História Um Dia. - 3

Vitória.

Ninha saiu do quarto depois de atrasar a gente mais de uma hora, toda linda vestida de preto. Tiago já tinha me ligado pelo menos umas três vezes, já Mari já tinha ligado umas cinco vezes e Lucas, então, já tava bem na décima mensagem, tudo querendo saber onde a gente tava que num chegava.

- Tá bom, Vi? Quem vai tá lá? Não tô feia? - ela olhava pra baixo, pra própria roupa, dum jeito que era ela toda. Ninha tinha um negócio com roupa que não era normal.

- Ninha, tu não fica feia nem se tu quiser, mulher. - balancei a cabeça. - Agora vamo que o povo tá pra me deixar doidinha atrás da gente.

Ainda bem que caminho até Tiago foi rápido, fomos recebidas por um tanto de gente gritando nosso nome e uma chuva de sorrisos. Ninha tava quase cor de tomate já, mas tava se aguentando bem. Poço de timidez essa menina. Nada que umas taças de vinho não resolvam. E a gente já tava na terceira, Ninha dançava valsa com Manu que tropeçava nos próprios pés, arrancando gargalhadas de todo mundo. Já era madrugada alta quando finalmente decidimos ir embora, de táxi mesmo e já passava das quatro da manhã quando finalmente caímos cansadas na cama.

Ana.

O cheiro de café passeava pela casa me dando vontade de levantar, mas bastou abrir os olhos para perceber que era uma péssima ideia. Sol. Muito sol.

- Viiiiiiii. - praticamente gemi seu nome, sem forças, e de longe ouvi seu grito animado. Como alguém consegue acordar feliz assim depois de tomar litros de vinho barato? - A cortina, Vitória, fecha.

- Bom dia, NaClara!! - ela surgiu sorrindo. Quem acorda sorrindo quando tá de porre? De novo: Vitória Falcão.