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História Um novo 3 de outubro - O fim do pesadelo


Escrita por: kagome95ingrid

Notas do Autor


aquela hora que você está passeando pelo pinterest e uma história inteira nasce kk aproveitem a oneshot :3

Capítulo 1 - O fim do pesadelo


O tempo começava a esfriar ameaçando a chegada do inverno. As folhas já estavam amareladas e até alaranjadas. Afinal, estava no pico do outono na cidade de Resembool. A casa ainda era conhecida como a casa dos Rockbell embora a maioria das pessoas que residiam nela atualmente não tivessem tal sobrenome. Sim, era ali que Winry Rockbell atendia todos que precisavam de automail ainda, mas agora ela era Winry Elric. A garota atendia com prazer todos que precisavam de si, alguns até vinham de outras cidades por recomendações de conhecidos, então ela conseguia manter a casa. Felizmente, ela não mantinha a casa sozinha. Não, tinha ajuda de seu marido. Edward Elric acordava cedo todas as manhãs para, incrivelmente, dar aula de alquimia.

Naquele calmo dia de outono, Edward levantou-se da cama com seu cabelo tão dourado quanto seus olhos completamente descabelado. Cada passo que dava fazia um barulho diferente conforme andava pelo corredor. Primeiro um som macio quando a pele de sua perna direita tocava o chão e então outro metálico quando o metal do automail tocava a superfície de madeira do chão. O sol nem tinha nascido ainda. Ele nem sequer sabia que horas eram, mas a escuridão lá fora mostrava que ou era muito tarde, ou muito cedo. Mas não foi como se ele tivesse outra escolha a não ser levantar da cama quando escutou uma doce voz chamando-o do quarto ao lado.

— O que foi Alice? - perguntou o rapaz com os olhos quase fechados ao abrir a porta do quarto da criança.

— P-Papai… eu tive um pesadelo… e-eu tô com medo… - choramingou a criança de pouco mais de três anos.

— Não tem porquê ficar com medo - disse ele entrando no quarto e sentando na beirada da cama.

A garota se agarrava ao travesseiro como uma bóia salva vidas. Seus olhos azuis, herdados de sua mãe, estavam fixos em seu querido pai como se esperasse ele afugentar os sonhos ruins que perturbaram sua mente durante a noite. A mão de Edward pareceu grande demais quando ele fez um leve carinho na cabeça de sua filha mais nova enquanto um sorriso tranquilizador aparecia em sua face.

— Vai ficar tudo bem, volte a dormir - disse Edward.

Mas, não satisfeita, a criança se agarrou ao pijama do pai.

— Deixe eu dormir com você e a mamãe. - disse ela.

Edward suspirou e revirou os olhos. Como poderia dizer não para aqueles olhinhos pedintes? Derrotado, pegou a criança no colo e ela imediatamente abraçou-o passando seus pequenos bracinhos pelo pescoço do pai e deitando a cabeça no ombro extremamente marcado por cicatrizes de um passado não muito longe mas que agora parecia uma vida atrás. Enquanto fazia o caminho de volta para o seu quarto e de Winry, era estranho pensar que poucos anos atrás ele viajava pelo país em busca da pedra filosofal junto com Alphonse, cuja alma estava presa em uma armadura. Embora o automail na perna e as cicatrizes onde antes havia um braço faltando e nos demais ferimentos mostrassem que aquilo tudo foi real, era difícil acreditar que agora ele estava tranquilamente em uma casa consolando sua própria filha.

Ele entrou no quarto e notou Winry abrindo os olhos sonolentos em direção à ele e a criança. Duas vezes sua esposa piscou tentando entender a cena.

— O que foi? - perguntou Winry.

— Ela quer dormir com a gente - disse Edward botando a criança na cama.

— Eu tô com medo mamãe - disse Alice imediatamente se enfiando no abraço da mãe.

— Pesadelo - explicou Edward.

Winry deu um beijo no topo da cabeça da criança e acariciou seus cabelos loiros tentando tranquiliza-la. Edward deitou na cama deixando a criança entre os dois e certificou-se de que os três estavam cobertos. Por alguns segundos ele permaneceu lá apenas admirando o que tinha construído e pensando como ainda havia Dylan, seu filho mais velho, no outro quarto. Não demorou muito para o sono ganhar e os três caírem no sono.

As horas se passaram e o dia seguinte amanheceu. A boca de Edward se abrindo num longo bocejo no café da manhã foi a prova da noite de sono interrompida. Mas nada disso parecia importar tanto assim. Não quando ele enfiava com gosto um pedaço de torrada com geleia de morango. Na cadeira à sua frente, Alice tomava com gosto um copo do maior inimigo do pai, leite. Deixando um bigode de leite em seu rosto, Alice botou o copo na mesa com as duas mãos quando o irmão repentinamente largou seu garfo com um bacon na ponta sobre o prato e saiu correndo para a parede da cozinha na qual pendia um calendário.

— Mas o que foi isso Dylan? - perguntou Winry enquanto passava geléia em sua própria torrada.

— Já faz dias que não trocamos o papel do calendário! - respondeu o garoto.

— Esse dever ficou com você não foi? - perguntou Pinako Rockbell que entrava na cozinha depois de demorar mais que os outros para acordar.

Dylan tinha um de pouco mais de 5 anos. Na verdade, de 5 anos e 8 meses, como ele bem gostava de lembrar. Ele era sem dúvidas a cópia do pai quando naquela idade. Era difícil encontrar as diferenças entre Dylan e Edward. Até mesmo o enorme sorriso era semelhante. As pequenas mãos do garoto arrancaram a página superior do calendário na qual estava escrito “30 setembro”. E mais uma ele tirou, e mais uma…. 01 outubro, 02 outubro, 3 outubro. Satisfeito, o menino amassou os pedaços de papel e jogou na lixeira antes de voltar correndo para seu lugar para se deliciar com o leite.

Edward poderia estar muito bem pensando como era bom que nenhum de seus filhos puxou seu desgosto por leite, mas, ao invés disso, ele fixou seu olhar no calendário. 03 de outubro. Apenas uma data para a maioria das pessoas. Mas muito mais para ele. Parecia uma vida atrás quando tinha marcado seu relógio de bolso com uma simples e profunda mensagem. Don’t Forget. 03. oct. 11. Uma resolução, um lembrete, o dia em que ele e Alphonse queimaram a casa na qual cresceram e começaram sua jornada para recuperar seus corpos.

Um tanto distraído em seus pensamentos, os movimentos dele entraram em modo automático enquanto ele levantava da mesa e ia em direção à pia da cozinha com o seu prato com o resto da torrada em mãos. A primeira vez que aquela data chegou e passou pouco depois de eles terem conseguido seu objetivo foi certamente arrepiante e, agora, ela não deixava de passar ao menos um arrepio pela espinha dele. Era difícil acreditar que tudo estava bem, especialmente considerando que sua mãe continuava morta e que seu pai também estava morto. Era obviamente bom que Alphonse estivesse bem, vivendo em Xing com seu próprio corpo e junto de Mei Chang. O pensamento fez Edward deslizar o olhar para a geladeira onde o convite para o casamento dos dois estava preso com um par de ímãs. Seria uma viagem longa mesmo com o expresso que agora conectava Xing e Amestris. Ainda mais com crianças.

03 de outubro. Ele ainda sentia o peso daquela data no fundo da alma. Talvez devesse visitar o túmulo dos pais. Provavelmente notando o olhar dele e comportamento estranho depois de ter olhado para o calendário, Winry se levantou da mesa e foi até ele tocando delicadamente em seu braço forte.

— Ed. Está tudo bem? - perguntou a jovem.

Ele a olhou e abriu um sorriso leve mas mesmo assim profundo. Um que ela, somente ela que o entendia tão bem, poderia entender o peso e as emoções por trás. O olhar dele deslizou para a família que comia o café da manhã, para as duas crianças que começavam à fazer uma bagunça na mesa e para Pinako Rockbell que tentava disfarçar o fato de estar escutando cada palavra que os dois diziam por também estar preocupada com Edward. Afinal, assim era Pinako que, embora fosse avó de Winry, praticamente tinha o adotado como neto também. Às vezes ainda se perguntava se merecia toda aquela felicidade. Tal questionamento se repetia todo 03 de outubro. Ele soltou um suspiro e olhou para Winry novamente.

— Sim, está tudo bem - disse ele querendo convencer a si mesmo disso também.

Muitas vezes era difícil se convencer de que estava mesmo tudo bem. Mas, felizmente, a cada ano que se passava, mais ele acreditava que estava realmente tudo bem. Agora finalmente estava tudo bem. Um sorriso apareceu no rosto de Winry e ele sabia que quer estivesse ou não tudo bem, pelo menos ele nunca estaria sozinho.


Notas Finais


espero que tenham gostado. por favor, comentem mesmo que seja uma oneshot e tal. geralmente comentam só quando tem capítulo ainda pra vir.


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