita reação, mas visivelmente satisfeito com os comentários respeitosos.


E assim, a pequena "visita guiada" pelos quartos continuava, entre risos, provocações e algumas surpresas.


O grupo seguiu animado pelos corredores até parar diante da porta de Todoroki.


— Agora é a vez do nosso príncipe gelado! — disse Kaminari com um sorriso travesso.


Todoroki, impassível como sempre, apenas abriu a porta e deu um passo para o lado, permitindo que todos entrassem.


O que viram fez todos ficarem em silêncio por alguns segundos.


O quarto era um verdadeiro ambiente tradicional japonês. Tatames cobriam o chão, havia portas de correr ao estilo shoji, uma pequena mesa baixa no centro com almofadas ao redor e até um tokonoma com um arranjo de flores e um pergaminho pendurado. Era como ter sido transportado para outra época.


— Uau… — murmurou Midoriya, maravilhado.


— Como você conseguiu fazer isso em tão pouco tempo? — perguntou Jirou, olhando ao redor, impressionada.


— Eu só pedi autorização pra adaptar o quarto antes de vir — respondeu Todoroki com simplicidade. — Trouxeram tudo de casa.


— Isso é… elegante demais. Parece um templo — comentou Sero, olhando para o pergaminho na parede.


— Dá até vontade de falar mais baixo aqui dentro — disse Ashido, meio em tom de brincadeira.


Todoroki apenas deu um leve aceno de cabeça e ficou observando os colegas enquanto exploravam o ambiente, satisfeito com a reação deles.


— Aposto que até o vento sopra diferente aqui dentro — comentou Kirishima, rindo.


Era claro que o quarto de Todoroki tinha deixado todos surpresos — e talvez um pouco intimidados também.


Depois de saírem impressionados do quarto de Todoroki, o grupo seguiu animado até a porta seguinte.


— Agora é o Satou! — anunciou Kaminari, batendo duas vezes na madeira. — Bora ver o que nosso confeiteiro favorito aprontou.


Satou abriu a porta com um sorriso gentil.


— Entrem. Eu preparei algo pra vocês.


Assim que atravessaram a entrada, os colegas foram recebidos por um cheiro doce e acolhedor. O quarto de Satou era simples, mas aconchegante, com uma pequena prateleira repleta de ingredientes culinários e livros de receitas. Sobre a mesa havia um lindo bolo decorado com frutas e chantilly.


— Você TÁ brincando! — exclamou Ashido, correndo até a mesa. — Você fez um bolo de verdade?


— Claro — respondeu Satou, orgulhoso. — Achei que seria legal pra comemorar nossa nova fase aqui no dormitório.


— Mano, você é incrível! — disse Kirishima, dando um leve soco no ombro do colega.


— Tem gosto de casa... — comentou Jirou, já com um garfo na mão.


Todos pegaram um pedaço e começaram a se deliciar ali mesmo, rindo e fazendo comentários sobre os sabores.


— Satou, você acabou de ganhar o título de MVP da noite — disse Sero, fazendo um brinde imaginário com o garfo.


Satou riu, um pouco envergonhado com tantos elogios, mas claramente feliz por poder proporcionar aquele momento.


Era simples, doce e exatamente o tipo de pausa que todos precisavam.


Enquanto todos ainda saboreavam os últimos pedaços do bolo de Satou, Kaminari deu uma olhada no corredor.


— Próximo seria o... Bakugou — ele disse, olhando pros outros com uma expressão um tanto apreensiva.


— Mas ele tá dormindo agora… — comentou Kirishima, coçando a nuca. — Disse que não queria ser incomodado.


— É, talvez seja melhor deixar pra depois — sugeriu Ojirou.


Sasuke, que estava mais atrás, cruzou os braços e foi direto até a porta de Bakugou sem dizer nada. Parou diante dela e, sem cerimônia, bateu várias vezes, com força e impaciência.


— Bakugou! — disse em tom sério. — A gente vai ver esse quarto, querendo você ou não.


Lá de dentro, um grunhido alto foi ouvido, seguido por passos pesados.


— SE EU ABRIR ESSA PORTA, VOCÊS VÃO SE ARREPENDER DE TER NASCIDO! — gritou Bakugou lá de dentro.


Ashido riu, escondendo o rosto atrás de Sero.


— Acho que agora ele tá bem acordado — comentou.


Sasuke manteve a expressão impassível, como se aquele tipo de ameaça não significasse nada. Ele estava pronto pra abrir a porta sozinho, se precisasse.


A maçaneta girou com violência, e a porta foi escancarada num baque que ecoou pelo corredor. Bakugou apareceu com o cabelo ainda bagunçado do sono, expressão furiosa e olhos faiscando como se estivesse prestes a explodir alguém ali mesmo.


— MAS QUE INFERNO, SEUS DESGRAÇADOS! EU FALEI QUE TAVA DORMINDO! VÃO TOMAR NO—!


— Oi pra você também, Bakugou — cortou Sasuke, já entrando no quarto como se fosse o dono.


— Tsc... — Bakugou estalou a língua, mas antes que pudesse barrar os outros, Kaminari, Kirishima e até mesmo Mina já tinham se esgueirado pra dentro.


— Uau — comentou Ashido, olhando em volta.


O quarto de Bakugou era exatamente como se esperava: organizado com uma precisão quase militar, mas carregado de equipamentos de treino, pesos, halteres, e até um saco de pancadas pendurado no canto. Havia cartazes discretos de lutas profissionais e algumas medalhas expostas numa prateleira. Tudo transpirava força e competitividade.


— Isso é bem a sua cara, mano — disse Kirishima com um sorriso, cutucando o saco de pancadas.


— Óbvio que é, porra! Agora vaza todo mundo daqui antes que eu exploda vocês! — rosnou Bakugou, cruzando os braços.


Sasuke deu uma última olhada, assentiu como se tivesse analisado tudo, e foi o primeiro a sair. Os outros o seguiram, entre risos e provocações ao explosivo colega.


— Missão "inspecionar o quarto do Bakugou": concluída com sucesso — brincou Kaminari, enquanto a porta se fechava com um estrondo atrás deles.


Enquanto o grupo seguia pelo corredor de volta à sala de estar, ainda se divertindo com a invasão ao quarto de Bakugou, Sasuke caminhava mais à frente, com as mãos nos bolsos e uma expressão tranquila — mas seus olhos denunciavam o tom provocativo que estava prestes a usar.


Ele parou, virou-se levemente para trás e, com um meio sorriso no canto dos lábios, disse com um tom leve e brincalhão:


— Bem... agora serão os quartos das fêmeas.


A reação foi instantânea. Mina arregalou os olhos, chocada, antes de rir alto.


— Fêmeas? Sério mesmo, Uchiha?


— Que jeito esquisito de falar, velho — comentou Kaminari, já segurando o riso.


Kyoka cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha, encarando-o.


— Continua com esse tom e o senhor Uchiha vai levar um choque na porta do meu quarto — disse ela, mas com um leve sorriso nos lábios.


— Tô curioso agora — brincou Kirishima, olhando para o corredor feminino.


As garotas riram e trocaram olhares cúmplices. Era hora da revanche.


Próximo capítulo: Quartos femininos.






















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