1. Spirit Fanfics >
  2. Uma Babá Perfeita. (G!P) >
  3. Capítulo Vinte e Quatro.

História Uma Babá Perfeita. (G!P) - Capítulo Vinte e Quatro.


Escrita por: KyleCz

Capítulo 24 - Capítulo Vinte e Quatro.


— Rachel! — Quinn foi até a porta do cômodo e verificou o corredor. — Rachel! Você está aqui em cima?


— No quarto das crianças! — ela ouviu-a gritar.


Resmungando, Quinn foi ao seu encontro. Rachel ajudava as crianças a se vestirem. Ela usava apenas o penhoar, os cabelos estavam presos somente por uma fita. O mau humor de Quinn desapareceu.


— O que houve? — Rachel perguntou, ajoelhada diante de Cassie.


— Consegue dar um jeito nesta porcaria? — Ela indicou os botões de sua blusa.


O que lhe restava de impaciência esvaiu-se quando Rachel postou-se a sua frente para ajeitar os inúmeros botões. Quinn abaixou os olhos, atenta a ela. Era tão linda de se olhar. Às vezes, os dedos delicados roçavam-lhe alguma parte do corpo. Como era meiga. E o perfume… Rachel exalava uma fragrância inebriante. Tê-la tão perto eliminou o incômodo de vestir roupas formais. 

Ela deu um passo para trás e assentiu.


— Perfeita.


— Se você diz. — Quinn alinhou a roupa ao corpo, sentindo-se sufocada.


— E o sr. Douglas? — ela indagou. — Não o vejo há horas. Ele precisa de algo? 


— Thomas saiu de charrete. — Quinn aproximou-se por pura necessidade pessoal.— Foi buscar sua mãe.


— Verdade? — Rachel arregalou os olhos. — Tenho de conversar com mamãe hoje à noite para saber o que está havendo.


Quinn vestiu o casaco que trouxera consigo e aprumou-se para ela inspecioná-la. 


— Pareço apresentável?


— Está muito bonita, papa. — Cassie declarou. 


Ela sorriu e acariciou o rosto da filha. 


— Obrigada.


Rachel precisou de mais tempo para decidir. Observou-a com olhar crítico, desde os sapatos, a calça, o casaco e os cabelos. Por fim, expressou um sorriso de aprovação.


— Muito bonita. Concordo com Cassie. É melhor descer porque seus convidados chegarão em breve.


Quinn não queria descer. Nunca gostara de festas, embora Lídia as houvesse organizado com frequência. Porém, aquela noite era diferente. Não desejava deixar os filhos. Ou Rachel.


Desde que Ginny nascera, ela passara muito pouco tempo com os quatro, especialmente no quarto das crianças. Havia algo de mágico naquele lugar, tratava-se do espaço onde seu futuro se desenvolvia. O laço afetivo exigia que ela permanecesse.

Ou talvez fosse a presença de Rachel. Quinn observou-a pentear os cabelos de Drew, ajudar Cassie a calçar os sapatos e escutar a história de Ginny. Sentia-se distante dos próprios filhos, do lar, até Rachel surgir. Ela parecia uni-los.
Incomodada, Quinn recuou alguns passos.


— Vou descer — avisou.


Não tinha certeza de que Rachel a ouvira até ela virar-se e sorrir.


— Faça isso. Levarei as crianças em alguns minutos. Geórgia ficará com Hannah.


No entanto, Quinn não se moveu. Parte dela queria ficar. Outra clamava para que saísse.


— Apresse-se — Rachel a dispensou. — Seus convidados, lembra-se?


Ao atingir o andar inferior, Quinn quase não reconheceu sua casa. Lamparinas extras e velas iluminavam as salas. Os móveis haviam sido remanejados e músicos tocavam no salão principal. A mesa de jantar fora enfeitada com prataria e bandejas de comida.

Não se lembrava de haver selecionado as iguarias que a sra. Royce preparara. Alguns itens ela nunca vira.
Experimentou um dos pratos. O sabor não era familiar.


— Esta é uma das receitas que escolhi?


A sra. Royce, usando um uniforme preto e um avental branco, achava-se do outro lado da mesa arrumando a porcelana chinesa.


— Não, senhora. Foi a srta. Rachel quem escolheu o cardápio — ela murmurou, concentrada em sua tarefa. — Só Deus sabe o que nos aconteceria, se ela não tivesse interferido.


A cozinheira retirou-se, apressada, deixando Quinn atônita. Rachel auxiliara na organização da festa? Ela alegara não saber nada a respeito de recepções, mas obviamente sabia. Por que não lhe contara?

Quinn não teve tempo para refletir porque Eleanor e Constance Baird chegavam. Eleanor, usando um vestido púrpura, e Constance, em verde esmeralda, submeteram Quinn a uma vistoria completa pela casa.


— Excelente — Eleanor declarou, após ajeitar alguns objetos sobre a mesa. — Vocês dois fiquem aqui enquanto vou conversar com a cozinheira.


A mulher desapareceu, deixando Quinn a sós com Constance. Ela começava a suspirar quando, felizmente, o primeiro convidado chegou.


Uma procissão de vizinhos e amigos adentrou a porta da frente. Quinn os cumprimentava, encurralado entre Eleanor e Constance. Ela voltara a se relacionar com a maioria dos conhecidos, desde que Rachel impusera o comparecimento à igreja todos os domingos. Recebê-los em sua casa era uma sensação reconfortante.


Thomas Douglas, enfim, apareceu, acompanhado de Shelby e Camille. Eleanor recebeu-o, esfuziante, insistindo para que ele lhe reservasse um tempo para conversarem. O inventor pareceu perturbado com a súbita celebridade.


Depois que todos os convidados chegaram, Quinn dirigiu-se ao salão para conversar com alguns amigos. Os homens, em sua maioria fazendeiros, estavam interessados em ouvir a opinião de Quinn acerca da ceifeira. Deu o melhor de si para responder a todas as questões, mas sua atenção voltava-se para a escada.

Onde estava Rachel? Por que ainda não descera? Teria havido problemas com as crianças?
Como os Fabray fossem os anfitriões, era natural que os três permanecessem na festa. Não podiam ficar muito tempo. Porém Quinn estava ansiosa para vê-los.
Thomas Douglas mostrou-se atencioso com Shelby. Achava-se rodeado de pessoas, partilhando novidades, mas mantinha Shelby a seu lado o tempo todo. Ela parecia contente naquela posição, Quinn concluiu.


Enfim, as crianças apareceram. Estavam muito elegantes e limpas. Uma onda de orgulho encheu o coração de Quinn. Quando Rachel entrou na sala, logo atrás dos três, ela ficou fascinada.

O vestido azul-celeste realçava suas curvas.

A saia rodada e as mangas bufantes formavam um contraste sedutor com a cintura esbelta. O decote revelava a curva suave dos ombros. Os cabelos castanhos estavam presos e uma cascata de cachos pendia sobre as costas.

Rachel emanava pura beleza.

Quinn atravessou a multidão e permitiu-se apreciar os ombros nus e o decote que moldava os seios.


— Você está adorável — disse, embora soubesse que as palavras não faziam jus à estonteante beleza.


— Obrigada. Nunca usei uma roupa tão linda em minha vida.


— Pois eu discordo — Quinn murmurou. — Já a vi usando trajes muito mais atraentes. 


— Não se refere àquela calça?


 Ela se aproximou e confessou:


— Refiro-me à toalha.


As faces delicadas coraram.


— Comporte-se, antes que eu seja o assunto da festa. Vamos, crianças. E hora de conhecerem os convidados.


Enquanto ela guiava os três Fabray pela sala e os apresentava à maioria dos presentes, Quinn a seguia. Cassie e Ginny estavam animadas. Drew, tal qual os homens da festa, agia como se preferisse estar em outro lugar.

Rachel movia-se com graça e paciência, segurando a mão de Cassie e estimulando Drew quando necessário.

Dois homens ocuparam a atenção de Quinn quando os músicos iniciaram outra sequência. Vários casais dirigiram-se ao centro do salão e começaram a dançar. Quinn olhou ao redor à procura de Rachel.

Onde estaria? Queria dançar com ela com o único objetivo de aproximar-se, tocá-la e tê-la só para si.
A recepção prosseguiu. Quinn caminhava entre os convidados, procurando Rachel. Finalmente, avistou-a descendo a escadaria.


— Tudo bem? — perguntou ao encontrá-la.


— Fui colocar as crianças na cama — ela explicou.— Estavam um pouco tensas, mas consegui acalmá-las.


— Entendo — Quinn murmurou. — Gostaria de dançar? 


Por um momento, ela imaginou que Rachel aceitaria.

O belo rosto iluminou-se, causando certo tremor em Quinn. Ansiava para tocá-la.


— Não, obrigada. Mas deveria dançar com uma das convidadas.


Quinn não desejava dançar com ninguém. Apenas com Rachel.


— Eu não queria dançar, a bem da verdade.


— Oh.


— Posso lhe trazer um ponche? — ela ofereceu-se.— Estou com sede.


— Não, obrigada. Mas fique à vontade.


— Não estou com tanta sede.


— Entendo.


— Creio que também não queira provar uma daquelas iguarias que a sra. Royce preparou. Certo?


— Não, obrigada.


— Eu também não.


Irritada, Quinn observava a movimentação dos convidados. Com Rachel a seu lado, uma tentação naquele vestido, sentiu-se impotente por não poder tocá-la. Fazia anos que não tentava ser gentil com alguém, especialmente uma mulher. E não compreendia por que ela a rejeitava.


— Com licença — Rachel murmurou.


— Mas…


Ela afastou-se, deixando-a a admirar o doce balanço da saia, a curva dos ombros, a cintura delgada e causando-lhe um total constrangimento diante dos convidados.

Quinn foi à sala de jantar, encarou a travessa de ponche e dirigiu-se a seu estúdio para tomar um gole de uísque. Não era muito adepta a bebidas, mas naquele instante lhe uma boa dose pareceu aprazível.
Uma batida leve ecoou. Ela fitou a porta, na esperança de ser Rachel.

Era Shelby. Quinn colocou o copo sobre a mesa.


— Podemos conversar? — Shelby pediu, ao entrar no estúdio.


Tratava-se de uma mulher elegante, muito bonita, alta, esguia e com apenas alguns fios brancos nas têmporas. Rachel se parecia com ela.


— Está gostando da festa? — Quinn indagou.


— Sim. Está maravilhosa — Shelby respondeu, sem entusiasmo. Então respirou fundo. — Sei que não planejou dessa maneira, mas quero lhe agradecer por trazer Thomas de volta a minha vida. Ele me disse que conversou com a senhora sobre… nós dois. Nosso passado.


— Ele parece estar muito feliz por reencontrá-la após tantos anos.


— Eu o amava muito. E Thomas também me amava. Contudo, não pude me casar com ele.


— Por quê?


— Dinheiro — Shelby confessou. — Ele era pobre na época. Temi o futuro que poderíamos ter juntos e a vida que ele proveria a nossos filhos. A realidade prevaleceu. Eu me casei com o pai de Rachel.


— E arrependeu-se da decisão?


 Shelby meneou a cabeça em negativa. 


— O destino sempre nos prega armadilhas. Às vezes, desistimos daquilo que mais precisamos. Outras vezes é o correto a ser feito. O segredo, claro, é tomar a decisão certa. Em qualquer um dos casos, perdemos algo.


Shelby hesitou, encabulada.


— Acho melhor retornar à festa. — E retirou-se do estúdio.


As palavras ainda reverberavam pelo recinto depois que ela saiu. Quinn tomou outro gole de uísque. Para que lado ela deveria se virar? Era uma pergunta complexa.

Teria ela tomado a decisão correta no passado?
Quinn sacudiu a cabeça, apagando o pensamento. Não queria ponderar sobre sua vida agora. Talvez jamais.
Relutante, voltou à festa. Rachel estava sentada ao lado de Camille, apreciando os músicos. Alguns amigos vieram ter com ela, embora Quinn não conseguisse tirar os olhos de Rachel. Uma vez ou duas, ela fitou-a, e logo desviou o olhar.

Enfim, os convidados começaram a partir. Ao se despedir de Quinn, Angus Berry disse:


— Peço desculpas pelo que aconteceu aqui. Se soubesse que Rachel tencionava trabalhar para você, eu a teria impedido. Estou preso a essas mulheres e não posso fazer nada quanto a isso. Mas não permitirei que desgracem seu lar.


Angus foi embora, deixando Quinn atarantada. De que ele falava?

Ainda intrigada, despediu-se de outros convidados. A verdade era que Rachel naquele vestido invadira sua mente a noite toda. Agora, mais tranquila, ela atinara para um detalhe relevante.

Embora Shelby permanecesse ao lado do homenageado, poucas mulheres lhe dirigiram a palavra. Camille passara a maior parte do tempo com Rachel. Quase ninguém se dirigiu a Rachel, quando ela circulou com as crianças.

O que estava ocorrendo sob seu teto?
Depois que o último convidado saiu, Quinn precipitou-se ao andar superior. Havia notado o instante em que ela subira a escada, portanto, esperava encontrá-la no quarto das crianças.

Ela já tinha tirado o vestido. Agora usava o penhoar e os cabelos estavam soltos. Sob a penumbra, ela verificava o sono das crianças.


— Rachel?__Surpresa, ela a avistou à soleira da porta. Aproximou-se em silêncio.__Venha comigo. 

Quinn segurou-a pela mão, levou-a a seu quarto e fechou a porta. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...