História Um dia eu te escolhi - Bellarke - Capítulo 10

    O dia do torneio havia chegado todos os concorrentes se encontravam na sala de reunião para as últimas regras. Kane falava calmo, mas seu olhar desmontava cuidado em cada palavra dita, Jaha também estava presente porém permanecia calado – A primeira prova é de pontaria, a segunda será o quão rápido vocês podem tomar decisões em um momento de perigo e por último a luta – Kane terminou sua fala indicando que já estávamos na hora, quando Murphy o interrogou – Olha somos em três, como vai ficar divido essa luta – os outros dois também queriam fazer essa pergunta, Murphy contudo era sempre o mais rápido quando se tratava de palavras – Vocês não serão divididos, escolhi um oponente a altura para cada um – Kane deu um pequeno sorriso com os rostos inquietos a sua frente e um tremor alcançou Bellamy. Eles caminharam para fora da sala mas Jaha deu um olhar para Bellamy indicando sua permanência – Não se preocupe, o cargo já é seu meu rapaz eu garanto – Bellamy não teve tempo de fazer qualquer pergunta, pois Jaha saiu dá sala rapidamente lhe lançando um aceno de confirmação.
        Atrás do palácio na área verde que outro dia  Bellamy havia levado Clarke, estava montando uma estrutura de arena, as grandes arquibancadas o cercava de todos os lados e os ruídos vindo de lá, indicava que a plateia já se fazia presente. No instante seguinte o locutor começou a falar, fazendo a plateia gritar exacerbada, Murphy e Lincoln já tinham completado suas atividades, apesar de Murphy ter saído quase desmaiando dá arena,  só restava ele para completar a última etapa  – Só mais uma prova e o cargo é seu, só mais uma – Bellamy repetiu isso quase num sussurro, como um mantra, tentando esquecer o que Jaha havia lhe prometido e mais uma vez seu nome foi chamado aos gritos pelo locutor.
          Ao colocar os pés na arena um silêncio ensurdecedor o invadiu dessa vez ele podia sentir cada olhar o observando, cada movimento que fazia lhe causava tremores e espasmos, e o locutor gritou o nome de seu oponente – Pike – Bellamy olhou o homem se aproxima e para sua surpresa um alívio o invadiu, ele podia o vence-lo ele sabia que podia. O homem tinha mais idade do que ele, o rosto rígido não lhe causava arrepios, lhe dava confiança e o sino tocou indicando que era hora dá luta começar, o espaço entre eles foi diminuindo a cada passo que davam com a defesa dos braços bem posicionados, Pike foi o primeiro a ataca dando um golpe vazio no ar, quando Bellamy se desviou e sem esperar muito o homem depositou um chute na costela do rapaz que se ergueu-se rápido.
          A plateia se continha em sussurros e suspiros, Bellamy já tinha acertado socos no rosto de Pike que agora tinha um nariz sangrando e um sorriso de pervertido nos lábios – Então você acha que vou deixar uma criança mim vencer? Não mesmo pirralho, fui chamado por que sou o melhor – Pike correu na direção do seu oponente o fazendo cair de costas ao chão, um zumbido fez Bellamy pisca os olhos como forma de repulsa, nada o podia atrapalha naquele momento – Vamos lá garoto, levante-se já estou ficando casando de você – Pike deu soco em seu rosto quando ele tentou se levantar, fazendo voltar ao chão outra vez.
     A plateia soltou um suspiro alto e amedrontado achando que a luta já estava no fim, Bellamy se levantou raivoso foi para cima de Pike sem qualquer receio ou frustração, o seu oponente foi pego de surpresa recebendo socos certeiros o fazendo cambalear para trás – Eu que estou cansado de você -  Bellamy lhe deu um rasteira que Pike foi lançado ao chão rugindo feito um animal e antes que ele pudesse o ameaça, Bellamy finalizou a luta deixando Pike desacordado no meio dá arena.
         Aplausos e gritaria o encheram, Bellamy saiu a passos largos – Senhor venha na enfermaria – uma mulher vestida de branco o chamou, mas foi ignorada. Bellamy entrou no palácio, caminhou em direção ao quarto e se lançou na cama como se seu corpo fosse vacilar a qualquer momento, ele não queria que ninguém o visse assim. Não ligou para o que aconteceria depois do torneio, sua respiração era falha e seus nervos pulavam dentro de si, de alguma forma todo aquele teatro havia lhe atingido em cheio e as palavras de Jaha ecoavam como uma acusação “eu não preciso dá sua ajuda” Bellamy repetia nos seus pensamentos.
          De olhos fechados escutou a porta do quarto sendo aberta, ele contudo continuou parado não tinha forças nem para abrir os olhos, a pessoa se movimentou quase se arrastando, seu choro fraco o perturbava um pouco, o silêncio dela também lhe incomodava. Foi quando sentiu o colchão afundar do seu lado e para sua surpresa ela o beijou, os lábios molhados e entre soluços fizeram seu coração apertar, ao mesmo tempo que era calmo como se de alguma forma ela tentasse o cura com os beijos depositados nos seus lábios.
           Ele abriu os olhos depois que sentiu o peso dela sobre seu corpo, os cabelos loiros foram a primeira coisa que pode ver, ele se remexeu um pouco o que fez ela o olhar – Como você está? – ela tinha medo de falar as palavras, por isso saiu quase inaudível – Agora, bem – os olhos vermelhos indicavam que ela havia chorado, mas por ele? – Isso não é coisa que se faça com ninguém – ela falou no automático o que fez ele percebe que o beijo foi por pena – Eu escolhe isso, não é culpa de ninguém – para seu conforto ela continuou apoiada no seu peito, seus olhos percorriam o corpo do homem a procura de algo errado mais só encontrou machucados e hematomas. 
        - Você deveria estar na enfermaria, como os outros – ela falou sentando na cama – Preciso ficar sozinho, depois vejo o que posso fazer com... – ele começou a tirar a camisa e parou quando viu o hematoma que ia dá costela a sua costas – Aí meu Deus – ela colocou as mãos na boca e os olhos começaram a mareja com as lágrimas prontas para descer – Não se preocupe, vai ficar tudo bem – ele se levantou pegando um kit de primeiros socorros em umas gavetas sentou na ponta dá cama e começou a remexer o que tinha dentro.
           - Eu faço isso – ela tomou o kit das suas mãos e achou gases, pomadas e soro, o silêncio tomou conta do lugar apenas o choramingo de Clarke trazia algum som para o quarto, ela cuidou dos ferimentos da costela, braços e rosto – Obrigado – Bellamy disse após ela terminar – Você está realmente se sentindo bem? – ela já havia perguntado isso mais de três vezes em menos de dez minutos, ele concordava com a cabeça, sentado na cama ficou observando ela guarda as coisas de volta na gaveta, ela parecia mais calma e contida o que o fez se lembra do jeito desesperado ao beija-lo.
        Ela voltou a sentar ao seu lado em silêncio, com os pensamentos tão altos quantos os seus, ele a olhou de lado tirando uma mexa de cabelo do seu rosto – Obrigado – ele falou outra vez como se quiser dizer mais coisas, mas não conseguia dizer – Obrigado – ele repetiu fazendo ela o olhar confusa, Clarke estava pronta para dizer algo mais foi interrompida por beijo na sua bochecha que a fez engolir seco, ele repetiu o processo na outra bochecha, nariz, testa, ela não conteve o sorriso quando o beijo foi depositado nas suas palpebrais, ela esperou o beijo nos lábios de olhos fechados mas não aconteceu.
            Ao abrir os olhos, ela o olhou observando-a  como se estivesse em uma conversa interna dos prós e contras de beija-la naquele momento, então em um impulso Clarke o beijou outra vez, Bellamy gargalhou com sua iniciativa e antes que ela ficasse vermelha ele retribuiu. E era bom, dentro dele gritava uma voz dizendo “não se apegue, siga o plano, ela não faz parte dele”, quanto mais a voz gritava em seu ouvido, mais ele a beijava e a puxava para perto de si. Ver ela com as roupas amassadas e de lábios inchados por sua causa lhe dava quase um orgulho – Acho que você precisa descansar e eu... Preciso encontrar Octavia ela estava desesperada por sua causa e de Lincoln, eu prometi que daria notícias suas – Clarke falou rápido e apressada, saindo do quarto quase como um foguete o que fez Bellamy sorri com seu desespero, ele tomou um banho para aliviar tudo que tinha acontecido e adormeceu ainda sentindo os lábios dela no seu.