11 anos depois.
― Mas eu não quero ― Nabi disse segurando na mão de Sehun ― Ela disse que eu tenho que fazer, e eu não quero.
― Quando chegarmos em casa você diz aos nossos pais ― Sehun disse sério ― Se você não quer fazer, então eu acho que seria bom você não fazer.
― É só uma pintura ― ela resmungou.
― Pois é ― acenou para algumas senhoras da matilha ― O que mais você fez hoje, lobinha?
― Muitas coisas.
― Eu odeio quando você não me fala detalhadamente o que você fez ― Sehun reclamou e a alfa riu ― Eu gosto de saber.
― Você gosta de falar e falar e falar ― ela disse rindo ― Eu não gosto.
― Eu sou seu irmão. Por favor, seja legal.
― Sehunnie, é chato ficar falando.
― Não é não.
― Eu não vou brigar com você, você faz isso pra ver se a gente fica falando igual você.
― Você é chata.
― Você é mais.
― Já estão brigando? ― Sehun virou e sorriu ao ver Han encostado na porta de casa ― Deixa a menina em paz, Sehun.
― Diz que ele é chato, Han!
― Ele não pode, ele é meu namorado, não pode falar mal de mim ― Sehun mostrou língua para a irmã, Han riu do ômega ― Os deuses irão ser assustadores com ele.
― Falando em Deuses ― Han se aproximou, beijou o rosto do namorado e fez carinho nos cabelos de Nabi ― Hoje tem oferendas, vou acompanhar meus pais e o Hui.
― Eu vou acompanhar os meus também, mas eu queria que você fosse comigo oferecer algo a Isis, ela pediu ― falou baixinho e Han assentiu ― Te vejo depois.
Sehun entrou em casa com Nabi, a menina entrou em silêncio e foi para a cozinha, o ômega revirou os olhos e fechou a porta com força.
― Pai, chegamos! ― gritou, escutou Nabi reclamar.
― Oi meu amor ― ouviu a voz de JongIn e foi à cozinha ― Não precisava gritar.
―Se ele não gritar, ele não é o Sehun ― Nabi disse pedindo colo de JongIn ― Pai, temos que conversar.
― Ok, mini Soo ― JongIn disse, Sehun se aproximou e beijou a testa do pai ― Me faça um resumo, querido, Nabi não vai me falar tudo.
―Ei! ― ela reclamou.
― Eu disse que falar muito é algo bom ― Sehun piscou para a irmã.
Onze anos se passaram, Sehun já estava com seus dezoito anos, o menino cresceu tão rápido na visão de JongIn e Kyungsoo, continuou como sempre; falante. O garoto adorava contar sobre tudo, falava com todos, era educado, sempre prestativo e os pais não tinham nada a reclamar do filho, ele era a benção deles. Sehun quando viu Nabi crescendo percebeu a diferença entre eles, a garota não gostava de conversar tanto, ela gostava de ficar agarrada aos pais, preferia ficar em casa, foi aí que ele entendeu que ela era igual a JongIn e Kyungsoo, foi quando começou a pensar de onde havia saído, como ele veio parar ali.
Sehun nunca contou a Kyungsoo, mas um dia em meio a esses pensamentos, sonhou com os Deuses e teve suas perguntas respondidas, ele foi pensado especialmente para JongIn e Kyungsoo, os Deuses o deram a vida para isso, para ser do casal.
Enquanto crescia o ômega começou a conhecer as coisas e os sentimentos e um deles foi o amor, desde pequeno ele sabia que tinha algo o ligando com Han, não entendia, mas sabia. Foi quando completou dezoito anos que ele entendeu, foi quando seu nome apareceu no pescoço de Han e o nome do alfa em seu pescoço, e ele lembrou do que seu pai JongIn havia dito sobre almas gêmeas, que quando são agraciadas pelos Deuses, os nomes aparecem no pescoço. A alma gêmea de Sehun era Han.
― Entendeu? ― Sehun perguntou encostado na pia ― E eu acho que ela está certa.
― Ok, vamos por partes ― JongIn olhou para Nabi ― Não importa se você é filha do líder, eu não quero você falando isso, Nabi. Você não é superior a ninguém dessa matilha.
― Se fomos levar a sé-
― Meu amor, você pode me deixar falar? ― JongIn olhou para Sehun que resmungou ― Também teremos uma conversa.
― Mas eu não fiz nada, pai!
― Vai escolher sua roupa para a oferenda, você e seu pai irão levar oferendas a Rá-Atum ― JongIn disse e Sehun resmungou saindo da cozinha ― E sem resmungar, filhote.
― Eu não sou mais filhote, papai!
[...]
Sehun seguiu Kyungsoo até o altar de Rá-Atum, era um altar longe, só o líder levava as oferendas.
― Pai, porque eu estou ajudando?
― Porque eu já estou ficando velho ― o Do sorriu ― Logo você assume, estou esperando você chegar aos 20 anos.
― Eu acho que o senhor precisa pensar mais nisso, viu ― Sehun disse segurando alguns pães ― Eu não sei resolver uma coisa sozinho, pai.
― Como assim não sabe? ― riu ― Sehun, nesse mês você ajudou a matilha mais de cinco vezes, você idealizou uma maneira de organizar as visitas a cabana do alfa, você ajudou o centro médico, você até desenhou com o Han um lugar maior para ser o centro médico.
― Isso não é nada ― disse sem jeito.
― Meu filho, você será o maior e melhor líder que essa matilha já teve ― Kyungsoo se ajoelhou colocando os vinhos na frente do altar, Sehun fez o mesmo e pôs os pães ― Rá-Atum, aceite nossa oferenda. Obrigado pelo ano e que tu possa continuar nos abençoando, Deus da criação.
Kyungsoo abaixou a cabeça e Sehun observou o pai fazendo uma oração, ele levantou e sorriu;
―Obrigado por manter a matilha viva, e por tudo que nos dá todos os dias, obrigado pela vida de cada um. Obrigado.
O alfa levantou e Sehun fez o mesmo, assim que o Do começou a se afastar do altar o ômega o seguiu.
― Você vai fazer isso em breve ― Kyungsoo disse segurando na mão do filho ― Eu vou morrer e vou ver o meu menino sendo líder.
― Pai, o senhor nem está velho, para com isso.
― É modo de falar, filho ― riu ― Eu só me sinto orgulhoso demais em ter você, ter seu pai, ter a Nabi.
― Um dia eu perguntei aos Deuses porque não mandaram a Nabi antes ― Sehun falou parando de andar, Kyungsoo o encarou.
― Eu perguntei uma vez, e eles não me responderam.
― Quem me respondeu foi Set ― riu ― Ele disse que Osíris queria ver se você e o papai realmente estavam preparados, ou se vocês realmente queriam ser pais por causa de um bebê, entende? Se vocês só queriam coisa fofinha e tudo mais, então Ísis deu a ideia de me criar e me dar de presente a vocês. Hathor contou que JongIn é um bom pai, e que ela e Bastet não queriam mandar Nabi e que só mandaram porque eu pedi ― contou e Kyungsoo sorriu ― E Set ainda disse que eu deveria ser o felino entre vocês e que tudo que eu sou não foi porque fui criado pelos deuses, mas sim porque fui cuidado e educado por você e por JongIn.
― Quando eu e JongIn falamos que você é o amor da nossa vida, é porque assim que eu e ele colocamos os olhos em você, já sentimos o nosso coração cheio de amor e como se nossa vida encontrasse seu caminho ― puxou o garoto para um abraço ― Você continua sendo meu filhote.
― Pai, eu sou um gato.
― Você é um felino entre nós, gatinho ― beliscou o filho, Sehun riu ― Agora me explique que negócio é esse de dar oferendas a Isis? Você e Han ainda estão com meses namorando, Sehun.
― Eu não tenho culpa, foi ela que falou!
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